segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

[ZP130203] O mundo visto de Roma

ZENIT

O mundo visto de Roma

Serviço semanal - 03 de Fevereiro de 2013


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Manuscritos da Biblioteca Vaticana ao alcance de um clique
Primeiros 265 documentos on-line foram digitalizados com tecnologia da NASA
Por Sergio Mora
ROMA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Códigos, manuscritos e cartas, até agora acessíveis somente aos peritos creditados junto à Biblioteca Apostólica do Vaticano, poderão ser consultados por quem desejar, de qualquer parte do mundo, com um clique.
Os primeiros 256 documentos do imenso tesouro da "biblioteca dos papas" já estão on-line. Para vê-los, basta inscrever-se no site da Biblioteca Apostólica.
A Bibliotheca Apostolica Vaticana, como é chamada em latim, é considerada desde a fundação como a "biblioteca do papa", já que pertence a ele diretamente. É uma das mais antigas do mundo e guarda uma fabulosa coleção de textos históricos.
O projeto da digitalização dos documentos é ambicioso. De acordo com o prefeito da Biblioteca do Vaticano, dom Cesare Pasini, em entrevista à agência de notícias Ansa, todos os livros conservados na biblioteca, cerca de 80 mil, deverão ser disponibilizados na internet.
Pasini destacou ainda, em entrevista à Radio Vaticano, que a filosofia da Biblioteca Apostólica Vaticana, desde o início, foi tornar os bens da humanidade acessíveis a todos os interessados em usá-los, conhecê-los e estudá-los. O mesmo espírito de serviço determinou a digitalização dos documentos que agora está em andamento.
Entre os documentos históricos, há partituras musicais, textos cuneiformes e manuscritos gregos e judaicos. Os textos incluem obras de Homero, Platão, Sófocles, Hipócrates, manuscritos judeus dentre os mais antigos preservados até hoje e alguns dos primeiros livros italianos impressos durante o Renascimento, de acordo com informações da agência EFE. Entre as joias está o Codex Vaticanus, um dos mais antigos manuscritos da bíblia grega de que se tem notícia.
O projeto digital começou em 2011 e utiliza a tecnologia da NASA denominada Fits (Sistema de Transporte Flexível de Imagens, na sigla em inglês), criada no começo da corrida espacial para conservar as imagens das suas missões.
O papa Nicolau V fundou a biblioteca em 1448, reunindo cerca de 350 códices gregos, latinos e hebraicos, herdados de seus antecessores. Entre eles, havia diversos manuscritos da biblioteca imperial de Constantinopla. A oficialização da fundação aconteceu com a bula Ad decorem militantis Ecclesiae (15 de junho de 1475), do papa Sisto IV, que definiu um orçamento específico para a biblioteca e nomeou como bibliotecário Bartolomeu Platina, responsável pelo primeiro catálogo das obras ali guardadas, elaborado em 1481.
A biblioteca possuía então mais de 3.500 manuscritos, o que já fazia dela, com grande diferença, a maior do mundo ocidental. Em 1587, Sisto V contratou o arquiteto Domenico Fontana para construir um novo edifício para a biblioteca, situado no interior do Vaticano. O edifício é usado até hoje.
Os estudiosos dividem a história da biblioteca em cinco etapas:
Pré-lateranense: os inícios da biblioteca, correspondentes à primeira etapa da história da Igreja, antes de ser instalada no Palácio de Latrão. Muito poucos livros fazem parte dessa etapa.
Lateranense: livros e manuscritos passam a ser guardados no Palácio de Latrão. Esta etapa vai até o final do século XIII, durante o papado de Bonifácio VIII.
Avignon: neste período, crescem notavelmente as coleções de livros e arquivos dos papas que residiram em Avignon, entre a morte de Bonifácio VIII e o ano de 1370, quando a sede papal retorna a Roma.
Pré-Vaticana: de 1370 a 1447, a biblioteca fica dispersa, com parte das obras em Roma, Avignon e outros lugares.
Vaticana: é a etapa atual, iniciada em 1448, quando a biblioteca é transferida para o Vaticano.
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Fé e caridade não são apenas questões acadêmicas
Na sala de imprensa do Vaticano reflexões sobre a mensagem do Papa para a Quaresma
Por Luca Marcolivio
ROMA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A Mensagem de Bento XVI para esta Quaresma oferece a possibilidade de refletir a relação entre duas virtudes teologias: a fé e a caridade. Afirmou o Cardeal Robert Sarah, nesta manhã, na sala de imprensa do Vaticano.
O documento papal encoraja a meditar a relação "entre crer em Deus – disse o purpurado- no Deus revelado por Jesus Cristo, e a caridade, que é fruto do Espírito Santo e nos impulsiona a um horizonte de profunda abertura a Deus e ao próximo".  
Citando a experiência humanitária de um engenheiro filipino, o cardeal Sarah destacou que a fé não é apenas fonte de inspiração dos atos de caridade, mas também algo que muda "o enfoque da vida e da cultura dos mesmos beneficiários", que, graças à caridade, são ajudados a redescobrir Deus em suas vidas.
O vínculo entre fé e caridade, disse Sarah, tem duas dimensões: em primeiro lugar, "a fé verdadeira não existe sem as obras", e em segundo, "a caridade suscita a fé, e portanto é testemunho".
Além disso, no contexto do Ano da Fé e da Páscoa que se aproxima, a Mensagem do Papa para a Quaresma recorda-nos que a verdadeira fonte da caridade é "Cristo que morreu e ressuscitou por amor".
Por esta razão, a Quaresma é um "tempo favorável para abrir os olhos dos nossos corações para os mais necessitados, partilhando com eles o nosso". Mais ainda num contexto como o europeu e mundial, marcado pela crise econômica e pelo retorno de tristes realidades como a pobreza e a exploração no trabalho.
Fé e caridade, portanto, concluiu o cardeal, são "dois lados da mesma moeda, isto é, a nossa pertença a Cristo".
Em seguida, se pronunciou monsenhor Gianpietro Dal Toso, secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, segundo qual, os discursos sobre fé e caridade não são apenas "questões acadêmicas", pois afetam a prática dos organismos eclesiais e da Santa Sé, mas, sobretudo, "a visão do homem", que, por sua vez, influencia os "modelos de desenvolvimento ".
Um exemplo concreto de caridade humanitária foi apresentado por Michael Thio, Presidente Geral da Confederação Internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo. Proveniente de Singapura, Thio foi nomeado há dois anos chefe da Confederação.
"Desde nossas humildes origens há 180 anos - disse Thio - hoje estamos presentes em 148 países, com 780 mil membros, ativos em 70 mil conferências, com 1,3 milhões de voluntários que atendem mais de 30 milhões de pessoas pobres".
A Sociedade São Vicente de Paulo atua em vários âmbitos, desde o cuidado com os pobres (alimentação, vestuário, etc.), assistência em caso de catástrofes naturais, até o acolhimento de refugiados, através de projetos de educação, saúde e planejamento urbano. Entre os mais importantes dos últimos anos, o presidente destacou a reconstrução do pátio interno de uma creche em Fukushima, danificado pelo desastre nuclear em março de 2011.
Fundamento carismático da Sociedade de São Vicente de Paulo são as três virtudes teologais. "Ao apoiar a causa dos pobres - explicou Thio - são promovidas as ações e as virtudes cristãs e nós somos apenas humildes servos que testemunham Cristo.
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Crer na caridade suscita caridade
Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2013
CIDADE DO VATICANO, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a seguir a mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Quaresma de 2013.
Crer na caridade suscita caridade  
«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo4, 16)  
Queridos irmãos e irmãs!
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.
1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um "mandamento", mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d'Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).
2. A caridade como vida na fé
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf.Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).
3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressioo anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate8).
Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.
4. Prioridade da fé, primazia da caridade
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!
Vaticano, 15 de Outubro de 2012
BENEDICTUS PP. XVI
© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana
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Bento XVI recebe as atas do simpósio contra a pederastia na Igreja
Tolerância zero e diretrizes contra a repetição dos horrores
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - O diretor do Centro para a Proteção dos Menores e do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, o padre jesuíta Hans Zollner, entregou ontem a Bento XVI o livro das atas do simpósio internacional realizado há um ano sobre os abusos cometidos por pessoas do clero contra menores de idade e a resposta que foi dada pela Igreja.
O volume, escrito em alemão, foi entregue ao papa no final da audiência. As atas foram redigidas no simpósio "Rumo à cura e à renovação", que, de 6 a 9 de janeiro de 2012, contou com a participação de 110 conferências episcopais, representadas, na maior parte dos casos, pelo bispo encarregado dos casos de abuso na respectiva conferência.
Participaram ainda superiores gerais de mais de trinta ordens religiosas e cerca de setenta especialistas em direito canônico, bem como psiquiatras e psicoterapeutas que trabalham com as vítimas e com os abusadores.
As atas do simpósio serão apresentadas ao público no próximo dia 5 de fevereiro, também na Universidade Gregoriana. Serão divulgadas ainda as atividades do Centro para a Proteção dos Menores e o programa de e-learning criado na Alemanha para prevenir abusos contra menores na Igreja e na sociedade, além de prestar a ajuda devida às vítimas.
As iniciativas fazem parte da estratégia firme e decidida do Vaticano na luta contra a pedofilia no interior da Igreja.
Na entrega das atas também estava presente o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, que participou do simpósio. Na ocasião, o porta-voz vaticano disse a ZENIT que, "além de aumentar o rigor no combate ao crime dos abusos contra menores, cometidos por pessoas da Igreja, a iniciativa identificará um percurso que ajude as vítimas e crie condições para evitar que pecados semelhantes se repitam no futuro".
Lombardi acrescentou que as conferências episcopais estavam trabalhando "para pôr a circular em prática, formulando as suas diretrizes". Trata-se de "redigir um documento, mas também de praticá-lo. Todo intercâmbio de experiências será útil".
O jesuíta precisou que a Universidade Gregoriana sediou o simpósio por ser "um grande centro acadêmico capaz de organizar uma iniciativa como esta, que pede capacidades de tipo moral, jurídico, canônico, pastoral e psicológico", e especificou que o convênio foi gerido pelo Instituto de Psicologia da Gregoriana, assim como o centro especializado que lhe dá suporte.
Dom Charles Scicluna, promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, destacou no simpósio a vontade firme de "extirpar e prevenir esta chaga aberta", porque "os abusos são um fenômeno muito triste que, além de pecado, são um delito. E como delito, existe para eles a justa jurisdição do Estado e o dever de colaborar com esta jurisdição penal".
 Duas cerimônias marcaram o final do simpósio: a primeira, penitencial, foi presidida pelo cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos. A segunda, uma missa concelebrada, foi presidida pelo cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
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Bento XVI confia meditações da via-crúcis a dois jovens libaneses
Patriarca Bechara os orientará. Papa oficiará todos os ritos da Semana Santa
Por Sergio Mora
CIDADE DO VATICANO, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Bento XVI confiou a dois jovens libaneses a elaboração dos textos das meditações da via-crúcis da sexta-feira santa, que acontece no Coliseu, em Roma, todos os anos.
De acordo com o Vaticano, "em rememoração da viagem ao Líbano e a fim de convidar toda a Igreja a manter vívido nas suas orações o Oriente Médio, seus problemas e suas comunidades cristãs, o Santo Padre, através do cardeal secretário de Estado, convidou o patriarca cardeal Bechara Buytros Räi a preparar os textos para a via-crúcis da sexta-feira santa no Coliseu (...) Os textos serão preparados por dois jovens libaneses, sob a orientação do patriarca, e seguirão o esquema tradicional das catorze estações".
Os textos de 2012 foram preparados pelo casal italiano Danilo e Anna Maria Zanzucchi, iniciadores do movimento "Famílias Novas", dos Focolares. Em 2011, a autora foi a religiosa de clausura Maria Rita Piccione, presidente da Federação dos Mosteiros Agostinianos da Itália.
A agenda papal, preparada pelo departamento das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, prevê que o papa estará presente em onze celebrações litúrgicas.
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Progressos significativos nas negociações entre Israel e a Santa Sé
O encontro de ontem em Jerusalém aconteceu num clima reflexivo e construtivo. Fixada para Junho de 2013 no Vaticano a próxima reunião plenária
ROMA, 30 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Aconteceu ontem, terça-feira, 29 de janeiro, em Jerusalém, uma reunião entre Israel e a Santa Sé para continuar as negociações sobre questões econômicas e fiscais da Igreja católica na Terra Santa, de acordo com o artigo 10, parágrafo 2 º do "Fundamental Agreement" estipulado entre os dois Estados em 1993.
De acordo com um comunicado conjunto, a Comissão bilateral permanente de trabalho "tomou nota do fato de que houve progressos significativos e deseja uma rápida conclusão do acordo".
A reunião foi presidida pelo Sr. Daniel Ayalon, MK, Vice-Ministro das relações exteriores e por Mons. Ettore Balestrero, Sub-Secretário para as Relações com os Estados. A delegação da Santa Sé agradeceu o Vice-Ministro pela sua contribuição para as negociações e desejou-lhe sucesso em seus novos compromissos.
As negociações aconteceram num clima "reflexivo e construtivo" e as partes chegaram a acordo sobre os próximos passos e fixaram a próxima reunião plenária em Junho de 2013, no Vaticano.
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Uma atitude aparentemente débil, feita de mansidão, paciência e amor, demonstra que este é o verdadeiro modo de ser poderoso!
Palavras de Bento XVI durante a Audiência Geral de hoje pela manhã
ROMA, 30 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - A Audiência Geral desta manhã ocorreu às 10h30 na Sala Paulo VI, onde o Santo Padre Bento XVI encontrou grupos de peregrinos e fieis provenientes da Itália e de toda parte do mundo. No discurso em língua italiana o Papa continuou o ciclo de catequeses dedicados ao Ano da fé. A Audiência Geral se concluiu com o canto do Pater Noster e com a Benção Apostólica. Publicamos a seguir a tradução de ZENIT das palavras do Pontífice:
***
Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso
Queridos irmãos e irmãs,
Na catequese da quarta-feira passada, consideramos as palavras iniciais do credo: "Creio em Deus". Mas a profissão de fé especifica esta afirmação: Deus é o pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. Gostaria que refletíssemos agora sobre a primeira e fundamental definição de Deus que o credo nos apresenta: ele é pai.
Nem sempre é fácil falar de paternidade hoje. No ocidente, em especial, há muitos fatores que podem impedir uma relação pacífica e construtiva entre pais e filhos, como as famílias desestruturadas, os compromissos de trabalho mais absorventes, as preocupações e, tantas vezes, a dificuldade para equilibrar o orçamento familiar, além da invasão distrativa da mídia na vida diária. A comunicação se torna difícil, a confiança pode ser perdida e a relação com a figura do pai pode se tornar problemática. Assim, quando não se tem modelos adequados de referência, torna-se difícil também imaginar Deus como pai. Para aqueles que tiveram a experiência de um pai muito autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afetuoso, ou mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade em Deus como pai e entregar-se a ele com confiança.
A revelação bíblica, no entanto, nos ajuda a superar essas dificuldades ao falar de um Deus que nos mostra o que significa verdadeiramente ser "pai". E é especialmente o evangelho que nos revela o rosto de Deus como um pai que ama até a doação do próprio filho para a salvação da humanidade. A referência à figura paterna ajuda a compreender um pouco do amor de Deus, mesmo que o amor divino seja infinitamente maior, mais fiel, mais total que o de qualquer homem. "Quem de vós", pergunta Jesus aos discípulos para lhes mostrar o rosto do pai, "ao filho que lhe pedir pão, dará uma pedra? E, se pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem" (Mt 7,9-11; cf. Lc 11,11-13 ). Deus é nosso pai porque nos abençoou e escolheu antes da criação do mundo (cf. Ef 1,3-6) e fez de nós, realmente, seus filhos em Jesus (cf. 1 Jo 3,1). E, como pai, Deus acompanha com amor a nossa vida, dando-nos a sua palavra, os seus ensinamentos, a sua graça, o seu Espírito.
Ele, como revelado por Jesus, é o pai que alimenta as aves do céu sem que elas precisem plantar ou colher, e reveste de cores maravilhosas as flores do campo, com vestes mais belas que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32 e Lc 12,24-28). E nós, acrescenta Jesus, valemos muito mais do que as flores e as aves do céu! E se Deus é bom o suficiente para fazer "nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir a chuva sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5,45), podemos sempre, sem medo e com total confiança, confiar-nos ao seu perdão de pai quando trilhamos o caminho errado. Deus é um pai bom que acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11), que dá gratuitamente a quem pede (cf. Mt 18,19; Mc 11,24; Jo 16,23) e que oferece o pão do céu e a água viva que dá a vida eterna (cf. Jo 6,32.51.58).
O filho orante do Salmo 27, cercado por inimigos, assediado pelos maus e por caluniadores, enquanto pede a ajuda do Senhor e o invoca, dá o seu testemunho cheio de fé, dizendo: "Meu pai e minha mãe me abandonaram, mas o Senhor me acolheu" (v. 10). Deus é um pai que nunca abandona os seus filhos, um pai amoroso que apoia, ajuda, acolhe, perdoa, salva, com uma fidelidade que supera imensamente a dos homens, para abrir-se uma dimensão de eternidade. "Porque o seu amor é para sempre", repete a cada verso, como em uma ladainha, o Salmo 136, percorrendo a história da salvação. O amor de Deus pai nunca falha, nunca se cansa de nós; é amor que se dá até o extremo, até o sacrifício do próprio filho. A fé nos dá esta certeza, que se torna uma rocha segura para a construção da nossa vida: nós podemos enfrentar todos os momentos de dificuldade e de perigo, a experiência do tempo escuro da crise e da dor, apoiados na certeza de que Deus não nos deixa sós e fica sempre perto, para nos salvar e nos levar à vida eterna.
É em Jesus que se mostra por inteiro o rosto benevolente do pai que está nos céus. É conhecendo Jesus que podemos conhecer o pai (cf. Jo 8,19; 14,7), e, vendo-o, vemos o pai, porque ele está no pai e o pai está nele (cf. Jo 14,9.11). Ele é a "imagem do Deus invisível", como definido pelo hino da Carta aos Colossenses, "primogênito de toda a criação... primogênito de quem ressuscitou dos mortos", "por meio do qual temos a redenção, a remissão dos pecados" e a reconciliação de todas as coisas, "tendo pacificado com o sangue da sua cruz tanto as coisas que estão na terra quanto aquelas que estão nos céus" (cf. Col1 ,13-20).
A fé em Deus pai nos pede crer no filho, sob o agir do Espírito, reconhecendo na cruz que salva a revelação final do amor divino. Deus é nosso pai ao nos dar o seu filho; Deus é nosso pai perdoando os nossos pecados e nos trazendo a alegria da vida ressuscitada; Deus é nosso pai nos dando o Espírito que nos torna filhos e nos permite chamá-lo, na verdade, "Abba, Pai!" (cf. Rm 8,15). É por isso que, ao nos ensinar a orar, Jesus nos convida a dizer "pai nosso" (Mt 6,9-13; cf. Lc 11,2-4).
A paternidade de Deus é amor infinito, ternura que se inclina sobre nós, filhos frágeis, necessitados de tudo. O Salmo 103, o grande hino de misericórdia divina, proclama: "Assim como um pai é terno para com seus filhos, o Senhor é terno para com quem o teme, porque ele sabe do que somos feitos, ele se lembra de que somos pó" (Sl 103,13-14). É justamente a nossa pequenez, a nossa frágil natureza humana, a nossa fraqueza, que se transforma em apelo à misericórdia do Senhor para que ele manifeste a sua grandeza e ternura de pai, ajudando-nos, perdoando-nos e salvando-nos.
E Deus responde ao nosso apelo enviando o seu filho, que morre e ressuscita por nós; entra em nossa fragilidade e faz o que, por si só, o homem nunca poderia fazer: ele toma sobre si o pecado do mundo, como cordeiro inocente, e nos reabre o caminho para a comunhão com Deus, tornando-nos verdadeiros filhos de Deus. É ali, no mistério pascal, que se revela em toda a sua luminosidade o rosto definitivo do pai. E é ali, na cruz gloriosa, que acontece a plena manifestação da grandeza de Deus como "Pai Todo-Poderoso".
Mas podemos perguntar: como é possível imaginar um Deus Todo-Poderoso quando olhamos para a cruz de Cristo? Como, se vemos esse poder do mal, que chega ao ponto de matar o filho de Deus? Nós esperamos uma onipotência divina de acordo com os nossos padrões de pensamento e com os nossos desejos: um Deus todo-poderoso que resolva os problemas, que nos evite as dificuldades, que vença o adversário, que mude o curso dos acontecimentos e anule a dor. Diversos teólogos dizem que Deus não pode ser onipotente, pois, se fosse, não haveria tanto sofrimento, tanto mal no mundo. Diante do mal e do sofrimento, para muitos, para nós, é problemático, é difícil acreditar em um Deus Pai Todo-Poderoso. Alguns procuram refúgio em ídolos, cedendo à tentação de encontrar uma resposta numa onipotência "mágica" e nas suas promessas ilusórias.
Mas a fé no Deus Todo-Poderoso nos conduz por caminhos muito diferentes: nos leva a aprender que o pensamento de Deus é diferente do nosso, que os caminhos de Deus são diferentes dos nossos (cf. Is 55,8) e que mesmo a sua onipotência é diferente: não é uma força automática ou arbitrária, e sim um poder caracterizado por uma liberdade amorosa e paterna. Deus, ao criar seres livres, dando-lhes liberdade, renunciou a uma parte do seu poder, permitindo o poder da nossa liberdade. Ele ama e respeita a livre resposta de amor ao seu apelo. Como pai, Deus quer que nos tornemos seus filhos e vivamos como tais em seu Filho, na comunhão, na intimidade plena com ele. A sua onipotência não se expressa na violência, não se expressa na destruição de todo poder adverso, como nós gostaríamos, mas sim no amor, na misericórdia, no perdão, na aceitação da nossa liberdade e no incansável chamado à conversão do coração, numa atitude aparentemente frágil: Deus parece frágil, se pensarmos em Jesus Cristo orando, deixando-se matar. Uma atitude aparentemente débil, feita de mansidão, paciência e amor, demonstra que este é o verdadeiro modo de ser poderoso! Este é o poder de Deus! E este poder vencerá! O sábio do livro da Sabedoria se volta para Deus dizendo: "És misericordioso para com todos porque tudo podes; fechas os olhos para os pecados dos homens, à espera do seu arrependimento. Tu amas todas as coisas que existem... És indulgente com todas as coisas porque são tuas, Senhor, que amas a vida" (11,23-24a.26).
Só os realmente poderosos podem suportar o mal e se mostrar compassivos; só os realmente poderosos podem exercitar plenamente o poder do amor. E Deus, a quem pertencem todas as coisas, porque todas as coisas foram feitas por ele, revela a sua força amando tudo e a todos, em uma espera paciente pela conversão de todos nós, os homens, que ele deseja ter como filhos. Deus espera a nossa conversão. O amor todo-poderoso de Deus não tem limites, tanto que "ele não poupou o próprio filho, mas o entregou por todos nós" (Rm 8,32). A onipotência do amor não é a do poder do mundo, mas a do total doar, e Jesus, o filho de Deus, revela ao mundo a onipotência verdadeira do pai dando a vida por nós, pecadores. Este é o real, autêntico e perfeito poder divino: responder ao mal não com o mal, mas com o bem; aos insultos com o perdão, ao ódio assassino com o amor que faz viver. Assim o mal é derrotado, porque o amor de Deus o lavou; assim a morte é finalmente vencida, porque é transformada no dom da vida. Deus pai ressuscita o filho: a morte, a grande inimiga (cf. 1 Cor 15,26), é privada do seu veneno (cf. 1 Cor 15,54-55), e nós, libertados do pecado, podemos viver a nossa realidade de filhos de Deus.
Quando dizemos "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso", expressamos a nossa fé no poder do amor de Deus, que, em seu filho morto e ressuscitado, derrota o ódio, o pecado, o mal, e nos dá a vida eterna, aquela dos filhos que desejam estar para sempre na "casa do pai". Dizer "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso", no seu poder, no seu modo de ser pai, é sempre um ato de fé, de conversão, de transformação dos nossos pensamentos, de todo o nosso afeto, de todo o nosso modo de viver.
Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que sustente a nossa fé, que nos ajude a encontrar a verdadeira fé e nos dê a força para anunciar o Cristo crucificado e ressuscitado e para dar testemunho dele no amor a Deus e ao próximo. Deus nos conceda receber o dom da nossa filiação para vivermos plenamente a realidade do credo, na entrega confiante ao amor do pai e à sua onipotência misericordiosa, que é onipotência verdadeira e salvadora.
Antes de conceder a bênção:
Dirijo-me aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Amanhã celebramos a memória litúrgica de São João Bosco, sacerdote e educador. Vejam nele, queridos jovens, um verdadeiro mestre de vida. Queridos doentes, aprendam com a experiência espiritual dele a confiar em todas as circunstâncias no Cristo crucificado. E vocês, queridos recém-casados, recorram à sua intercessão para viver com generoso compromisso a sua missão de esposos. Obrigado.

