ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 25 de Agosto de 2013
Papa Francisco
"Não pode existir paz sem diálogo", disse Papa Francisco
Em audiência a um grupo de estudantes japoneses, o Papa exorta a sempre buscar um confronto "manso" com as outras pessoas, culturas e religiões, para amadurecer e estabelecer a paz
Pregação Sagrada
Como melhorar a nossa pregação sagrada: Fundo e Forma
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Igreja e Religião
A Teologia da Libertação não era necessária para pregar o evangelho aos pobres
Professor Carriquiry, no Meeting de Rímini: É diabólico insistir numa descontinuidade entre Bento XVI e Francisco
"Não é suficiente a filosofia para converter a China",
Fala no Meeting de Rimini, Tianyue Wu, docente chinês que não teme manifestar-se como católico
Conselho Episcopal Pastoral avalia Jornada Mundial da Juventude
O evento, que prossegue até quinta-feira, dia 22, reúne a presidência da Conferência, os presidentes das comissões episcopais pastorais e seus respectivos assessores, bem como representantes dos organismos e pastorais vinculados à instituição
Em 30 de setembro, o papa anunciará a data da canonização de João XXIII e João Paulo II
Cardeal Angelo Amato anuncia para o final do próximo mês o consistório para a canonização destes "dois pilares da cultura e da santidade cristã"
Bento XVI em Castel Gandolfo entre caminhada, rosário e concerto
Depois de seis meses, a decisão de "esconder do mundo" ainda leva a refletir. Mas a verdade, como afirmou o papa emérito, é que esta escolha é o resultado de uma "experiência mística" com Deus
"Viva o Egito livre!"
A Igreja Copta Católica no Egito deixa claro que o que acontece no país não é um conflito político, mas uma luta de todos os egípcios contra o terrorismo
"A paróquia, entre o concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico"
Edições CNBB lança em português o livro do Cardeal Francisco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos
Cultura e Sociedade
A ciência é uma forma de amar a Deus
Entrevista com Oliver Rey, matemático francês: Não existe razão sem fé
É correto tuitar durante a missa?
Não é a primeira vez que o Twitter entra em cena nos momentos de culto
Liturgia e Vida Cristã
Omitir ou não o Glória?
Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
"Não foi um prêmio ou um mérito estar no almoço com o Papa, mas uma oportunidade para amar mais!", disse Vinicius de Andrade
Testemunho de Vinicius Andrade, um dos 12 jovens que almoçou com o Papa Francisco durante a JMJ Rio 2013
Homens e Mulheres de Fé
Salve-se quem puder
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará reflete sobre os anseios humanos
Familia e Vida
Os cristãos, o governo Dilma e o aborto
Esse governo tornou-se um especialista em ações invisíveis e subterrâneas na tentativa de legalizar o aborto no Brasil
"Protege o seu coração", um projeto completo para a educação sexual dos filhos
Entrevista com Maria Luisa e Juan Francisco, fundadores e diretores internacionais de PTC - Parte IV
Espiritualidade
Vocação à Vida Consagrada
"A vida consagrada diz respeito a toda a Igreja; não é uma realidade isolada e marginal", diz Dom Orani Tempesta
Angelus
Ser cristão não é ter uma etiqueta
Antes de rezar o Angelus Papa Francisco reflete sobre o caminho da salvação e depois faz um apelo para a paz na Síria
Papa Francisco
"Não pode existir paz sem diálogo", disse Papa Francisco
Em audiência a um grupo de estudantes japoneses, o Papa exorta a sempre buscar um confronto "manso" com as outras pessoas, culturas e religiões, para amadurecer e estabelecer a paz
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 21 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Com o sorriso de sempre, Papa Francisco, acolheu os estudantes do Colégio Seibu Gakuen Bunri Junior High School de Saitama de Tóquio. Recebidos esta manhã em Audiência, juntamente com os seus professores, no pátio de São Dâmaso no Palácio Apostólico Vaticano, o Pontífice falou aos jovens japoneses "daquela aventura tão bela" que é o diálogo que nos permite sair de nós mesmos e abraçar "outras pessoas, outras culturas, outros modos de pensar, outras religiões".
