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ZENIT
O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 2 de dezembro de 2012
Santa Sé
- Seis novos cardeais para expressar o rosto da Igreja universal
Bento XVI: perspectiva universal da Igreja Católica como caráter fundamental da sua missão - "Para que, em todo o mundo, os emigrantes sejam acolhidos"
Intencões de oração do Papa para o mês de dezembro - "A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus"
Mensagem do Papa ao patriarca Ecumênico de Constantinopla por ocasião da festa do Apóstolo Santo André
Concílio Vaticano II 50 anos depois
- Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte I)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes - Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte II)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes - Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte III)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes
Liturgia e Vida Cristã
- As velas do advento
Pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Pequeninos do Senhor
- Catequista, onde você está?
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
- "Os jovens podem transformar o mundo com sua vida e santidade"
Pronunciamento do arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, na abertura do II Encontro Preparatório para a JMJ Rio2013
Brasil
- Cardeal Rilko anima missionários no Rio: Testemunho de fé
Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), Cardeal Stanislaw Rylko, a mais de cinco mil missionários, na tarde de sábado, 24 de novembro, na celebração em ação de graças pela missão popular realizada na Zona Oeste da cidade - Arquidiocese de Belo Horizonte recebe das mãos do Papa ícone de Nossa Senhora
Ícone de Nossa Senhora da Sabedoria irá percorrer todas as universidades católicas do Brasil
Homens e Mulheres de Fé
- Beato Tiago Alberione
Apóstolo dos meios de comunicação
Mundo
- "O caminho do Advento nos convida a não ter medo da noite"
Carta de dom Leuzzi aos estudantes universitários de Roma, por ocasião da peregrinação ao túmulo de São Pedro presidida por Bento XVI - Em 2014 no cinema, o filme sobre a vida de Bento XVI
A Odeon Film anunciou em Mônaco da Baviera uma produção internacional sobre a vida e a obra do Papa, baseada na biografia de Peter Seewald que deverá sair em 2014
Angelus
- Advento: um mistério que envolve inteiramente o cosmo e a história
Palavras de Bento XVI durante a oração mariana do Angelus
Testemunho
- Kiko Argüello, auto-apresentado pela primeira vez em um livro
Publicado na Espanha o volume sobre a vida do iniciador do Caminho Neocatecumenal: da crise existencial ao encontro com Cristo e ao nascimento do itinerário de fé presente hoje em 101 países
ANÙNCIOS
Santa Sé
Seis novos cardeais para expressar o rosto da Igreja universal
Bento XVI: perspectiva universal da Igreja Católica como caráter fundamental da sua missão
Salvatore Cernuzio
VATICANO, quarta-feira, 28 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Agregados à Igreja universal, para fortalecer os laços espirituais que vinculam a Igreja inteira, animada por Cristo e unida em torno do Sucessor de Pedro: é o que se espera dos seis novos cardeais criados na manhã de sábado, 24, pelo papa Bento XVI, no "miniconsistório" celebrado na Basílica Vaticana.
Os neo-cardeais são James Michael Harvey, ex-prefeito da Casa Pontifícia, nomeado arcipreste da basílica papal de São Paulo Extramuros; Sua Beatitude Bechara Boutros Raï, patriarca de Antioquia dos Maronitas, no Líbano; Sua Beatitude Baselios Cleemis Thottunkal, arcebispo maior de Trivandrum, na Índia; John Olorunfemi Onaiyekan, arcebispo de Abuja, Nigéria; Rubén Salazar Gómez, arcebispo de Bogotá, Colômbia; e Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, Filipinas.
Este é o quinto consistório de Bento XVI, o primeiro tão "pequeno" em comparação com os de 2006, 2007, 2010 e especialmente o de fevereiro último, que viu a criação de 22 novos cardeais, com 10 escolhidos entre chefes de dicastérios da Cúria Romana.
A novidade deste “pequeno consistório” é que, além de ampliar para 211 o número de cardeais, dos quais 120 são eleitores e 91 octogenários, ele empurra a Igreja Católica para além das fronteiras da Europa, com seis purpurados de três continentes e de países diferentes: Estados Unidos, Líbano, Índia, Nigéria, Colômbia e Filipinas.
Anunciando o consistório no fim do Sínodo dos Bispos, em outubro, o Santo Padre tinha dito: "Eu quis, com este consistório, completar o consistório de fevereiro, no contexto da nova evangelização, com um gesto da universalidade da Igreja , mostrando que a Igreja é Igreja de todos os povos, fala em todas as línguas, é sempre Igreja de Pentecostes. Não é Igreja de um continente, mas Igreja universal".
"A Igreja é católica porque Cristo abraça toda a humanidade em sua missão de salvação", reiterou o papa.
Bento XVI refletiu sobre o significado de "católica" como "traço essencial da Igreja e da sua missão". Especificamente, "a missão de Jesus em sua vida terrena se limitou ao povo judeu, mas já era orientada desde o início a levar a todos os povos a luz do Evangelho e a trazer todas as nações para o reino de Deus".
Esta perspectiva "universalista" emerge da apresentação que Jesus faz de si mesmo como o "Filho do Homem" (Mc 10,33). "Jesus usa esta expressão rica e complexa e a refere a si mesmo a fim de mostrar o verdadeiro caráter do seu messianismo, como missão para o homem todo e para todos os homens, superando todos os particularismos étnicos, nacionais e religiosos".
A universalidade da Igreja de hoje, portanto, nos chama a seguir a Cristo e remete "à universalidade do plano divino da salvação do mundo", que leva à "comunhão com Deus" e "supera a fragmentação e a dispersão". Isto, acrescenta o papa, "fica evidente no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo enche com a sua presença a primeira comunidade cristã, para que o Evangelho se estenda a todas as nações e faça todos os povos florescerem como o único Povo de Deus" .
A missão universal da Igreja, precisa o Santo Padre, "não vem de baixo para cima, mas de cima para baixo, pelo Espírito Santo, e desde o seu primeiro momento é direcionada para estar em todas as culturas e formar assim o único povo de Deus".
O colégio dos cardeais se situa como uma expressão do rosto da Igreja universal. "Eu gostaria de enfatizar, através deste consistório, que a Igreja é Igreja de todos os povos, e, portanto, se expressa nas várias culturas dos diferentes continentes. É a Igreja de Pentecostes, que, na polifonia das vozes, alça um canto harmonioso ao Deus vivente".
Dirigindo-se aos novos cardeais, o papa explicou o simbolismo dos sinais que acompanham o rito. O solideu vermelho lembra que "vocês têm que estar preparados para agir com fortaleza, até à efusão do sangue, pelo crescimento da fé cristã, pela paz e pela tranquilidade do povo de Deus". O anel é como um aviso: "Saiba que com o amor do Príncipe dos Apóstolos é reforçado o seu amor à Igreja".
A cerimônia continuou com o rito da criação e da proclamação solene dos novos cardeais, juntamente com o anúncio da ordem sacerdotal ou diaconal, bem como do título ou da diaconia da Igreja de Roma. Seguiu-se a profissão de fé dos cardeais diante do povo de Deus e o juramento de fidelidade e obediência ao papa e aos seus sucessores.
Bento XVI expressou a esperança de que os novos cardeais sejam "colaboradores preciosos", inclusive “com a Cúria Romana”, e se sintam sempre chamados a "dar corajoso testemunho de Cristo”.
(Trad.ZENIT)
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"Para que, em todo o mundo, os emigrantes sejam acolhidos"
Intencões de oração do Papa para o mês de dezembro
ROMA, quinta-feira 29 de novembro, 2012 (ZENIT.org) - O Papa propõe duas intenções de oração a cada mês, uma geral e outra missionária.
Aqui estão aquelas que foram confiadas ao Apostolado da Oração para o mês de dezembro, que começa no sábado.
Intenção Geral – Acolher os emigrantes
Para que, em todo o mundo, os emigrantes sejam acolhidos, especialmente pelas comunidades cristãs, com generosidade e autêntica caridade.
Intenção Missionária – Cristo, luz da humanidade
Para que Cristo Se revele a toda a humanidade com a luz que procede de Belém e se reflete no rosto da sua Igreja.
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"A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus"
Mensagem do Papa ao patriarca Ecumênico de Constantinopla por ocasião da festa do Apóstolo Santo André
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 30 de novembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir a tradução portuguesa da mensagem do Papa Bento XVI ao patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para a festa de hoje, Santo André Apóstolo .
