terça-feira, 9 de abril de 2013

[Catolicos a Caminho] A IGREJA NO MUNDO ACTFUAL (18) A ACTIVIDADE HUMANA NO MUNDO Som !

 

 

                 

                                                                        (18)-A ACTIVIDADE HUMANA NO MUNDO !

 

33. – Sempre o homem procurou, com o seu trabalho  e engenho,  desenvolver mais a própria vida; hoje, porém, sobretudo graças à ciência e à técnica, estendeu o seu domínio à natureza inteira, e continuamente o aumenta; e a família humana, sobretudo devido ao aumento de múltiplos meios de comunicação entre as nações, vai-se descobrindo e organizando progressivamente como uma só comunidade espalhada pelo mundo inteiro.

Acontece assim que muitos bens que o homem noutro tempo esperava sobretudo das forças superiores, os alcança hoje por seus próprios meios.

Muitas são as questões que se levantam entre os homens, perante este imenso empreendimento, que já atingiu o inteiro género humano.

Qual o sentido e valor desta actividade ?

Como se devem usar estes bens ?

Para que fim tendem os esforços dos indivíduos e das sociedades ?

Guarda do depósito da palavra divina, onde se vão buscar os princípios da ordem religiosa e moral, a Igreja, embora nem sempre tenha uma resposta já pronta para cada uma destas perguntas, deseja, no entanto, juntar a luz da revelação à competência de todos os homens, para que assim receba luz o caminho recentemente empreendido pela humanidade.

34. – Uma coisa é certa para os crentes : A actividade humana individual e colectiva, aquele imenso esforço com que os homens,  no decurso dos séculos, tentaram melhorar as condições de vida, corresponde à vontade de Deus.

Pois o homem, criado à imagem de Deus, recebeu o mandamento de dominar a terra com tudo o que ela contém e governar o mundo na  justiça e na santidade e, reconhecendo Deus como Criador universal, orientar-se a si e ao universo para Ele; de maneira que, estando todas as coisas sujeitas ao homem,  seja glorificado em toda a terra o nome de Deus.

Isto aplica-se também às actividades de todos os dias.

Assim, os homens e as mulheres que, ao ganhar o sustento para si e suas famílias, de tal modo exercem a própria actividade que prestam conveniente serviço à sociedade, com razão podem considerar que prolongam com o seu trabalho, a obra do Criador, ajudam os seus irmãos e dão uma contribução pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história.

Longe de pensar que as obras do engenho e poder do homem se opõem ao poder de Deus, ou de considerar a criatura racional como rival do Criador, os cristãos devem, pelo contrário, estar convencidos de que as vitórias do género humano manifestam a grandeza de Deus e são fruto do seu desígnio inefável.

Mas, quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitára.

Vê-se, portanto, que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes, mas que, antes, os obriga ainda mais a realizar essas actividades.

35. – A actividade humana, do mesmo modo que procede do homem,  assim para ele se ordena.

De facto, quando age, o homem não transforma apenas as coisas e a sociedade, mas realiza-se a si mesmo.

Aprende muitas coisas, desenvolve as próprias faculdades, sai de si e eleva-se sobre si mesmo.

Este desenvolvimento, bem compreendido, vale mais do que os bens externos que se possam conseguir.

O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem.

Do mesmo modo, tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, mais fraternidade, uma organização mais humana das relações sociais, vale mais do que os progressos técnicos.

Pois tais progressos podem proporcionar a base material para a promoção humana, mas, por si sós, são incapazes de a realizar.

A norma da actividade humana é pois a seguinte : segundo o plano e vontade de Deus, ser conforme com o verdadeiro bem da comunidade e tornar possível ao homem, individualmente considerado ou em sociedade, cultivar e realizar a sua vocação integral.

 

Nota. Fica bem claro que todas as actividades do homem, as suas descobertas científicas, as aplições das riquezas terrestres ao bem e às necessidades do homem, são indiscutivelmente  bens recebidos de Deus que o homem deve valorizar e agradecer.

O homem não é rival ou concorrente de Deus, porque nada pode criar mas apenas usar o que o Criador lhe concedeu, e tudo quanto Deus criou o fez bem feito, ainda que nos pareça que eventualmente alguma coisa não esteja bem feita nem mesmo quando não compreendemos,  como a existência do mal, a miséria e a morte.

A Igreja, na sua organização humana, serve-se da ciência moderna e das tecnologias mais avançadas para compreender e ajudar o homem nas suas actividades humanas, para o ajudar a valorizar essas mesmas actividades e para ordenar também as suas mesmas actividades, para uma justa autonomia das realidasdes terrestres, ainda que viciadas pelo pecado.

 

                                                                  John

                                                                        Nascimento

 

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]