FÉ SEM OBRAS
EUCARISTIA E DIMENSÕES ECLESIAIS. (24)
A partir de várias interpretações ou reflexões sobre a Eucaristia atarvés dos tempos, tem surgido uma enorme variedade de Respostas cristãs.
A enorme ênfase eclesial e simbólica da Primitiva Igreja, leva-nos a um aprofundamento da vida espiritual na celebração da Eucaristia e da Comunhão.
Na Idade Média, uma ênfase da Presença Real de Jesus Cristo sob as aparências do pão e do vinho, levou a Igreja a uma instituição da Festa do Corpo de Deus (Corpus Christi), e a um crescimento espiritual da contemplação e adoração da Eucaristia, que se multiplicou em Procissões, Bênção do SS. Scramento, Devoção das 40 horas, Visitas ao SS. Sacramento e, finalmente a Adoração Perpétua ou Laus Perene, como expressão de fé dos Leigos.
A razão fundamental, tal como consta do Eucharisticum Mysterium and Eucharistiæ Sacramentum, é a de que toda esta devoção da Eucaristia provém da Liturgia e conduz à Liturgia.
A celebração da Eucaristia e a Comunhão naturalmente convidam o Cristão a contemplar o que foi celebrado e recebido.
Esta contemplação eucarística leva ao amor de Cristo "até que Ele venha", e ao amor do Pai "que assim amou o mundo"...e do Espírito Santo que vive em nós e nos une em comunhão com Cristo e com toda a SS. Trindade.
Em vez de suprimir a espiritualidade que está centrada e fundada na Eucaristia e nutrida pelas devoções eucarísticas, cada um deveria estudar e sentir o valor de tal espiritualidade para uma perene vida cristã.
O facto de que os Ortodoxos não tenham estas devoções (espiritualidade) não significa que eles a não apreciem.
O mesmo se diga dos Protestantes.
O problema básico com a espiritualidade contemporânea da Eucarstia geralmente está em que ela foi fundada num modelo individualístico.
Na abertura do Vaticano II e graças à sua maior orientação eclesial, nós começámos a ficar mais conscientes de que somos salvos antes de tudo como povo, colectivamente.
Apenas secundariamente, como consequência, seremos salvos individualmente.
A nossa presente cultura individualista (e a básica orientação egoística da nossa natureza pecadora) torna difícil olhar para a Igreja como fundação da nossa espiritualidade.
A Eucatristia remedeia este problema de duas maneiras
- Primeira, isso concentra-se num povo reunido (ekklesia) e ajuda-nos a considerarmo-nos como membros da Igreja, o Corpo Místico de Cristo.
- Segunda,(embora da mesma importância) a Eucaristia, leva-nos à consideração do nosso básico egoísmo.
O fruto (res) da Eucaristia é a unidade da Igreja.
A Eucaristia edifica o corpo de Cristo, curando as feridas do pecado e dando-nos, a pari-passo a glorificação que será a nossa posse final do céu.
A Eucaristia tem três finalidades :
- Comunhão com o Pai em Cristo, e com os nossos irmãos.
- A remissão dos pecados veniais.
- A partilha na glória futura.
Esta partilha na glória que nos espera é-nos dada como herança no Baptismo e que cresce com o nosso crescimento em Cristo.
A Eucaristia está, portanto, relacionada com o Baptismo, como o alimento está relacionado com o nascimento.
O adulto está "em gérmen" na criança; mas tem que ser nutrido, tem que crescer para se formar o homem e a mulher.
O cristão nasce para Cristo pelo Baptismo, mas é nutrido até à plena maturidade de Cristo através da vida cristã, pelo Pão da Vida.
Jesus assim o disse :
- "Em verdade, em verdade vos digo : Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia".(Jo.6,53-54).
Portanto, não basta ficarmos simplesmente no campo da fé, mas, através das obras, devemos empregar os meios necessários para a salvação do último dia, isto é, a nossa alimentação espiritual através da Eucaristia, pela comunhão sacramental em estado de graça.
Uma reflexão muito oportuna na semana em que celebrarmos a Solenidade do Corpo e Sangue de Cisto, para nos mentalizarmos de como devemos receber a Sagrada Comunhão.
Nascimento
catolicosacaminho-unsubscribe@yahoogroups.com
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]