***
À Sua Santidade Bartolomeu I
Arcebispo de Constantinopla
Patriarca Ecumênico
"Que o Cristo habite pela fé nos vossos corações" (Ef 3, 17)
Animado por sentimentos de profunda alegria e solidariedade fraterna, gostaria de fazer meu este auspício, que São Paulo dirige à comunidade cristã de Éfeso, para dirigí-lo ao senhor, Santidade, aos membros do Santo Sínodo, ao clero e a todos os fiéis, reunidos neste dia de festa para celebrar a grande solenidade de Santo André. Seguindo o exemplo do Apóstolo, também eu, em quanto vosso irmão na fé, “me ponho de joelhos diante do Pai" (Ef 3, 14), para pedir que vos conceda “ser fortalecidos com poder pelo seu Espírito" (Ef 3 , 16) e de "conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento" (Ef 3, 19).
A troca de Delegações entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, que se renova a cada ano, por ocasião das respectivas festas patronais de Santo André no Fanar e dos Santo Pedro e Paulo em Roma, testemunha de modo concreto o vínculo de proximidade fraterna que nos une. É uma comunhão profunda e real, ainda que imperfeita, que se fundamenta não em razões humanas de cortesia e de conveniência, mas na fé comum no Senhor Jesus Cristo, cujo Evangelho da salvação chegou até nós através da pregação e do testemunho dos apóstolos, selado pelo sangue do martírio. Podendo contar com este sólido fundamento, podemos avançar juntos com confiança no caminho que leva à restauração da plena comunhão. Neste caminho, graças também ao apoio constante e ativo de Vossa Santidade, temos feito muitos progressos, pelos quais lhe sou muito grato. Mesmo se a estrada à frente pode parecer longa e difícil, a nossa intenção de continuar nesta direção permanece inalterada, confortados pela oração que nosso Senhor Jesus Cristo dirigiu ao Pai: “sejam também eles em nós uma só coisa, para que o mundo creia”( Jo 17, 21).
Santidade, neste momento desejo renovar-lhe a expressão do meu vivo reconhecimento pelas palavras pronunciadas no final da celebração do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e pela abertura do Ano da Fé, que se realizou em Roma em outubro, palavras pelas quais o senhor foi capaz de interpretar os sentimentos de todos os presentes. Guardo lembranças vívidas da sua visita a Roma naquela circunstância, durante a qual tivemos a oportunidade de renovar os laços da nossa sincera e autêntica amizade. Esta amizade sincera que surgiu entre nós, com uma ampla visão comum das responsabilidades à qual fomos chamados como cristãos e como pastores do rebanho que Deus nos confiou, é motivo de grande esperança para que se desenvolva uma colaboração sempre mais intensa, na tarefa urgente de dar, com renovado vigor, testemunho da mensagem do Evangelho ao mundo contemporâneo. Agradeço também de coração ao senhor, Santidade, e ao Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico por ter querido inviar um delegado fraterno para que participasse da Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã". O desafio mais urgente, sobre o qual sempre estivemos de acordo com Vossa Santidade, é hoje aquele de como fazer para fazer chegar o anúncio do amor misericordioso de Deus ao homem do nosso tempo, muitas vezes distraído, mais ou menos incapaz de uma profunda reflexão no sentido da sua existência, preso por projetos e utopias que só o podem decepcionar. A Igreja não tem outra mensagem que o "Evangelho de Deus" (Rm 1, 1) e não tem outro método além do anúncio apostólico, apoiado e garantido pelo testemunho da santidade de vida dos pastores e do povo de Deus. O Senhor Jesus disse-nos que "a messe é grande" (Lc 10, 2), e não podemos aceitar que se perca por causa das nossas fraquezas e divisões.
Santidade, na Divina Liturgia de hoje que tendes celebrado em honra de Santo André, padroeiro do Patriarcado Ecumênico, rezastes "pela paz no mundo todo, pela prosperidade das santas Igrejas de Deus e pela união de todos”. Com todos os irmãos e as irmãs católicas, uno-me à vossa oração. A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus. A Ele, “que em tudo tem poder de fazer muito mais do que podemos pedir ou pensar, segundo o poder que já obra em nós” (Ef 3, 20) , dirigimos com confiança a nossa súplica, pela intercessão de Santo André e de São Pedro, seu irmão.
Com estes sentimentos de afeto sincero em Cristo Senhor, renovo as minhas cordiais saudações e troco com o senhor, Santidade, um abraço fraterno.
Vaticano, 23 de novembro de 2012
(Trad.TS)
Concílio Vaticano II 50 anos depois
Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte I)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes
Por Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, segunda-feira, 26 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - No discurso que João XXIII pronunciou no dia 14 de setembro de 1960, assim se exprimiu: “Grandes coisas na verdade nós esperamos deste Concílio, que não só pretende revigorar a fé, a doutrina, a disciplina eclesiástica, a vida religiosa e espiritual; mas também contribuir em grande maneira à consolidação dos principios de ordem cristã, para aqueles que se inspiram e para os que dirigem o desenvolvimento da vida civil, econômica, política e social. A lei do Evangelho deve chegar a todos estes”.
No homilía da Missa de abertura, Gaudet Mater Ecclesia, apresenta o fim do Concílio: “A finalidade principal deste Concílio não é a discussão de um ou outro tema da doutrina fundamental da Igreja. Para isto, não havia necessidade de um Concílio... É necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo. Será preciso atribuir muita importância a esta forma e, se necessário, insistir com paciência, na sua elaboração; e dever-se-á usar a maneira de apresentar as coisas que mais correspondam ao magistério, cujo caráter é predominantemente pastoral”.
Muitos comentaristas já fizeram notar sobre a ênfase pastoral deste Concílio.
Nestas palavras já estão contidas as ideias da GS.
Na conclusão dum artigo de Dom Boaventura Kloppenburg, perito do Vaticano II, publicado na Revista Eclesiástica Brasileira, em 2004, se lê: “Na verdade, não há, na história da Igreja, Concílio que se compare. Jamais foi tão grande e universal a representação. Jamais, tão variada a contribuição de todas as raças, continentes e culturas. Jamais, tão livre e ampla a discussão dos temas. Jamais, tão facilitada a comunicação exata das ideias. Jamais, tão demorada e minunciosa a preparação. Louvemos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!”
As duas Constituições conciliares de fundamental importância são a LG (Lumen Gentium) e GS. Indubitavelmente, elas marcaram a vida da Igreja, porque significam uma nova concepção da Igreja em si mesma. A GS é o prolongamento da Constituição Lumen Gentium sobre a Igreja, e representa um esforço para o estabelecimento de diálogo entre a Igreja e o mundo, de maneira autêntica e realista. E vai se tornando cada vez mais claro que, entre as Constituições Lumen Gentium e GS, existe uma passagem da preparação para a ação.
Já na primeira Sessão, o Concílio foi levado a ser centrado no duplo tema: A Igreja em si mesma e a Igreja no mundo de hoje. Uma em decorrência da outra.
A Gaudium et Spes é um documento carregado de novidades para a consciência da Igreja. Um desses documentos que, por si só, bastaria para assinalar o Vaticano II e contradistingui-lo de todos os outros Concílios que o precederam.
A Gaudium et Spes representa uma nova consciência para a Igreja e dá início a uma nova era eclesial. Este problema já estava na pauta dos debates no campo católico, antes do Concilio, sobretudo em forma de Doutrina Social da Igreja.
Para dar uma exata interpretação a todos os documentos conciliares, mas sobretudo a GS , é fundamental ler o discurso de Bento XVI aos Cardeais no dia 22 de dezembro de 2005. Nele apresenta-se a justa “hermenêutica da renovação da continuidade, refutando a hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”.
(A segunda parte será publicada amanhã, terça-feira, 27 de novembro)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma, Itália, em 1938 e realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
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Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte II)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes
Por Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, terça-feira, 27 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Hoje falaremos sobre a gênese do texto.
Para interpretar a GS à luz da "hermenêutica da renovação na continuidade”, é suficiente lembrar que esta Constituição não pode historicamente compreender-se, sem refletir sobre as intervenções dos Papas Leão XIII, Pio XI e Pio XII. Com o próprio magistério eles promoveram a doutrina social da Igreja, o desenvolvimento da democracia, e o diálogo com o mundo.
O ponto do inicio do novo texto foi a intervenção do cardeal Suenens (4 de dezembro de 1962).
Todos os textos da Comissão preparatória não foram aceitos. A desilusão era grande. Precisava pensar uma ordem sistemática para fazer o trabalho com racionalidade. No dia 1 de dezembro de 1962 os Padres tomaram uma decisão: iniciar o trabalho com o esquema De Ecclesia. Aqui se insere a intervenção do cardeal Suenens que foi considerada o ponto do inicio do novo texto.
O cardeal em síntese confirmou ser justo começar sobre a Igreja Lumen Gentium. Mas não era suficiente falar sobre a Igreja em si mesma, na sua constituição e problemas, isto é ad intra; precisava apresentar a Igreja aberta ao Mundo, as realidades sociais, os problemas tão urgentes. A Igreja tem uma resposta a oferecer, deve dialogar com o mundo. Isto significa falar sobre a Igreja ad extra. No dia seguinte o cardeal João Batista Montini, interveio para promover a ideia de Suenens. O primeiro esboço foi chamado esquema XIII, segunda a ordem de prioridade.
