quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Apenas quatro mil dos cerca de 50 mil homicídios cometidos por ano no país são resolvidos

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09/05/2011
às 4:47

Apenas quatro mil dos cerca de 50 mil homicídios cometidos por ano no país são resolvidos

Por Cássio Bruno, no Globo:
Por que é tão difícil a polícia identificar e prender um assassino no Brasil? A pergunta feita por muitas famílias vítimas desse tipo tragédia expõe uma triste realidade: dos cerca de 50 mil homicídios ocorridos no país por ano, a estimativa de Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa Mapas da Violência 2011, divulgada pelo Ministério da Justiça, é de que apenas quatro mil crimes (8%) têm o autor (ou os autores) descoberto e preso. Para se ter uma ideia do problema, são pelo menos cem mil assassinatos sem solução no Brasil até 2007 – e muitos já prescritos dentro do prazo de 20 anos previsto pelo Código Penal Brasileiro – segundo o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Especialistas ouvidos pelo GLOBO na última semana apontam uma série de fatores que prejudicam o esclarecimento dos homicídios: o sucateamento das delegacias; a falta de infraestrutura das polícias técnicas nos estados para obtenção de provas; o déficit do número de investigadores; e a burocracia, além da não integração entre delegados, promotores e a Justiça no andamento dos inquéritos, são alguns.
"O Brasil não tem uma estrutura de segurança pública formada. Não há um sistema nacional integrado para o tema. Há uma resistência grande em abrir a caixa-preta da criminalidade no país. Tem estado, como Alagoas, que o índice de solução de homicídios não chega a 2%", afirma Waiselfisz.
Para agilizar as investigações, o CNMP criou, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, o Ministério da Justiça e os governos estaduais, a Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), chamada de Meta 2. O objetivo é tentar concluir inquéritos abertos até dezembro de 2007. Na sexta-feira, já eram 95.272 casos de crimes sem conclusão no país. Mas o número passará dos cem mil já que 16 estados vão apresentar hoje relatórios com a estatística atualizada.
A missão de cumprir a Meta 2, porém, será difícil. O prazo dado às polícias para encerrar os casos nos estados com mais de quatro mil inquéritos em andamento terminaria em julho, mas já foi prorrogado para o fim de dezembro por causa da demanda. "Os problemas não são de agora. A Enasp está jogando luz em cima do problema", diz a juíza federal Taís Ferraz, coordenadora do Grupo de Persecução Penal do Enasp, que cita dificuldades encontradas nas investigações: "Há situação em que é preciso três pessoas assinarem um documento para realizar determinada diligência. E faltam equipamentos e peritos".
No Rio, o Centro Integrado de Apuração Criminal (Ciac) possui 30 mil inquéritos da capital, sendo 15 mil de homicídios ocorridos até dezembro de 2007. Dos 15 mil procedimentos abertos, 60% estão prontos para serem arquivados. Ou seja: casos sem qualquer referência dos assassinos ou já investigados, mas com baixa possibilidade de se chegar ao autor. Outros 39% ainda dependem de investigações e apenas 1% tem a autoria identificada. "Criamos o Programa de Resolução Operacional de Homicídios, com técnicas padronizadas para obter sucesso nas investigações. O conselho do Ministério Público recomendou a outros estados para que exista um padrão nas investigações", diz o procurador de Justiça Rogério Scantamburlo, coordenador do Ciac.

Por Reinaldo Azevedo
Tags: homicídios



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29 Comentários

Thiago F. Curado
-
12/02/2012 às 2:08
Antes do Desarmamento eram 36 mil homicídios por ano, agora passamos dos 50 mil… Parabéns Viva Rio!!!

DERO
-
09/06/2011 às 8:28
DEIXA DE SER BOBO REINALDO,É SÓ O CARA VIRAR "ATIVISTA", QUE ELE VIRA ÍDOLO DO PESSOAL DO PT E DO SUPREMO.

bastião
-
09/05/2011 às 17:41
O governo paulista está acabando com a corrupção petralha na polícia civil.O Detran "orgão arrecadador" já não pertence mais a ssp,Outro "orgão arrecadador é o DENARC". São várias as capitânias hereditárias na SSP.O que tem de ladrão chorando na porta do sindicato e algo impressionante, vê se alguem quer ir pro DHPP.

bastião
-
09/05/2011 às 17:23
Sabe porque só 8% dos crimes são desvendados? É que quem mata foge e defunto não paga "pau" prá polícia.