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"A verdadeira onipotência se expressa no amor
Durante a Audiência Geral, Bento XVI refletiu na paternidade de Deus
Por Luca Marcolivio
ROMA, 30 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - "Ele é o Pai" esta verdade fundamental da fé cristã foi considerada pelo Papa Bento XVI durante a Audiência Geral desta manhã. Continuando a série de catequeses dedicadas ao Ano da Fé, o Papa retomou o tema da audiência da última quarta-feira, dedicada ao Credo.
Hoje em dia, disse o Papa, é difícil até mesmo falar da paternidade humana, especialmente no Ocidente, onde "famílias desestruturadas, compromissos de trabalho mais absorventes, preocupações e muitas vezes o esforço para equilibrar o orçamento familiar, distraindo a invasão dos meios de comunicação na vida diária são alguns dos muitos fatores que podem impedir uma relação pacífica e construtiva entre pais e filhos".
Com mais razão torna-se "problemático" imaginar Deus como um pai, especialmente para quem não tem "modelos adequados de referência". Quem, por exemplo, tem experimentado um pai "muito autoritário e inflexível, ou indiferente e carente de afeto, ou mesmo ausente," encontrará dificuldade ao "pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se à Ele com confiança".
Contudo, a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, nos fala de um Deus que é verdadeiramente Pai, em quanto que "ama até o dono do próprio Filho para a salvação da humanidade". A paternidade de Deus, portanto, ajuda a compreender a natureza do seu amor que "permanece infinitamente maior, mais fiel, mais total do que o de qualquer homem".
Então, Deus como Pai, "acompanha com amor a nossa existência, dando-nos a sua Palavra, o seu ensinamento, a sua graça, o seu Espírito", afirmou o Papa.
É aquele Pai que "alimenta as aves do céu sem que elas tenham que plantar e colher, e veste de cores maravilhosas as flores dos campos, com roupas mais bonitas do que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32, Lc 12, 24 -28); e nós - acrescenta Jesus – valemos muito mais do que as flores e os pássaros do céu!". É aquele Pai bom que " acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11 ss), dá gratuitamente aos que o pedem (cf. Mt 18,19, Mc 11,24, Jo 16, 23) e oferece o pão do céu e a água viva que dá a vida para sempre (cf. Jo 6,32.51.58)".
Deus Pai nunca abandona os seus filhos, e nunca se cansa deles. A sua fidelidade "supera imensamente aquela dos homens, para abrir-se a dimensões de eternidade". Por sua vez, em Jesus Cristo é revelado em toda a sua plenitude "o rosto benevolente do Pai que está nos céus": somente conhecendo a Ele - "imagem do Deus invisível" (Col 1, 15) - que podemos conhecer o Pai.
"A fé em Deus Pai pede para crer no Filho, sob a ação do Espírito, reconhecendo na Cruz que salva a revelação final do amor divino", continuou o Papa. Além do mais, Deus é Pai, "dando-nos o seu Filho", enquanto que "é dando-nos o Espírito que nos faz filhos".
Nós somos seus filhos porque "fracos" e "necessitados de tudo". É "a nossa pequenez, a nossa natureza humana fraca, a nossa fragilidade que se torna atraente para a misericórdia do Senhor para que manifeste a sua grandeza e a ternura de um Pai, ajudando-nos, perdoando-nos e salvando-nos."
No entanto, existe um aparente paradoxo: "como é possível pensar num Deus onipotente olhando para a Cruz de Cristo?". De acordo com alguns teólogos Deus "não pode ser onipotente senão não poderia existir tanto sofrimento, tanta maldade no mundo."
A onipotência de Deus, no entanto, assim como o seu pensamento, percorre caminhos "diferentes dos nossos": ela "não se expressa como força automática ou arbitrária, mas é marcada por uma liberdade amorosa e paterna". Em outras palavras, Deus, ao criar os homens livres, "renunciou a uma parte do seu poder, deixando o poder da nossa liberdade", explicou Bento XVI.
A sua onipotência, portanto, "não se expressa na violência, não se expressa na destruição de todo o poder contrário como nós desejamos, mas se expressa no amor, na misericórdia, no perdão, no aceitar a nossa liberdade e no incansável apelo à conversão do coração".
"Só quem é realmente poderoso pode suportar o mal e mostrar-se compassivo – acrescentou o Papa – . Só quem é realmente poderoso pode exercitar plenamente a força do amor".
A onipotência de Deus é aquela do amor, não aquela do "poder do mundo", mas do "dom total" do Filho, sacrificado para dar a vida a "nós pecadores".
A "verdadeira, autêntica e perfeita potência divina" significa portanto "responder ao mal não com o mal, mas com o bem, aos insultos com o perdão, ao ódio homicida com o amor que faz viver". Só assim "o mal é realmente vencido, porque lavado pelo amor de Deus; então a morte é definitivamente derrotada, porque transformada em dom da vida".
A expressão "Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso", que introduz o nosso Credo, é portanto um confiar-se ao "poder do amor de Deus, que no seu Filho morto e ressuscitado derrota o ódio, o mal, o pecado e nos abre para a vida eterna", bem como "um ato de fé, de conversão, de transformação do nosso pensamento, de todo o nosso afeto, de todo o nosso modo de viver".
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A falta de fé pode ferir a validade do matrimônio
Bento XVI aos membros da Rota Romana pediu para estudar o tema. A fidelidade à Igreja de um cônjuge abandonado é exemplo para toda a sociedade
ROMA, 30 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - "A falta de fé pode ferir os bens do matrimônio: procriação, fidelidade conjugal e indissolubilidade", é o ponto central da mensagem que Bento XVI dirigiu sábado passado à Rota Romana, tribunal vaticano encarregado pelos casos de nulidade matrimonial.
Em seu discurso por ocasião da inauguração do ano judiciário, na Sala Clementina, o Papa apresentou a ausência de fé como uma das principais causas, não da nulidade matrimonial, mas de ferida da mesma, ainda que não fechou totalmente a questão pois indicou que "no contexto atual, será necessário promover reflexões mais profundas".
E disse que não devemos confundir a intenção das partes, com a fé pessoal que têm, ainda que "não seja possível separá-las totalmente". O santo padre lembrou a realidade natural do matrimônio "como um pacto irrevogável entre homem e mulher", enquanto que no plano teológico "assume um significado ainda mais profundo".
Indicou que pode haver casos em que "justamente por causa da ausência de fé, o bem dos cônjuges fique danificado, ou seja, excluído do mesmo consenso".
"Não pretendo certamente – disse o papa – sugerir uma fácil ligação entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas evidenciar como tal carência possa, ainda que não necessariamente, ferir também os bens do matrimônio, desde o momento em que a referência à ordem natural querida por Deus seja inerente ao pacto conjugal".
O pontífice disse que a rejeição da proposta divina conduz a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas. E também falou dos "desafios urgentes" que deve enfrentar a família dado que a cultura contemporânea tem um "elevado subjetivismo e relativismo ético e religioso".
Além do mais lembrou que existe uma mentalidade muito generalizada que considera a liberdade do indivíduo em contradição com a capacidade do ser humano de ligar-se por toda a vida. De que a pessoa "seja ela mesma, permanecendo autônoma e entrando em contato com o outro somente por meio das relações que podem ser interrompidas a qualquer momento".
Bento XVI também disse que o vínculo que se toma para toda a vida depende muito da perspectiva, "fixada num plano meramente humano", ou aberta "à luz da fé no Senhor".
Disse que a indissolubilidade do pacto entre um homem e uma mulher "não requer, para a sacramentalidade, a fé pessoal dos noivos", ainda que se requer como condição mínima necessária a intenção de fazer o que pede a Igreja.
E o Papa volta a indicar que "é importante não confundir o problema da intenção com o da fé pessoal dos contraentes" ainda que "não é possível separar totalmente".
"O estar fechado para Deus ou a rejeição da dimensão sagrada da união conjugal "pode chegar a minar a validade do pacto, quando (...) se traduza numa rejeição da fidelidade ou dos outros elementos ou propriedades essenciais do matrimônio".
Enquanto isso o Papa recordou a importância do exemplo como o de "um cônjuge abandonado ou que tenha sofrido um divórcio, e que reconhece a indissolubilidade do matrimônio, que consegue não deixar-se "implicar numa nova união... Nesse caso seu exemplo de fidelidade e de coerência cristã assume um especial valor de testemunho diante do mundo e da igreja".
Devido à complexidade do tema, passamos o link do texto original no italiano:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2013/january/documents/hf_ben-xvi_spe_20130126_rota-romana_it.html
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No deserto atual, até mesmo 140 caracteres do Papa são "uma gota de orvalho"
Entrevista com Mons. Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 29 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Na semana passada Bento XVI apresentou ao mundo a sua Mensagem para o Dia Mundial das comunicações sociais, que será celebrado no dia 12 de maio, com o tema: "Redes Sociais: portas de verdade e de fé; novos espaços de evangelização".
ZENIT comentou este importante documento com Mons. Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Na entrevista publicada abaixo, o prelado explicou a relação da Santa Sé com as novas tecnologias para o seu trabalho diário, e apresentou o seu ponto de vista sobre uma série de iniciativas, como o contato Twitter do Papa, que atualmente, há pouco mais de um mês do seu lançamento, superou os dois milhões e meio de contatos.
***
ZENIT: Excelência, quais foram as primeiras reações à mensagem do Papa para o 47 º Dia Mundial das Comunicações Sociais?
Mons. Celli: Observando a imprensa internacional, parece-me que a mensagem do Papa foi bem recebida em todos os lugares. Eu acho que finalmente se tomou consciência do fato de que as redes sociais precisam de homens e mulheres de boa vontade. Não é um instrumento que o homem liga ou desliga, mas um ambiente no qual se vive efetivamente; como uma grande praça onde estão outras pessoas e onde é possível redescobrir o sentido profundo da própria vida. Acho que esse é um dos grandes desafios que a mensagem do Papa quer enfrentar. Como o Santo Padre escreveu, muitas vezes não é imediatamente percebida a busca da verdade, do sentido da vida, e às vezes as novas tecnologias confundem um pouco as ideias enchendo as pessoas de mensagens, de propostas. Aparece assim um grande problema de discernimento.
ZENIT: Na sua opinião, há um "perfil" especial daqueles que querem evangelizar na rede?
Mons. Celli: Não, eu diria que não há um perfil específico. Prefiro falar de homens e mulheres do nosso tempo que aceitaram no próprio coração o Senhor Jesus e a sua mensagem e que, portanto, procuram transmití-lo e vivê-lo por meio das redes sociais. Na web existe o contato com outras pessoas, e é por isso que o Santo Padre falou também de autenticidade, de busca da verdade. Como mencionei antes, há um grande risco nas redes sociais: ser submetido a uma enxurrada de mensagens, às vezes negativas, e nem sempre é fácil discernir e compreender. Por isso, agradeço muito o convite do Papa para descobrir quais são os impulsos e as tensões do homem e das mulheres de hoje. Porque, como se lê no texto da Mensagem, "as redes sociais estão ligadas profundamente às preocupações do coração humano". São um espaço adicional para compreender que o Senhor Jesus está do nosso lado.
ZENIT: As redes sociais são, portanto, muito mais do que meros meios de comunicação?
Mons. Celli: Não são instrumentos, são ambientes de vida, são realidades onde eu "moro". Portanto, eu não utilizo as redes sociais só para anunciar o Evangelho, mas morando na rede social, com o meu testemunho, com o meu anúncio, eu comunico Jesus Cristo, a sua palavra, a sua proposta. Numa mensagem há alguns anos, até mesmo o Santo Padre falava de uma "diaconia da cultura digital", convidando os bispos a formar no seu próprio ambiente um pequeno grupo de padres que pudessem trabalhar na rede e exercitar uma verdadeira e genuína pastoral.
ZENIT: Quais são os desafios que emergem deste novo mundo?
Mons. Celli: Uma questão muito delicada no campo das novas tecnologias é o da linguagem. No sentido de que é preciso ter a capacidade para utilizar uma linguagem compreensível por todos os homens e mulheres de hoje. De fato, o Papa fala na Mensagem que não espera só uma citação formal da palavra do Evangelho. Não se trata de repetir somente as passagens das Escrituras, mas quem mora na rede tem que dar testemunho com a própria vida de uma relação existencial entre vida e Evangelho. O Santo Padre mesmo nos deu este exemplo entrando no Twitter. O seu desejo era justamente o de estar do lado dos homens e mulheres de hoje, e permanecer do lado deles com a sua palavra. E sim, o Twitter é limitado só a 140 caracteres, porém estas poucas palavras podem ter um conteúdo profundo que pode ajudar o homem a redescobrir o sentido profundo da sua vida.
ZENIT: Sobre o Twitter, como avaliar as reações negativas, às vezes ataques reais, das pessoas ao perfil do Papa?
Mons. Celli: Nestes tempos eu vi mais reações positivas que negativas. Quando apresentamos o primeiro tweet do Papa, falei de "faíscas de verdade" e "pérolas de sabedoria". E eis que, nesta "desertificação espiritual" que – como afirma o Papa, está aumentando mais e mais – uma "gota de orvalho", ainda que breve mas profunda, do Papa pode aliviar a sede do homem e pode favorecer o seu caminho. Por isso, apesar das críticas, dos insultos, e de algumas mensagens até mesmo pesadas recebidas, eu acredito que a decisão do Papa de entrar na rede social é muito positiva. Repito que é preciso estar presente no contexto das redes sociais, não só para vivermos, mas para dar testemunho dos valores em que acreditamos.
ZENIT: Muitas vezes o senhor fez uma chamada a "retwitar" as mensagens do Papa...
Mons. Celli: Sim, convidei os amigos do Papa a "retwitarem" aos própios amigos toda mensagem do Santo Padre. Se cada usuário enviasse a mensagem do Papa só a dez amigos alcançaríamos já os vinte e cinco milhões de seguidores, a assim por diante...
ZENIT: Como é que a comunicação social católica vai colaborar para promover a nova Evangelização?
Mons. Celli: Eu acho que a chamada para evangelizar é um convite para todos. Todo discípulo de Jesus Cristo deve assumir esta responsabilidade, que está ligada ao seu batismo, ou seja, de ser anúncio, instrumento, presença, proposta. Este é um ponto de referência fundamental. Este esforço evangelizador ajudará as pessoas a usarem bem tudo o que a tecnologia oferece.
ZENIT: Quais são os projetos atuais do Dicastério que o senhor é presidente?
Mons. Celli: Neste momento estamos levando adiante a iniciativa do Twitter que cresce a cada dia mais e vê aumentar continuamente os seguidores. E procuramos fazer que o twiter do Santo Padre possa ser difundido o mais possível. Outra iniciativa é news.va, o site que coleta as informações dos diversos órgãos de comunicação da Santa Sé. Hoje news.va é visitado diariamente por 12.000 a 30.000 pessoas. E tenho certeza de que esse número vai aumentar. Para nós é muito importante porque permite-nos estar presente e oferecer diariamente notícias atualizadas mais de três vezes ao dia.
ZENIT: Outros planos para o futuro?
Mons. Celli: Já já estará operando a aplicação do Papa para os smartphones que permitirá ter imediatamente os vídeos do Papa, ou a transmissão de uma Audiência, do Angelus ou de uma cerimônia em São Pedro. É um projeto em sintonia com o grande e iluminador magistério deste Papa.
Para ler o texto integral da Mensagem do Papa Bento XVI para o 47 º Dia Mundial das Comunicações Sociais 2013, clique em:http://beta.zenit.org/pt/articles/redes-sociais-portais-de-verdade-e-de-fe-novos-espacos-de-evangelizacao
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Indulgências especiais na XXI Jornada Mundial do doente
O Santo Padre concede o dom das indulgências para aqueles fieis que, arrependidos e estimulados pela caridade, coloquem-se a serviço dos que sofrem e, se doentes, suportem as dores e as adversidades da vida
ROMA, 28 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a tradução feita pela equipe de ZENIT do Decreto da Penitenciaria Apostólica Vaticana com o qual se concedem indulgências especiais por ocasião da XXI Jornada Mundial do doente, que será celebrada do 7 ao 11 de fevereiro.
***
A Redenção cumpriu-se por meio da Santa Cruz de Cristo, ou seja, através da sua paixão. Todos os sofrimentos humanos, na verdade, podem participar do sofrimento redentor do Senhor; de fato, o Apóstolo São Paulo diz: "Completo o que falta às tribulações de Cristo em minha carne pelo seu Corpo, que é a Igreja" (Cl 1, 24).
Nesse ano da Fé, dedicato especialmente à profissão da verdadeira fé e à sua reta interpretação, vale a pena lembrar o luminoso ensinamento do Concílio Vaticano II sobre o sentido cristão do sofrimento e da sua partilha entre os irmãos: "Visto que as obras de caridade e misericórdia dão um esplêndido testemunho de vida cristã, deve também a formação apostólica levar ao seu exercício, para que os fiéis aprendam, logo desde a infância, a compadecer-se dos pobres e necessitados e a ajudá-los com generosidade". (Decreto Apostolicam actuositatem, 31 c).
Portanto, impulsionado pelo desejo de que a celebração anual do Dia Mundial do Doente, este ano especialmente solene, possa revelar-se uma sempre mais eficaz catequese sobre o sentido salvífico do sofrimento e sensibilize mais ainda todos aqueles que, por diversas razões, estão comprometidos com o serviço de quem sofre na alma e no corpo, o Santo Padre escolheu como tema da XXI Jornada Mundial do Doente, que será celebrada do 7 ao 11 do próximo mês de fevereiro, o Bom Samaritano: "Vai, e também tu, faze o mesmo" (Lc 10, 37), que ensina a "fazer bem com o sofrimento e, ao mesmo tempo, a fazer bem a quem sofre" (Carta Apostólica Salvifici doloris, 30).
No final da Jornada, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, Sua Excelência Mons. Zygmunt Zimowski, Presidente do Pontifício Conselho para a pastoral no campo da saúde, presidirá no Santuário Mariano de Altötting, da diocese de Passau, uma solene Missa com a administração do sacramento da Unção dos enfermos.
Com a finalidade de que os fiéis se preparem espiritualmente para participar da melhor forma possível desse evento, Sua Santidade Bento XVI, na Audiência concedida, no dia 18 do presente mês de janeiro, aos subscritos Cardeal Penitenciário-Mor e Regente desta Penitenciaria Apostólica, concedeu benignamente o dom das indulgências de acordo com o seguinte dispositivo, para que os fieis, realmente arrependidos e estimulados pela caridade, seguindo o exemplo do Bom Samaritano, com espírito de fé e com ânimo misericordioso, coloquem-se ao serviço dos irmãos que sofrem e se, por sua vez enfermos, suportem as dores e as adversidades da vida, elevando com humilde confiança a alma a Deus e oferecendo claro testemunho de fé por meio do caminho do Evangelho do sofrimento:
A. Uma indulgência plenária, que os fiéis, com espírito verdadeiramente arrependido e contrito, poderão obter um vez por dia nas condições habituais (Confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre) e também aplicar em sufrágio das almas dos fieis defuntos, toda vez que, do próximo 7 ao 11 de fevereiro, no Santuário Mariano de Altötting ou em qualquer outro lugar estabelecido pela Autoridade eclesiástica, participem devotamente de uma cerimônia celebrada para suplicar a Deus os propósitos da Jornada Mundial do Doente e recitem o Pai Nosso, o Credo e uma piedosa invocação à Beata Virgem Maria.
Os fiéis que nos hospitais públicos ou em qualquer casa particular  assistam caridosamente, como o Bom Samaritano, os doentes e, por causa do seu serviço, não possam participar das funções indicada acima, obterão o mesmo dom da indulgência plenária, se nesses dias prestarem generosamente ao menos por algumas horas a sua caridosa assistência como se o fizessem ao mesmo Cristo Senhor (cf. Mt 25, 40) e recitem o Pai Nosso, o Credo e uma piedosa invocação à Santíssima Virgem Maria, tendo o espírito desapego de todo pecado e o propósito de cumprir, logo que possível, as condições necessárias para obter a Indulgência plenária.
Por fim, os fiéis que por doença, por idade avançada ou por razões semelhantes, estejam impedidos de participar da cerimônia acima, obterão a Indulgência plenária se, com a alma completamente desligada de qualquer pecado e propondo-se cumprir logo que possível as normais condições, participem espiritualmente das sagradas funções nos dias determinados, especialmente quando as Celebrações Litúrgicas e a Mensagem do Sumo Pontífice sejam transmitidas pela televisão e pelo rádio, rezem devotamente por todos os doentes e ofereçam a Deus, por meio da Virgem Maria, Salus infirmorum, os seus sofrimentos físicos e espirituais.
B. A indulgência parcial a todos os fiéis toda vez que dirigirem a Deus misericordioso, com um coração contrito, nos dias marcados acima, fervorosas orações pelos doentes no espírito do presente Ano da Fé.
Este Decreto entra em vigor para esta ocasião. Não obstante qualquer disposição contrária.
Dado em Roma, na sede da Penitenciaria Apostólica, no dia 25 de janeiro de 2013, na Solenidade da Conversão de São Paulo, que fecha a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Manuel Card. Monteiro de Castro
Penitenciário-Mor
Mons. Krzysztof Nykiel
Regente
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Papa transmite suas condolências e a sua participação na dor das famílias atingidas pela tragédia da boate em Santa Maria
Mensagem do Cardeal Tarcisio Bertone Secretário de Estado do Vaticano, em nome do Santo Padre, ao arcebispo SE Bispo Hélio Adelar Rubert
CIDADE DO VATICANO, 28 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a mensagem  de condolências em nome do Santo Padre pelas vítimas do incidente na boate de Santa Maria (Brasil) ocorrido na noite sábado. A mensagem divulgada pelo Serviço de Informação do Vaticano (VIS) foi enviada pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, em nome do Santo Padre, ao arcebispo SE Bispo Hélio Adelar Rubert .
EXMO REVMO DOM HÉLIO ADELAR RUBERT
ARCEBISPO DE SANTA MARIA
CONSTERNADO PELA TRÁGICA MORTE DE CENTENAS DE JOVENS EM UM INCÊNDIO EM SANTA MARIA, O SUMO PONTÍFICE PEDE A VOSSA EXCELÊNCIA QUE TRANSMITA ÀS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS SUAS CONDOLÊNCIAS E SUA PARTICIPAÇÃO NA DOR DE TODOS OS ENLUTADOS. AO MESMO TEMPO EM QUE CONFIA A DEUS PAI DE MISERICÓRDIA OS FALECIDOS, O SANTO PADRE PEDE AO CÉU O CONFORTO E RESTABELECIMENTO PARA OS FERIDOS, CORAGEM E A CONSOLAÇÃO DA ESPERANÇA CRISTÃ PARA TODOS ATINGIDOS PELA TRAGÉDIA E ENVIA, A QUANTOS ESTÃO EM SOFRIMENTO E AO MESMO PROCURAM REMEDIA-LO, UMA PROPICIADORA BÊNÇÃO APOSTÓLICA.
CARDEAL TARCÍSIO BERTONE
SECRETÁRIO DE ESTADO DE SUA SANTIDADE
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Pregação Sagrada