Precisamos de tudo isso, destacou o Santo Padre, "porque se estamos fechados em nós mesmos, temos só aquilo que temos, não podemos crescer culturalmente". O "diálogo" é portanto um desafio fundamental para a "própria maturidade", acrescentou Bergoglio, porque "no confronto com a outra pessoa" e "com as outras culturas", mas também "no confronto sadio com as outras religiões", se "cresce".
Claro, adverte o Papa, há sempre o perigo: "Se no diálogo alguém se fecha e fica com raiva, pode ter briga"; mas isso "não está bem", porque nós dialogamos para encontrar-nos, não para brigar" comentou. Portanto "qual é a atitude mais profunda que devemos ter para dialogar e não brigar?", perguntou o Pontífice. É a "humildade", ou melhor "a capacidade de encontrar as pessoas, de encontrar as culturas, com paz"; "a capacidade de fazer perguntas inteligentes" do tipo: "mas por que você pensa assim? Por que essa cultura faz assim?".
"Ouvir os outros e depois falar. Primeiro ouvir, depois falar", esta, de acordo com o Papa, é a fórmula para ser pessoas e cristãos 'mansos'. E no momento em que, como é normal no confronto humano, se verifica o "você não pensa como eu", "eu penso de forma diversa", "você não me convence" e assim por diante, o que acontece? Para Francisco, a resposta é elementar: "Somos amigos do mesmo jeito, eu ouvi como você pensa e você ouviu como eu penso".
Em conclusão, a passagem mais importante deste breve discurso: "Uma coisa importante é que este diálogo é o que faz a paz", disse o Papa Bergoglio, acrescentando: "Não pode haver paz sem diálogo. Todas as guerras, todas as lutas, todos os problemas que não são resolvidos, com o qual nos deparamos, existem por falta de diálogo."
"Quando há um problema, diálogo: isto faz a paz" concluiu, desejando aos estudantes e professores do Seibu Gakuen Bunri Junior High School uma viagem "frutuosa" a Roma, que possa ensiná-los a dialogar: "...Como essa cultura pensa, que bonito isso, isso eu não gosto, mas dialogando. E assim se cresce".
Uma menina tornou-se a porta-voz dos sentimentos do grupo e agradecendo ao Papa "por ter-nos concedido um pouco do Seu precioso tempo", disse: "Estamos muito satisfeitos por ter a oportunidade de conhecê-lo e ouvir suas palavras; De hoje em diante vamos colocar em prática nas nossas vidas o que ouvimos do Senhor". A resposta de Francisco foi, como sempre, simpática e espontânea: "Muito obrigado! Mas você nasceu em Nápoles? Fala muito bem o italiano".
O encontro terminou com um musical em que todos os alunos cantaram o hino da sua escola para o Santo Padre, o qual, divertindo-se, disse: "Vocês são bons, hein? Cantando!". "Também no diálogo existe o princípio da reciprocidade: quando alguém fala uma coisa, o outro deve dizer outra" afirmou. No entanto, revelou: "Mas eu não sei cantar, não posso."
[Traduzido do original italiano por Thácio Siqueira]
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Pregação Sagrada
Como melhorar a nossa pregação sagrada: Fundo e Forma
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 23 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Na semana passada, comecei a falar da linguagem na pregação, da sua importância e dos seus níveis. Vamos dar agora mais um passo: comentaremos os recursos formais que podemos usar para revestir as ideias e gravá-las mais profunda e eficazmente na mente e no coração dos ouvintes. Um fundo com ideias claras, estruturadas, lógicas, mas também uma forma atrativa, concreta, sensibilizada, visualizada e até dramatizada (sem teatralizar).
A FORMA A SERVIÇO DO FUNDO
A forma é o modo de apresentar as ideias que compõem o fundo de uma mensagem. Serve para gravar melhor a mensagem na mente e no coração do ouvinte. A força de impacto de uma ideia é diretamente proporcional ao seu grau de sensibilização.
As técnicas da forma se classificam em dois tipos:
Primeiro, técnicas de forma interna: concretização, desenvolvimento, visualização e dramatização.
Segundo, técnicas de forma externa, que incidem no modo de expressar a ideia: estilo plástico e ritmo ou movimento oratório.
