TEMPO DO ADVENTO !
- (26) O MESSIAS E O REINO
-"Foram-lhe dadas soberanias, glória e realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas O servem. O Seu Império é um Império eterno que não passará jamais, e o Seu Reino nunca será destruído".(Dan.4,14).
Os judeus do tempo de Jesus viviam na expectativa de um Deus que fosse a última restauração de Israel.
Todos os judeus tinham a ideia de um Deus que fosse simultaneamente o Criador e o Salvador, o último árbitro da justiça no mundo.
Nas grandes profecias Israel tinha uma visão do que seria o "O dia do Senhor", quando Deus havia de agir para destruir a guerra e dar um tempo de paz e de plenitude.
Deus deveria não só cumprir as promessas feitas a Israel como também implantar a justiça sobre toda a Criação.
Nesta era, todo o mal devia ser destruído e o Reino de Deus ficaria completo.
A literatura judaica começou a referir-se à acção de Deus, como o estabelecimento do "Reino" de Deus.
O Profeta Daniel descreve um domínio que não acabará e um Reino que não será destruído :
- "O Seu império é um império eterno que não passará jamais, e o Seu Reino nunca será destruído". (Dan.7,14).
Já antes Daniel tinha escrito :
- "No tempo destes reis, o Deus dos céus fará aparecer um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo : Esmagará e aniquilará todos os outros enquanto Ele subsistirá para sempre". (Dan.2,44).
E ao longo de todo o seu Livro, Daniel permanece firme na sua ideia de um império eterno, e de um reino que será para sempre, por estas palavras de Nabucodonosor :
- "A faculdade da razão voltou-me e bendisse o Altíssimo; louvava e glorificava Aquele que vive eternamente, cujo domínio é eterno e cujo reino persiste de geração em geração". (Dan.4,31).
A oração judaica do Kaddish (= Santo), termina com este pedido :
- "Que Ele possa estabelecer o seu Reino durante a vossa vida e durante os vossos dias, e durante a vida de toda a casa de Israel".
No tempo de Jesus, a intensidade da expectativa a respeito do reino de Deus era muito alta.
O Apocalipse começou a aparecer, com a visão do estabelecimento do Reino, numa grande diversidade de caminhos – umas vezes com a figura do Messias e outras sem ela.
Tanto a pregação de João Baptista como a de Jesus, facilmente os situavam dentro desta matriz judaica que esperava para breve a acção da expectativa de Deus.
Perante a horrível perseguição de Antíoco IV e a revolta dos Macabeus (167-164 a.C.), os judeus ficaram com a convicção de que os heróicos mártires que tinham morrido pela sua fé, haviam de ressuscitar no último dia.
Também no tempo de Jesus começou a crescer o consenso geral de que o estabelecimento do reino devia incluir a ressurreição dos mortos.
Todavia, nem todos os judeus aceitavam este pensamento.
Os Saduceus, por exemplo, não acreditavam na ressurreição dos mortos, porque isso não estava explícito no Torah.
Os Saduceus só admitiam como sagrados os Livros do Pentateuco; ora a doutrina da ressurreição dos corpos só foi revelada nos livros posteriores do Antigo Testamento :
- "E quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus disse : Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob?".(Mt.22,31-32).
Esta citação refere-se ao que Deus disse a Moisés na sarça ardente :
- "Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão de Isaac e de Jacob".(Ex.3,6).
Os Fariseus, todavia, acreditavam e proclamavam a sua fé na ressurreição e Jesus estava de acordo com eles.
Assim, no tempo de Jesus havia uma verdadeira razão para compreender que a maioria dos judeus acreditava numa antecipação da acção de Deus para o estabelecimento do Reino de Deus que envolvia a destruição de todo o mal e a ressurreição dos mortos.
Os judeus consideravam o Reino de maneiras diferentes, e alguns deles incluiam a "unção" de um representante de Deus, o Messias.
O Reino de Deus podia ser considerado sem a figura do Messias, mas um Messias não fazia sentido sem o Reino de Deus.
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Com todas as profecias de Daniel, nós os católicos, estamos seguros da nossa fé e da nossa esperança em termos do cumprimento das profecias feitas por Deus ao seu povo, apesar de todas as perseguições e más interpretações de qualquer outra facção religiosa, que procura servir a Deus e ao próximo por outros caminhos, porventura mais fáceis e mais humamente atractivos, mas cuja esperança de salvação não tenha o aval dos profetas e de Cristo.
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