Como melhorar a Pregação Sagrada
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Interdiocesano Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Nessa semana falaremos de alguns conselhos práticos que podem ajudar o Pregador Sagrado na sua missão:
Compreender o seu público, ou seja, aquelas pessoas a quem vamos pregar. Conhecer a idiossincrasia destas pessoas, suas qualidades, suas fraquezas, seus problemas, seu modo de ser. A Igreja chama isso de "inculturação". Um espanhol e um brasileiro não são iguais; nem um francês e um americano, um alemão e um africano... É necessário falar com a linguagem das diversas culturas, fazer-nos tudo a todos para ganhá-los para Cristo, como São Paulo (cf. 1 Cor 9, 20-22). Não podemos ir à América Latina com categorias europeias. Simplesmente não nos entenderão! Ou pior ainda, nos recusarão! "Amanhã te escutaremos" parafraseando Atos 17, 32.
Preparar bem cada pregação, sem improvisar, deixando tudo para a última hora. A pregação não é algo que fazemos a título pessoal. Não! Pregamos em nome da Igreja. É a Igreja que, nesse momento explica a Palavra de Deus, através do pregador sagrado. Portanto, preparar a pregação a partir da oração pessoal. Mas também lendo comentários dos Papas, de autores espirituais bem sólidos e provados, sobre esses textos litúrgicos ou sobre esse tema do qual pregaremos. Os melhores comentários que existem sobre os evangelhos são OS SANTOS PADRES. Temos que ler muito os Santos Padres. São sempre atuais. São um verdadeiro tesouro a ser descoberto ainda. É como subir-se em ombros de gigantes. Um exemplo disso é o Papa Bento XVI. É por isso que as suas pregações são tão profundas, embora simples.
Ser ordenado e estruturado nas ideias da pregação: hoje temos que transmitir somente uma ideia na homilia ou na palestra, e desenvolver essa ideia em dois ou três aspectos bem travados e unidos. Mas somente uma ideia. Só então é que o ouvinte sairá com uma ideia bem aprendida e tentará vivê-la no seu dia a dia. Das três leituras dominicais pode-se tirar perfeitamente uma só ideia, desenvolvida em dois ou três aspectos. Por exemplo, uma homilia com a liturgia de um domingo: Deus nos convida à conversão (única ideia, tirada do evangelho); essa conversão supõe reconhecer-nos pecadores (primeiro aspecto dessa única ideia, tirada talvez da primeira leitura dominical ou do salmo responsorial); essa conversão trará como efeito a paz interior e a reconciliação com Deus (segundo aspecto dessa única ideia, tirada talvez da segunda leitura dominical). E os dois aspectos devem estar apoiados nos textos litúrgicos lidos. Uma só ideia! Quem fala de muitas ideias só consegue dispersar o ouvinte e não deixará nada claro e nem concreto. Quem diz muitas ideias está manifestando que não preparou profundamente a sua pregação. Provoca uma autêntica indigestão espiritual nos que escutam.
Ser criativo ao expor a ideia: essa ideia tem que ser apresentada com alguma metáfora, imagem, novidade, um fato ou anedota... Só assim ficam mais facilmente gravadas na alma do ouvinte, pois aparecerá como novidade e originalidade. Nisso o cardeal vietnamita Van Thuan, que Deus o tenha, era modelo. Não ser chatos com ideias já usadas e sem originalidade. É preciso ser atraentes e incisivos. Isso não se consegue com excentricidades ou com continhos e nem fazendo rir. Não! Isso se consegue tendo meditado muito e com profundidade na Palavra de Deus. E observando muito a vida humana.
Distinguir o modelo de pregação que me é pedido e o lugaronde se dá a pregação: primeiro, distinguir que tipo de pregação devemos dar, pois uma coisa é pregar uma homilia, outra uma reflexão numa hora santa com Cristo Eucaristia exposto; uma coisa é uma palestra aberta num auditório, outra é uma meditação num retiro; uma coisa é dar uma conferência a jovens e outra pregar a adultos ou a crianças ou a sacerdotes. E o lugar: porque uma coisa é pregar na capela, outra coisa é pregar num salão de estar ou num estádio ou numa fábrica. Tudo isso deve ser levado em conta na hora da pregação.
Sempre ser expressivo: sem forçar o próprio temperamento, não querendo ser aquele que é mais apaixonado e dinâmico... mas é preciso ser expressivo. Lembre-se dos três elementos de toda a pregação: idéias de fundo, forma concreta dessas ideias e expressão (velocidade e temperatura oratória) destas idéias. É necessário combinar os três elementos para que a pregação seja perfeita. Todo o nosso ser deve ser expressivo: voz, gestos, mãos, corpo, olhos, sentimentos, emoções, silêncio, questionamentos e perguntas diretas... Não devemos ser tímidos, nem ter medo de falar, nem falar com voz apagada ou monótona, ou em abstrato ou sem olhar para o auditório. Se fizermos isso o povo dorme. As pessoas vão odiar a nossas pregações, em vez de gozar com a pregação sagrada. Fides ex auditu, nos fala São Paulo, "a fé entre pelo ouvido" (Rm 10, 17).
Pregar a todo homem e ao homem todo: a todo homem: à criança, ao adulto, ao ancião, ao enfermo, ao que sofre, ao ignorante e ao simples, ao complicado e questionador... e a todo o homem: inteligência, sentimentos, afetos, coração, vontade... E a Palavra de Deus pregada tem que "tocar" a existência humana em todos os campos: pessoal, familiar, laboral, profissional, religioso... Por isso, o pregador buscará aplicar essa Palavra de Deus e "fazê-la caminhar" pelos meandros da vida dou ouvinte. O ouvinte durante a pregação deveria dizer: "Isso! É isso que eu preciso, encaixa perfeitamente o que fala esse pregador". É assim que o ouvinte se deixará transformar por essa Palavra de Deus que o pregador soube baixar para a vida deles concretamente. E com certeza vamos ter essa pessoa em todas as nossas pregações porque nos entende e entende que a Palavra de Deus explicada é muito atual para a sua vida, e não algo do passado ou de museu.
Ser simples, respeitoso e positivo ao pregar:  não  insistir tanto no que está mal. Apresente mais o bem que por si só atrai. Não estamos no século de certa apologética agressiva, inflexível, rigorosa e um pouco arrogante. Hoje temos de conquistar as pessoas com a bondade, com a simplicidade, com o encanto e a gota de mel. Isso não significa que não devemos dizer a verdade. É necessário apresentá-la, mas com bondade e respeito, para que atraia. Quando seja preciso falar algo forte, duro e negativo (p.e. os que vivem juntados ou divorciados e casados em segunda união não podem e nem devem comungar, etc...), é necessário falar em terceira pessoa e nunca interpelar a pessoa em questão. Não dizer: "Você que está juntado... não deve comungar". Seria muito ofensivo. É melhor dizer: "Quem se encontra nessa situação não deveria se aproximar da comunhão porque...". E quando se trata de algo positivo, então sim, interpelar em segunda pessoa: "Que bom que você foi generoso e fiel! Deus será também com você".
Sentir com a Igreja em tudo o que ela se propôs para este ano: se é o ano sacerdotal, não deveria ter nenhuma pregação durante o ano que não tivesse alguma menção sobre essa circunstância... se é o ano paulino, o mesmo. Ou o ano dedicado a Jesus Cristo (1997), ou ao Espírito Santo (1998), ou a Deus Pai (1999), ou o ano da Eucaristia (2000). Ou o ano da fé, no qual estamos agora. Não se pode caminhar em paralelo com a Igreja. Os tríduos desse ano e os exercícios espirituais e os retiros, as homilias deveriam estar focadas e marcadas por essa circunstância eclesial. Isso é parte do "sentire cum Ecclesia". Devemos ir ao passo da Igreja. Também nisso.
Destacar com frequência nas pregações aspectos e virtudes dos santos: os santos são nossos irmãos que já conseguiram o que nós estamos procurando: a santidade de vida. Eles nos dão exemplo e nos dizem quais aspectos são necessários praticar para agradar a Deus, crescer nas virtudes e alcançar a salvação eterna, que é a graça das graças. Quanto são edificantes as anedotas dos santos! Compre livros de santos e leia-os. E assim você vai colocar nas pregações exemplos maravilhosos e edificantes dos santos nos temas que estará tratando na pregação.
Conclusão: Espero que esses conselhos sirvam para que a sua pregação seja a cada dia de qualidade, para a glória de Deus e a salvação das almas. Isso é o que me tem ajudado. Não sei se lhes ajudará, pois todos somos diferentes.
Na semana passada apresentei aos leitores de ZENIT os pré-requisitos para a Pregação Sagrada. Pode ler clicando aqui. Na próxima semana falaremos mais especificamente do pregador sagrado: catequista, diácono, sacerdote, bispo.
Padre Antonio Rivero nasceu em Ávila, em 1956. Ordenado sacerdote legionário de Cristo em Roma, em 1986. Tem licenciatura em Humanidades Clássicas, em Filosofia pela Universidade Gregoriana, e licenciado e doutor em Teologia Espiritual pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum em Roma. Escreveu cinco livros de espiritualidade e já gravou mais de 200 CDs de formação católica. Dá congressos e conferências em Los Angeles. Também oferece cursos, retiros e exercícios espirituais para leigos, religiosas e sacerdotes na Colômbia, Peru e Brasil. Atualmente exerce seu ministério sacerdotal como professor de teologia e oratória, e diretor espiritual no Seminário interdiocesano Maria Mater Ecclesiae do Brasil.
Caso você queira se comunicar diretamente com o Pe. Antonio Rivero escreva para arivero@legionaries.org  e envie as suas dúvidas e comentários.
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Cultura e Sociedade