COMECEMOS PELA FORMA INTERNA
Primeiro, a concretização da ideia. Há alguns passos para a concretização:
a) Enunciação da ideia ou verdade que eu quero transmitir ao ouvinte, e que, em geral, é abstrata, universal: "A confissão nos traz alívio… O sofrimento machuca… É melhor dar que receber… Cristo nos amou com loucura, etc…".
b) Sensibilização mediante um caso concreto em que essa ideia abstrata e universal se realiza.
c) Recapitulação rápida para mostrar como se verifica neste caso a ideia universal e abstrata.
Um exemplo:
Ideia abstrata: O sofrimento machuca.
Sensibilização da ideia: Ah, como o sofrimento machuca! Perguntem à dona Rita, que está presa a uma cama já faz três anos, sem poder fazer nada, sentido as piores e mais terríveis dores, sem conseguir dormir nem sequer durante uma hora completa, nem durante o dia, nem durante a noite! E com seis filhos para educar e cuidar! Ah, meus caros, o sofrimento machuca, e como machuca!
Recapitulação da ideia: Ficou bem claro que o sofrimento machuca? Olhem para a dona Rita, nos testemunhando essa verdade: o sofrimento machuca, e machuca demais!
Segundo, o desenvolvimento da ideia.
Passos:
a) Enunciado da ideia, de forma exclamativa, expressando um sentimento, um valor ou um contravalor.
b) Desenvolvimento com algum dos tópicos de Aristóteles: quem, o quê, como, quando, onde, por quê, quantas vezes.
c) Recapitulação da ideia desenvolvida.
Um exemplo:
Enunciado da ideia: Como machuca o sofrimento!
Desenvolvimento: Quem está sofrendo? Dona Rita, mãe de seis filhos, três deles ainda pequenos. O que ela sofre? Um câncer terrível, que está se apoderando da vida e dos sonhos da dona Rita! Por quê? Só Deus sabe o porquê de tanto sofrimento, para ela que ainda é tão jovem! Como ela está sofrendo? Presa à cama, com grandes dores, mas com profunda paciência e resignação, de olhos firmes em Deus.
Recapitulação: Machuca ou não machuca o sofrimento? Perguntem à dona Rita, ela que é mãe de seis filhos, ela que está em seu quarto se consumindo de dor, com toda a fé plantada em Deus!
Para ler o artigo anterior clique aqui
Caso queira se comunicar com o Padre Antonio Rivero pode fazê-lo por este e-mail:arivero@legionaries.org
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Igreja e Religião
A Teologia da Libertação não era necessária para pregar o evangelho aos pobres
Professor Carriquiry, no Meeting de Rímini: É diabólico insistir numa descontinuidade entre Bento XVI e Francisco
Por Sergio Mora
ROMA, 22 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Após a palestra do padre José Maria "Pepe" Di Paola, sobre o trabalho de integração da população marginalizada que lhe rendeu ameaças de morte por combater as drogas na favela Villa 21, de Buenos Aires, o Meeting de Rímini para a Amizade entre os Povos passou a palavra ao professor Guzmán Carriquiry, durante a conferência sobre a encíclica Lumen Fidei.
O secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina afirmou que "quando ouvimos o padre 'Pepe' falar da sua experiência nas favelas de Buenos Aires, é como se víssemos o bispo Jorge Mário Bergoglio quando compartilhava o pão com os pobres, junto com seus sacerdotes, naquelas mesmas favelas".
"No fundo", disse o professor uruguaio, "é a mesma imagem que nós vimos quando ele lavou os pés dos menores no centro para menores infratores; quando ele visitou Lampedusa, a favela de Varginha, o hospital para dependentes químicos no Rio de Janeiro...". E enfatizou: "Não precisa de uma teologia da libertação para isso. É suficiente o evangelho vivido, o abraço da caridade, o testemunho comovido de si mesmo".
Sobre a encíclica Lumen Fidei, depois de elogiar o trabalho dos pontífices vindos de contextos tão diferentes, com sensibilidades e estilos diversos, Carriquiry avaliou como "obra do demônio, príncipe da mentira e da divisão, esse esforço obsessivo em querer confrontar o bispo emérito de Roma e o seu sucessor".
