segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS


ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS

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Posted: 24 Nov 2012 11:30 PM PST

A "Salve Rainha" é a mais famosa oração a Nossa Senhora depois do Ave Maria. Ela tem a impronta de devoção medieval bem marcada: unção, espírito filial e sacral, lógica e suavidade.

Ela parece ter sido sugerida pela própria Mãe de Deus à alma que a recitou pela primeira vez. Quem foi ela?

Salve RainhaÉ próprio do espírito de humildade e pureza do espírito católico não querer atrair a atenção sobre si próprio.

E em casos como este, esquecer de si próprio para atrair todas as atenções para o objeto da oração: a Santíssima Mãe de Deus.

Por isso, como em tantas outras maravilhas medievais, não se tem notícia certa do primeiro que recitou o "Salve Rainha".

Ademar de Monteuil descobre a Sagrada Lança durante a Primeira CruzadaPorém há muito boas razões para atribuí-la a D. Ademar de Monteil, bispo de Puy-en-Velay no século XI.

Nossa Senhora do PuyEm Puy-em-Velay, na região de Auvergne, no centro da França, há um famosíssimo santuário dedicado a Nossa Senhora do Puy. Aliás muitíssimo mais visitado nos tempos medievais do que nos séculos de decadência religiosa que advieram depois.

No santuário de Puy-en-Velay venera-se também hoje a imagem de "Nossa Senhora das Cruzadas".

Peregrinos e cruzados que iam a Terra Santa acostumavam passar antes pelo Puy para se encomendar especialmente a ela. Por sinal D. Ademar foi o primeiro bispo cruzado, e o primeiro cruzado. Foi ele quem, o primeiro, pediu ao Papa Beato Urbano II de portar a Cruz em sinal de guerra aos maometanos.

O acatadíssimo Migne defende que "antes de sua partida à Cruzada, pelo fim do mês de outubro de 1096, ele compôs a canção de guerra da (Primeira) Cruzada, na qual ele implorava a intercessão da Rainha do Céu, a Salve Rainha" (Migne, "Dict. des Croisades", s. v. Adhémar). Dom Ademar descubriu a Sagrada Lança durante essa Cruzada.

Igreja de São Miguel Arcanjo, Puy-en-VelayNão menos importante é a devoção a São Miguel Arcanjo naquela abençoada localidade.

O Puy exercia quase tanto ou igual atrativo à devoção ao Príncipe da Milícia Celeste do que o famosíssimo Monte Saint-Michel na Normandia.

Além do mais, o Puy era uma das etapas as mais prezadas pelos romeiros que depois seguiam a pé ‒ e ainda hoje seguem ‒ até o longínquo túmulo do Apóstolo Santiago em Compostela, Espanha.

Há ainda outros que com boas razões acham que a "Salve Rainha" foi obra do bem-aventurado alemão Hermann Contractus, também cultuado como santo. Por certo, a ele é atribuída a melodia gregoriana. Entretanto, tão grande foi a devoção medieval pela Salve Rainha que o próprio gregoriano elaborou muitas formas de cantá-la.

Acresce que Durandus, no seu "Rationale", põe na origem o espanhol D. Pedro de Monsoro, falecido perto do ano 1000, bispo de Compostela.

É lugar muito comum que as exclamações finais "ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria" tenham sido inspiradas por Nossa Senhora a São Bernardo de Claraval.

Ouçamos uma das mais famosas versões em gregoriano da "Salve Rainha", pelo Coral da TFP americana:


Salve Regína, Mater misericórdiae, vita, dulcedo et spes nostra salve!
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!

Ad te clamámus, éxsules filii Evae.
A vós bradamos os degredados filhos de Eva;

Ad te suspirámus geméntes et flentes in hac lacrimárum valle.
a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Eia ergo, advocata nostra, illos tuos misericórdes óculos ad nos convérte.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,

Et Jesum, benedíctum fructum ventris tui, nobis post hoc exsílium, osténde.
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre.

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!
Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.

Jaculatória final: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.




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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]