Musical "Os miseráveis" ressurge provocando novas emoções
Filme é indicado a oito Oscars
Por Felipe Bezerra
VIENA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Vamos começar do início: é um musical. Se você não gosta de musicais porque as pessoas não falam, só cantam, mesmo assim eu ainda peço dê uma chance a esse filme. Todos os atores, com exceção de Sacha Baron Cohen, que está ele mesmo e que não tem uma performance muito impressionante cantando, surpreendem. Só o fato de os atores estarem cantando ao vivo já muda completamente o cenário, as músicas ganham uma emoção nunca vista em musicais anteriormente. Jackman tem uma extensão vocal muito boa, e consegue colocar na música algo da crise interior do personagem de uma forma muito envolvente. Anne Hathaway elevou a música tema "I dreamed a dream" a um nível que a partir desse filme vai ser difícil de não ser comparado.
Sacha Cohen, ele mesmo, não surpreende, mas não deixa de ser uma bom ator e seu personagem junto com a mulher interpretada pela atriz Helena Bonham Carter são o tom leve e colorido do filme, sem eles ninguém aguentaria o sofrimento desse filme. A versão com Liam Neelson falta a "conversão" de Jean Valjean, já nesta, Hugh Jackman leva às lágrimas.
A fotografia está impecável, o figurino pensado até o detalhe, os cenários que tem a liberdade de serem reais as vezes lembram o palco da Broadway  e às vezes crescem à grandiosidade das montanhas francesas, das lágrimas de Fantine ( que Anne Hathaway produziu de verdade)  aos dentes manchados de Jean Valjan passando pelas borboletas ao redor de Cossette (Amanda Seyfried) todos os detalhes são pensados e estão lá de propósito.
Sim, mas e a Fé?
É a misericórdia que que salva, transforma e converte as pessoas. Mais do que uma revolução política e uma "liberdade" conquistada pela força, é claramente a misericórdia e o amor que transformam as vidas das pessoas.
A revolução francesa tão exaltada no filme que custou a vida de milhares de religiosos, padres e freiras guilhotinados, simplesmente pelo fato de guardarem os votos que fizeram a Deus, trouxe mais fome e miséria para o povo, extinguiu muitas Ordens religiosas na França, acabou com o ensino religioso no país, apagou uma série de assistências prestadas aos mais necessitados pela Igreja e colocou a "razão" acima de Deus. Sim, houve a declaração dos direitos humanos a qual hoje a Igreja apóia, mas, na época, foi uma negação de Deus em vista do homem.
Neste sentido, o filme perpassa um ponto importante na vida de todo cristão: o trabalho, pelo que "a doutrina social católica não pensa que os sindicatos sejam somente o reflexo de uma estrutura «de classe» da sociedade, como não pensa que eles sejam o expoente de uma luta de classe, que inevitavelmente governe a vida social. Eles são, sim, um expoente da luta pela justiça social, pelos justos direitos dos homens do trabalho segundo as suas diversas profissões. No entanto, esta « luta » deve ser compreendida como um empenhamento normal das pessoas «em prol» do justo bem: no caso, em prol do bem que corresponde às necessidades e aos méritos dos homens do trabalho, associados segundo as suas profissões; mas não é uma luta «contra» os outros.
Se ela assume um carácter de oposição aos outros, nas questões controvertidas, isso sucede por se ter em consideração o bem que é a justiça social, e não por se visar a « luta » pela luta, ou então para eliminar o antagonista. O trabalho tem como sua característica, antes de mais nada, unir os homens entre si; e nisto consiste a sua força social: a força para construir uma comunidade. E no fim de contas, nessa comunidade devem unir-se tanto aqueles que trabalham como aqueles que dispõem dos meios de produção ou que dos mesmos são proprietários. A luz desta estrutura fundamental de todo o trabalho — à luz do fato de que, afinal, o «trabalho» e o «capital» são as componentes indispensáveis do processo de produção em todo e qualquer sistema social — a união dos homens para se assegurarem os direitos que lhes cabem, nascida das exigências do trabalho, permanece um fator construtivo de ordem social e de solidariedade, fator do qual não é possível prescindir." (Carta Encíclica Laborem Exercens, do Bem-aventurado João Paulo II, nº 20).
Até hoje a fé sofre as consequências nefastas dessa revolução que em nome da "liberdade" profanou igrejas, matou pessoas que não tinham nada contra o Estado só pelo fato de serem fiéis a Roma. Graças ao bom Deus, temos inúmeros mártires e São João Maria Vianney (tocado pelo testemunho do seu pároco que permaneceu fiel à Igreja e servia os paroquianos escondido do Estado) como fruto dessa revolução. O espectador vai conseguir ver o grande abismo de diferença entre o amor que tem poder de mudar as vidas das pessoas e a violência que pode até transformar um cenário político, mas que traz consigo consequências de morte, frustração e cisma.
Ficha Técnica
Diretor: Tom Hooper.
Elenco: Sacha Baron Cohen, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Hugh Jackman, Russell Crowe, Eddie Redmayne, Samantha Barks, Aaron Tveit, Colm Wilkinson, Ella Hunt, George Blagden, DanielHuttlestone, Bertie Carvel, Isabelle Allen, Frances Ruffelle, Alistair Brammer, Evie Wray, Kerry Ellis, Tim Downie, Killian Donnelly, Alexander Brooks, Fra Fee, Sophie Ellis, Jean-Marc Chautems, Jonny Purchase, Lily Laight, Linzi Hateley, Scott Stevenson, Nathanjohn Carter, Dick Ward, Nancy Sullivan, Gabriel Vick, Catherine Woolston, Jaygann Ayeh, Paul Leonard, Gino Picciano, Olivia Rose Aaron, Jackie Marks, Julia Worsley, AlisonTennant, Josh Wichard, Sara Pelosi, Henry Monk, Adebayo Bolaji, Sammy Harris, Adam Nowell, Rosa O'Reilly, Stevee Davies, Robyn North, James Charlton, Alice Fearn, Kelly-Anne Gower, Iwan Lewis, Jos Slovick, Richard Dalton, Matt Harrop, Mary Cormack, Gary Bland, Adam Pearce.
Produção: Eric Fellner, Debra Hayward, Cameron Mackintosh
Roteiro: William Nicholson, baseado na obra de Victor Hugo
Fotografia: Danny Cohen
Trilha Sonora: Claude-Michel Schönberg
Duração: 157 min.
Ano: 2012
País: Reino Unido
Gênero: Musical
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Working Title Films / Cameron Mackintosh Ltd.
Classificação: 10 anos
Maiores informações: www.projecoesdefe.com
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Comunicar a fé hoje