"Isso vale tanto para o desmedido apego nostálgico ao papa anterior, que vira uma 'nostalgia canalha' quando se degenera em julgamentos farisaicos sobre o papa atual, quanto para os elogios ao papa atual feitos para denegrir os predecessores".
O palestrante recordou ainda: "Apesar de que as favelas cresceram muito nas últimas décadas, Buenos Aires é certamente muito mais do que isso". E complementa: "É uma enorme cidade cosmopolita, onde há raízes católicas populares, mas que também é marcada por todas as realidades, estímulos e chagas da cultura global", onde existe um "norte e um sul" que apresentam "grandes desafios pastorais".
O secretário do Pontifício Conselho recordou também as palavras do papa Bento XVI no voo de São Paulo a Aparecida, quando disse: "Tenho certeza, pelo menos em parte, que aqui se decide o futuro da Igreja católica. Para mim, isto sempre foi evidente".
Sobre a situação atual da Igreja, Carriquiry comentou que "era preciso libertar a fé das incrustações mundanas, para torná-la novamente atraente". E, citando um autor italiano, prosseguiu: "Os predecessores começaram, sem dúvida, um progressivo desmantelamento desse aspecto realmente pesado da cúria. João Paulo II preferia andar pelas ruas do mundo a ficar no Vaticano. E Bento XVI disparou raios contra o carreirismo, o clericalismo, a mundanidade, a divisão, as ambições de poder e a sujeira na Igreja. Agora, Francisco realiza o que o seu predecessor pediu tantas vezes... E muito mais. Tudo isso faz parte da 'revolução evangélica', que marca uma profunda mudança do próprio modo de ser papa".
Carriquiry finalizou propondo que a encíclica Lumen Fidei seja lida à luz do pontificado do papa Francisco, das "joias" das suas homilias cotidianas, da sua catequese e do "ato de sair como missionário" para compartilhar a luz da fé "ad gentes".
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"Não é suficiente a filosofia para converter a China",
Fala no Meeting de Rimini, Tianyue Wu, docente chinês que não teme manifestar-se como católico
Por Antonio Gaspari
ROMA, 21 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - "A filosofia em si não pode converter os não-crentes. É necessário ter a paciência de propor o cristianismo às pessoas com uma tradição forte e antiga". Estas palavras são de Tianyue Wu, professor do Departamento de Filosofia no Institute of Foreign Philosophy da Peking University. Wu, católico, narrou a sua história e a situação dos católicos na China durante o encontro que se realiza no Meeting de Rimini, segunda-feira, 19 de Agosto.
O professor de filosofia explicou que os cristãos na China são trinta milhões, e destes, seis milhões são católicos, apesar do fato de que "professar a fé publicamente é difícil, se não impossível". Ainda que - acrescentou - "pelo fato de que neste momento não haja nenhuma ética predominante na China seja muito mais atraente a mensagem cristã".
Segundo o professor Wu, "a incongruência entre o crescimento econômico e a espiritualidade levou a uma 'Emergência-homem' também na China" e "precisamente em virtude dos desafios enfrentados pelos cristãos chineses, a difícil condição oferece também grandes oportunidades".
O professor de filosofia falou também que toda a sua família é católica, a começar pelo avô que estudou em uma missão católica e estava pensando em se tornar sacerdote. Depois virou médico. Toda a família frequentava a missa e os sacramentos. Com a morte do avô, alguns familiares entraram no seminário, enquanto Tianyue, começou a ler os textos do pregador John Bunyan e de Santo Agostinho. Matriculou-se na Faculdade de Filosofia em Pequim, onde hoje é professor.
Anos difíceis da Universidade onde era problemático até mesmo usar uma cruz no pescoço. Junto com sua esposa, o professor organizou um grupo de leitura sobre Santo Thomas. "Ao longo de minhas conversas com os rapazes – disse – percebi que já tinha sido plantada uma semente nos seus corações, que lhes teria ajudado a captar os desafios desse momento histórico".
