HISTÓRIA DA
QUARTA-FEIRA DE CINZAS !
A Quarta-Feira de Cinzas, começa oficialmente o tempo da Quaresma e o Ciclo Pascal.(Em cada ano é em dia diferente em relação com o Domingo de Páscoa.)
As cinzas são feitas com os ramos das palmeiras que se usaram na Procissão dos Ramos do ano anterior, que se guardam e se queimam para esse efeito.
O costume de pôr as cinzas na cabeça (testa) dos fiéis, bem como o uso de fatos de serapilheira, era uma penitência muito antiga praticada entre o povo hebreu :
- "Ó filha do Meu povo, veste-te de saco, revolve-te nas cinzas. Cobre-te de luto por um filho único...". (Jer.6,26).
- "Cobri-vos de cinzas, guardas do rebanho, pois que chegou o dia da vossa destruição". (Jer.25,34).
Ao ritual das cinzas com o significado das leituras da Escritura, não estava directamente ligado, ao princípio da Quaresma.
Foi cerca do Ano 300 que esse uso foi adoptado pelas Igrejas locais, como parte da sua prática de temporariamente excomungar ou expulsar os pecadores públicos, das suas comunidades.
Esses pecadores públicos eram acusados de pecados públicos e escândalos, como apostasia, heresia, crime e adultério (os pecados capitais).
Foi no século VII que este costume se estendeu a muitas outras Igrejas com o ritual público da Quarta-Feira de Cinzas.
Primeiramente os pecadores públicos confessavam os seus pecados, em particular.
Depois eram apresentados ao bispo e inscritos publicamente nas listas dos penitentes que se preparavam para a absolvição de Quinta-Feira-Santa.
Depois de receberem a imposição das cinzas eram enviados para fora da Comunidade, à imitação de Adão que foi expulso do Paraíso depois do pecado, com sua mulher, Eva, para se lembrarem que a morte é a pena do pecado.
-.."Lembra-te que és pó e em pó te hás-de tornar". (Gen. 3,19).
Viviam depois afastados de sua família e da Comunidade durante os quarenta dias da Quaresma (Quarentena).
Vestidos de saco e com a imposição das cinzas eram identificados como penitentes públicos, perante a Comunidade, e em lugar separado na Igreja.
Como penitências comuns, abstinham-se de certos alimentos, de álcool; não tomavam banho, não cortavam o cabelo nem faziam á barba, nem podiam usar dos seus direitos conjugais.
Ficavam também privados das suas transacções comerciais e dos seus interesses nos negócios.
Em certas dioceses, algumas penas duravam por vários anos e outras eram por toda a vida.
Durante a Idade Média foi dada maior ênfase aos pecados pessoais do que aos públicos.
Como resultado, as tradições da Quarta-Feira de Cinzas ficaram simplificadas para os membros da paróquia,
Estas tradições já eram observadas de maneira geral desde o século XI.
Mais recentemente a imposição das cinzas, reveste-se mais positivamente com o aspecto da Quaresma, segundo o pensamento do Evangelista S. Marcos :
- "Completou-se o tempo e o reino de Deus está perto; arrependei-vos e acreditai na Boa-Nova".(Mc.1,15).
Mudaram-se os tempos e actualizaram-se os costumes de modo que ficou pelo menos o sentido de penitência necessária para uma conversão de vida em ordem à celebração da Páscoa que em cada ano deve ser uma renovação da vida interior de cada um.
Segundo as normas vigentes, Quarta-Feira de Cinzas é dia de Jejum e Abstinência.
Quem pode impor as cinzas
Em resposta a uma pergunta feita pela Comissão Litúrgica dos Bispos Americanos em 30 de Janeiro de 1975, a Secretaria da Sagrada Congregação para os Sacramentos e para o culto divino deu a seguinte resposta :
- Os Ministros extraordinários (eucarísticos) não podem benzer as Cinzas, mas podem ajudar o Celebrante na sua imposição, e até, quando não houver sacerdote e as Cinzas já estiverem benzidas, podem impô-las por si mesmos.
Portanto, esta resposta indica que qualquer pessoa pode ser convidada ou encarregada de impor as Cinzas, mas não as pode benzer.
Temas relativosr : Abstinência. Dias Santos. Catecumenato. Igrejas Quaresmais. Jejum e Abstinência. Quarta-Feira de Cinzas. Penitência Quaresmal. Penitência-Sacramento. Via Sacra. Vigília Pascal.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]