Este era também o pensamento do Papa João XXIII como explicitou na encíclica Mater et Magistra (15 de maio de 1961). Além disso, na Mensagem ‘Ecclesia Christi Lumen Gentium’ que Ele enviou ao Mundo (11 de setembro de 1962), fala da Igreja ad intra e ad extra: “A Igreja quer que a busquem na sua estrutura interior -vitalidade ad intra - no ato de apresentar, antes de tudo aos seus filhos, os tesouros de fé e de graça santificante... Considerada na relação com sua vitalidade ad extra, ou seja a Igreja frente às exigências e às necesidades dos povos, sente o dever de cumprir suas responsabilidades. O mundo tem seus problemas e busca agora resolvê-los. Estes problemas de forte gravidade, a Igreja os guarda sempre no seu coração. Por isso o Concílio Ecumênico poderá oferecer as soluções que a dignidade do homem e da sua vocação cristã exigem”.
Pensando nisso, João XXIII fez uma melhoria muito importante, mas só no final do seu pontificado (ele faleceu no dia 3 de junho de 1963). Infelizmente no início do Concílio não foi convidado nenhum leigo para ajudar e colaborar nos trabalhos da formação dos textos conciliares. O Papa permitiu (abril de 1963) convidar alguns leigos para apresentar o próprio parecer sobre este texto em preparação. Foi só Paulo VI, muito sensivel à promoção dos leigos (ele foi assistente espiritual dos universitários católicos por vários anos e formou a melhor elite política italiana dos anos 1950-1970) que conferiu um rol oficial aos auditores leigos no Concilio.
O trabalho da elaboração do texto iniciou na segunda parte de dezembro de 1962.
Um primeiro esboço foi aprovado em março de 1963. O texto estava formado de um Proemium e seis capítulos. O titulo era: Sobre a presença efetiva da Igreja no mundo contemporâneo.
Depois de um mês, (11 de abril de 1963), João XXIII publicou a nova encíclica Pacem in Terris, que tomava posição sobre os principais temas da vida internacional. Isso foi de grande ajuda à Comissão para a elaboração da GS.
Mas este primeiro esboço não foi satisfatório, porque pobre de conteúdo. Na reunião do 4 de julho de 1963 se pensou em dividir o texto em duas partes bem marcadas. Uma primeira mais geral para expôr os principios teológicos, para fundar a relação entre a Igreja e o Mundo. A segunda, mais específica, deveria enfrentar os problemas particulares. Em novembro de 1963 foi apresentado um novo texto. Chegarma muitas correções. Precisava-se de um grande trabalho. Por isso a Comissão tomou a decisão de reunir-se fora de Roma (fevereiro de 1964), na cidade de Zurigo (norte de Suiça) para ter mais tranquilidade. O texto que saiu era totalmente novo. Foi este que recebeu o nome GS.
Este novo texto foi apresentado à Assembléia no dia 20 de outubro de 1964 para a discussão. Dom Emilio Guano o apresentou com estas palavras: “O documento se propunha promover o diálogo com todos os homens, para os ouvir na sua forma de verem as suas situações e os seus problemas e esclarecer de que modo participa a Igreja no progresso do nosso tempo, qual contribuição podem e devem os cristãos dar para a solução dos grandes problemas que se põem aos homens neste momento da história”.
Mas ainda não teve um consenso suficiente. Precisava melhorar o texto em algumas partes.
A Comissão se reuniu na cidade de Ariccia (perto de Roma) desde o dia 31 de janeiro até 6 de fevereiro de 1965. O trabalho continuou em Roma (8-13 de fevereiro de 1965).
Desde abril à outubro de 1965 o texto foi discutido capítulo por capítulo. Finalmente o debate terminou no dia 7 de outubro. Neste debate foi de fundamental importância a intervenção de Dom Karol Wojtyla (28 de setembro de 1965). O seu discurso foi julgado como o mais importante em todo o Vaticano II, insistindo na antropologia personalista. Ele disse que: “a preocupação pastoral não pode prescindir da obra da redenção. O diálogo com o mundo não pode ter como fim simplesmente o bem comum, porque a Igreja não pode renunciar à sua tarefa específica, isto é, a sua missão da salvação. Com certeza a Igreja providencia também o bem temporal dos homens mas sem perder de vista o seu fim ultimo, isto é, consequir a salvação eterna. Esta clareza e sinceridade é fundamental para uma boa realização do dialogo” (texto em G. Caprile, Il Concilio Vaticano II, Quarto Periodo 1965, vol V, Ed. La Civiltá Cattolica, p. 118).
Depois das últimas correções, o texto definitivo foi apresentado à Assembléia e no dia 6 de dezembro de 1965 teve a votação final, com este resultado: eleitores presentes 2.373; placet 2.309; 64 negativos.
Papa Bento XVI, falando ao Clero de Roma (sua Diocese), 2 de março de 2006, assim comentou: “Recordo-me quando foi debatida a Constituição conciliar Gaudium et Spes. Por um lado, havia o reconhecimento do novo, da novidade. O “sim” da Igreja à época nova com as suas inovações, o "não" ao romantismo passado. Um "Não" justo e necessário. Mas depois os Padres encontram-se à prova disso no texto. Disseram também que apesar disso, apesar da necessária disponibilidade de ir em frente, de abandonar também outras coisas que nos eram queridas, há algo que não muda, porque é o próprio humano, a criaturalidade. O homem não é totalmente histórico. A absolutização do historicismo, no sentido de que o homem seria só e sempre criatura como fruto de um certo período, não é verdadeira”.
(A terceira parte será publicada amanhã, quarta-feira, 28 de novembro. A primeira parte foi publicada ontem, terça-feira, 27 de novembro)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma, Itália, em 1938 e realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
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Gaudium et spes: iter do texto e interpretação (Parte III)
Mons. Vitaliano explica a Gaudium et Spes
Por Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, quarta-feira, 28 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Hoje falaremos sobre a interpretação geral do texto.
Só uma palavra sobre a caraterística do documento. A Gaudium et Spes é uma Constituição Pastoral. Nesta, a Igreja entra em diálogo e comunhão ativa com o mundo, ressoando, de modo especial, no "aggiornamento" (atualização) e nos sinais dos tempos. Ela não é apenas sinal da salvação de Deus para o mundo, mas faz acontecer a salvação do mundo na história humana.
São evidenciados dois objetivos: o doutrinal, por ser uma Constituição, e o pastoral, por ser uma Constituição Pastoral. O pastoral indica, não a ausência de doutrina, mas um estilo de relação entre a Igreja e o mundo e uma linguagem dos ensinamentos conciliares.
Não há oposição nenhuma entre o doutrinal e o pastoral, pois este é uma dimensão intrínseca da natureza doutrinal do Magistério. Esta é a recomendação que o Sínodo extraordinário de 1985 nos oferece no texto Final- Ecclesia sub verbo Dei: “ Não é permitido separar a dimensão pastoral do vigor doutrinal dos documentos. O Concílio deve ser compreendido em continuidade com a grande tradição da Igreja... A Igreja é sempre a mesma em todos os Concílios (n. 5), deve ser evitada e superada aquela falsa oposição entre a dimensão doutrinal e pastoral. De fato , o verdadeiro fim da pastoral consiste na atualização e concretização da verdade da salvação, válida por todos os tempos (B1). Nunca deve-se esquecer que a pastoralidade é uma dimensão intrínseca à natureza doutrinal do Magistério”.
O Vaticano II, enquanto concílio que se auto-qualificou como “pastoral”, esteve privado de um carácter Doutrinal “definitório”. Mas não se pode naturalmente deduzir que esteja privado de doutrina própria.
Na homilía de conclução do Concílio (7 de dezembro de 1965), Paulo VI explicou este ponto: “Convém notar uma coisa: o magistério da Igreja, embora não tenha querido pronunciar-se com sentenças dogmáticas extraordinárias sobre nenhum capítulo doutrinal, propôs, todavia, o seu ensinamento autorizado acerca de muitas questões que hoje comprometem a consciência e a atividade do homem. Por assim dizer, a Igreja abaixou o diálogo com o homem conservando sempre a sua autoridade e a sua virtude, adaptou a maneira de fala acessível e amiga que é própria da caridade pastoral”.
Já o Proêmio demonstra que a exposição doutrinal, da primeira parte, se conecta com a índole pastoral da segunda parte, como esclarece a nota 1(§ 3) “A Constituição Pastoral - A Igreja no mundo de hoje’, formada por duas partes, constitui um todo unitário. É chamada ‘pastoral’, porque, apoiando-se em princípios doutrinais, pretende expôr as relações da Igreja com o mundo e os homens de hoje”.