O professor chinês narrou a história religiosa da China, que contava com várias religiões primitivas já no segundo milênio antes de Cristo. O catolicismo veio à China em 1582, com o padre jesuíta Matteo Ricci, que era apreciado pelo imperador e pela classe dominante, a tal ponto que é o único ocidental cujo túmulo está localizado na "Cidade Proibida".
O Servo de Deus Matteo Ricci, matemático, geógrafo, astrônomo, traduziu para o chinês importantes obras da ciência e manteve ótimas relações com os maiores representantes do confucionismo. O trabalho de Ricci foi continuado pelo jesuíta Martino Martini, que obteve do Papa Alexandre VII a possibilidade de aceitar, embora com reservas, que os chineses convertidos ao cristianismo pudessem continuar os seus rituais para os mortos e para Confúcio sem serem excomungados. Foi então o Imperador Kangxi, que governou a China de 1654-1722, que emitiu um decreto de livre pregação do cristianismo.
Os padres jesuítas estavam convencidos de que para favorecer a propagação do cristianismo na China era necessário inculturá-lo buscando uma união entre os ritos e a cultura local, enquanto que os padres franciscanos e dominicanos eram de pareceres diametralmente opostos. Chegou até 1713 quando, com a bulla "Ex Illa die", Papa Clemente XI rejeitou toda mediação com os ritos chineses. Em 1742 com a bulla "Ex quo singulari", Bento XIV proibiu toda discussão sobre os ritos chineses.
A supressão da Companhia de Jesus em 1773, favoreceu os componentes chineses anti-católicos, de tal forma que os imperadores Yongzheng e Qianlong limitaram a liberdade de pregação do cristianismo. Em 1939 o servo de Deus o Papa Pio XII tirou as proibições e permitiu que os católicos chineses participassem dos ritos tradicionais. Mas um pouco mais tarde, em 1949, com o advento do comunismo começaram as perseguições. Em 1957, depois da rejeição da autoridade do Papa nasceu a Igreja Patriótica chinesa. Hoje é o governo chinês que nomeia os Bispos.
Neste contexto, são significativas as palavras que o professor Tobias Hoffmann, professor de Filosofia Medieval na Catholic University of America, pronunciou na abertura do encontro: "A fim de entender melhor a cultura e o pensamento ocidental, devemos entender como os filósofos e os homens de cultura do Oriente vivem e testemunham o Cristianismo em seu contexto sociológico ".
[Traduzido do original italiano por Thácio Siqueira]
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Conselho Episcopal Pastoral avalia Jornada Mundial da Juventude
O evento, que prossegue até quinta-feira, dia 22, reúne a presidência da Conferência, os presidentes das comissões episcopais pastorais e seus respectivos assessores, bem como representantes dos organismos e pastorais vinculados à instituição
BRASíLIA, 21 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Com ênfase no mês vocacional e nos ecos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), teve início, em Brasília (DF), mais uma reunião do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB. O evento, que prossegue até quinta-feira, dia 22, reúne a presidência da Conferência, os presidentes das comissões episcopais pastorais e seus respectivos assessores, bem como representantes dos organismos e pastorais vinculados à instituição.
O presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, presidiu a celebração de abertura, durante a qual destacou a importância das vocações para a caminhada da Igreja no Brasil. Em seguida, na primeira sessão do dia, os bispos e assessores avaliaram a Jornada Mundial da Juventude, realizada em julho deste ano, no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom João Carlos Petrini, ressaltou a "sintonia dos jovens com o papa" e o nível de participação e do envolvimento dos jovens no evento. "Temos uma juventude de grande qualidade", afirmou o bispo.
Já o presidente da Comissão para a Ação Missionária, dom Sérgio Braschi, destacou a presença da juventude missionária. Lembrou que a juventude de toda a América Latina foi convidada a celebrar a Semana Missionária, em Niterói. E logo depois, foi aberta a Sede Missionária, promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) e que teve como objetivo proporcionar a todos os peregrinos a oportunidade de fazerem uma reflexão missionária, a partir da dinâmica da missão Ad Gentes e conhecer as POM e suas atividades de animação e cooperação missionária na Igreja.
Em visita ao Conselho Episcopal Pastoral, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, cardeal João braz de Aviz, disse que a Igreja "está em uma fase muito bonita, de simplificação, autenticidade, de encontro com a pessoa como ela é, e com um papa que tem o coração do tamanho do mundo".
