TEMPO DO ADVENTO !
- (21) CÂNTICO DE ZACARIAS (Benedictus)
-"Bendito seja o Senhor, Deus de Israel que visitou e libertou o Seu povo, e nos suscitou um poderoso Salvador na Casa de David, Seu servo".(Lc.1,68-69)..
O longo silêncio de Zacarais emerge com o seu Cântico, em resposta às aspirações e interrogação dos seus vizinhos :.
- "Quem virá a ser este menino?". (Lc.1,66).
Zacarias, com a força do Espírito Santo, faz as suas profecias.
Isabel, cheia do Espírito Santo pôde reconhecer o significado de Maria no plano de Deus :
- "Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o Menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo". (Lc.1,41).
Zacarias pôde também reconhecer o significado do nascimento de seu filho no plano de Deus e profetizou :
- "Então Zacarias, ficou cheio do Espírito Santo, e profetizou : Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o Seu povo". (Lc.1.67-68).
No princípio e no fim do cântico de Zacarias (Benedictus), aparece o sentido de uma "visita".
Lucas sugere que a rica ideia bíblica de uma "visita", descreve melhor o que Deus quer fazer através de João e de Jesus.
Uma "visita" na tradição bíblica significa que Deus "visita" o povo para o salvar.
O grande problema está em saber como essa "visita" será recebida.
Tal como o Magnificat de Maria, o Benedctus de Zacarias, segue os temas tradicionais hebraicos nos cânticos de acção de graças.
O Benedictus é um hino que descreve uma "profecia" sob a inspiração do Espírito Santo.
Uma profecia, no sentido bíblico fundamental, não significa primariamente, prever e anunciar o futuro, na linguagem moderna, mas uma proclamação iluminada do sentido dos acontecimentos.
Zacarias vê no nascimento de seu filho, a recordação da Aliança que Deus prometeu a David e a salvação definitiva de todo o povo :
- "Dirás, pois, agora, ao Meu servo David : Diz o Senhor dos exércitos : Eu tirei-te das pastagens onde apascentavas as tuas ovelhas, para fazer de ti o chefe do Meu povo Israel".(2 Sam.7,8).
A maneira como Lucas termina a história do nascimento de João é uma boa indicação da sua técnica de prender a atenção do leitor num acontecimento de cada vez, ainda que o pensamento dos vários acontecimentos esteja em todos eles.
E isto aparece bem claro quando o Benedictus diz :
- "Entretanto, o menino crescia e o seu espírito robustecia-se. E viveu no deserto até ao dia da sua apresentação a Israel".(Lc.1,80).
Faz-se aqui uma referência ao que se havia de dizer mais adiante :
- "...A palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto : Começou a percorrer toda a zona do Jordão, pregando um baptismo de penitência para remissão dos pecados...".(Lc.3,2-3).
A imagem descrita sobre a força salvadora de Deus, e aqui usada no mesmo sentido, vem já no salmo 18 :
- "Senhor, minha rocha, minha fortaleza e meu refúgio, meu Deus e meu abrigo em que me refugio, meu escudo, minha defesa e meu castelo".(Sl.18,3).
A imagem é também usada para se referir ao reino de David como instrumento da salvação de Deus e assim torna-se também um título messiânico.
O Benedictus de Zacarias proclama que Deus Se lembrou da Sua Aliança de relação com o Seu povo como a base de todas as Suas promessas dando ao Seu povo o poder de culto, pondo em prática as virtudes da santidade e da rectidão.
Devemos considerar toda a Criação operada por Deus, como uma bênção e como a prova da presença de Deus junto de nós, segundo as Suas promessas da Aliança.
Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]