Dom Bosco místico
125 anos após a morte, um retrato inédito do pai dos salesianos
ROMA, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Dom Bosco, simplesmente dom Bosco. Pai dos salesianos, pai dos jovens do passado, pai dos jovens de hoje, dom Bosco não tem idade, porque não é filho de ideologias, mas filho do evangelho e da tradição. Ele não sai de moda e ainda é mestre de todos, inclusive da Igreja.
125 anos após a sua morte, em 31 de janeiro de 1888, e no bicentenário do seu nascimento, a editora italiana La Fontana di Siloe apresenta o livro de Cristina Siccardi "Dom Bosco místico - Uma vida entre o céu e a terra", retrato inédito do santo, publicado na forma impressa e como e-book.
Dom Bosco é um dos santos mais famosos e menos compreendidos da história da Igreja. Muitos acham que o conhecem, mas poucos o conhecem realmente. Não faltam livros sobre ele, mas a sua figura e espiritualidade raramente são apresentadas de maneira completa e correta.
À luz de documentos inéditos, Cristina Siccardi revela o coração deste sacerdote orgulhoso da condição de ministro do altar, imerso em espiritualidade e misticismo.
O sonho, a visão e o realismo na existência deste mestre de jovens se apoiam mutuamente, alimentando um ao outro.
O que emerge dessas páginas não é o "santo social", o "gerente" em voga nos anos 70 e 80, nem o precursor da psicologia moderna ou do Vaticano II, mas um homem feito de céu e de caridade, que trabalha para estabelecer o Reino de Deus na terra.
"Tudo passa: o que não é eterno não é nada"
"Esta não é uma biografia no sentido tradicional. Ela não traz aquela sequência de eventos pessoais e públicos, mas traça as causas e efeitos de uma vida marcada pela fé e pela presença do divino na simplicidade de um jovem, de um homem e de um santo que experimentou o que pode ser feito pela graça e que foi capaz de incutir em seus filhos o segredo da existência: 'Tudo passa: o que não é eterno não é nada'" (Cristina Siccardi).
"O perscrutar dos corações, as profecias, os sonhos, as visões, os milagres, a bilocação, dons com que Deus enriqueceu este seu servo, embasaram a opinião universal de que, por disposição divina, a fim de promover o restabelecimento cristão da sociedade humana, desviada do caminho da verdade, Deus tivesse enviado João Bosco, o homem de origem humilde, desconhecido e pobre, sem qualquer ambição e ganância, mas impulsionado apenas pelo amor a Deus e ao próximo, zelosíssimo da glória de Deus, benemerentíssimo da civilização e da religião, que preencheu o mundo com o seu nome. E nós ainda o preenchemos, quase 200 anos depois do seu nascimento, porque nunca nos saciamos dele" (Dom Bosco místico, Cristina Siccardi).
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10 milhões de sócios e membros do Apostolado da Oração no Brasil
Entrevista exclusiva com o autor do recente livro para o Apostolado da Oração: "Na escola de amor do coração de Jesus", Pe. Roque Schneider
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 29 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Com mais de 150 obras escritas, Pe. Roque Schneider apresenta de segunda a sexta-feira, às 19hs, um programa na Rede vida de televisão que conta com uma audiência diária de 14 a 15 milhões de telespectadores, segundo disse à ZENIT o mesmo Pe. Roque. O programa se chama: "Momentos de Reflexão com Pe. Roque".
"Só no Brasil, temos mais de 10 milhões de devotos do coração de Jesus, que pertencem ao apostolado. Então, não é uma coisa lateral, não é uma coisa piegas, apenas de devoção, é núcleo central do evangelho da doutrina de Jesus Cristo", afirmou Pe. Roque em entrevista exclusiva à ZENIT por ocasião da sua nova obra "Na escola de amor do coração de Jesus", Edições Loyola.
"Na escola de amor do coração de Jesus", é a sua última obra destinada aos 10 milhões de membros do apostolado da Oração no Brasil e a todos aqueles que queiram conhecer essa grandíssima devoção, na qual discorre com subsídios práticos, sobre o carisma e a espiritualidade da vocação apostólica e missionária que a Igreja solicita e recomenda.
Publicamos a seguir a entrevista na íntegra. Para adquirir a obra "Na escola de amor do coração de Jesus" acesse: http://loyola.com.br/produtos_descricao.asp?lang=&codigo_produto=75053
ZENIT: Na sua vida o senhor tem se destacado bastante no apostolado dos livros, com 150 obras escritas. Agora, por que um livro sobre o Coração de Jesus?
Pe. Roque: Na verdade a devoção ao sagrado coração de Jesus é fundamental, é teológica, é bíblica, tem raizes no antigo e novo testamento por quê? Porque a igreja católica apostólica romana foi fundada por Jesus Cristo... esta igreja nasceu no alto do calvário, quando um soldado romano traspassou o coração de Jesus redentor da humanidade e, segundo o evangelho, daquele coração traspassado da lança, brotou sangue e água. Sangue e água são símbolos do batismo, são símbolos de vida. Então, a devoção ao sagrado coração de Jesus não nasceu com Santa Margarida Maria de Alacoque, no século 16/17, na França. O coração de Jesus confiou as doze promessas a ela. A devoção ao coração de Jesus é fundamental, não é periferia, não é lateralidade, mas tem raízes na bíblia e no novo e antigo testamento, e Cristo continua nos dizendo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
 ZENIT: Para algumas pessoas falar na Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, é falar de uma espiritualidade ultrapassada, de rezas, imagens, fórmulas... A devoção ao Sagrado Coração de Jesus ainda é atual? Por quê?
 Pe. Roque: É exatamente atual, quando centrada no coração de verdade. Então, orações, fórmulas recitadas, símbolos, tudo isso, existiu ontem e existe hoje. Agora eu sempre falo para o Apostolado da Oração e alguém que é devoto do coração de Jesus, que pertence ao apostolado, que mergulha fundo, vai além da fita vermelha que carrega no pescoço, que é um símbolo. Vai além da fórmula, vai além das doze promessas das nove primeiras sextas-feiras que garantem a salvação. Quem vive de verdade a devoção ao sagrado coração de Jesus está no núcleo central do evangelho do cristianismo. Então, num mergulho mais profundo, a luz da fé do evangelho essa devoção não é ultrapassada, pelo contrário, ela existe em todo o mundo e continua fazendo um bem imenso à aproximadamente 30 milhões de devotos do coração de Jesus em todo o mundo. Só no Brasil, temos mais de 10 milhões de devotos do coração de Jesus, que pertencem ao apostolado. Então, não é uma coisa lateral, não é uma coisa piegas, apenas de devoção, é núcleo central do evangelho da doutrina de Jesus Cristo.
ZENIT: Qual é a essência dessa devoção?
Pe. Roque: A essência dessa devoção. Primeiro: A devoção profunda ao Sagrado Coração de Jesus. Esse Cristo que foi alanceado no calvário e desse coração aberto nessa igreja, nesse sacramento. Então, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus primeiro, a devoção a Nossa Senhora. Foi Nossa Senhora que nos trouxe Jesus, ela é a corredentora da humanidade. A devoção ao Divino Espírito Santo faz parte da Santíssima Trindade que norteia os nossos passos e nos ilumina. Três devoções: ao Coração de Jesus, Nossa Senhora e ao Divino Espírito Santo. Nós temos no núcleo central, no nosso carisma, um oferecimento diário. Os devotos do Coração de Jesus começam o dia: "Senhor, obrigado pela noite que passou. Eu te ofereço os dias de hoje com alegrias ou sofrimento, com vitórias ou derrotas, encontros ou desencontros, meu trabalho, o meu lazer, as pessoas que vou encontrar. Tudo, senhor, eu te ofereço nesse ofertório do começo do dia". Então, esse oferecimento dignifica as pequenas coisas de cada dia. As donas de casa que fazem o oferecimento no seu trabalho oferecem e rezam o fogão, rezam a vassoura, rezam o trabalho caseiro, o pai, a mãe, o jovem na leitura dos seus livros. Então a devoção, o oferecimento diário. Nós queremos estar em sintonia com o papa, sempre em sintonia com o papa e queremos ser apóstolos missionários, devotos do Coração de Jesus e Nossa Senhora hoje, em nosso lar, em nossa paróquia e em nossa comunidade.
 ZENIT: O que lhe fez escrever esse livro?
Pe. Roque: É, como nós temos 10 milhões de sócios e membros do Apostolado da Oração do Brasil e cada núcleo do apostolado numa paróquia, numa comunidade tem a sua diretoria, sua presidência, sua secretaria etc... Muitas vezes esse povo bom que não raro não tem muita faculdade, não fez universidade, mas são pessoas orantes, são pessoas operosas que trabalham, pessoas honestas que cumprem com o seu dever. Para terem nas mãos, a diretoria, a presidente, a secretária, a zeladora... Para terem nas mãos subsídios, eu fiz por pedido especial aqui das Edições Loyola, um livro com palestras prontas, com textos prontos exatamente sobre o que é a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, qual é o núcleo central, o que significa ser missionário no mundo de hoje. Então, é um livro de palestras prontas para aqueles e aquelas que precisam ter um conteúdo maior e passar esse conteúdo aos seus irmãos de caminhada.
 ZENIT: O leitor se encontrará com o coração de Jesus ao ler a sua obra?
Pe. Roque: Tranquilamente. O que eu recebo de depoimentos por escrito, por e-mail, por telefonema, de pessoas que agradecem porque encontraram o evangelho nesses livros e um detalhe interessante: No mundo de hoje, por causa da internet, do facebook, dessa parafernália toda de computador, os livros no mundo inteiro, nas livrarias estão diminuindo a venda, estão diminuindo a venda em todo mundo. Agora, livros com assunto religioso, com texto religioso, espiritual e de autoajuda estão vendendo mais do que nunca, porque nesse mundo onde o pessoal se sente meio perdido, de coração vazio, dentro dessa violência toda, pessoas que estendem a mão para encontrar uma tábua salvadora. Então, livros de espiritualidade, livros de autoajuda, livros que falam do Evangelho de Jesus Cristo estão vendendo mais do que nunca hoje.
ZENIT: No seu programa na Rede Vida, há algum apelo também ao Sagrado Coração?
Pe. Roque: Eu me lembro muito bem, anos atrás, nós consagramos a Rede Vida ao Sagrado Coração de Jesus oficialmente. Nós temos uma Santa Missa mensal na primeira sexta-feira do mês que é dia especial dedicado ao Coração De Jesus. Na primeira sexta-feira de cada mês temos a Missa do Sagrado Coração de Jesus para todo o Brasil e a Rede Vida alcança todo o Brasil. Eu falo nos meus programas diários na Rede Vida, de segunda à sexta-feira, cinco minutos, "Momentos de Reflexão com Pe. Roque", às dezenove horas, eu falo seguidamente sobre a importância do Coração de Jesus. Eu rezo muitas vezes na Rede Vida: "Sagrado Coração de Jesus, fazei o nosso coração um pouco semelhante ao vosso". Então, tranquilamente, como nesses programas eu falo de espiritualidade, de evangelho, de autoajuda, de coisas práticas da vida, seguramente, o Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora do Divino Espírito Santo estão presentes sim nos recados que eu dou diariamente a todo Brasil e, segundo me consta num ibope interno, eu tenho aproximadamente de quatorze a quinze milhões de telespectadores diariamente através da Rede Vida, um canal religioso, de valores éticos, grande benfeitora a Rede Vida, grande benfeitora nacional. Esse público quer alguma coisa a mais, quer valores espirituais nesse mundo dessacralizado, nesse mundo de tanta publicidade onde os valores espirituais de Deus e do Evangelho estão sendo bastante esquecidos. Ainda permanece no coração do nosso povo o anseio de infinito, o anseio de eternidade, de Deus presente em nossos lares e em nossos corações. Obrigado senhor eternamente!
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Homens e Mulheres de Fé