É por isso que a maioria dos teólogos são unânimes em considerar que a Gaudium et Spes representa a expressão particularmente significativa de uma atitude da Igreja, a partir do Vaticano II, em relação com o mundo contemporâneo. A categoria do diálogo fornece a chave para a elaboração e para a compreensão do texto. Como tal, a GS é considerada a “magna carta” do diálogo entre a Igreja e o mundo.
O Santo Padre Bento XVI no dia 10 de outubro deste ano, disse que as quatro Constituições conciliares devem ser consideradas como uma espécie de “quatro pontos cardeais da bússola que podem nos orientar”.
(Para ler a primeira parte clique aqui; para ler a segunda parte clique aqui)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma, Itália, em 1938 e realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
Liturgia e Vida Cristã
As velas do advento
Pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
ROMA, sexta-feira, 30 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Um leitor de língua inglesa enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:
Existe uma ordem estabelecida quanto à vela a ser acesa na segunda semana do advento? Alguns membros da comissão litúrgica disseram que é a vela à direita da primeira vela acesa (no sentido anti-horário), outros disseram que é a vela à esquerda (no sentido horário). Eu sei que na terceira semana é acesa a vela rosa (D.C., San José, Califórnia, EUA).
McNamara deu a seguinte resposta:
Não consta que haja uma ordem estabelecida, nem oficial nem tradicionalmente, a não ser, justamente, que a vela rosa deve ser acesa no terceiro domingo (Gaudete) do advento. As outras três velas são geralmente na cor roxa, embora possam ser também brancas. Entre os protestantes, quatro velas vermelhas são o mais comum, com a adição ocasional de uma vela branca no centro para representar Cristo. Em algumas regiões de países como a Itália e o Brasil, são usadas às vezes velas de quatro cores diferentes, que são iluminadas a partir da mais escura até a mais clara, para indicar a iluminação progressiva do mundo com a vinda de Cristo.
Embora não haja nenhuma ordem estabelecida relativamente à primeira e à segunda vela, a tradição mantém a ordem em que elas vão sendo acesas. Em outras palavras, chegando-se ao quarto domingo, é acesa primeiro a vela da primeira semana, depois a da segunda semana, depois a vela rosa e, finalmente, a vela restante. Esta ordem deve ser mantida toda vez que as velas são acesas ao longo das quatro semanas.
Mais discutidas, por outro lado, são as origens da coroa do advento. Alguns as colocam nos primórdios da tradição escandinava pré-cristã. Outros argumentam que é um produto da Idade Média ou do luteranismo do século XVI. Um pesquisador propôs que as origens da versão moderna da coroa do advento estão na cidade alemã de Hamburgo, onde teria surgido em 1839 pela iniciativa do pastor protestante Johann Hinrich Wichern (1808-1881). O costume da coroa se espalhou a seguir pelas outras igrejas, incluindo a católica, e por outros países, como os Estados Unidos da década de 30 do século passado. Esta versão não é impossível: uma tradição como esta, sem documentos oficiais que comprovem o seu nascimento, pode parecer antiga depois de apenas três gerações. Com exceção da América do Norte, o costume da coroa do advento é relativamente novo e se espalhou por alguns países da América Latina e pela Itália somente nos últimos 20 anos.
Seja qual for a verdade, a coroa é um símbolo que a maioria das denominações cristãs pode compartilhar e apreciar.
O simbolismo da coroa do advento é muito bonito. O círculo da coroa, sem começo nem fim, e feito sempre de verde, representa a eternidade e a vida eterna encontrada em Cristo. As quatro velas representam as quatro semanas do advento, e seu acendimento progressivo expressa a expectativa e a esperança da vinda do Messias.
Existem várias maneiras de interpretar as quatro semanas. Por exemplo, a primeira semana evoca os patriarcas e a virtude da esperança. A segunda recorda os profetas e a paz. A terceira representa João Batista e a alegria, e a quarta e última semana traz a figura de Maria e a virtude do amor. Se houver uma quinta vela (branca, ao centro), ela representa Cristo, a luz do mundo, e é acesa na vigília de Natal ou no dia de Natal.
Outras formas de interpretar as quatro semanas e velas são possíveis, desde que respeitem o caráter litúrgico do período.
Pequeninos do Senhor
Catequista, onde você está?
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Por Rachel Abdalla*
CAMPINAS, quinta-feira, 29 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - Não existe uma regra ou uma cartilha que ensine como evangelizar! Cada lugar, região e país têm sua cultura, suas riquezas e valores, suas deficiências e necessidades que precisam ser considerados. O que é importante para um, pode ser insignificante para o outro!
Por isso, todo catequista, esteja onde estiver, precisa fortalecer a sua fé e conhecer a razão de seu chamado e de sua missão evangelizadora a partir do chão onde está pisando; buscar uma formação fundamentada nos ensinamentos de Jesus e da Igreja; e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus que é um só e, portanto, conhece a realidade onde a fé será transmitida e acolhida.
Conforme a Encíclica Redemptoris Missio[1], o ministério do catequista é necessário e tem características peculiares, pois são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força de base das comunidades cristãs (73), e 'além de serem educadores da fé, são discípulos e missionários de Jesus Cristo'.[2]
Sabendo onde está e tendo consciência de seu apostolado e ministério, o catequista precisa cativar a criança e levá-la até Jesus, apresentando-lhe um amigo que estará sempre por perto. Mas, como fazer isso? É preciso conhecer primeiramente, acolher de modo especial para saber quem é a criança que está chegando e que está do outro lado, e o que ela espera da catequese.
Quando Jesus esteve entre os homens, Ele sabia onde estava pisando e quem eram seus discípulos, a realidade do povo e suas necessidades. Ele conhecia a cada um de modo particular! Assim também deve ser o catequista! Ele precisa conhecer aquele que está sendo evangelizado: a realidade, as necessidades, as carências, os desejos e as expectativas do outro, para que o Evangelho que será anunciado venha de encontro aos interesses comuns, e encontre espaço para ser acolhido, entendido e vivido coerentemente.
A meditação o Evangelho de Lucas 24,13-35, que narra os discípulos a caminho de Emaús, mostra Jesus se aproximando e se colocando como ouvinte para entender o que se passa no entendimento e no coração dos dois discípulos. Ao ficar entre eles, Jesus lhes dá atenção, caminha com eles e aquece-lhes o coração. Somente depois, Ele os orienta e evangeliza, e Se revela durante a ceia, ou seja, no momento de intimidade entre amigos que confiam um no outro.
No desejo ansioso de evangelizar, muitos catequistas, querendo mostrar seus conhecimentos, se esquecem do processo do acolhimento, do encontro, do envolver-se com o outro. No chão em que estão pisando, eles devem caminhar lado a lado com o catequizando até que este os chame de amigo, e neste momento, então, estarão se revelando como um reflexo da luz de Jesus e, consequentemente, estarão evangelizando!
Catequistas, não pulem etapas! Olhem para o horizonte sem deixar de saber onde estão fincados os seus pés!
*Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e Presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de Famílias da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo; apresenta o 'Programete Pequeninos do Senhor', dentro do Programa 'Povo de Deus' da Arquidiocese de Campinas, na Rádio Brasil Campinas; e é membro da 'Equipe de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas.
Site: www.pequeninosdosenhor.org
Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: contato@pequeninosdosenhor.org
Para ler o artigo anterior clique aqui.
[1] Encíclica Redemptoris Missio (73) - Papa João Paulo II - 1990
[2] texto de abertura do Estudo 95 da CNBB – de Dom Dimas Lara Barbosa – Secretário Geral da CNBB
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
"Os jovens podem transformar o mundo com sua vida e santidade"
Pronunciamento do arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, na abertura do II Encontro Preparatório para a JMJ Rio2013
RIO DE JANEIRO, terça-feira, 26 de novembro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos abaixo a íntegra do pronunciamento do arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local, Dom Orani João Tempesta na Abertura do Encontro Internacional Rio de Janeiro em preparação para JMJ Rio 2012.