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen, falou sobre a esperança do povo. "A JMJ mexeu com todos os seguimentos da sociedade. A figura no rosto é de ânimo. É preciso manter essa esperança", exclamou o bispo.
Os jovens que não puderam participar por alguma razão também foram lembrados. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, dom Guilherme Werlang, que se encontrava em Moçambique nos dias em que foi realizada a Jornada, disse que muitos jovens moçambicanos encontravam-se com a cruz da JMJ e que tinham muito interesse em saber as notícias sobre o evento no Brasil.
O secretário-geral, dom Leonardo Steiner, pediu aos membros do Consep que refletissem sobre a mensagem do papa proferida durante o Encontro com o Episcopado Brasileiro, no dia 27 de julho. Na mensagem, segundo dom Leonardo, o papa insiste em questões como unidade, diversidade e evangelização.
Análise de conjuntura
Durante a segunda sessão, o secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB, Pedro Gontijo, apresentou a análise de conjuntura, na qual destacou a visita do papa Francisco ao Brasil, a situação da Síria, Tunísia e Egito; as relações entre Palestina e Israel; as eleições na América Latina ; a luta pela Reforma Política no Brasil; manifestações populares; Projeto de Lei de Iniciativa Popular Saúde +10, entre outros.
A respeito do Saúde +10, dom Leonardo Steiner lembrou o longo trabalho feito pela Igreja no Brasil. "Várias dioceses e pastorais se engajaram bastante na coleta de assinaturas. Chegamos ao final da entrega. Agora temos de acompanhar", afirmou o secretário geral da CNBB. O projeto de lei prevê a destinação de 10% da receita bruta da união para a saúde.
Ainda nesta segunda sessão, o assessor político da CNBB, padre Geraldo Martins, falou sobre questões importantes que estão sendo discutidas no Congresso como, por exemplo, a Reforma do Código Penal; os projetos que modificam a nova lei 12.845, que dispõe sobre a obrigatoriedade do atendimento a pessoas que sofrem violência sexual e a demarcação das terras indígenas.
Acolhida
O cardeal Raymundo Damasceno Assis apresentou ao Conselho Episcopal Pastoral e deu boas-vindas ao novo presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, Irmão Paulo Petry, da Congregação dos Irmãos de São João Batista de La Salle (Lassalistas); à nova presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Marilza Schuina; e à nova assessora de imprensa, Eliane Muniz.
(Fonte: cnbb)
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Em 30 de setembro, o papa anunciará a data da canonização de João XXIII e João Paulo II
Cardeal Angelo Amato anuncia para o final do próximo mês o consistório para a canonização destes "dois pilares da cultura e da santidade cristã"
ROMA, 20 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - No próximo dia 30 de setembro acontece o tão aguardado consistório em que o papa Francisco anunciará a data da canonização de João XXIII e João Paulo II. O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, deu a notícia em Rímini, hoje, durante entrevista à Rádio Vaticano.
"No avião, voltando do Brasil, o Santo Padre já tinha anunciado que a canonização não deverá acontecer nos últimos meses de 2013, mas só em 2014".
O mundo saberá no final de setembro a data oficial das duas canonizações, que hoje "só o papa Francisco conhece".
Na mesma entrevista, o cardeal falou brevemente sobre esses dois papas inesquecíveis, que serão proclamados santos em breve. "João XXIII foi o grande profeta e criador do concílio. João Paulo II o colocou em prática e o desenvolveu, em todos os seus aspectos e em toda a sua virtualidade. Eles são realmente dois pilares não só da cultura cristã, mas também da santidade cristã".
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Bento XVI em Castel Gandolfo entre caminhada, rosário e concerto
Depois de seis meses, a decisão de "esconder do mundo" ainda leva a refletir. Mas a verdade, como afirmou o papa emérito, é que esta escolha é o resultado de uma "experiência mística" com Deus
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 19 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Talvez ele precisasse de respirar um ar diferente daquele dos Jardins do Vaticano, ou, ao terminar o verão, ele quisesse rever a casa onde passou oito verões e apreciar a vista do Lago Albano. O fato é que, ontem à tarde, Bento XVI se permitiu uma curta viagem até Castel Gandolfo, vila que é a residência de verão dos papas desde o papa Urbano VIII, onde passou os primeiros dois meses após a renúncia do ministério petrino.
