JEJUM E ABSTINÊNCIA !
**************************
O Povo de Israel Jejuou e fez penitência, como preparação para a primeira ceia pascal, antes da passagem do Anjo Exterminador.
Esta prática do Jejum e Abstinência, normalmente é um técnica temporária com a especial finalidade de um aumento na vida espiritual pela mortificação, segundo as prescrições da Igreja e a orientação da Conferência Episcopal.
Na Sagrada Escritura, entendia-se por Jejum, não comer, nem beber (e abster-se da vida conjugal) por determinado período, normalmente, de vinte e quatro horas (por exemplo do nascer do sol até outro nascer do sol).
É importante que fique bem claro que a primeira razão da Sagrada Escritura para o Jejum, não era :
* Nem a técnica de iniciar uma aventura ascética;
* Nem a técnica de adquirir um "diferente estado de consciência";
* Nem a técnica de induzir as pessoas em experiências de ordem "psicológica".
O que a Sagrada Escritura pretendia positivamente era fazer as pessoas admitir que as necessidades humanas estavam dependentes de Deus.
Isto significa que o Jejum não consiste em parar com uma coisa que é automática (auto-controlo), e esperar por Deus.
A sensação da fome actua como uma constante lembrança de que se deve ouvir a voz de Deus, na prática de orações litúrgicas e através de celebrações e leituras da Sagrada Escritura ;
- "Ele fez-te sofrer e passar fome; depois, alimentou-te com esse maná que tu não conhecias e que os teus pais também não conheceram, para te ensinar que o homem não vive somente de pão mas de tudo o que sai da boca do Senhor". (Deut. 8,3).
Portanto Jejuar não é apenas estar disposto a enfrentar e aceitar a fome ou fraqueza como renúncia às provisões, mas sobretudo a aceitar a vontade e soberania do Provedor; Jejuar é como uma parábola viva ou uma "linguagem personificada" de quem torna visível ou exterioriza uma necessidade interior da Providência de Deus.
Eis alguns exemplos da necessidade de Deus :
* - Na guerra entre Israel e Benjamim, os Israelitas consultaram o Senhor dizendo :
- "Quem de nós subirá primeiro para pelejar contra os benjaminitas? O Senhor respondeu-lhes : Judá irá adiante. (Juiz.20,18).
* - Na consternação dos Judeus, tudo foi resolvido com Jejuns :
- "Jejuaram choraram e fizeram lamentações e muitos deitavam-se sobre a cinza vestidos de sacos".(Est.4,3).
- "Vai reunir todos os judeus de Susa e jejuai por mim sem comer nem beber durante três dias e três noites".(Est.4,16).
* - No caso de Acab e a vinha de Nabot, depois do seu crime Acab jejuou e foi perdoado :
- "Acab rasgou as suas vestes, cobriu-se de saco e jejuou{...}, já que assim procedeu, não o castigarei durante a sua vida...".1 Reis 21,27).
* - Depois do crime de David e Urias, o menino que nasceu foi ferido e David fez penitência :
- "David orou ao Senhor pelo menino; jejuou e passou a noite em sua casa prostrado por terra, vestido de saco". (2 Sam. 12,16).
A chave em cada momento é a dependência do amor de um Deus que é fiel à Sua promessa e actua.
A vida de Jesus exprime o epítome da nossa dependência de Deus.
Os seus 40 dias de Jejum, entendidos à luz de Moisés (Êx.34,28), e de Elias (1 Reis 19,8), exprimem a inauguração da Sua missão Messiânica que começa com a Sua completa submissão ao amor do Pai.
A Sua vontade e a Sua missão, são as do Pai.
A missão de Jesus de anunciar e de trazer o Reino de Deus começa com a Sua completa entrega ao Pai em amor, pelo Jejum.
As nossas necessidades concretas, corporal e espiritualmente, são parábolas vivas de uma profunda necessidade de viver no Reino de Deus.
Jejuar não é apenas uma expressão corporal da necessidade de Deus: a sua prática é o caminho que nos conduz à realidade do Reino de Deus.
Como Jejum entende-se normalmente tomar apenas uma refeição durante o dia.
Mas segundo a disciplina da Igreja, pode tomar-se uma refeição normal (por exemplo o almoço) e outros duas refeições mais leves que, no total não ultrapassem a quantidade da refeição principal.
Dias de Jejum.
Segundo a lei da Igreja são estes os dias de Jejum :
- Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Cân. 1251).
Quanto às pessoas que estão obrigadas ao Jejum :
- À lei do Jejum estão sujeitos todos os maiores de idade até terem começado os sessenta anos. (Cân. 1252).
Dias de Abstinência.
O preceito da Abstinência refere-se ao não comer carne nos dias determinados pela Igreja :
Cân.1251. - Guarde-se a abstinência de carne ou de outro alimento segundo as determinações da Conferência episcopal, todas as Sextas-Feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; a abstinência e o jejum na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pode haver alterações locais, segundo as determinações da Conferência episcopal, (cf. Cân. 1253).
O Jejum e a Abstinência andam sempre ligados no mesmo caminho de penitência e fazem parte do Quarto Preceito da Igreja, sobre o qual nos recomenda o Catecismo da Igreja Católica :
2043. - O Quarto preceito ("Guardar a abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja"), assegura os dias de ascese e de penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; o jejum e abstinência contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre os nossos instintos e a liberdade de coração.
O Jejum e a Abstinência fazem parte do espírito de penitência recomendado pela Igreja e prescrito pelo Direito Canónico :
Cân. 1249. - Todos os fiéis, cada um a seu modo, por lei divina têm obrigação de fazer penitência; para que todos se unam entre si em alguma observância comum de penitência, prescrevem-se os dias de penitência em que os fiéis de modo especial se dediquem à oração, exercitem obras de piedade e de caridade, se abneguem a si mesmos, cumprindo mais fielmente as próprias obrigações e sobretudo observando o jejum e a abstinência, segundo as normas dos Cânones...
O Jejum e a Abstinência fazem parte da Penitência Quaresmal.
Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]