sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

[Catolicos a Caminho] Escuta da Palavra e Meditação - 22/12/2012 - Minha alma glorifica ao Senhor

 

Leituras do dia:

 

1Sm 1,24-28
Sl ( 1Sm 2)

ESCUTA DA PALAVRA - VER

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,46-56

 

"Naqueles dias, Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre".
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
" 

MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)

 

Meditação

 

Magnificat” é o título latino muito cedo dado ao “Cântico de Maria”, o belo poema de Lc 1,46-56. Mas engana-se quem pensa que Maria pronunciou tudo aquilo de improviso, dando uma de repentista.

O poema é uma coletânea de versos extraídos do Primeiro Testamento, tendo como pano de fundo o chamado Cântico de Ana (1 Sm 2,1-10).

E nesse sentido é poema de mulheres pobres, não só por marcar o encontro de Maria e Isabel, mas por se constituir em memória de um grupo que por nós precisa ser melhor conhecido.

Ao atribuir o poema a Maria, a comunidade de Lucas quer, entre outras coisas afirmar que a jovem mãe fazia parte dos pobres de Deus.

Desde a época da destruição do país pela Babilônia, que aconteceu por volta de 587 a.C., o povo israelita começa a esperar o restaurador do reino davídico, o Messias.

Com o passar do tempo, vão se constituindo grupos e partidos, cada um com sua teologia própria, cada um esperando um messias que viesse satisfazer seus interesses. Começam a se formular compreensões diferentes dessa figura.

Os fariseus, por exemplo, aguardavam a chegada de um messias que viesse restaurar o reino davídico a partir da exigência do cumprimento total da Lei de Moisés. Os zelotas, por sua vez, aguardavam um messias guerrilheiro que expulsasse a dominação romana por meio de uma revolução armada.

Apesar dos poucos registros históricos, sabemos da existência de um outro grupo que se reunia para louvar ao Deus dos pobres, na espera de um messias que viesse do meio dos pobres, tal como havia profetizado Zacarias: “Eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta” (Zc 9,9). Trata-se dos ‘anawîm, os pobres de Deus.

Desse grupo faziam parte, provavelmente, Isabel e Zacarias, os pais de João Batista, justos diante de Deus (Lc 1,5-6); o justo e piedoso Simeão, que aguardava a consolação de Israel (Lc 2, 25); a profetiza Ana, com seus oitenta e quatro anos de sonho e esperança (Lc 2, 36-38). E Maria, com seu noivo José, que também era justo, conforme Mt 1,19.

O termo “justo” é um adjetivo freqüentemente atribuído às pessoas participantes do grupo dos ‘anawîm. É notável a liderança das mulheres entre os ‘anawîm. Muito provavelmente em seus momentos de encontro, de oração, elas iam coletando frases do Primeiro Testamento e compondo canções como o Magnificat.

Os capítulos iniciais do evangelho de Lucas recolhem ainda o chamado Cântico de Zacarias (Lc 1, 68-75), outro exemplo desses poemas. Maria sabia de cor essas canções, elas eram a história do seu povo. Composição de mulheres que conhecem bem as Escrituras

Numa cultura onde as mulheres não tinham acesso às letras, chama a atenção como no Magnificat se fazem presentes os textos bíblicos.

É evidente a força feminina na manutenção da história através da memória oral, visto que a escrita estava ligada a pequenos grupos, normalmente de homens detentores do poder. Assim perceberemos como Maria e as suas companheiras conheciam bem a história de seu povo e dela tiravam forças para lutar.

A principal fonte inspiradora do Magnificat é o Cântico de Ana, mulher estéril, por isso discriminada e humilhada. Na amargura, chora e derrama a sua alma diante de Deus (1 Sm 1,10.15). Mas sabe expressar a sua gratidão ao se tornar mãe de Samuel: “eu o pedi a Javé” (1 Sm 1, 20).

Muito sabiamente, o redator de 1Sm a ela atribui o poema presente em 1Sm 2,1-10. “O meu coração exulta em Deus, a minha força se exalta arco dos poderosos é quebrado, os fracos são cingidos de força” (vv 1.4-5).

O Magnificat percorre vários livros do Primeiro Testamento:

 

Isaías havia dito: Transbordo de alegria em Javé, a minha alma se alegra, porque ele me vestiu com vestes de salvação, cobriu-me com um manto de justiça.. (Is 61,10). Hab 3,18 diz algo semelhante: “Eu me alegrarei em Javé, exultarei no Deus de minha salvação. A figura do “servo sofredor” também é retomada, quando o poema diz que o Senhor “socorreu Israel seu servo” (Lc 1,54).

Em Maria acontece algo extraordinário: toda a sua alma concebe o Verbo de Deus, porque ela foi imaculada e isenta de vícios, guardou a sua castidade com pudor inviolável. Assim, com Maria, engrandece ao Senhor, aquele que segue dignamente a Jesus Cristo.

A Virgem humilde de Nazaré vai ser a Mãe de Deus; jamais a onipotência do Criador se manifestou de um modo tão pleno.

 

O Coração de Nossa Senhora manifesta de modo transbordante a sua gratidão e a sua alegria. E então, canta: a minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador.

 

Reflexão Apostólica:

 

O que o MAGNIFICAT representa?

Quanto tempo o povo esperou por essa noticia? Quantas gerações se passaram desde Malaquias e Isaias? Quantas horas “sentados” ficamos a esperar por uma resposta do céu, para que Deus transformasse em laranja o limão que plantei? Sim! Erramos muito, mas por que Deus estaria ainda contente com esse filho que ainda cobre a lápis os pontilhados das letras da santidade?

Maria cantava por um povo, por um sonho, por uma promessa… Qual é o seu canto hoje?

Novamente lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma canção para cada pessoa que nasce.

 

Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos.

 

O que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, resignificando o seu passado.

Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto? Como a rede Globo, faça uma retrospectiva de 2012.

Durante o ano, Deus agiu profundamente no meu limoeiro (EU) o tornando mais agradável, e mesmo eu achando que não merecesse tanto Ele ainda insiste e tem paciência comigo. Me deu tantas missões e um povo para ajudar a cuidar.

Tenha fé e Deus fará o resto no seu limoeiro.

Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto?

 

ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)

 

Oração: Pai, faze-me sensível à espiritualidade daquela que escolheste para ser mãe de teu Filho, porque ela penetrou, de modo admirável, em teu mistério de amor. Senhor Jesus, que eu saiba reconhecer as maravilhas realizadas pelo Pai, na vida de Maria e na história da humanidade.

 

REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)

 

Propósito: Reconhecer as maravilhas do Senhor. 
             

 

RETIRO - CONTEMPLAÇÃO

(Para onde Deus quer me conduzir?)

 

- Mergulhar no mistério de Deus.

- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).

- Saborear Deus. Repousar em Deus.

- Ver a realidade com os olhos de Deus.

 

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]