Fala uma carmelita: orar é falar com Deus
Entrevista com Ir. Susana da Santíssima Trindade, madre do carmelo Nossa Senhora do Carmo, da cidade de Porto Alegre
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Em vista da festa da Apresentação de Jesus no templo e do XVII Dia da Vida Consagrada, próximo sábado, 2 de fevereiro, ZENIT está entrevistando diversos religiosos e religiosas.
Hoje quem fala aos leitores de ZENIT é a Madre Susana da Santíssima Trindade, do primeiro mosteiro a ser fundado no sul do Brasil no ano de 1839, o Carmelo Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Porto Alegre.
Publicamos a seguir a entrevista:
***
ZENIT: Por que uma pessoa entra na vida monástica?
Ir. Susana: Em primeiro lugar, para responder a um chamado de Deus.
Mais do que uma escolha humana, a vocação à Vida Consagrada, que, como nos diz o documento pós-sinodal Vita Consecrata: "pertence ao mistério da Igreja como elemento imprescindível intimamente ligado ao mistério de Cristo", e portanto, exige de cada vocacionado(a) uma resposta com liberdade e responsabilidade. Na vida monástica, essa resposta requer ainda uma grande determinação em deixar tudo e todos com maior radicalidade para uma entrega mais profunda no seguimento de Jesus.
ZENIT: Qual é o sentido da vida monástica hoje?
Ir. Susana: No "hoje" de nossa problemática socio-global, o que dá sentido à vida monástica ainda continua sendo o 'amor à Deus e a dedicação da própria vida ao serviço daqueles que de nós necessitam'. Pela oração, encontramos respostas para os desafíos que chegam a nós sob pedidos de intercessões pelas diversas vicisitudes da vida.
ZENIT: Fale-nos um pouco do seu mosteiro? Vida, número de membros, fundação...
Ir. Susana: Nosso Mosteiro foi o primeiro a ser fundado no sul do Brasil, por uma leiga chamada Joaquina Isabel de Brito no ano de 1839 .Direta ou indiretamente, os onze Mosteiros que compõem a Associação dos Carmelos do Sul do Brasil, excetuando um, tiveram sua origem neste Carmelo.  Após esses mais de 160 anos, nossa comunidade continua realizando sua missão contemplativa. Atualmente, em nossa comunidade, somos 15 irmãs, com um grupo de 6 jovens no noviciado em formação inicial.  Temos mais de 35 Irmãs já falecidas que nos deixaram grandes testemunhos de santidade, e hoje por certo, intercedem junto à santa Igreja Triunfante no Carmelo da Eternidade.
ZENIT: Qual é a espiritualidade que vocês seguem?
Ir. Susana: Nós somos Monjas Descalças da Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo e fazemos parte de uma família religiosa, enriquecida com um carisma próprio, para desempenhar uma missão peculiar no Corpo Místico de Cristo. Sob o Patrocínio da Virgem Maria, temos nossa índole primeiramente mariana e bíblica, segundo as tradições espirituais dos Veneráveis Padres antigos, especialmente o Profeta Elias, como inspirador.
Orientamos nossa vida, segundo o carisma e o processo de vida espiritual de nossa fundadora Santa Teresa de Jesus, dedicando-nos completamente à oração e à contemplação das coisas divinas, vivendo os conselhos evangélicos de castidade pobreza e obediência, com Regra e Constituições próprias, em uma pequena comunidade fraterna, fundada na solidão, oração e estrita pobreza. Contamos também com o precioso contributo de vida e escritos de São João da Cruz, no qual a Divina Providência comunicou o mesmo espírito do carisma teresiano, auxiliando Santa Teresa nos alicerces da Ordem. Enfim, nossa espiritualidade, perspassa um vasto grupo de santos carmelitas que deram impulso ao afã contemplativo-missionário de Nossa Mãe Santa Teresa de Jesus, e cujos escritos e exemplos de vida, contribuíram para o bem da Igreja, da Ordem e da humanidade inteira. Entre eles: Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), São Rafael Kalinowsk, Beata Elisabete da Trindade, etc.
ZENIT: Para o mundo vocês estão presas e estão perdendo a vida. É assim mesmo?
Ir. Susana: Obviamente que não. Nós nos sentimos as pessoas mais livres e libertadas de tantas cadeias com que o 'mundo' prende e engana as pessoas, e, por isso mesmo, arraigadas em Deus unicamente, sentimo-nos as mais felizes. As grades e os muros de nossa clausura não significam prisão, pelo contrário, são um auxílio necessário que nos oferece o ambiente que exige essa vida de oração, que constitui nossa vocação. "Quem perder sua vida, vai guardá-la para a eternidade", diz Jesus. Não sentimos de forma alguma a vivência vocacional como uma perda.
ZENIT: Temos um Papa que escolheu um nome monástico para o seu pontificado, Bento XVI. O que tem significado Bento XVI para a espiritualidade monacal?
Ir. Susana: Muito nos motivou, quando Sua Santidade, o Papa Bento XVI, escolheu e explicou o significado de seu nome como Sumo-pontífice, ou seja, que se inspirou em seu antecessor o Papa Bento XV, por ter sido um homem de paz, e no papel desempenhado pelo santo Patrono da Europa, São Bento de Núrsia. Percebemos, com isso, a serenidade e sensibilidade de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, à respeito da vida monástica, ou seja, conta, em seu ideal pontifício com o patrocínio de  um grande contemplativo. Ressalta também, a admiração pelo santo Patriarca do Monaquismo Oriental, evocando uma frase chave da Regra de São Bento, que também muito nos inspira: " Não antepor nada ao amor de Cristo."
ZENIT: A vida de oração é muito complicada?
Ir. Susana: Orar é falar com Deus. Segundo Santa Teresa de Jesus, nossa Fundadora, rezar é estar muitas vezes a sós com Aquele que sabemos que nos ama. Santa Teresinha no diz que, rezar é um impulso do coração, que nos leva a Deus na dor, na alegria, na tristeza e em todos os momentos da vida. Segundo esses conceitos de oração, deixados por tão grandes santas, e pela nossa vivência e experiência cotidiana, podemos afirmar, com certeza que, a oração não tem nada de complicado, é simplesmente tratar de amizade com o "Mestre Amigo", que sempre está atento a cada um de seus filhos.
ZENIT: Realmente há paz detrás dessas grades ou muros?
Ir. Susana: Sim. Muita paz, se queres experimentar a verdadeira paz, venha até junto de Deus, pois o Senhor Jesus é a fonte da verdadeira Paz e da serenidade. Não é possível estar com Deus e não gozar da sua paz.
ZENIT: Na sua opinião, qual é a essência de um consagrado?
Ir. Susana: Um consagrado é por essência um dom da Trindade à Igreja.  E, à imitação de Jesus, vivendo os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, torna-se com Ele um outro "Cristo", anunciando e desgastando a própria vida no anúncio do Reino de Deus e na união do Seu Corpo Místico.
ZENIT: Vocês fazem algum trabalho apostólico?
Ir. Susana: Nosso apostolado, como contemplativas, é realizado exclusivamente através da oração. Somos como que a raiz de uma árvore, que é a Igreja. As folhas, flores e frutos, são os que realizam as obras externas, e nós contemplativos, permanecemos no escondimento e no silêncio, aurindo a seiva que sustenta e alimenta a vitalidade dessa árvore, para que produza abundantes frutos, alimentando assim, os que dela se aproximam.
ZENIT: Como está a preparação para a Jornada Mundial da Juventude 2013?
Ir. Susana: Estamos já, há alguns anos, acompanhando, na medida do possível, as JMJ de outros Países, como a de Sidney, na Austrália e de Madrid, na Espanha, animando nossas preces com o mesmo entusiasmo dos milhões jovens que delas participam.
Desde o início da preparação da JMJ no Brasil, não tivemos dúvida de fazer outro tanto. Estamos dedicando momentos especiais de oração com nossas jovens vocacionadas, além de também termos participado no concurso da letra do Hino da JMJ 2013. http://www.eaitche.com.br/news.jsf?id=136
Também, tivemos a alegria de receber em nossa Capela, a visita da Cruz Peregrina e do Ícone da Virgem Maria no dia 4 de novembro de 2012, onde unimos esse momento tão emocionante, precedido por uma celebração de ação de graças pela Vestição Monástica de uma de nossas jovens. Foi um dia de muitas bênçãos para nós e de um considerável número de pessoas que participaram conosco, aliás, bem acima do esperado. http://www.irmascarmelitas.com.br/index.php?pag=detalhe&codconteudo=757&codmenu=285
Temos nos unido a todos os que rezam e se sacrificam para que esse momento de graça, que será vivido intensamente pela nossa juventude, que aqui em terras Brasileiras se encontrarão com nosso Santo Padre, produza frutos de verdadeira conversão e de uma aproximação sempre maior dos jovens com a verdadeira Fonte da Vida que é Jesus.
ZENIT: Como os leitores de ZENIT podem ajudar o mosteiro de vocês?
Ir. Susana: Aceitamos a generosidade de todos que quiserem colaborar conosco, mediante depósito bancário ou doações de alimentos. Agradecemos a oportunidade que nos deram de partilhar convosco a nossa vida e espiritualidade. Estaremos rezando em vossas intenções.
Para ajudar:
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
AGÊNCIA 0448 – OP 003
CONTA: 1817-2
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No mosteiro, a cada dia, estamos sempre encontrando Jesus.
Entrevista com Ir. Teresa de Jesus, do carmelo Santa Teresinha da cidade de Aparecida do Norte
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 30 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Já está às portas a Celebração do 17º Dia da Vida Consagrada, com celebração na Basílica Vaticana, em Roma, no próximo sábado, 2 de fevereiro.
Coincide com a festividade do Batismo do Senhor. "No dia em que a Igreja faz memória da Apresentação de Jesus no templo, celebra-se o Dia da Vida Consagrada. Com efeito, o episódio evangélico ao qual nos referimos constitui um ícone significativo da doação da própria vida por parte de quantos foram chamados a representar na Igreja e no mundo, mediante os conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus, casto, pobre e obediente, o Consagrado do Pai", explica o Papa Bento XVI em homilia no dia 2 de fevereiro de 2012.
Para iluminar um pouco o sentido e significado dessa celebração ofereceremos aos leitores de ZENIT uma série de entrevistas com religiosos e religiosas.
Publicamos a seguir entrevista com a Ir. Teresa de Jesus, do Carmelo Santa Teresinha, da Cidade de Aparecida do Norte: www.carmelosantateresinha.com.br
Para ajudar na campanha da reforma do carmelo clique aqui ou envie um email para: adm@carmelosantateresinha.com.br
***
ZENIT: O que é que motiva uma jovem a entrar no carmelo? Como foi no seu caso?
Ir. Teresa: Eu penso que a cada pessoa Deus atrai de uma maneira diferente. No meu caso, desde criança, desejava muito ir às Missões na África, mas com o passar do tempo, fiquei atraída pela vida de silêncio e oração. Eu me lembro até hoje que, quando via alguém rezando, ou na Missa, comungando, com uma atitude tão recolhida, aquilo me questionava e então refletia: "Essa pessoa deve ter um relacionamento muito íntimo com Deus. Eu também quero ter. Também quero conhecer quem é este Deus". Teve início aí a minha vida de oração, e a minha busca de Deus.
ZENIT: Qual é o sentido de uma vida contemplativa hoje?
Ir. Teresa: Há uma frase de Thomas Merton que diz: "No mosteiro, a cada dia, estamos sempre encontrando Jesus." Hoje as pessoas têm uma grande sede, e muitas delas não sabem que é Deus o Único que as pode saciar. A vida monástica e contemplativa é um sinal para as pessoas que estão no mundo; é como se dissesse: "Olhem! Quem vocês estão procurando só pode ser encontrado no silêncio e na solidão! Parem um pouco, façam silêncio e poderão encontrá-Lo!"
ZENIT: Como é o seu mosteiro?
Ir. Teresa: Nosso Mosteiro foi fundado em 1932, na cidade de Mogi das Cruzes, pela Reverenda Madre Raymunda dos Anjos, vinda do Mosteiro de Santa Teresa, São Paulo. As Irmãs viviam em grande pobreza, e a casa era insalubre, por isso ficaram doentes. Vinte anos mais tarde, transladaram o mosteiro para a cidade de Aparecida, SP. Atualmente somos 23 irmãs, três das quais fazem o serviço externo da portaria, ou seja, são religiosas, mas não são monjas, pois não vivem na clausura. De nosso mosteiro já saíram três fundações: Passos (MG), Três Pontas (MG) e a Madre Raymunda ajudou na fundação do Carmelo de Cotia (SP).
ZENIT: Vocês estão presas?
Ir. Teresa: Não, isso não é verdade.  Para quem Deus chama, não é perda, mas ganho. É verdade que temos que renunciar muitas coisas, e coisas boas, mas é sempre por um Bem maior: Deus. E também a clausura não é uma prisão como muitos pensam. A clausura ajuda muito na purificação de nosso coração, no conhecimento próprio, na vida fraterna, e principalmente, cria um ambiente para o encontro com Deus na oração e solidão.
ZENIT: O nosso querido Papa trouxe à tona a figura de São Bento. O que ele significa para vocês?
Ir. Teresa: Acredito que nosso Papa é um grande místico; basta prestar atenção em seus discursos e homilias. O que me chama a atenção em Bento XVI é que ele sempre, de uma maneira ou de outra, indica o caminho que devemos seguir: a vida de intimidade com Jesus, quando diz,  por exemplo: "A felicidade tem um rosto e tem um nome: Jesus de Nazaré, escondido na Eucaristia", ou: "Em Jesus encontra plena realização toda a ânsia e anelo do coração humano". Isso é como que a base da vida contemplativa.  Além disso, o Papa fez uma série de catequeses sobre a oração que alargou muito meu horizonte sobre o tema. Considero isso uma das grandes graças que recebi no ano passado, ao ler essas catequeses.
ZENIT: É complicada a vida de oração?
Ir. Teresa: O Papa diz em uma das Catequeses, que na oração, mais do que em qualquer outro lugar, talvez, fazemos a experiência de nossa fraqueza. Muitas vezes queremos rezar, mas não conseguimos, devido ao cansaço, distrações, nossa imaginação (que é a "louca da casa"), etc. Mas o fato de poder estar naquele momento a sós com Jesus, compensa tudo. Encontramos, algumas vezes, muitas dificuldades, mas o principal é o encontro com Deus, e o trabalho do Espírito Santo em nossa alma, pois se a oração não transforma a pessoa, então não é verdadeira oração.
Nossa Santa Madre Teresa, grande Mestra de oração, diz em uma de suas cartas, que prefere uma oração árida, difícil, mas que a transforme, do que uma oração sentimental, que não a leve a comprometer-se com nada.
ZENIT: Como é a vida detrás dessas grades? Vocês têm paz? Qual é a essência de um consagrado?
Ir. Teresa: Sim, mas não a paz que leva a buscar-me a mim mesma, pois essa não é a paz verdadeira. A alegria de estar fazendo a vontade de Deus, de aceitar esta mesma vontade, mesmo quando Ele permite a Cruz (que é sempre para o nosso bem, mesmo quando não entendemos), tudo isso permite que a paz faça morada em nosso coração.
ZENIT: Vocês fazem algum trabalho apostólico? Como está a preparação para a Jornada Mundial da Juventude 2013?
Ir.Teresa: Nossa vida é inteiramente contemplativa, por isso não fazemos nenhum trabalho apostólico. Diz as nossas Constituições: "O apostolado próprio das Carmelitas descalças consiste na oração e na imolação pela Igreja". "A oração, a contemplação, e toda a vida de uma carmelita tem em vista a salvação das almas". Por isso, nosso apostolado específico é a oração e a imolação pela Igreja, pelos sacerdotes, e pela humanidade.
Devido à nossa vida escondida, pouco sabemos sobre a Jornada Mundial da Juventude, mas nosso modo de estar presente é rezar por essa intenção.
ZENIT: Qual é a espiritualidade de vocês?
Ir. Teresa: A espiritualidade de Santa Teresa de Jesus, mais conhecida como Santa Teresa de Ávila. A Santa Madre Teresa desejava que suas filhas vivessem uma vida de amizade com Jesus, por isso a oração não se restringe apenas aos momentos específicos dedicados a ela. Tudo deve ser oração na vida de uma carmelita. Durante o trabalho, devo estar conversando com Jesus, como dois amigos que se amam conversam. Na recreação, na vida fraterna, devo servir a Jesus na pessoa das Irmãs, como Santa Teresinha nos deu o belíssimo exemplo. Se nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, tudo podemos transformar em oração.
Para as pessoas que desejam ser "servos do amor", como escreveu a Santa Madre, ao começar a falar de oração, aconselho que procurem ler os livros de Santa Teresa, principalmente o "Caminho de Perfeição", o "Livro da Vida" e o "Castelo Interior".
ZENIT: Como os leitores de ZENIT podem ajudá-las?
Ir. Teresa: Rezando por nós, para que sejamos fiéis à nossa vocação na Igreja. O mundo precisa muito de oração, e a Igreja espera muito de nós neste sentido. Então peço aos leitores de ZENIT que em suas orações se lembrem de nós. Para aqueles que desejam conhecer nosso mosteiro, podem acessar: www.carmelosantateresinha.com.br
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Observatório Jurídico


Vamos rezar o terço?
Por Edson Sampel
SãO PAULO, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Na Divina Comédia, Dante Alighieri, reportando-se a nossa Senhora, escreveu este lindo verso: "Donna, se' tanto grande e tanto vali, che qual vuol grazia e a te non ricorre, sua disïanza vuol volar sanz' ali."(Paraíso, canto XXXIII, 12). Em português, numa tradução livre: "Mulher, és tão grande e tanto vales, que quem não recorre a ti por uma graça quer voar sem asas." A obra máxima da literatura italiana expressa a verdade de fé de que para chegarmos a Jesus é bastante útil a intervenção da mãe dele, Maria santíssima. Ou seja, as graças, que só Deus nos concede, vêm-nos quase sempre por intermédio de santa Maria.
O código canônico recomenda aos católicos "a veneração especial e filial à bem-aventurada sempre virgem Maria, mãe de Deus, a quem Cristo constituiu mãe de todos os homens (...)" (cânon 1186).  Para animar a espiritualidade dos seminaristas, o cânon 246, § 3.º, determina que os formadores incentivem o culto à virgem Maria, também pela oração do rosário. Um dos caminhos com vistas à perfeição dos padres consiste em eles cultuarem com especial veneração a mãe de Deus (cânon 276, § 2.º, 5.º). Os religiosos, por seu turno, são outrossim incentivados a honrar a deípara, através de um culto especial e por meio da recitação do rosário (cânon 663, § 4.º). Esta maneira especiosa de venerarmos nossa Senhora chama-se "hiperdulia".
Na carta apostólica "Rosarium Virginis Mariae", o beato João Paulo II conclama o povo de Deus a rezar o terço fequentemente. Explica que o rosário é uma oração cristocêntrica, isto é, tem o foco permanente em Cristo. Para reforçar a natureza cristológica dessa oração, o papa instituiu os "mistérios luminosos" (n. 19), enfatizando a vida pública de Jesus, que passamos a meditar às quintas-feiras.
Vamos difundir o rosário! Segundo Bártolo Longo, citado por João Paulo II na supramencionada carta apostólica, "quem difunde o rosário se salva" (n. 8). De fato, o indivíduo que coloca a confiança em Maria depara-se diuturnamente com o consolador semblante de Jesus. Se santa Maria interveio historicamente a favor de determinada gente nas bodas de Caná (Jo 2, 1-2), torna-se razoável crer que ela continua a interceder por nós outros. Jesus mesmo, do alto do madeiro da cruz, incumbiu sua progenitora de assistir a humanidade, representada na figura de são João (Jo 19, 26-17). 
Quem desfia as contas do terço jamais perde a esperança! Independentemente da situação em que se achar, ainda que chafurdado num atascadeiro de sordícia, o pecador pode sempre contar com o carinho maternal de Maria santíssima, que decerto o soerguerá para a vida abundante, prometida por Jesus (Jo 10, 10).     
Vamos, pois, rezar o terço!
Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano e Membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).
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Familia e Vida


35ª Jornada pela Vida: iniciativas da diocese de Roma
Cardeal Vallini preside neste domingo missa seguida de ângelus com o papa
ROMA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Neste domingo, 3, realiza-se a 35ª Jornada pela Vida, com o tema "Gerar a vida vence a crise". A diocese de Roma celebrará o evento com a liturgia eucarística na igreja de Santa Maria in Traspontina, Via della Conciliazione, presidida pelo cardeal vigário Agostino Vallini, às 10h30. Em seguida, será rezado o ângelus com o papa Bento XVI na Praça de São Pedro, ao meio-dia. O evento inclui a conferência "Família em crise: o que fazer?", promovida pelo Centro Diocesano de Pastoral Familiar, neste sábado, no Seminário Romano Maior.
O ângelus com o papa, no domingo, reunirá todas as organizações envolvidas na defesa e na promoção da vida, bem como um grande número de fiéis, incluindo os participantes da missa organizada pela pastoral diocesana universitária e presidida pelo cardeal vigário em Santa Maria in Traspontina. Após a liturgia, que será animada pelo coral dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Escola Pe. Luigi Tezza, os professores de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Roma entregarão a Vallini um documento compartilhado, resultado da conferência "Reflexões sobre uma Lei Nacional", que acontece neste sábado, 2, na Academia de História da Arte da Saúde.
Ainda neste sábado, acontece o encontro organizado pelo Centro Diocesano de Pastoral Familiar no Pontifício Seminário Romano Maior. O pe. Andrea Ciucci, do Conselho Pontifício para a Família, falará sobre "A Igreja e os separados e divorciados: o caminho da Igreja rumo ao diretório de pastoral da família". Mons. Enrico Feroci, diretor da Caritas diocesana de Roma, abordará "A crise da família no panorama econômico e social". Sobre "A pastoral das famílias separadas" se pronunciará mons. David Maccarri, colaborador do Centro Diocesano de Pastoral Familiar e pároco de Sant'Angela Merici. O evento oferecerá ainda alguns depoimentos e testemunhos sobre as ajudas implementadas pela comunidade cristã, a ser dados por Claudio e Laura Gentili, a respeito da experiência de Betânia; Enrica Cichi, do aconselhamento familiar diocesano; pe. Stefano Tardani, assistente eclesiástico da associação Famiglia Piccola Chiesa - Movimento do Amor Familiar; e Paola Menaglia, da Associação Famílias Separadas Cristãs.
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Mundo