Cumprimentos ao Cardeal Rilko, Mons. Joseph Klemens e demais membros do PCL – agradeço pela proximidade e partilha nestes tempos de preparação para a JMJ do Rio, seja pessoalmente, seja através das cartas ou pelos modernos sistemas de videoconferência
Cumprimentos a D. Giovanni D’Aniello, núncio apostólico no Brasil, que desde a sua chegada entre nós tem demonstrado mais que o seu apoio à JMJ, tem demonstrado profundo interesse tem se empenhado nos vários trâmites que um evento como esse exige, seja com os departamentos do governo federal, seja com os embaixadores em Brasília, seja com a sua presença e visitas ao Rio de Janeiro
Cumprimentos a D. Eduardo e a Comissão Episcopal para Juventude que assumiu toda a peregrinação da cruz da juventude e do ícone de Nossa Senhora pelo Brasil e alguns países do sul da América Latina, assim como a organização da Semana Missionária (novo nome da pré-jornada), se empenha na animação da Campanha da Fraternidade sobre a juventude em 2013 e vislumbra um belo trabalho para a pós jornada no Brasil na missão junto aos jovens. A unidade conosco e o interesse pelo trabalho em comum para o bem da juventude sempre é um passo importante para quem deseja a Evangelização da nossa juventude.
Cumprimentos ao COL – bispos auxiliares, padres, religiosos, religiosas, consagrados, leigos e leigas, jovens e adultos, voluntários e funcionários, que diuturnamente dão testemunho de seu entusiasmo pela causa da JMJ e com criatividade levam adiante a organização de um evento que marcará não só suas vidas, mas a do nosso país, e principalmente de nossa Arquidiocese – louvado seja Deus por todos vocês!
Cumprimentos a todos os irmãos Bispos das diversas nações que se deslocaram até o Rio de Janeiro para este II Encontro Internacional. Tem me impressionado o número de Bispos que nos têm procurado para informações e preparações para que seus jovens possam ser bem acolhidos e participarem bem da JMJ. É realmente uma grande alegria ver e testemunhar essa participação de todos. Sejam muito bem vindos.
Cumprimentos aos padres, religiosos, religiosas, consagrados e os queridos jovens das diversas Conferências Episcopais e dos diversos movimentos, comunidades, grupos de jovens ou consagrados que vieram para partilhar desse belo momento de preparação para a JMJ Rio 2013
Cumprimentos às autoridades e representantes dos governos municipal, estadual e federal do Brasil que estão ou estarão presentes durante este evento. O apoio incondicional e entusiasmado e interessado de todos, desde quando nos candidatamos para sediar a Jornada, e agora, assumindo conosco as buscas de soluções e devidos encaminhamentos para que os jovens do mundo possam ter aqui no Brasil um momento de intensa vida em Cristo e aqui no Rio de Janeiro, que se torna o Santuário Mundial da Juventude em Julho do próximo ano, meus agradecimentos sinceros. Aos senhores e senhoras aqui presentes e transmitam aos que aqui são representados o nosso reconhecimento.
A Palavra do Papa Bento XVI em sua mensagem para a JMJ Rio 2013 são as palavras que quero dizer a todos os que hoje nos encontramos aqui neste II Encontro Internacional de Preparação da a Jornada do Rio de Janeiro: “Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.”
Este sinal tão conhecido do mundo que se encontra no alto do Corcovado completou 81 anos de sua inauguração. É recoberto por pequenas pedras (pedra sabão) que tem escrito por trás de cada uma os nomes de todos os colaboradores dessa construção. Gostaria de dizer que, também na Jornada, tenho certeza, que em Jesus Cristo Redentor, que essa imagem representa, estarão escritos também todos os nomes de vocês e de todos os jovens que virão para a JMJ Rio 2013. Todos somos chamados a ser o Corpo Místico de Cristo.
Vivemos tempos muito importantes na história da Igreja. Ano da Fé e a conclusão do Sínodo dos Bispos para a nova Evangelização. Esta Jornada se insere dentro desses eventos mundiais da Igreja. É isso que nos diz o Papa Bento XVI em sua mensagem: “Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.”
É uma alegria ver a juventude tomar seu lugar na sociedade e na Igreja na missão evangelizadora. Ontem, na abertura deste II Encontro Internacional recebemos a bela notícia que os pais de Chiara Luce, uma das intercessoras deste Jornada estarão presentes com o seu testemunho. Ontem também celebramos o aniversário (73 anos) de retorno ao Pai de uma criança carioca que está em processo de beatificação – Odetinha. Os jovens podem transformar o mundo com sua vida e santidade. É esse o caminho que o Papa nos aponta em sua carta para a esta jornada: “A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo”.
Sempre vi em nossa missão uma continuidade daquilo que os nosso antepassados viveram e nos passaram. É como as Olimpíadas (que o Rio de Janeiro será sede em 2016): cada um passa a tocha de luz para o outro até chegar ao momento solene de acender a pira Olímpica. O Papa Bento XVI recorda essa missão da geração jovem, a geração “z” como é chamada, de acolher e passar a fé aos seus contemporâneos com a linguagem própria de hoje, pelos meios digitais, pela migração, principalmente porque encontraram com Cristo e são chamados a anuncia-lO. Porém, como naquela época, são chamados a superar as dificuldades do tempo presente e fazer melhor para o futuro: “A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras:«É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela».E concluía com um apelo:«Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!»(Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
A estátua do Cristo Redentor tem um único sinal que está também retratado dentro da imagem: o coração. O arquiteto quis demonstrar o grande segredo da mensagem: que o centro está no Coração de Jesus Cristo, onde o construtor da imagem colocou o seu nome e de sua família. É a consequência que queremos atingir também com a Jornada do Rio de Janeiro: estarmos todos no coração de Cristo que nos convida a ser para o mundo sinal do amor universal e a todos sermos anunciadores dessa boa notícia, sendo seu coração e seus braços abrindo nossa boca a esse anúncio e proclamação. É o que nos recorda o Papa Bento XVI em sua mensagem para a JMJ: “Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.”
Há 25 anos atrás a JMJ foi realizada pela primeira vez na América Latina. Eram, outros tempos e outras necessidades. Depois desses anos todos o mundo se transformou e também a nossa América Latina. A Jornada neste anos, depois de um jubileu de prata de ausência deste continente retorna após uma bela Conferência Geral do Episcopado Latino Americano ocorrido em Aparecida, aqui no Brasil, com a presença do Papa Bento XVI. O seu retorno ao Brasil para celebrar com a juventude do mundo o encontro com Cristo na JMJ deve ser inspirado na “missão permanente” proclamada em Aparecida como o próprio Papa se refere em sua mensagem a JMJ: “Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé”
Por isso caríssimos irmãos e irmãs que para cá vieram para esse belo compromisso com a evangelização do mundo com a juventude: sejam bem vindos todos! Ao recebe-los neste encontro vislumbramos o que daqui 240 dias estaremos vivendo com os jovens que os senhores e as senhoras representam: o encontro dos jovens com Cristo na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro! Maria, estrela da Nova Evangelização interceda por todos nós para que façamos tudo o que Jesus deseja para que sejamos testemunhas do amor de Deus.
D. Orani João Tempesta, O. Cist.
(http://www.rio2013.com/pt)
Brasil
Cardeal Rilko anima missionários no Rio: Testemunho de fé
Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), Cardeal Stanislaw Rylko, a mais de cinco mil missionários, na tarde de sábado, 24 de novembro, na celebração em ação de graças pela missão popular realizada na Zona Oeste da cidade
Por Carlos Moioli
RIO DE JANEIRO, segunda-feira, 26 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - “Vocês são apóstolos da Nova Evangelização”, disse o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), Cardeal Stanislaw Rylko, a mais de cinco mil missionários reunidos em Realengo, no final da tarde de sábado, 24 de novembro, na celebração em ação de graças pela missão popular realizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Depois de chegar de Roma e sobrevoar mais uma vez a região, onde o Papa Bento XVI estará reunido em 2013 com jovens de todo o mundo, o Cardeal se alegrou em participar da celebração presidida pelo arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Dom Orani João Tempesta.
“Muito grato pela oportunidade em participar desta Eucaristia, agradeço a vocês irmãos e irmãs pelo belo testemunho de fé que demonstram hoje”, disse o Cardeal Rilko, quando a Igreja no Brasil, na Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, celebra o Dia do Leigo.
“Uma vez um jornalista, disse o Cardeal, me perguntou o que a Igreja no Brasil tinha para oferecer aos jovens do mundo inteiro” por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. “Penso que o dom mais precioso que vocês podem partilhar e a fé, uma fé cheia de alegria e de entusiasmo”, disse.
Falando aos missionários em italiano, com tradução de Dom Orani, disse que o Santo Padre Bento XVI depois de voltar de sua última visita ao Brasil (maio 2007), confessou que ficou profundamente tocado pela fé do povo brasileiro.
“O Papa disse que encontrou no Brasil uma Igreja viva e missionária. Essa Igreja viva e missionária são vocês todos”, pontuou o Cardeal.
A visita ao Rio, explicou o Cardeal, na companhia do secretário do PCL, Dom Josef Clemens, desta vez, é para participar da última etapa de preparação da JMJ. O encontro preparatório, que acontece até o dia 29 de novembro, conta com a presença de 200 delegados ligados às conferências episcopais, movimentos e Novas Comunidades, vindos de 75 países.