Ferrabraz
-
09/05/2011 às 17:22
Grandes descobertas, desde quando a nossa policia funciona, quem foi que disse isto?
Aqui policia só serve para fazer achaques ao cidadão, retirar direitos ao cidadão, amendrontar os cidadões quando querem fazer valer seus direitos.
A policia só funciona quando é para proteger politicos da raiva do povo. Ai desce o cacete.
Como no resto das instituições brasileiras, essa também só esta a serviço deles mesmos.

Marcelo Barbosa
-
09/05/2011 às 16:24
Caro Reinaldo, estes números infelizmente não são verdadeiros, a situação É muito pior. 1 – Há vários crimes que não são contabilizados devido à desorganização dos diversos sistemas. 2 – Há vários crimes que não são contabilizados, pois não são denunciados por medo de represálias e da não existência de corpo. É pratica corriqueiras no RJ / SP / ES e várias localidades do nordeste o uso de cemitérios clandestinos e porcos (os animais quadrúpedes mesmo) para sumiço dos corpos. 3 – Caso sejam "abertos" este percentual de "solução dos crimes" iremos constatar que quase a totalidade são provenientes de prisões em fragrantes ou de auto-denuncia com apresentação espontânea as autoridades. O percentual de elucidação por investigação não passa dos 2% médios, mais uma das vergonhas e chagas nacionais, há crimes por haver a certeza da não punição.

O Pica-pau
-
09/05/2011 às 13:50
POrque será que não estou surpreso?

rogervascon
-
09/05/2011 às 12:51
Esse numero é real ?
Ontem se nao me engando ouvi no fantastico que no pasquistão morrem em 10 anos, 35 mil, caracas onde esta o Brasil forte que o lulala prega tanto, aqui em sao jose dos campos, foram fechadas 4 delagacias, e meta do governo fechar mais 6 , dizem que esato com excesso de contigente, mas pera ai, o crime so aumenta, sera que é fato mesmo que á um crescimento de empresas particulares de segurança, entao estaria ai a explicação disso ?

Paulo Bento Bandarra
-
09/05/2011 às 12:26
Não são armas que matam, são bandidos que assim fazem estimulados pela enorme impunidades promovida pelos três poderes incompetentes e corruptos.

Bene Barbosa
-
09/05/2011 às 12:19
Fica a pergunta que nunca é feita para determinadas ONGs: como se pode afirmar então que a maioria dos homicídios é fruto de conflitos interpessoais, ou seja, briga de bar, briga de vizinho, briga de trânsito?
Continuo afirmando. O Brasil não é um país de assassinos, é um país de vítimas.

Alvaro
-
09/05/2011 às 11:50
Baixissima resolutividade. Má gestão. Dinheiro jogado fora. Mas os impostos sufocam a classe média que conduz o país nas costas.

Paulo
-
09/05/2011 às 11:28
Caro Reinaldo, vamos prestar atenção em certas notas recentemente publicadas: (a)a queda do índice de homicídios em SP está sendo questionada pela turma de sempre (falam agora em fraude); um estudo feito pela Universidade Harvard sugere investigação federal sobre os ataques do PCC ocorridos há dez anos, durante o dia das mâes – o foco é a corrupção policial. nada contra, mas…

Diogo
-
09/05/2011 às 11:10
Há "progressistas" que dizem que o aumento das penas previstas no Código Penal não funciona no combate ao crime, já que os criminosos continuam a delinquir sem medo. Seria uma lógica até plausível, não fosse tão furada. A verdade é que há sempre uma grande chance de alguém cometer um crime sem que o processo sequer chegue ao seu fim. Inúmeros processos prescrevem sem que haja sentença prolatada, e mesmo quando há sentença, muitos são arquivados por prescrição da pretensão executória. Que ninguém se iluda: a impunidade é a regra no Brasil; a punição é a exceção.

Bob da Corte
-
09/05/2011 às 10:52
Existem três formas de se abordar o problema. 1- convence-se o povo a não cometer crimes. 2- gasta-se com a segurança o que jamais se gastou no Brasil ou retira-se as armas(todas). Das três a que pareceu mais barata e factível foi tentar acabar com as armas legais no Brasil. Com duríssimas regras para se portar uma arma hoje no Brasil, o que se arrecada com seu comércio interno, não justifica a "vista grossa" de nossa classe de hipócritas. Nosso código penal é antigo e ineficaz, trata o crime como se ele tivesse prazo de validade, coisa de gente pouco afeita ao trabalho. É brando nas punições e a justiça inépta, ineficaz, afinada a pouca eficiência das polícias em reunir provas e prender criminosos.

