NATAL !
É o dia em que todo o mundo celebra o Nascimento de Jesus e que é oficialmente celebrado pela Igreja Católica no dia 25 de Dezembro.
S. Lucas conta assim o Nascimento de Jesus :
- "Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto, para ser recenseada toda a terra.
Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria.
E iam todos recensear-se, cada qual à sua própria cidade.
Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de recensear-se com Maria, sua mulher, que se encontrava grávida.
E enquanto eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoira, por não haver para eles lugar na hospedaria.
Na mesma região, encontravam-se uns pastores, que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite.
O anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles, e tiveram muito medo.
Disse-lhes o anjo :
- "Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, Senhor. Isto vos servirá de sinal para o identificardes : - Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoira".
De repente juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo : -"Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado".
Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros : - "Vamos então até Belém e vejamos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer".
Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino, deitado numa manjedoira.
E quando os viram, começaram a espalhar o que lhes tinham dito a respeito daquele Menino. Todos os que ouviram se admiraram do que lhes disseram os pastores.
Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração.
E os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado".(Lc.2/l-20).
Não se sabe exactamente qual foi o dia em que Jesus nasceu, mas sabe-se que foi escolhido o mês de Dezembro porque o Natal como celebração cristã veio substituir outras festas pagãs que se celebravam desde há muitos anos em Dezembro.
Uma festa semelhante ao Natal já se celebrava há milhares de anos antes de Cristo, a chamada Sacaea.
2000 anos a.C., onde é o hoje o Iraque, celebrava-se um festival de cinco dias, com permuta de prendas, com competições desportivas e paradas que marcavam o fim do Inverno e o princípio de um Novo Ano.
Estes festivais evoluíram e passaram para a Europa de Leste, onde já se faziam outras celebrações a assinalar o fim de certas colheitas e a evocar as esperanças nas sementeiras já feitas em ordem a outras novas colheitas.
Por exemplo, no Inverno, o povo acendia grandes fogueiras na intenção de fazer reviver o Sol que se havia escondido nos tempos invernosos e frios.
Decoravam as suas casas com os ramos e folhas verdes das árvores de folha permanente, as chamadas sempre verdes, para mostrar que as árvores de folha caduca não tinham morrido mas simplesmente estavam adormecidas até à nova Primavera.
E quando o Sol voltava de novo a aparecer cada vez com maior vigor, voltavam a fazer novos festejos para celebrarem o seu aparecimento.
Mais para o Norte, no Báltico e na Escandinávia, os festivais do Inverno eram conhecidos por Yule, em honra dos deuses Odin e Thor.
Queimavam-se grandes troncos de árvores, os trovadores cantavam, e contavam-se lendas fantásticas e, nas aldeias bebiam um pouco mais, dos chifres e dos odres.
No Império Romano celebravam-se durante uma semana, os festivais chamados Saturnalia, em meados de Dezembro, quando o Sol andava mais baixo.
O Solstício do Inverno, em que os dias começam de novo a crescer, era assinalado como um dia sagrado chamado o Dies Natalis Invicti Solis (o nascimento do Sol invencível).
Durante as Saturnalia, os Romanos ornamentavam as suas casas também com as sempre verdes e folhas de louro; permutavam prendas com os amigos, os exércitos entravam em tréguas, os criminosos tinham algumas penas suspensas ou adiavam a sua execução e os escravos tinham liberdade para fazerem aquilo de que mais gostavam.
Era uma estação de alegria geral e de bom entendimento entre os homens.
Os Persas também faziam grandes fogueiras no Solstício do Inverno.
As suas festas eram em honra do deus pagão Mitras, o deus do fogo e o guarda contra o mal.
Os soldados e os mercadores levaram o culto de Mitras para a Europa de Leste que durante muito tempo e em muitos lugares rivalizou com o cristianismo.
Não se sabe exactamente quando foi o Nascimento de Cristo, mas sabe-se que Ele nasceu no reinado de Herodes o Grande, rei da Judeia o qual morreu no ano 4 a.C.
Portanto segundo a opinião dos escolares, Cristo teria nascido no ano 6 ou 7 a.C. (de harmonia com o Calendário cristão).
Por insuficiência de datas históricas, Dionísio Exíguo, o encarregado de organizar o Calendário a partir do Nascimento de Cristo, errou ao fixar o tempo do Seu nascimento.