“Cheios de esperança, os jovens do mundo inteiro desejam vir aqui ao Rio de Janeiro em 2013, não só para ver essa bela cidade, mas acima de tudo, para encontrar-se com Cristo”, disse.
Falando com entusiasmo aos missionários, muitos vestindo camisetas com a logomarca da JMJ, disse que a mensagem de Bento XVI para a próxima JMJ, no Rio, insiste no protagonismo dos jovens como missionários. Que o convite do Papa aos jovens indica como sinal a estátua do Cristo Redentor do Corcovado: “Vocês devem se tornar os braços abertos do Cristo a todos que buscam a fé. Vocês devem se tornar o coração aberto de Cristo, a todos aqueles que querem mudar de vida e se tornarem verdadeiros discípulos missionários do Evangelho”.
Ao concluir a mensagem, sendo muito aplaudido, disse: “Até logo, em julho de 2013 nos veremos de novo”.
Abertura
A missa de abertura da segunda edição do Encontro Preparatório para a JMJ Rio2013, presidida por Dom Orani, no domingo, 25 de novembro, às 18h, na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, contou com a presença do núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni d'Aniello.
Na programação do encontro, juntamente com os delegados internacionais, questões sobre a geografia da cidade, segurança, locomoção, inscrições, hospedagens, alimentação, voluntariado, sistema de vistos e ingresso no país, aspectos pastorais, culturais e econômicos, feiras e eventos missionários.
Ainda na pauta, uma reflexão sobre a mensagem do Papa para a 28ª. JMJ. Na conclusão, missa no Corcovado, visita ao Forte de Copacabana e na Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
O primeiro encontro internacional, que fez um balanço da JMJ de Madri, em agosto de 2011, foi realizado em março deste ano em Rocca di Papa, próximo a cidade de Roma.
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Arquidiocese de Belo Horizonte recebe das mãos do Papa ícone de Nossa Senhora
Ícone de Nossa Senhora da Sabedoria irá percorrer todas as universidades católicas do Brasil
BELO HORIZONTE, quarta-feira, 28 de novembro de 2012(ZENIT.org) - A Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Belo Horizonte informou que o bispo auxiliar dom João Justino de Medeiros Silva e uma comissão da Pastoral na Universidade, da PUC Minas, participam da solenidade presidida pelo Papa Bento XVI da peregrinação dos universitários católicos ao túmulo do Apóstolo Pedr,o dia 1º de dezembro às 17h, em Roma. O evento é organizado pela Congregação para a Educação Católica.
Na oportunidade, o Papa irá entregar um ícone de Nossa Senhora da Sabedoria para a Arquidiocese de Belo Horizonte, sede do próximo Congresso Mundial de Universidades Católicas, que será realizado na PUC Minas, entre os dias 18 e 21 de julho de 2013. O congresso integra as atividades da Semana Missionária de Belo Horizonte, que antecede a Jornada Mundial da Juventude. O ícone de Nossa Senhora, irá percorrer todas as universidades católicas do Brasil, até julho de 2013, quando será apresentado na JMJ, no Rio de Janeiro.
Na véspera da peregrinação, dia 30, dom João Justino preside uma vigília na Basílica de São Paulo, em Roma, com o tema Maria, fonte de sabedoria.
Também participam da solenidade, representando a Arquidiocese de Belo Horizonte, o coordenador-geral da Ação Pastoral Universitária, professor Camilo de Lelis Oliveira Santos Ribeiro, a estudante do curso de Engenharia de Energia e integrante da comissão do Cmuc, Laís de Oliveira Assis, e os padres da Arquidiocese, que estão estudando em Roma, Marcelo Apolônio Policarpo, Leonardo Pessoa Silva Pinto e André Erick Alves Ferreira.
Homens e Mulheres de Fé
Beato Tiago Alberione
Apóstolo dos meios de comunicação
Isabel Orellana Vilches
MADRI, 27 de novembro de 2012 (ZENIT.org) – Contamos hoje a história de um gigante da comunicação católica e da vida religiosa a serviço da modernização da mensagem eclesial por meio das novas tecnologias. Nascido na Itália, o fundador da Família Paulina, beato Tiago Alberione, vê hoje a sua obra estendida pelo mundo todo.
*****
Quem tem sangue de apóstolo perscruta o que o rodeia com olhar penetrante, sempre atento aos sinais de Deus e disposto a orar e agir sem dilação. É o caso de Tiago Alberione. Ele nasceu na localidade italiana de San Lorenzo di Fossano em 4 de abril de 1884. Seus sonhos infantis lhe indicavam o sacerdócio. Com a orientação de um pároco, ele começou os estudos no seminário de Bra em 1896, prosseguindo a formação no seminário de Alba a partir de 1900. A providência pôs em seu caminho o pe. Francisco Chiesa, pessoa que influenciou enormemente a sua vida. Mas, justamente quando o relógio marcava as primeiras horas do ano de 1901, Tiago viveu uma experiência que o marcou para sempre.
Onde os santos encontram as respostas que procuram? Na oração, naturalmente. E naquela madrugada, quando em tantos outros lugares do mundo era celebrada com grandes faustos a chegada do ano novo, o jovem seminarista orava na catedral, prostrado diante do Santíssimo. Em sua mente, os pensares de quem procura a glória de Deus. Ele meditava sobre a encíclica Tametsi Futura Prospicientibus, de Leão XIII, e, em um momento dado, o fulgor que emanava da Sagrada Hóstia o instou a agir. Ele precisava formar-se com toda a urgência para servir à Igreja e à humanidade de um jeito ainda desconhecido para ele, mas que teria uma extraordinária repercussão ao longo do século recém-nascido: a mídia, que em suas mãos se tornaria um instrumento de inegável fecundidade apostólica.
Sete anos mais tarde, foi ordenado padre e começou o ministério pastoral em Narzole e em paróquias vizinhas. Pregava, dava conferências e catequizava. Aproximava-se a hora de pôr em prática a missão que Deus determinara para ele. Nessa época, Tiago conheceu um dos seus mais estreitos colaboradores, José Giaccardo, e enxergou com clareza o importante papel da mulher na evangelização, chegando à certeza de que a estrada que devia seguir para exercer o trabalho apostólico era a dos recursos da comunicação. Sendo professor no seminário de Alba, foi nomeado diretor do semanário Gazzetta d'Alba em 1913. Em 1914, fundou a Sociedade de São Paulo, da qual foi Superior Geral até 1969. Em 1915, junto com Teresa Merlo, criou a Congregação das Filhas de São Paulo. Em 1921, ao ser erigida a Pia Sociedade de São Paulo, alguns dos membros começaram a professar os votos privados. No mesmo ano, pediu a aprovação da pia sociedade como congregação diocesana. Gravemente doente em 1923, e quase desenganado pelos médicos, acabou conseguindo uma recuperação surpreendente, que atribuiu à intercessão de São Paulo.
A obra que Tiago fundou, nutrida com treze revistas que difundiam o evangelho a todas as pessoas, se estendia por grande variedade de lugares. Da fecundidade do beato dão prova as instituições que compõem a Família Paulina, um “conglomerado” apostólico lançado entre 1914 e 1960. Tiago era um homem de oração, com carisma entre os jovens, de fé arrebatadora. Dizia que era preciso «trabalhar com os joelhos». Sua mente, aberta ao infinito, se resumia no «pensar grande» que ele aconselhava aos seus, acrescentando: «Pensar e fazer; não apenas sonhar».
Jejuava frequentemente e durante vários dias, sem que este esforço o debilitasse. Junto às preocupações próprias da sua missão fundadora, viveu com sofrimento a separação de alguns de seus colaboradores que o precederam na morte. Padecia de uma escoliose que lhe causou muitas dores e que o foi enfraquecendo até o falecimento, em 26 de novembro de 1971. Antes, fora visitado por Paulo VI, que louvou as suas virtudes e a sua grande obra. Foi beatificado por João Paulo II em 27 de abril de 2003.
Mundo
"O caminho do Advento nos convida a não ter medo da noite"
Carta de dom Leuzzi aos estudantes universitários de Roma, por ocasião da peregrinação ao túmulo de São Pedro presidida por Bento XVI
ROMA, quinta-feira, 29 de novembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir a carta de dom Lorenzo Leuzzi, bispo auxiliar da diocese de Roma e delegado para o Instituto da Pastoral Universitária, dirigida a todos os estudantes das universidades de Roma que participarão na peregrinação de 1º de dezembro até o túmulo do Apóstolo Pedro, presidida pelo papa Bento XVI, em preparação para o Natal.
***
Queridos estudantes universitários,
Ao voltar de Assis, eu pensei muitas vezes, com grande alegria, nos seus rostos serenos e sorridentes: uma nova geração de amigos apaixonados de Jesus, como Francisco e Clara!