O papa emérito - de acordo com relatos de fontes do Vaticano - passou cerca de três horas na cidade, caminhou nos jardins do palácio, recitou o rosário e assistiu a um concerto de piano. Retornou à noite para o mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde decidiu viver "escondido do mundo" após a decisão histórica de 11 de Fevereiro.
Acompanharam Bento XVI na tarde de ontem, seus "anjos da guarda": as memores domini, Loredana, Carmela, Cristina e Manuela, quatro leigas consagradas, domovimento Comunhão e Libertação, que cuidavam do apartamento, da capela e do guarda-roupa de Ratzinger nos anos de seu pontificado, e continuam a ajudá-lo, mesmo agora, após a renúncia.
Papa Franciscoteria"cedido" o lugar ao predecessor, convidando-o para passar o verão, nas colinas Albani, já que ele ficaria em Roma por "compromissos de trabalho". O papa emérito recusou o convite, evitando assim o possível rumor de uma transferência e mantendo o perfil discreto.
Cerca de seis meses após o anúncio que chocou o mundo, a decisão de Ratzinger de viver uma vida oculta ainda suscita reflexões e questionamentos. Alguns tiveram o privilégio de ouvir dos lábios do papa emérito as razões desta escolha. Apesar da vida de clausura, Ratzinger concede, esporadicamente, e apenas em certas ocasiões, algumas visitas muito particulares no Mater Ecclesiae. Durante estes encontros, o ex-pontífice não revela segredos, não faz declarações que podem pesar como "as palavras do outro papa",e mantém a discrição que sempre o caracterizou.
No máximo observa com satisfação as maravilhas que o Espírito Santo está fazendo com o seu sucessor, ou fala sobre si mesmo, de como a escolha de renunciar foi inspiração de Deus.
Assim teria dito Bento XVI a um convidado destes encontros raros que teve agraça de encontrá-lo algumas semanas atrás, em Roma. "Deus me disse", foi a resposta do papa emérito à pergunta sobre por que ele quis renunciar. Ele imediatamente esclareceu que não houve qualquer tipo de atitude por aparência ou algo parecido, mas foi uma"experiência mística", em que o Senhor suscitou em seu coração um "desejo absoluto"de ficar a sós com Ele, recolhido em oração.
A atitude de Bento XVI, portanto, não foiu ma fuga do mundo, mas um refúgio em Deus para viver do Seu amor. Ratzinger disse -revelou a fonte,que prefere permanecer anônima- que esta "experiência mística"perdura por todos esses longos meses, aumentando cada vez mais o desejo de uma relação única e direta com o Senhor. Além disso, o papa emérito revelou que quanto mais observa o carisma de Francisco, mais compreende o quanto essa escolha foi a vontade de Deus.
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"Viva o Egito livre!"
A Igreja Copta Católica no Egito deixa claro que o que acontece no país não é um conflito político, mas uma luta de todos os egípcios contra o terrorismo
Por Redacao
ROMA, 19 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - A Igreja Católica no Egito continua sofrendo e com esperança diante dos atos de terrorismo, mortes, incêndio nas igrejas, escolas e instituições públicas que o país está vivendo; por isso, impelidos pelo amor ao país e em solidariedade àqueles que amam o Egito, sejam eles cristãos ou muçulmanos, segundo nossas possibilidades de comunicar com muitas organizações ao redor do mundo – informa um comunicado da Igreja Copta Católica à imprensa - para esclarecer a verdade dos fatos confirmamos o que segue:
- Nosso apoio firme, consciente e livre a todas as instituições do país e em particular à polícia egípcia e as forças armadas por todos os esforços que estão fazendo para proteger o país.
- Nosso apreço pela posição dos países que entendem a natureza do curso dos acontecimentos e ao mesmo tempo a nossa rejeição categórica a qualquer ingerência nos assuntos internos do Egito ou a qualquer tentativa de influenciar suas decisões supremas, proveniente de qualquer parte e por qualquer pretexto.
- