segunda-feira, 22 de julho de 2013

ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS




ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS






Posted: 21 Jul 2013 03:43 PM PDT





  • Dedicação de uma igreja. Iluminura medieval.





A consagração de uma igreja é o momento mais importante de sua história.




O templo que até então não era mais que um prédio, de maior ou menor beleza segundo os casos e de um valor apenas material, em virtude da consagração litúrgica se transforma no local sagrado onde Deus passa a morar.




Pela ceremonia da dedicação Deus estabelece uma Aliança com o templo, da maneira análoga à Aliança que fez com a humanidade se fazendo homem.




O nome de dedicação vem do fato do templo ser consagrado, ou dedicado, a um titular, quer dizer, ao próprio Deus, a Nosso Senhor, a Nossa Senhora, a um anjo ou a um santo.




A festa da dedicação todo ano relembra esse acontecimento fundador. A igreja toda canta e exulta suas núpcias com Cristo Nuestro Señor, seu Rei, Pai e Esposo.




No século XII, Adam de Saint-Victor (1112 – 1192) concebeu um hino excecional para essa festa. La "Prose de la Dédicace", ou "Prosa da dedicação" da catedral Notre Dame de Paris se espalhou rápidamente pela Europa toda e é cantada até nossos días, malgrado a cacofonía que foi atropelando muitas cerminônias.




Adam de Saint-Victor foi o principal autor da escola de música de Paris que ele renovou aperfeiçoando e lhe conferindo uma riqueza espiritual sublinhada pelo desenvolvimento musical.




O repertório de suas obras passou a ser cantado em toda a Europa Ocidental, já no século XIII desde Palermo no extremo sul da Itália, passando por Zagreb no mundo eslavo, até Aquisgrão na Alemanha ou Dublin na Irlanda no extremo norte.







  • Dedicação de uma igreja.

  • Biblioteca Univ. de Tecnologia Sydney, manuscrito MS 03


Adam de Saint-Victor fez parte da escola parisiense dos "vitorinos" que desenvolveu a beleza das obras criadas como um caminho privilegiado para chegar até Deus, escola obviamente contraditada pelo materialismo miserabilista.




De ali que a pompa, o resplandor e o maravilhamento fossem estradas reais, segundo a conceituada escola vitorina, para a formacao e salvacao das almas, para o conhecimeto e a adoracao de Deus, de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos.




Em sentido contrário a procura do quebrado, depauperado, despojado de beleza culposamente, aparecia como o meio e a consequência de se afastar de Deus e procurar o pecado e seu mentor, Lucifer. 




La "Prose de la Dédicace" passou por melhoras em séculos pasados que apefeicoaram sua tradicional beleza.




A poesía de Adam de Saint-Victor contem verdadeiros tesouros teológicos pela visão da Igreja que desenvolve.




Adam de Saint-Victor morreu na abadia que lhe confere o nome – Saint-Victor – que ficava sobre a montanha de Santa Genoveva. Nessa "montanha" a poucos quarteirões de Notre Dame de Paris, do lado do Quartier Latin, repousam também os restos da padroeira da cidade Santa Genoveva, na igreja de Saint-Etienne du Mont.







  • Partitura da Prosa da Dedicação parisiense


O furor sacrílego e soez da Revolucao Francesa querendo sempre achincalhar o catolicismo seu culto, seus templos e sua liturgia, arrasou o mosteiro de Saint-Victor e o santuário medieval consagrado a Santa Genoveva. 




Mas, as reliquias da santa foram salvas e o prestigio de Adam de Santi-Victor continua até hoje como sendo o melhor e maior poeta latino litúrgico da Idade Média. 




Segundo muitos, a inspiração de Adam teve parte nos magníficos hinos de Santo Tomás de Aquino ao Santíssimo Sacramento.




A letra desta "Prosa da dedicação" contém todo o conceito católico da festa, com a candura, a força e a beleza das almas medievais.




Ela diz:





Ó filhas de Jerusalém e Sião, habitantes das santas moradias do Céu, cantai juntas uma canção de alegria. Aleluia!




Neste dia em que Jesus Cristo, o modelo de justiça, escolhe como esposa a igreja, nossa mãe, ele a tira do abismo de miséria em que estava mergulhada.




É do lado aberto do Homem-Deus cravado na cruz que o precioso sangue e a água misteriosa fluem da fonte sagrada que lhe foram dadas para lavá-la e santificá-la.




A formação da Igreja de Jesus Cristo foi prefigurada pela de Eva, a mãe comum da humanidade, que foi tirada de uma costela de nosso primeiro pai Adão.




Eva passou a morte para seus filhos, mas a Igreja é uma mãe que dá a vida a seu povo: para ele é a porta de salvação, o seu refúgio e seu forte apoio.




É o barco em que navegamos com segurança através dos recifes do século, o aprisco onde permanecemos imunes aos ataques do inimigo: a coluna da verdade sobre a qual nos apoiamos como sobre um fundamento inabalável.




Quais devem ser nossa alegria e gratidão nesta cerimónia augusta, em que nós comemoramos a união de Cristo com sua Igreja, santa união pela qual se opera a grande obra de nossa salvação!




Por esta união misteriosa os justos entram na posse da recompensa eterna, os pecadores recebem o perdão de seus crimes, e até os anjos sentem crescer sua alegria.




Essas maravilhas são o resultado da sabedoria suprema de Deus, pela única razão de sua misericórdia, que previu sua efetivação desde toda a eternidade.




Que Jesus Cristo, nosso Salvador, de quem nos tornamos filhos pela união que Ele contraiu com a Igreja nossa mãe, nós conceda degustar as verdadeiras delícias e participar das alegrias eternas do Céu dos eleitos. Amém.






















Texto em latim. No vídeo acima, o coro canta algumas linhas só:

JERUSALEM et Sion fíliæ, / Cœtus omnis fidélis cúriæ, / Melos pangant jugis lætítiæ. / Allelúia.
CHRISTUS enim norma justítiæ / Matrem nostram despónsat hódie, / Quam de lacu traxit misériæ / Ecclésiam.
HANC sánguinis et aquæ múnere, / Dum pénderet in crucis árbore, / De próprio prodúxit látere / Deus homo.
FORMARETUR ut sic Ecclésia, / Figurátur in prima fémina, / Quæ de costis Adæ est édita / Mater Eva.
EVA fuit novérca pósteris ; / Hæc est mater elécti géneris, / Vitæ portus, ásylum míseris, / Et tutéla.
HÆC est cymba qua tuti véhimur ; / Hoc ovíle quo tecti cóndimur ; / Hæc cólumna, qua firmi nítimur / Veritátis.
O sólemnis festum lætítiæ, / Quo únitur Christus Ecclésiæ, / In quo nostræ salútis núptiæ / Celebrántur.
JUSTIS inde solvúntur præmia, / Lapsis autem donátur vénia, / Et sanctórum augéntur gáudia / Angelórum.
AB æterno fons sapiéntiæ, / Intúitu solíus grátiæ, / Sic prævídit in rerum série / Hæc futúra.
CHRISTUS jungens nos suis núptiis, / Recréatos veris delíciis, / Intéresse fáciat gáudiis / Electórum. Amen.

















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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]