Não fazemos nenhum gesto clamoroso: apenas o silêncio da escuta e a alegria de retornar à casa do Pai, que nos vê de longe e corre ao nosso encontro. Francisco estava certo: este é o único e verdadeiro milagre da nossa existência! Mas, em Roma, como geralmente acontece nas grandes cidades, oprimidos por tanto ruído e pelo ritmo dos compromissos e dos ires-e-vires, será possível ainda reviver esse milagre?
Eu tenho certeza de que sim. Mas temos que nos organizar, porque o tempo não é, como dizia Kant, um a-priori. É um presente! Eu não sou o tempo, mas eu estou no tempo e tenho que preenchê-lo para aproveitar a minha vida. E o que pode preencher o meu tempo?
Precisamos, acima de tudo, evitar a desordem e a confusão. Quem vive com eles tem a ilusão de dominar o tempo, mas é o tempo quem na verdade o domina. Há um tempo para cada coisa: tempo para o estudo, para a oração, para a amizade, para a partilha... E há um tempo até para o sono!
Um tempo para dormir? Sim, dormir, porque a noite nos é dada para descansar!
Na minha vida, não me lembro de ter perdido muitas noites, exceto em determinadas circunstâncias de trabalho, como ocorre com tantos irmãos que trabalham à noite para dar assistência à comunidade. Nunca estudei à noite, nunca perambulei pelas noites... a não ser nas três vezes em que participei da peregrinação noturna ao Divino Amor!
Todo homem, depois de cumprir com fidelidade o seu trabalho, precisa descansar para recomeçar! A primeira reação de alguns é perguntar por que descansar justamente à noite e não durante o dia. Porque o repouso durante a noite nos prepara a surpresa de um novo dia. Escolher dormir durante o dia nos faz perder essa grande alegria!
Meus pensamentos se voltam para a noite de Natal, para o silêncio daquela noite, em que uma luz brilhou: a da visita de Deus. Em muitos mosteiros do mundo, homens e mulheres velam durante a noite com o Senhor, mas o fazem por nós, para nos lembrar que em breve Ele virá e que por isso podemos dormir tranquilos. Eles merecem o nosso muito obrigado!
Mas há também um episódio do Evangelho que nos faz entender a alegria do repouso da noite. Quando Judas, decidido a trair Jesus, saiu do cenáculo, o evangelista João comenta: “e era de noite” (Jo13,30). Nós todos sabemos como Judas viveu aquela sua noite.
É de noite quando o homem quer dormir e tentar esquecer! Ele não dorme por causa do cansaço do trabalho, mas para esquecer o que ele viveu de dia. Ele não espera que o novo dia nasça com alegria, mas tem medo e desânimo.
Assim, ele dorme também de dia; na verdade, ele dorme sempre! Nada mais diferencia o dia e a noite, porque o tempo se torna homogêneo, incolor. Quem confiaria a responsabilidade de liderar uma instituição, uma empresa, uma realidade educacional a quem não consegue dormir e, quando dorme, só dorme para tentar esquecer? Será que crise atual não é causada por homens e mulheres que não se lembram por que vivem na noite e dormem durante o dia?
A resposta, queridos amigos, cabe a vocês, porque vocês assumirão responsabilidades na Igreja e na sociedade. Ai de nós se dissiparmos a noite para nos esquecermos das responsabilidades para com os nossos irmãos! Esta é a grande escolha que está diante de nós: dormir para esquecer ou dormir para recomeçar!
O caminho do advento, que vamos começar com o papa Bento XVI na celebração das primeiras vésperas do primeiro domingo, é um convite a não termos medo da noite, porque o tempo está repleto da Palavra que se fez carne no seio de Maria. No silêncio da noite, a luz brilha e nos vigia, como os pais que guardam o sono dos filhos em casa!
Queridos amigos, esta é a certeza verdadeira da nossa vida. Não corram, não façam barulho, não dêem cotoveladas. Pensem em recuperar o tempo da noite para dormir, em descansar com o Senhor, para que, quando acordarem, o sol os desperte (visitavit nos Oriens ex alto), os ilumine e os guie no novo dia.
O seu hoje não é a repetição do ontem, mas é uma nova etapa rumo à plenitude da sua vida. Não durmam para esquecer; durmam serenos, à noite, porque Deus se fez criança para vocês poderem pegá-lo nos braços. Ele nunca abandonará vocês e, mais importante, nunca os trairá!
É Natal. Para vocês também! Feliz Natal!
+ Lorenzo Leuzzi
Bispo Auxiliar de Roma
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Em 2014 no cinema, o filme sobre a vida de Bento XVI
A Odeon Film anunciou em Mônaco da Baviera uma produção internacional sobre a vida e a obra do Papa, baseada na biografia de Peter Seewald que deverá sair em 2014
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, sexta-feira, 30 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - A vida do Papa Bento XVI nas telas do cinema de todo o mundo. Não é uma estratégia publicitária, nem apenas um boato qualquer, mas o anúncio dado pela Odeon Film em dias passados em Mônaco de Baviera.
Os produtores afirmaram, de fato, a assinatura do acordo entre a H & V Entertainment e Peter Weckert para a “produção internacional de um filme sobre a extraordinária vida e obra de Joseph Ratzinger, desde o seu nascimento em 1927 ao seu pontificado", como indicado em um comunicado.
Peter Weckert não é novo em produções sobre o Papa Bento. Além do documentário em 2011, intitulado "Francisco e o Papa", sobre a história de um jovem cantor de um coral selecionado para fazer um solo na frente do Santo Padre, a sua equipe tem acompanhado e filmado as viagens apostólicas do Papa na África e em Israel .
A Odeon Film declarou, além do mais, que a produção sobre Bento XVI estará baseada na biografia de Ratzinger escrita pelo jornalista alemão Peter Seewald, que será publicada na primavera do 2014.
Também Seewald é uma personalidade conhecida pelo Santo Padre, como autor de vários livros de entrevistas com Joseph Ratzinger-Bento XVI: "O sal da terra", "Deus e o mundo" e o mais recente "Luz do Mundo", publicado em 2010 e traduzido em 30 idiomas.
De acordo com o informado pelo comunicado, o jornalista estará envolvido, de fato, como consultor na escrita do roteiro.
(Trad.TS)
Angelus
Advento: um mistério que envolve inteiramente o cosmo e a história
Palavras de Bento XVI durante a oração mariana do Angelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 2 de dezembro de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir as palavras de Bento XVI dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro para a tradicional oração mariana do Angelus.
Queridos Irmãos e irmãs
Hoje a Igreja inicia um novo Ano Litúrgico, um caminho que é enriquecido pelo Ano da Fé, 50 anos após a abertura do Concilio Ecumênico Vaticano II. O primeiro tempo deste itinerário é o Advento, formado, no Rito Romano, pelas quatro semanas que antecedem o Natal do Senhor, isto é, a Encarnação. A palavra “advento” significa “vinda” ou “presença”. No mundo antigo indicava a visita do rei ou do imperador a uma província; na linguagem cristã refere-se à vinda de Deus, à sua presença no mundo; um mistério que envolve inteiramente o cosmo e a história, mas que conhece dois momentos culminantes: a primeira e a segunda vinda de Jesus Cristo. A primeira é a própria encarnação; a segunda é o retorno glorioso ao fim dos tempos. Estes dois momentos, que cronologicamente são distantes – e não se sabe o quanto -, tocam-se profundamente, porque com sua morte e ressurreição Jesus já realizou a transformação do homem e do cosmo que é a meta final da criação. Mas antes do final, é necessário que o Evangelho seja proclamado a todas as nações, disse Jesus no Evangelho de São Marcos (cf Marcos 13,10). A vinda do Senhor continua, o mundo deve ser penetrado pela sua presença. E esta vinda permanente do Senhor no anuncio do Evangelho requer continuamente nossa colaboração; e a Igreja, que é como a Noiva, a esposa prometida do Cordeiro de Deus crucificado e ressuscitado (cf Ap 21,9), em comunhão com o Senhor colabora nesta vinda do Senhor, na qual ja inicia o seu retorno glorioso.