Anchieta Pachu
-
09/05/2011 às 10:47
No Paquistão em uma década morreram 34.0000 pessoas vitímas de atentados terroristas. No Brasil em 1 ano 50.0000 pessoas são vitímas de homicídios. Onde é mais seguro para viver?

sellba
-
09/05/2011 às 10:42
Alguma coisa está errada com os números acima. Se temos 50.000 homicídios por ano, e só 8 % são esclarecidos, conclui-se que 46.000 por ano não têm solução. E se esses crimes prescrevem em 20 anos, o número acumulado deve ser muito, mas muito maior que os 100.000 informados no Globo.
Só para efeito de comparação na guerra do Vietnã, morreram quase 50.000 americanos em dez anos de conflito. Nós temos isso por ano, ou seja uma verdadeira guerra, a manchar com sangue esse país que, insistem em nos apresentar como "maravilha", onde vive um povo hospitaleiro, cordial e amante da paz. Imagine se não fosse. O caso de Alagoas com sómente 2 % de homicídos solucionados, mostra que este não é um Estado, mas um verdadeiro estado de calamidade, onde reina o atraso. Ainda temos uns imbecís que querem criar alguns novos Estados. Temos Estados ainda na idade média e querem criar outros, coisa de maluco, de povo insano. Enquanto a soberana, D, Dilma, enfurnada no Palácio, faz planos e mais planos, seus miseráveis súditos brasileiros vão sendo dizimados em homicídios sem solução.

Daniel
-
09/05/2011 às 10:15
E isso não é de hoje. O interessante é que na época da campanha do referendo do desarmamento, a gente era obrigado a ouvir na TV que a maioria dos assassinatos era cometida por um conhecido da vítima. A maioria dentro dos 8%.

BRÁZIU NÉ?
-
09/05/2011 às 9:37
ONDE SE LE 15 MIL , LEIA-SE …150 MIL !(O TECLADO ESTA RUIM)

BRÁZIU NÉ?
-
09/05/2011 às 9:36
DIGO, DRAMA

BRÁZIU NÉ?
-
09/05/2011 às 9:36
AMIGO; O FRAMA NÃO RESIDE AÍ QUE PER SI JÁ SERIA MOTIVO DE DEBATE SÉRIO EM PÁIS MAIS SÉRIO !(AQUI?RECOLHEM ARMAS DO POVO ONDE NÃO HÁ SEGURANÇA DO ESTADO!!!!)…O PIOR (E ATENÇÃO AQUI) SÃO OS MAIS DE 15 MIL (!!!!!!!) MANDADOS DE PRISÃO NÃO CUMPRIDOS NO BRASIL TODO SENDO QUE A MAIOR PARTE, EM SÃO PAULO ONDE A LEI E A JASTIÇA AINDA FUNCIONAM UM POUCO.
SIM,150 MIL ORDENS DE PRISAO, CRIMINOSOS DE TODA SORTE A SOLTA PLEO PAIS. JA FIZ MAIS DE UM AMIGO ESTRANGEIRO DESISITIR DE VIR AQUI QUANDO PROVEI ISTO A ELES OU SEJA, DE QUE ESTA MERDA NAO TEM SEGURANÇA (O BRASIL É UM PAIS DE FAZ DE CONTA, UM PAIS DE PAPEL)!
MAS O ESCANDALO MESMO FICA POR CONTA DO SEGUINTE…NAO QUEREM CUMPRIR DE JEITO NENHUM ESTAS CAPTURAS POIS NAO HÁ ONDE POR OS MELIANTES !
MESMO SAO PAULO QUE TENTA FAZER A LIÇÃO DE CASA, NAO TEM MAIS VAGAS NO SISITEMA.
SÓ NO CDP DE PINHIEROS, PROJETADO PARA DOIS MIL PRESOS, ESTAMOS AGORA COM MAIS DE 4.600 !!!
LEIS LIBERAIS, CADEIAS DE MENOS, OXI, CRACK, PT, STF, CIDADÃO DESARMADO E OS JORNAIS NÃO INFORMANDO NADA.BRÁZIU NÉ ?

CASSILDO
-
09/05/2011 às 9:19
SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL NÃO É PRIORIDADE. ALIÁS, A PRIORIDADE NO BRASIL É MANTER O STATUS QUO DOS POLÍTICOS.ESTA É A MAIS PURA VERDADE.