Durante séculos após a morte de Cristo, muitas datas, entre Abril e Dezembro, foram propostas para a celebração do Natal.
O dia 6 de Janeiro, que marcava o baptismo de Cristo, foi em muitos lugares observado como o dia do Nascimento de Cristo e em alguns lugares ainda é celebrado nesse dia, especialmente em países Ortodoxos.
O Imperador Constantino Magno (288-337), pelo Édito de Milão, em 313, deu liberdade à Igreja, e foi a partir daí que muitas coisas começaram a organizar-se.
Nos meados do século IV ficou então determinado o dia 25 de Dezembro, aceite pelo Império Romano de Ocidente, como o dia da celebração do Natal, confirmando a data que os cristãos de Roma já tinham marcado dois séculos antes como dia de festa.
Nos fins do século IV os chefes da Igreja de Roma proclamaram a festa da Epifania, 12 dias depois do dia 25 de Dezembro (6 de Janeiro), como festa e uma ocasião sagrada.
Nessa altura, os Cristãos, de modo geral, aceitaram o dia 25 de Dezembro como o Dia da celebração do Natal, coincidindo com as celebrações do Solstício do Inverno, o Yule e a Saturnalia.
Para os Judeus havia também uma festa de Inverno, em honra da dedicação do Templo, chamada Hanukah, celebrada nos meados de Dezembro.
Embora o dia 25 de Dezembro fosse considerado o dia da celebração do Natal a partir do século IV, só a partir do século VI é que se começaram a contar os anos a partir da data suposta do Nascimento de Cristo.
Segundo as hipóteses de Kepler, Cristo teria nascido no Outono do ano 7 a. C.
Houve sempre uma tentativa, já desde o tempo de Orígenes (200), de oposição à celebração do Natal por ter as suas origens em festas pagãs, que perdurou até ao século XVII nas Américas, mas depois disso a Festa do Natal com as suas celebrações próprias entrou no espírito dos Cristãos e não Cristãos, de tal modo que, hoje em dia, por toda a parte a celebração do Natal é a mais popular de todas, onde se misturam ainda hoje devoções cristãs com práticas de origem pagã.
As Escrituras não dizem nada sobre o dia do Nascimento de Cristo, mas os historiadores e os exegetas têm feito esforços muito engenhosos para justificarem que Cristo nasceu mesmo em Dezembro.
Como sabemos, Zacarias era um sacerdote judeu, isto é, um descendente de Aarão, e o serviço do Templo estava dividido em 24 classes de sacerdotes, e cada classe servia apenas duas vezes por ano, durante uma semana de cada vez.
O Templo viria a ser destruído no ano 70 (no dia nono do mês de Ab).
A tradição judaica diz que a classe chamada Jojarib com o número l é que estava de serviço nessa altura.
Zacarias estava na classe chamada Abia, com o número 8.
Assumindo que nunca teria havido interrupções no serviço das várias classes, por um cálculo chegou-se à conclusão de que Zacarias estava de serviço em Outubro, de 2 a 9 do Ano Romano 748.
Assim, este mês foi o da conceição de João Baptista, que viria a nascer em Junho(e nós celebramos o seu nascimento em 24 de Junho).
Como a Anunciação de Maria foi no sexto mês de Isabel, teria sido em fins de Março(e nós celebramo-la em 25 de Março), e o nascimento de Jesus seria então em Dezembro (nove meses depois).
São apenas opiniões muito respeitáveis mas que não nos podem dar uma certeza.
Mas há outras opiniões :
* Durante o Inverno (geralmente de Novembro até à Páscoa) quando as pastagens eram insuficientes, o frio e as chuvas ameaçavam, os rebanhos não podiam andar por fora muito tempo, de modo que tinham que ficar guardados em lugares cobertos e abrigados.
Como Lucas diz que os "pastores pernoitavam nos campos (Lc.2/8), parece que a data de Dezembro não se coaduna muito bem.
Além disso também as pessoas não se deslocavam para o seu recenseamento durante o Inverno, de modo que talvez seja mais de admitir que o nascimento de Jesus tivesse sido em tempo de Primavera ou de Verão.
Para a Igreja Católica a celebração do Dia de Natal em 25 de Dezembro, não significa que histórica e cientificamente Cristo tivesse nascido nessa data, mas simplesmente que, por razões de conveniência ou de simbolismos, foi esse o dia escolhido para a celebração do Natal.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]