Bento XVI: pêsames por tragédia em presídio venezuelano
58 mortos e mais de 100 feridos: pontífice pede superação dos problemas para evitar repetição do drama
Por Sergio Mora
ROMA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Bento XVI enviou um telegrama expressando o seu profundo pesar pelos trágicos incidentes da última sexta-feira no presídio venezuelano de Uribana, no Estado de Lara, que deixou 58 mortos e uma centena de feridos.
O telegrama do papa, assinado pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, foi enviado ao arcebispo colombiano de Barquisimeto, Antonio José López Castillo.
De acordo com informações da Rádio Vaticano, o papa convida as autoridades da Venezuela a "trabalhar com espírito de colaboração e boa vontade para superar os problemas e evitar no futuro a repetição de acontecimentos tão dramáticos".
Bento XVI ofereceu sua oração pelos falecidos e "a mais profunda proximidade espiritual e solidariedade" às famílias das vítimas mortais e dos feridos. "Invocando a amorosa proteção da Virgem Maria, [o papa] concede com afeto a confortadora bênção apostólica, como sinal de consolação e de esperança nestes momentos de tristeza".
A Comissão Nacional para a Pastoral Presidiária da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), no comunicado "Momento de luto nacional", publicado em 29 de janeiro e enviado à agência Fides, expressa a sua dor e pede "investigações eficazes, independentes e imparciais, que permitam processar e sancionar os responsáveis".
A CEV denuncia políticas carcerárias ineficazes, superlotação, falta de alimentação adequada, violência descontrolada, atrasos processuais e vexações contra os familiares.
"Exigimos que o governo cumpra o artigo 272 da nossa Carta Magna e se comprometa de maneira mais decidida a solucionar a grave crise carcerária existente", diz o comunicado, que também pede o restabelecimento da permissão, hoje suspensa, da entrada de agentes pastorais da Igreja nos centros de reclusão. O documento convida a comunidade cristã a trabalhar pastoralmente em favor do respeito pela dignidade humana de todos.
Segundo o Observatório Venezuelano dos Presídios, o país tem 45 mil presos em estruturas que comportam 15 mil. No presídio que foi palco da revolta, com capacidade para 850 pessoas, há 2.500 detidos.
A comissão da ONU para os direitos humanos considera que a responsabilidade é das autoridades do presídio. O governo venezuelano prorrogou por três meses a situação de emergência dos cárceres do país, enquanto a construção de novos presídios é aguardada. 
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50 anos da Campanha da Fraternidade serão comemorados em Nísia Floresta e em Natal (RN)
A primeira Campanha da Fraternidade aconteceu em 1962, na Arquidiocese de Natal, na época em que Dom Eugênio de Araújo Sales era administrador apostólico.
NATAL, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - A programação em comemoração aos 50 anos de história da Campanha da Fraternidade - CF está pronta para ser executada no dia 14 próximo, em Nísia Floresta, e, no dia 15, em Natal. Nos dois dias, a programação contará com a participação do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D'aniello; do secretário nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner; bispos do Regional Nordeste 2, da CNBB, e do assessor nacional da CF, Padre Luiz Carlos Dias.
No dia 14, na cidade de Nísia Floresta, as atividades têm início às 14 horas, com acolhida ao Núncio e aos bispos. Às 14h30, haverá um momento com a imprensa. Às 15h, missa, na Igreja de Nossa Senhora do Ó. Logo após, reabertura da casa das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado. Às 16h30, visita ao túmulo de Nísia Floresta. Às 17h, visita à comunidade Timbó, onde aconteceu a primeira experiência da Campanha da Fraternidade.
No dia 15, no Centro de Convenções, na Via Costeira de Natal, acontecerá um Seminário, com o tema: "Igreja, fundamento de fraternidade". O evento se iniciará às 8h30, com a solenidade de lançamento nacional da Campanha da Fraternidade 2013. Durante a manhã, serão proferidas três palestras, enfatizando a trajetória da CF, tendo como expositores o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, o professor Otto Santana, e o Padre José Adalberto Vanzela, ex-assessor da CNBB.  No final da manhã, acontecerá uma quarta palestra, com o tema "Fraternidade e Juventude", proferida por Dunga, missionário da Canção Nova.
À tarde, haverá uma mesa redonda, que debaterá temática ligada à juventude, enfoque da CF deste ano.  Na mesa, estarão Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão da Juventude, da CNBB; Padre Robério Camilo da Silva, da Arquidiocese de Natal; e Fernando Geronazzo de Souza, coordenador nacional do Grupo Jovens Conectados. O tema "Eis-me aqui, envia-me" é o tema da última palestra do Seminário, às 16h, proferida pelo Padre Fábio de Melo.
Ainda no dia 15, às 19h, na Catedral Metropolitana, haverá celebração eucarística, seguida de uma vigília e adoração ao Santíssimo. A vigília contará com a participação de Eliana Ribeiro, da Comunidade Canção Nova.
A primeira Campanha da Fraternidade aconteceu em 1962, na Arquidiocese de Natal, na época em que Dom Eugênio de Araújo Sales era administrador apostólico. No ano seguinte, 16 dioceses da Região Nordeste também realizaram a Campanha. E, em 1964, a CF foi assumida pela CNBB.
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Novo Site do Apostolado da Oração
O Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, com sede em Braga, Portugal, tem online desde hoje, o novo site e página no facebook
BRAGA, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - O Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, com sede em Braga, Portugal, tem online desde hoje, o novo site e página no facebook. O Apostolado da Oração (A.O.) em Portugal tem um novo site e já dispõe de uma página institucional no facebook, tornando presente na internet, de modo mais eficaz, a proposta espiritual do A.O. A renovação do site acontece no seu quinto ano de existência e propõe-se, juntamente com a página no facebook, divulgar mais e melhor o trabalho e a proposta do A. O. No entanto, a presença do Apostolado da Oração na internet não fica por aqui. O www.passo-a-rezar.net, também produzido pelo Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, já se tornou uma companhia indispensável para milhares de internautas.
E há ainda o site www.essejota.net, com propostas de reflexão variadas, para leitores mais jovens, desejosos de cuidar da própria fé ou de entrar em diálogo com quem vive sem complexos a sua adesão a Cristo e ao Evangelho.Desta forma, o Apostolado da Oração leva por diante a sua missão, adaptando-a às novas realidades comunicacionais, sem descurar os meios que fazem parte da sua tradição apostólica. Por outro lado, vai de encontro às orientações mais recentes por parte do Secretariado Mundial do Apostolado da Oração e ao desafio do Santo Padre, quando diz que «a Igreja Católica tem de estar presente nas redes sociais digitais», porque «para além de instrumento de evangelização, podem ser um factor de desenvolvimento humano», dando como exemplo «contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados».
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Liturgia bizantina pela paz na Síria e no Oriente Médio
Celebração é promovida pela diocese de Roma e pela Igreja greco-católica melquita
ROMA, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Nesta sexta-feira, 1º de fevereiro, a basílica romana de Santa Maria in Cosmedin, igreja católica de rito oriental bizantino greco-melquita, receberá uma divina liturgia bizantina para orar pelo fim da violência na Síria e pela paz em todo o Oriente Médio.
A celebração, promovida pela diocese de Roma e pela Igreja greco-católica melquita, é presidida pelo arquimandrita Mtanios Haddad, apocrisário patriarcal de Sua Beatitude Gregório III, patriarca da Igreja católica greco-melquita e reitor de Santa Maria in Cosmedin desde 2006.
"Basta de guerra e de atrocidades que estão devastando a nossa Síria", apela o padre Mtanios Haddad, que acrescenta: "É preciso silenciar as armas o mais rapidamente possível e empreender o caminho da reconciliação e do diálogo. Mas, para isso, é urgente fechar imediatamente as torneiras da ajuda econômica que está financiando a guerra".
O sacerdote melquita explica que "a desfiguração do povo sírio é feita por armas e por homens que, em sua maioria, vêm de fora, porque este conflito é filho de interesses de fora da própria Síria. Há um verdadeiro incentivo para prolongar o máximo possível o estado de crise que está produzindo apenas morte e destruição".
O pe. Haddad pede um "rápido retorno a uma oposição democrática, baseada no diálogo e no intercâmbio, pelos direitos de todos os cidadãos sírios, independentemente de cultura, religião ou etnia".
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Iniciativa Copercom: "A vida é boa"
Jovens italianos e estrangeiros interagem com palavras e imagens
ROMA, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Mais de uma centena de vídeos de jovens italianos e estrangeiros, no site da Copercom, relatam "a vida boa, o bom da vidas". As mais de 15 mil visualizações dos vídeos da campanha "A vida é boa" mostram que não diminui o interesse por esta forma inovadora de contar a própria vida a partir de uma perspectiva propositiva.
As moças e os rapazes participantes são o futuro. É um prazer ver os seus rostos, voltar a ouvir as suas palavras, ressaborear o seu frescor e autenticidade. E muitos deles vivem em áreas castigadas da Itália e do mundo, mas o desejo de futuro para si e para os outros é forte demais para frear a sua esperança.
Para quem deseja reencontrar o bom humor, aconselhamos ver alguns desses vídeos. Descobrimos neles que, afinal, o nosso futuro está em boas mãos. É claro que aqueles jovens todos ainda têm de construir uma família, terminar os estudos, conseguir trabalho ou preservá-lo, encontrar o amor da própria vida, não abandonar os amigos dos encontros de jovens e da paróquia. E, acima de tudo, eles precisam manter intacta, em todo o seu frescor, a fé juvenil que relatam nos vídeos. Esta é a beleza da vida.
Quem quiser participar da iniciativa pode enviar o seu vídeo para lavitabuona@copercom.it ou acompanhar o projeto no Facebook e no Twitter.
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EUA: bispos apoiam proposta migratória do Grupo dos Oito
Primeiro passo importante do processo, afirma arcebispo de Los Angeles
Por Redacao
ROMA, 31 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - O arcebispo de Los Angeles, dom José H. Gômez, presidente da Comissão Episcopal de Migrações da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, avalia com otimismo o acordo estabelecido pelo grupo de senadores conhecido como "Grupo dos Oito", que analisa uma proposta para a reforma do sistema de imigração no país.
"Dou as boas-vindas à introdução de um marco bipartidário que serve como guia para o congresso na reforma migratória", disse Gômez, em 28 de janeiro. "É um primeiro passo importante no processo, com uma tônica bipartidária".
A proposta publicada pelo Grupo dos Oito inclui a cidadania para os cerca de onze milhões de imigrantes ilegais presentes nos Estados Unidos e reduz os prazos para a reunificação familiar, que hoje demora anos.
"É fundamental que o acordo inclua um caminho para a cidadania, para que os indocumentados saiam das sombras e tenham a oportunidade de se tornar norte-americanos", afirmou o arcebispo de Los Angeles. "É uma esperança para milhões".
Gômez garantiu o apoio do episcopado estadunidense para impulsionar a legislação sobre a imigração. Os bispos deverão apoiar o congresso para criar um sistema que respeite os direitos humanos e a dignidade das pessoas, sem descuidar a integridade das fronteiras. "Um sistema reformado pode proteger a dignidade humana e a pátria ao mesmo tempo".
Para mais informações (em espanhol e inglês):  www.justiceforimmigrants.org
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Rede Século 21 e Portal RS21
A nova comunicação em bits
CAMPINAS, 29 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - De acordo com uma nota enviada à ZENIT pela Assessoria de Imprensa da TV Século 21, nesta quarta-feira, 30 de janeiro, às 20hs, passa a vigorar a nova marca da Fundação Século 21, agora denominada: "Rede Século 21 - Fazendo mais com você". A transmissão será em sistema de Alta Definição (HDTV) para toda Região Metropolitana de Campinas. Uma geradora (cabeça de rede) no que há de mais moderno em comunicação produzindo conteúdo em nossa RMC. Soma-se, ainda, o lançamento do portal RS21 (www.rs21.com.br).
"É necessário oferecer conteúdo de relevância e também qualidade de experiência de navegação", destaca a Diretora Executiva da AD-Digital, Daniela Souza, responsável pela implementação do novo sistema Tapellesimplantado para que haja melhorias na integração da Rede Século 21 e do novo Portal RS21.
"Queremos oferecer a união de todas as entidades e a sinergia dos projetos de comunicação para a educação e evangelização", afirma o idealizador da Fundação Século 21, Padre Eduardo Douherty (sj).
Neste novo conceito de rede, emerge uma identificação ainda mais forte para o público. A nova identidade visual surge em resposta à necessidade de uma linguagem mais focal, que permita a TV e a todos os projetos que compõe a obra religiosa e educacional a possibilidade de reconhecimento, alcance e retorno em relação à marca e aos colaboradores que ela representa.
"É um grande passo que estamos dando, pois toda informação passa para o formato de 'dados', sem o uso de fitas, gerando uma grande integração e agilidade em toda a organização", avalia o Diretor Geral da Fundação Século 21, José Maria.
A Rede Século 21 é uma grande organização de produção de conteúdo destinada a educar, evangelizar e informar, operando nas mais diversas redes de comunicação, como TV, internet e revista. Todas independentes administrativamente, mas buscando a mesma finalidade.
A partir das 20hs deste dia 30 de janeiro de 2013, todo conteúdo da emissora, seja nos estúdios ao vivo ou na captação externa será produzido em Alta Definição. O sistema Tapeless foi adquirido para dar suporte a toda inovação tecnológica da emissora. Não serão mais usadas fitas para gravação ou para "arquivo" de imagens, tudo passa a ser compartilhado e arquivado no Centro de Documentação (CEDOC) da emissora em dados (bits).
Todos os telespectadores sentirão a diferença no sinal da TV que chega até suas casas. A Região Metropolitana de Campinas terá o sinal em HDTV, e as outras cidades do Brasil perceberão, mesmo que com o sinal analógico, a melhora na qualidade do sinal de áudio e vídeo. Destacando que a Rede Século 21 entra em mais de 25 milhões de lares pelas antenas parabólicas, em 130 cidades por sinal aberto e em mais de 100 TVs por assinatura, levando uma programação evangelizadora que visa formar e educar para a vida.
Na internet, com um Portal moderno e que permite boa experiência de navegação, além das redes sociais, várias páginas transformam a Boa Nova em conteúdo prático, interativo e educativo para o internauta. O RS21 tem ainda plataformas especiais para tablets e smartphones.
ROTEIRO:
19h00 – tour com a imprensa pelas novas instalações da emissora;
19h30 – chegada dos convidados e autoridades;
20h00 – Transmissão ao vivo para todo Brasil da cerimônia de lançamento da Rede Século 21, Transmissão em HDTV e lançamento do Portal RS21;
20h45 – Coquetel.
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Tragédia em Santa Maria: Comissão para a Juventude da CNBB manifesta solidariedade a familiares e vítimas
Em novembro de 2012, os Símbolos da JMJ foram acolhidos na cidade de Santa Maria (RS).
BRASíLIA, 28 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir a nota da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sobre a tragédia ocorrida em Santa Maria (RS) na madrugada de sábado para domingo, que resultou na morte de 232 jovens:
***
Ao nosso irmão Bispo Dom Hélio Adelar Rupert e à Igreja de Santa Maria (RS), às famílias que choram os filhos mortos na tragédia, aos jovens e às jovens que acreditam na vida e sonham com a felicidade.
Estamos todos atônitos! Sentimentos de dor e impotência se misturam e nos deixam confusos! Justamente no ano em que a Igreja do Brasil celebra a Juventude, como foco de suas atenções com diversos acontecimentos a seu favor, presenciamos esta tragédia.
Nós, que formamos a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, queremos dizer que estamos com vocês nesta hora em que tudo parece perder sentido e a realidade só nos mostra morte e sofrimento. Não temos palavras humanas de consolação; mas nossas convicções de fé devem encontrar espaço especial neste momento para continuar sustentando a caminhada. É o próprio Jesus quem nos diz: "Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de meu Pai há muitas moradas [...] Vou preparar um lugar para vós [...] a fim de que onde eu estiver estejais também vós." (Jo 14, 1-3).
Há poucas semanas a juventude de Santa Maria acolheu com entusiasmo e fé a Cruz da Jornada Mundial da Juventude: ninguém podia imaginar que pouco tempo depois vocês – e nós todos do Brasil! – estariam vivendo esta incompreensível experiência de dor. Sim, a morte é e permanece um mistério, sobretudo quando atinge os projetos e sonhos de tantos jovens, a quem a Igreja tem se dedicado com esmero.
Esforcemo-nos por colocar esta cruz na Cruz de Cristo, e vida nova surgirá, garantida por Aquele que não nos abandonou, principalmente no momento do mistério do sofrimento e da morte! E contemplemos aos pés daquela Sagrada Cruz a presença consoladora de sua Mãe, a Santa Maria! Não é para menos que o papa João Paulo II quis que o Ícone de Nossa Senhora acompanhasse a Cruz peregrina da Jornada Mundial da Juventude! Maria, que sabe a dor da perda de um filho, console todas as famílias que acabaram de perder seus filhos e filhas.
Rezamos por vocês e com vocês para poderem enfrentar e superar este momento. Que este acontecimento provoque, também, em toda sociedade e na Igreja um sério questionamento, se, realmente, estamos acreditando na juventude, apostando nela e defendendo sua vida. Projetos pastorais, políticas públicas, iniciativas populares necessitam estar mais voltadas às novas gerações. Proteger e defender a vida sempre, em qualquer lugar é testemunhar a fé: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá." (Jo 11,25).
Comissão Episcopal Pastoral para Juventude – CNBB
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Espiritualidade