A isto nos convida hoje a Palavra de Deus, traçando a linha de condução a seguir para estarmos prontos para a vinda do Senhor. No Evangelho de Lucas, Jesus diz aos discípulos: “Os vossos corações não fiquem sobrecarregados com dissipação e embriaguez e dos cuidados da vida... vigiai em cada momento orando” (Lucas 21, 34.36). Portanto, sobriedade e oração. E o apostolo Paulo acrescenta o convite a “crescer e avantajar no amor” entre nos e com todos, para tornar nosso coração firme e irrepreensível na santidade (cfr 1 Ts 3,12-13). Em meio aos transtornos do mundo, ou ao deserto da indiferença e do materialismo, os cristãos acolham do Senhor a salvação e a testemunhem com um modo diverso de viver, como uma cidade colocada sobre um monte. “Naqueles dias- anuncia o profeta Jeremias- Jerusalém viverá tranquila, e será chamada: Senhor – nossa – justiça (33,16). A comunidade dos crentes é sinal do amor de Deus, da sua justiça que é já presente e operante na historia mas que ainda não foi plenamente realizada, e portanto, deve ser sempre esperada, invocada, procurada com paciência e coragem.
A Virgem Maria encarna perfeitamente o espirito do Advento, feito da escuta de Deus, do desejo profundo de fazer a sua vontade, de alegre serviço ao próximo. Deixemo-nos guiar por ela, para que o Deus que vem não nos encontre fechados ou distraídos, mas possa, em cada um de nos, estender o seu reino de amor, de justiça e de paz.
Após o Angelus
Queridos irmãos e irmãs!
Hoje, em Kottar, na Índia, foi proclamado beato Devasahayam Pillai, um fiel leigo que viveu no século XVIII e morreu mártir. Nos unimos à alegria da Igreja na Índia e rezemos afim que o novo Beato sustente a fé dos cristãos daquele grande e nobre país.
(Trad. MEM)
Testemunho
Kiko Argüello, auto-apresentado pela primeira vez em um livro
Publicado na Espanha o volume sobre a vida do iniciador do Caminho Neocatecumenal: da crise existencial ao encontro com Cristo e ao nascimento do itinerário de fé presente hoje em 101 países
ROMA, segunda-feira, 26 de novembro de 2012 (ZENIT.org) - "Eu tentei viver como se Deus não existisse. Foi um tempo em que eu fechei o céu. Fiz um céu de cimento em cima de mim e a vida se tornou muito difícil".
Kiko Arguello, fundador do Caminho Neocatecumenal, descreve a crise existencial que o levou ao encontro com Cristo e ao ponto de virada na própria vida. É o seu primeiro livro, El Kerigma, en las chabolas con los pobres [O Kerigma, nas favelas com os pobres].
"Eu estava morto por dentro e literalmente chocado com o fato de as pessoas conseguirem viver, quando eu era completamente incapaz de viver", escreve Kiko no texto publicado pela editora espanhola BuenasLetras, à venda na Espanha a partir na próxima terça, 27 de novembro.
"As pessoas se entusiasmavam com o futebol, com os filmes... Para mim, essas coisas não significam mais nada. Eu me perguntava: como é que as pessoas vivem? Como é que as pessoas conseguem viver? Eu via pessoas normais e pensava: mas elas não se perguntam ‘quem sou eu’, ‘quem me criou’, ‘o que é a vida’? Por que as pessoas não se colocam essas questões? Será que eu sou meio louco, um narcisista, um esquisito?".
"Tudo isso", diz o autor, "nascia da sensação de um constante impulso que me empurrava para a busca da verdade: quem somos e o que fazemos no mundo? Para mim, não era mais indiferente que Deus existisse ou não existisse: aquilo tinha se tornado uma questão de vida ou morte".
"Num momento trágico da minha vida, eu fui para o meu quarto, fechei a porta e clamei a Deus: se você existe, venha me ajudar, porque a morte está aqui na minha frente!".
O iniciador do Caminho Neocatecumenal publica o seu testemunho pessoal de encontro com Cristo em meio a uma forte crise existencial e, a partir dele, conta sobre a mudança que experimentou na vida e que desembocou no surgimento do itinerário neocatecumenal.
O volume também contém um kerygma, que, diz o autor, "pode ser uma ajuda, com o seu conteúdo e com a sua antropologia, para o sínodo sobre a Nova Evangelização", recentemente realizado no Vaticano.
O prefácio do livro é do cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino, que escreve: "O Caminho Neocatecumenal é um dom do Espírito Santo à Igreja depois do concílio, como um percurso ou caminho de iniciação ou reiniciação cristã, e como ferramenta para promover uma nova e vigorosa evangelização".
O cardeal prossegue: "Agradecemos a Deus pelas grandes maravilhas que Ele opera em prol da Igreja e da humanidade através desse caminho; pelas grandes bênçãos e frutos que, através deste caminho, se derramam em favor do seu povo: frutos de conversão à vida cristã, de vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, de atividade missionária da Igreja. Frutos também de caridade, de vida conforme as bem-aventuranças, de generosidade, de famílias renovadas e abertas à vida".
Por sua vez, o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, oferece no livro um comentário sobre a catequese de Kiko intitulada Três Anjos. O cardeal austríaco escreve: "Este caminho, tantas vezes confirmado e encorajado pelo papa Paulo VI, pelo beato João Paulo II e pelo nosso Santo Padre Bento XVI, através do anúncio da Boa Nova, o kerygma, abriu a porta da fé para muitas pessoas".
"A catequese de Kiko, aqui publicada, é uma poderosa instrução para os discípulos. É um convite à conversão pessoal. Esta catequese me impressiona porque mostra de forma clara, para mim, pessoalmente, que, sem a conversão pessoal, não é possível evangelizar. Quem evangeliza precisa ser primeiro evangelizado".
Um dos pontos-chave do livro de Kiko Argüello é que "precisamos passar, nas paróquias, da pastoral de sacramentalização para a evangelização. Se a paróquia tem, por exemplo, um território com cerca de 15.000 pessoas, das quais apenas 5% vão à missa no domingo, mesmo assim existe ainda um grupo de pessoas que se casam na Igreja, que batizam os filhos, e assim por diante. Ao mesmo tempo, há outra quantidade enorme de pessoas que não vão à igreja nunca".
A pergunta é: "Por que tantas pessoas secularizadas?". O autor procura dar algumas respostas, algumas “pinceladas”, como ele chama. Uma delas: "Nos Atos dos Apóstolos é usada a expressão ‘mediante milagres’. Nos Atos, cada kerygma é, de fato, precedido por um milagre, que cria admiração, surpresa, abre os ouvidos das pessoas para aprontá-las a escutar. A fé vem pelo ouvido. (...) Esses milagres preparam as pessoas para ouvir o anúncio da Boa Nova, a grande notícia que salva o mundo".
"Não há coisa melhor no mundo para proclamar o evangelho", diz Kiko. "Deus quis salvar o mundo pela loucura do kerygma. Não é um sermão, não é uma meditação. É o anúncio de uma notícia que se realiza toda vez que é proclamada. E o que se realiza? A salvação. A palavra evangelho significa boa notícia. Kerygma e evangelho são a mesma palavra. Proclamar o evangelho é anunciar o kerygma. É importante ouvir o kerygma".
Kiko Argüello nasceu em León, Espanha, em 9 de janeiro de 1939. Estudou Belas Artes na Academia de San Fernando, em Madri, onde se tornou professor de Pintura e Desenho. Em 1959, recebeu o Prêmio Nacional de Pintura Extraordinária.
Depois de uma profunda crise existencial, uma forte conversão o levou a dedicar a vida a Cristo e à Igreja. Em 1960, junto com o escultor Coomontes e com o vidreiro Muñoz de Pablos, fundou o grupo de pesquisa de Arte Sacra Guilda 62, que fez várias exposições em Madri (Biblioteca Nacional). O grupo foi selecionado pelo Ministério da Cultura para representar a Espanha na Exposição Mundial de Arte Sacra em Royan, na França, em 1960. Ao mesmo tempo, Argüello exibia algumas das suas obras nos Países Baixos, na Galeria Nouvelles Images.
Convencido de que Cristo está presente no sofrimento dos pobres, Kiko vai viver com eles em 1964, na favela de Palomeras Altas, periferia de Madri.
Mais tarde, conhece Carmen Hernández e, juntos, conscientes do contexto de pobreza que os cerca, decidem encontrar uma forma de pregação, uma síntese catequético-querigmática, o que leva à formação de uma pequena comunidade cristã.
Nasce a primeira comunidade de pobres, em que é visível o amor do Cristo Crucificado. Ela se torna "semente" graças ao então arcebispo de Madri, dom Casimiro Morcillo, e é plantada nas primeiras paróquias em Madri. Depois, em Roma e em outros países. Vai sendo formado gradualmente um caminho de iniciação cristã para adultos, que descobre e recupera a riqueza do batismo. Kiko Argüello, Carmen Hernández e o padre italiano Mario Pezzi são hoje os líderes mundiais do Caminho Neocatecumenal, presente em 101 países, nos cinco continentes.
Para mais informações (em espanhol): http://kerigmaenlaschabolas.buenasletras.com/
(Trad.ZENIT)
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Cardeal Rigali na defesa a "Vida" desde a concepção
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]