ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS
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Posted: 19 Jan 2013 09:30 PM PST
Na catedral de Prato, Itália, não longe de Florença hoje é venerado solenemente o santo cinto, cíngulo, ou correia de Nossa Senhora. Ele foi trazido de Jerusalém no ano de 1141 por Michele Dagomari, habitante da cidade e romeiro na Terra Santa. Porém, em 1173, como não havia confirmação da autenticidade da relíquia, a Providência valeu-se de um fato extraordinário para que todos a reconhecessem como verdadeira.
São Gregório bispo de Tours (538-594), o maior historiador do século VI, foi o primeiro a escrever sobre a Assunção. Segundo a tradição por ele transcrita, um anjo teria avisado Nossa Senhora de sua próxima partida aos Céus. Por sua vez, Nossa Senhora teria comunicado a notícia às pessoas mais próximas, entre as quais São João Evangelista. Os Apóstolos teriam sido avisados e teriam tido tempo de chegar naturalmente. Porém, segundo outros, chegaram miraculosamente. A Liturgia católica do rito maronita reza: "Vós sois, ó Maria, a Mãe Puríssima, fonte de abundantes bênçãos; Vós sois a plena de graça, que quando deixastes este mundo, vieram todos os santos Apóstolos de distantes regiões, para vê-La partir para o Céu, enquanto os Anjos do Altíssimo, diante de Vós, cantavam com alegria".
São João Damasceno, Padre da Igreja, se refere à tradição do Oriente a respeito. Segundo ele, durante o Concílio de Calcedônia, o imperador Marciano e a imperatriz Pulquéria pediram o corpo de Nossa Senhora a Juvenal (422 – 458), bispo de Jerusalém e primeiro Patriarca da cidade. O bispo respondeu, segundo o Damasceno, que Ela morreu rodeada de todos os Apóstolos, salvo São Tomé, que chegou com alguns dias de atraso. O retardatário São Tomé teria pedido a São Pedro para ver o túmulo e constatou que o mesmo estava vazio. Nesse momento, ao levantar suas vistas para o céu, Tomé viu Nossa Senhora na Glória, que, sorridente, desatou o cinto e lançou-o em suas mãos como símbolo de maternal bênção e proteção. Segundo outras versões, Santo Tomé, que chegara atrasado, só viu a Assunção de longe. Teria sido um castigo por ele ter duvidado da Ressurreição. Mas um castigo moderado pela misericórdia de Nossa Senhora que lhe teria feito, à distância, o dom de seu cinto.
É a origem da devoção a Nossa Senhora da Correia, também chamada de Nossa Senhora da Consolação. Sobre este culto piedoso e muito popular escreveu São Germano, Patriarca de Constantinopla, por volta de 720: "Não é possível ver vossa venerável correia, ó Santíssima Virgem, sem sentir-se cheio de alegria e penetrado de devoção". O cinto estava em Prato, Itália, em 1173. Mas, o problema é que não se tinha certeza da autenticidade da relíquia, na falta de documentação canônica ou otra digna de fé.
No dia de Santo Estêvão, padroeiro da cidade, colocavam-se todas as relíquias sobre o altar, para que com elas fossem abençoados os doentes e os endemoninhados. Na ocasião, foi exposta também a caixa contendo o cinto de Nossa Senhora. Aproximaram então uma possessa que, no momento em que tocou a caixa, começou a afirmar com insistência que esse cinto era da Santíssima Virgem, e no mesmo instante viu-se liberada de seu mal. Iniciou-se então o culto público à sagrada relíquia. O próprio São Francisco de Assis este¬ve com seus primeiros frades em Prato, no ano de 1212, para venerá-la.
Ou o célebre quadro de Benozzo Gozzoli (acima) sobre mesmo glorioso fato. Podemos assim acreditar piedosamente, em união com a tradição da Igreja, que todos os Apóstolos, inclusive o retardatário Tomé, se reuniram para a Assunção. Nesta festa podemos elevar a ele a mesma oração que Santo Agostinho compôs a propósito da dúvida que o apóstolo tivera sobre a Ressurreição: "Oh, bem-aventurado Tomé, tu tocaste com a mão e, pela tua dúvida, inúmeros céticos acabaram crendo!". Foi por meio dele, ou a propósito dele que o cíngulo de Nossa Senhora ficou nesta terra e é venerado desde a Idade Média na catedral de Prato, Itália. GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS |
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]