Viver extraordinariamente o cotidiano
A liturgia nos ensina a importância do cotidiano, iluminado pela presença de Cristo Ressuscitado em nosso dia a dia
Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.
RIO DE JANEIRO, 01 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Atualmente estamos vivendo na liturgia o Tempo Comum. Isso pode dar ideia de não ser um momento importante dentro do ano litúrgico. Porém, não é essa a realidade. Cada tempo litúrgico tem sua importância e necessidade. É um tempo no qual Deus continua nos santificando. Tempo comum em que o homem se encontra com Deus que no Verbo Encarnado, celebrado no Natal, tornou-se próximo de nós. Tempo comum em que nos encontramos com nossos irmãos e irmãs seja na Igreja, seja no trabalho, ou nas nossas tarefas cotidianas, desde as mais simples às mais complexas, e fazemos desse tempo uma oportunidade de viver extraordinariamente o dia a dia. Após o tempo do Natal iniciamos este momento litúrgico que, após a celebração da Quaresma e Páscoa, continua após Pentecostes até o próximo Advento. É o tempo mais extenso que vivemos durante o ano litúrgico. Recorda-nos que os mistérios que celebramos, Encarnação (Advento e Natal) e Redenção (Quaresma e Páscoa), devem ser encarnados na história de cada dia, na caminhada da Igreja.
Muitas vezes não percebemos a importância das tarefas comuns, o que nos leva a dar mais atenção aos momentos extraordinários. No entanto, a vida de cada um de nós, embora tenha momentos marcantes, é vivida no cotidiano. E a liturgia nos ensina a importância do cotidiano, iluminado pela presença de Cristo Ressuscitado em nosso dia a dia. Dessa forma, a liturgia diária nos faz perceber e experimentar sempre mais a presença do Senhor em nossas vidas. É o tempo em que vemos os sinais dos nossos irmãos e irmãs que seguiram a Cristo em todas as épocas e situações e são até hoje sinais e exemplos para nós – os Santos – demonstrando que assim como no passado, ainda hoje somos chamados a viver na fidelidade ao Evangelho, no seguimento de Jesus Cristo.
Em todas as épocas históricas, em todos os tipos de política, com liberdade religiosa ou com perseguições, dentro das mais diferentes ideologias, em qualquer situação de crise econômica ou cultural, a Igreja continua perseverando na fé e vivendo o alegre seguimento e anúncio de Jesus Cristo, o Senhor e Salvador.
Celebraremos assim a nossa liturgia na simplicidade e no louvor próprio deste tempo e, por isso, viveremos a graça na nossa vida comum, fazendo dos dias normais, dias de grandes bênçãos.
Os evangelhos também nos apresentarão a vida cotidiana de Jesus, as suas caminhadas, o estar com os discípulos, o tempo de oração, as idas aos locais de culto.
Aos domingos, a que chamamos Tempo Comum, são de suma importância para nossa vida espiritual. A Igreja nos recorda que é a Páscoa semanal. É o dia do Senhor, quando a comunidade se encontra em torno ao altar na escuta da Palavra de Deus e ao partir o Pão. Tão importantes, que sem eles não poderíamos compreender a totalidade da vida de Cristo, e que se reportam sempre à Páscoa. Sem dúvida que o alimento da Eucaristia ocupa o centro de nossa vida litúrgica, e sempre somos chamados a buscar "estar com o Senhor" nesse augustíssimo sacramento. Porém, hoje gostaria de refletir sobre a importância da escuta da Palavra e a riqueza que a liturgia da Igreja contém ao nos dar oportunidade de ouvir toda a Sagrada Escritura nas celebrações litúrgicas.
O Tempo Comum, que se inicia após a festa do Batismo do Senhor, é composto por 33 ou 34 semanas do ano que nos fazem refletir e aprofundar os grandes mistérios celebrados nos assim chamados "tempos fortes": Advento e Natal – encarnação – e a Quaresma e Páscoa – paixão, morte e ressurreição – a nossa redenção.
Portanto, o Tempo Comum nos reporta gradativamente àqueles grandes mistérios, na medida em que nos apresenta a vida pública de Jesus, ou seja, a sua obra de salvação. É o caminhar com Cristo durante o ano, acolhendo o anúncio da boa notícia em nossa vida cotidiana.
O fato de o Tempo Comum vir após o Batismo do Senhor e de Pentecostes nos levar, na primeira parte, a refletir sobre a vida pública de Jesus e a sua missão e, na segunda, sobre a caminhada histórica da Igreja que continua a missão do Senhor, iluminada pela ação do Espírito Santo. Também nos ajuda a apreciar melhor a liturgia no seu desenvolvimento progressivo, episódio após episódio, toda a vida histórica de Jesus, seguindo as narrativas dos Evangelhos.
Temos hoje uma grande riqueza na celebração dominical, pois com a reforma litúrgica pós-conciliar foi introduzida uma distribuição dos evangelhos sinóticos ao longo de três anos, um para cada ciclo (A, B e C ), ou seja, o conteúdo de cada evangelho que desenvolve a vida e a pregação do Senhor. O Evangelho de João é lido no tempo pascal e inserido principalmente em alguns domingos do ano B. Isso proporciona uma harmonia entre o significado de cada evangelista e, também, a evolução do ano litúrgico. Assim, o cristão pode celebrar todos os passos de Jesus não só num ano específico, mas ao longo da vida. E ao final de três anos, o católico que participa da missa dominical terá ouvido todos os Evangelhos com as devidas ligações e interações com os outros textos do Antigo e Novo Testamento, proclamados nas primeiras e segundas leituras das missas.
Domingo após domingo, vamos sendo apresentados à Pessoa de Jesus, na normalidade de sua vida, na simplicidade de seus dias, nos seus gestos do dia a dia, com todo seu ensinamento e a consistência de suas escolhas. Nos dias feriais – durante a semana – o esquema das leituras é diferente, pois temos seis dias para ler em um ano todos os quatro evangelistas, e em dois anos os demais livros do Antigo e Novo Testamento (ano par e ano impar). Além das celebrações especiais dos santos, das solenidades do Senhor, de Maria, da Igreja.
O mistério de Jesus vai sendo revelado a cada dia em nossas vidas, chamando-nos a alimentar-nos dessa presença que nos transforma e conduz a ser fermento no meio da massa no nosso dia a dia. Na sequência litúrgica temos também um retrato profundo e vivo de Jesus, o Filho de Deus que se fez homem e habitou entre nós.
Jesus nos envia pelas estradas do mundo para que, no cotidiano, nos empenhemos na nova evangelização e formemos novos evangelizadores. Nós nos apresentamos ao Senhor, como os Apóstolos, com a consciência da nossa pobreza e das necessidades da Igreja: "Mestre, trabalhamos a noite inteira e não apanhamos nada" (Lc 5,5). Mas, sobretudo "por causa da sua palavra", no nosso cotidiano queremos crer e esperar que, como então, ainda hoje o Senhor pode encher as barcas de seus apóstolos com uma pesca milagrosa, e transformar cada crente num pescador de homens.
Sigamos o Mestre na sua vida diária. Aproveitemos desse tempo como tempo de fidelidade, de constância, firmando nossa vida na própria vida de Jesus.
Por isso, é importante a nossa presença à missa dominical e, quando possível, também na missa diária. Com certeza, é um sinal de fidelidade a Jesus, e o desejo de seguí-Lo não só em ocasiões especiais, mas também na simplicidade do nosso cotidiano. Veremos como aos poucos nossas vidas, iluminadas pelas celebrações litúrgicas, se transformam no acolhimento d'Aquele que se fez próximo de nós para nos conduzir ao Pai.
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Análise


É possível um relativismo absoluto?
Reflexões sobre o atual ateísmo relativista
Por Pe. Anderson Alves
ROMA, 28 de Janeiro de 2013 (Zenit.org) - Em um texto anterior[i], nos perguntávamos se fosse possível conciliar o relativismo e o ateísmo. E víamos que, segundo três famosos ateus (Nietzsche, Adorno e Horkheimer) o ateísmo, ao negar a origem do conhecimento e ao tomar como verdade a inexistência de Deus, cai numa contradição insuperável[ii]. De fato, quem nega a existência da verdade, não poderia coerentemente afirmar que Deus não existe. Entretanto, sabemos que há quem se esforce muito por conciliar relativismo e ateísmo, colocando um ateísmo indiscutível e dogmático como fundamento do relativismo e construindo um sistema de pensamento no qual se parte da negação de Deus e, a partir dessa verdade quase "divina", afirma-se um relativismo moral e cognitivo radical.
Um pensador que colocou em íntima relação o ateísmo com o tema da verdade foi F. Nietzsche, autor que se considerava «ateu por instinto». De fato, seu ateísmo voluntarista tinha como consequência a afirmação de um forte relativismo e a verdade era considerada como «um exército de metáforas, metonímias», «ilusões das quais se esqueceu a sua natureza ilusória», «moedas nas quais as imagens foram consumidas»[iii]. Em outro texto famoso, ele fazia uma interessante observação: «receio que não possamos nunca afastar-nos de Deus porque ainda acreditamos na Gramática»[iv]. Desse modo, o ateísmo radical deveria conduzir a uma sociedade sem ciências, sem explicações últimas, na qual o homem só seria capaz de conhecer seus próprios estados de ânimo. Porém, tudo isso parte de uma afirmação com valor de verdade absoluta: «Deus morreu, Deus continua morto, nós o matamos»[v]. O "teomicídio" seria, pois, o ato supremo de uma vontade que busca uma autonomia absoluta, e não de uma demonstração racional. E aquele gesto traria consigo um relativismo radical, mas não certamente absoluto.
É certo que hoje muitos pensam que o relativismo seja o fundamento do ateísmo, mas isso se deve a um modo superficial de examinar o problema. Se o relativismo é total, se não há nenhuma verdade, jamais pode ser verdade que Deus não exista. De modo que, surpreendentemente, o ateísmo mesmo coloca limites ao relativismo. Em outras palavras, pode existir um ateísmo relativista, ou seja, um ateísmo a partir do qual se deduz o relativismo, mas não um relativismo ateu.
Então, é impossível um relativismo absoluto? Coloquemos de outro modo a questão: pode ser verdade que não existe nenhuma verdade? Só há duas respostas possíveis: "sim, é verdade que não existe nenhuma verdade". Ora, quem diz isso, assume, talvez inconscientemente, que há alguma verdade; e se alguém disser "não, não pode ser verdade que não exista a verdade", certamente estaria usando melhor a sua razão e teria encontrado a resposta lógica. De modo que, com uma resposta ou outra, a conclusão é sempre a mesma: não pode existir um "relativismo absoluto", a verdade sempre faz parte do nosso pensamento e discurso.
A consequência disso é, que por incrível que pareça, o relativismo só pode ser relativo, uma vez que só pode ser parcial. Isso porque é sempre necessário aceitar que há alguma verdade, que algo pode ser conhecido. Certo tipo de relativismo pode ser aceito para as opiniões, que são afirmações de algo pouco fundamentado, de modo quando se opina se há receio de que a afirmação contrária seja a verdadeira. Mas nem tudo na nossa comunicação é simples opinião.
Aristóteles dizia que como a verdade é uma realidade primeira do nosso pensamento, quem nega a verdade, afirma a verdade. Ou seja, quem nega que ela exista, sabe já o que ela seja e supõe que é verdade a sua não existência, o que é uma contradição em termos. Outro modo de fugir ao compromisso com a verdade seria assumir a posição cética, ou seja, aquela postura de certos pensadores que dizem não ser possível nem afirmar, nem negar a verdade. Quem assume essa posição, certamente se livra da linguagem e da "Gramática", mas isso traz consigo uma consequência nefasta: não negar nem afirmar algo, faz o ser humano se tornar semelhante a uma planta, com quem não é educado discutir.
O relativismo só pode, pois, ser relativo, ou seja, só pode ser aplicado a algumas afirmações e nunca a todas. A verdade não pode jamais ser excluída da vida e da linguagem humana, a menos que alguém se conforme em viver como uma planta. F. Nietzsche só pôde dizer que a verdade é «um exército de metáforas», uma «ilusão», uma moeda sem valor porque sabia perfeitamente o que é uma metáfora, uma ilusão, uma moeda com valor. Negar a verdade implica sempre aceitar a verdade, assim como negar Deus implica pressupor a sua existência.
Então, temos que colocar agora a incômoda questão: afinal de contas, o que é a verdade? Platão dizia que «verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são, falso o que diz como as coisas não são»[vi]. E Aristóteles afirmou algo tão simples quanto essencial: «Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade»[vii]. A verdade se dá quando o nosso discurso expressa o que as coisas realmente são.
Em que sentido então pode ser aceito o relativismo? Já iniciamos aqui a resposta, mas a aprofundaremos numa outra ocasião. O que importa agora é deixar clara a conclusão a que chegamos: o relativismo não pode ser absoluto, só pode ser, por incrível que pareça, relativo.
Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.
[i] Cfr. http://beta.zenit.org/pt/articles/o-ateismo-e-uma-escolha-racional
[ii] M. HORKHEIMER e Th.ADORNO, Dialettica dell'illuminismo, Einaudi, Torino 1966, p. 125: «Percebemos "que também os não conhecedores de hoje, nós, ateus e antimetafísicos, alimentamos ainda o nosso fogo no incêndio de uma fé antiga dois milênios, aquela fé cristã que era já a fé de Platão: ser Deus a verdade e a verdade divina". Sendo assim, a ciência cai na crítica feita à metafísica. A negação de Deus implica em si uma contradição insuperável, enquanto nega o saber mesmo».
[iii] Cfr. F. NIETZSCHE, Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, ed. Hedra, São Paulo 2007.
[iv] Cfr. Idem, Crepúsculo dos Ídolos, ed. Companhia das Letras, São Paulo 2006.
[v] Idem, A Gaia ciência, ed. Hemus, Curitiba 2002, p. 134.
[vi] PLATÃO, Crátilo 385 b; cfr. também Sofista, 262 e
[vii] ARISTÓTELES, Metafísica, IV, 7, 1011 b 26 e segs.
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Angelus


"O amor tem a sua verdade"
As palavras do Papa Bento XVI durante o Angelus
CIDADE DO VATICANO, 03 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir as palavras do Papa, hoje, às 12hs, durante a oração do Angelus na Praça de São Pedro.
***
[Antes do Angelus]
Queridos irmãos e irmãs!
O Evangelho de hoje - retirado do quarto capítulo de São Lucas - é a continuação daquele do domingo passado. Estamos ainda na sinagoga de Nazaré, a cidade onde Jesus cresceu e onde todos o conhecem e à sua família. Agora, depois de um período de ausência, Ele voltou diferente: durante a liturgia do sábado lê uma profecia de Isaías sobre o Messias e anuncia o seu cumprimento, dando a entender que aquela palavra se refere à Ele, que Isaias falou dele. Este fato chocou os nazarenos: por um lado, "todos estavam maravilhados das palavras cheias de graça que saiam da sua boca" (Lc 4:22); São Marcos relata que muitos diziam: "De onde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é essa que lhe foi dada?" (6,2). Por outro lado, no entanto, os  seus vizinhos o conhecem muito bem: é um como nós – dizem -. A sua pretensão só pode ser uma presunção (cf. A infância de Jesus, 11). "Não é este o filho de José?" (Lc 4, 22), como se dissesse: um carpinteiro de Nazaré, que aspirações pode ter?
E é conhecendo isso, que confirma o provérbio "nenhum profeta é bem recebido na sua pátria", que Jesus dirige às pessoas, na sinagoga, palavras que soam como provocação. Cita dois milagres realizados por grandes profetas Elias e Eliseu em favor de pessoas não israelitas, para demonstrar que às vezes existe mais fé fora de Israel. Nesse ponto, a reação foi unânime: todos se levantam e o expulsam, e até tentam jogá-lo no precipício, mas Ele, com calma soberana, passa pelo meio das pessoas furiosas e vai embora. Neste ponto surge a pergunta: por que que Jesus quis provocar esta ruptura? A princípio as pessoas estava admiradas por ele, e talvez poderia ter conseguido certo consenso... Mas, o ponto está justamente aqui: Jesus não veio para procurar o consenso dos homens, mas – como dirá no final à Pilatos – para "dar testemunho da verdade" (Jo 18, 37). O verdadeiro profeta só obedece a Deus, e se coloca à serviço da verdade, pronto para pagar pessoalmente. É verdade que Jesus é o profeta do amor, mas o amor tem a sua verdade. Na verdade, amor e verdade são dois nomes da mesma realidade, dois nomes de Deus. Na liturgia de hoje ecoam também estas palavras de São Paulo: "A caridade... não se ensoberbece, não se enche de orgulho, não é desrespeitosa, não busca seus próprios interesses, não fica com raiva, não leva em conta o mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade "(1 Cor 13,4-6). Crer em Deus significa renunciar aos próprios prejuízos e acolher o rosto concreto no qual Ele se revelou: o homem Jesus de Nazaré. E esta via leva também a reconhecê-lo e a servi-lo nos outros.
Nisto é iluminador a atitude de Maria. Quem melhor do que ela teve a familiaridade com a humanidade de Jesus? Mas nunca se chocou como os moradores de Nazaré. Ela guardava no seu coração o mistério e soube acolhê-lo sempre mais e sempre de novo, no caminho da fé, até a noite da Cruz e à plena luz da Ressurreição. Que Maria também nos ajude a percorrer com fidelidade e alegria este caminho.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]