Ester
-
09/05/2011 às 8:13
Eu creio que o principal problema seja a falta de integração digital entre todas as delegacias do Brasil.
Um foragido do Estado de São Paulo pode ingressar em outro Estado e tirar nova cédula de identidade (o RG é estadual). Assim, quem fizer levantamento da ficha dele naquele Estado, não encontrará nada que o desabone, já que não há integração entre as delegacias de outros Estados.
Nem mesmo existe uma página na internet de "procurados" em cada Estado, p/ consulta pela própria polícia ou p/ o público poder ajudar. As poucas páginas de procurados que existem, são incompletas e cheias de falhas.
Isso seria tão fácil de ser resolvido, e, melhor, a custo zero.

João Lavador.
-
09/05/2011 às 8:13
No meu entendimento: A investiga ção de um hmicídio não é coisa simples. Nos países avançados os arquivos de casos irresolutos não estão vazios. Mas no Brasil a coisa é relativamente anormal por que aqui o homicídio é a, a cada dia, mais banal. No meu entendimento por causa de políticas de prevenção de eficiencia a desejar bem como as punições previstas em lei são de fazer rir(ou chorar).Um cidadão norte americano pensa muito mais vezes antes de de decidir tirar a vida de um desafeto seu do que um cidadão brasileiro o faz.Por quê? Por causa da punição prevista em lei.Como transmitiu uma vez o apostolo Paulo: O ser humano que anda reto, o faz ou por causa de uma boa consciencia ou por causa do medo da…LEI!

Carlos Alberto Bárbaro
-
09/05/2011 às 8:10
Reinaldo!,
Acabei de descobrir que os ataques do PCC que aterrorizaram São Paulo há alguns anos atrás não foram senão uma manifestação do bem contra a corrupção do "aparato policial repressivo" do Estado. Em razão disto, a ONG que chegou a este portento de conclusão sugere que se federalizem as investigações sobre o ocorrido. Acho a sugestão tímida, portanto sugiro a troca imediata da estátua do Borba Gato em Santo Amaro pela do Marcola, e que se faça um novo monumento dos Bandeirantes, agora com os membros da facção empurrando os policiais corruptos contra a parede.

Carlos Alberto Bárbaro
-
09/05/2011 às 7:50
Pois é, Reinaldo, lembra que na Folha da semana passada saiu uma matéria de página inteira chorando as pitangas do detrimento orçamentário da polícia civil em relação à polícia militar em São Paulo? Pois é, argumentava-se ali que isto poderia ser a causa da baixa taxa de resolução de homicídios em São Paulo, cerca de 40%. Comentei então que achava a taxa até alta e que queria saber como era nos outros estados e mesmo no resto do mundo. Bem, taí a resposta; mas não pela Folha, claro.

antonio aguiar neto
-
09/05/2011 às 7:38
Segundo a revista Veja, na qual devemos confiar totalmente, Dem'sotenes Torres e José Agripino eram mensaleiros Arruda, aquele político que, na mesma revista, "deu a volta por cima". Como ficamos?

Elcio
-
09/05/2011 às 7:12
Isso é uma tragédia. E em São Paulo, onde há uma certa propaganda para afirmar que tudo "melhorou", a polícia civil, responsável pela atuação de polícia judiciária (investigações), vai de mal a pior. E se em São Paulo, o estado mais riquinhop da nação, a coisa está trágica, imagine aí o resto.

Marcus Meyer
-
09/05/2011 às 6:50
Não se preocupem, pois o aviãozinho não-tripulado comprado pelo governo Dilmalula, a preço de Jumbo, vai diminuir a criminalidade no Brasil. Os bandidos vão tremer só de pensar em serem vigiados pelo governo federal. Ladrão respeita ladrão!

cleide bragliollo
-
09/05/2011 às 6:45
Caro Reinaldo
Os números nacionais são vergonhosos.
Procurei os números disponíveis sobre S.Paulo e não achei nada muito recente, mas em 2005 a capital de S.Paulo instaurou 2119 inquéritos de homicídios dos quais 1.388 (65,5%) foram esclarecidos (em 2001 de 5.664, foram resolvidos 1158 – 20,45%)
Os números estaduais não chegam a esses índices, mas estão bastante acima dos nacionais.
Nem o alto índice de soluções em S.Paulo – nem a redução drástica de casos registrados – são salientados no estudo apresentado.
Fica claro que não interessa aos envolvidos mostrar a diferença gritante entre os números de S.Paulo e os do resto do país.
O número de casos solucionados no Brasil é ruim, mas seria muito pior se não incluísse S.Paulo que, pela grande diferença, puxa os índices para cima.

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[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]