(21)-A FUNÇÃO DA IGREJA NO MUNDO ACTUAL !
40. – Tudo quanto dissemos acerca da dignidade da pessoa humana, da comunidade dos homens, do significado profundo da actividade human, constitui o funcionamento das relações entre a Igreja e o mundo e a base do seu diálogo recíproco.
Pelo que, no presente capítulo, pressupondo tudo o que o Concílio já declarou acerca do mistério da Igreja, considerar-se-á a mesma Igreja enquanto existe neste mundo e com ele vive e actua.
A Igreja, que tem a sua origem no amor do eterno Pai, foi fundada, no tempo, por Cristo Redentor, e reune-se no Espírito Santo, tem um fim salvador e escatológico, o qual só se poderá atingir plenamente no outro mundo.
Mas ela existe já actualmente na terra, composta de homens que são membros da cidade terrena e chamados a formar já na história humana a família dos filhos de Deus, a qual deve crescer continuamente até à vinda do Senhor.
Unida em vista dos bens celestes e com eles enriquecida, esta família foi por Cristo "constituída e organizada como sociedade neste mundo", dispondo de "convenientes meios de unidade visível e social".
Deste modo, a Igreja, simultanemante "agrupamento visível e comunidade espiritual", caminha juntamente com toda a humanidade, participa da mesma sorte eterna do mundo e é como que o fermento e a alma da sociedade humana, a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus.
Esta compenetração da cidade terrena com a celeste só pela fé se pode perceber; mais, ela permanece o mistério da história humana, sempre perturbada pelo pecado, enquanto não chega a plena manifestação da glória dos filhos de Deus.
Procurando o seu fim salvífico, a Igreja não se limita a comunicar ao homem a vida divina; espalha sobre todo o mundo os reflexos da sua luz, sobretudo enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá um sentido mais profundo à quotidiana actividade dos homens.
A Igreja pensa, assim, que por meio de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, muito pode ajudar para tornar mais humana a família dos homens e a sua história.
Além disso, a Igreja católica aprecia grandemente a contribuição que as outras Igrejas cristãs ou comunidades eclesiais têm dado e continuam a dar para a consecução do mesmo fim.
E está também firmemente persuadida de que pode receber muita ajuda, de vários modos, do mundo, pelas qualidades e acção dos indivíduos e das sociedades, na preparação do Evangelho.
Expõem-se, a seguir, alguns princípios gerais para promover convenientemente o intercâmbio e ajuda recíproca entre a Igreja e o mundo, nos domínios que são de algum modo comuns a ambos.
Nota. A Igreja, como sociedade no meio do mundo, não pode estar alheia ao mundo, porque é composta por membros humanos, procura servir os interesses dos seus membros humanos, corrigir os seus erros e usar a sua doutrina e todos os meios da graça através dos sacramentos, para os conduzir ao seu fim último dentro dos princípios da Escatologia.
Os seus membros, porque vítimas das consquências do pecado, precisam da ajuda da Igreja e dos meios de que ela dispõe, para combater os seus erros, para evitar toda a espécie de perversão doutrinária e moral em todos os tempos, e garantirem o melhor possível a sua caminhada para a meta final, dentro do plano da História da Salvação.
Assim, a Igreja, considera a ajuda que pode prestar e oferecer aos homens, e a toda a sociedade, em todas as suas actividades humanas.
John
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]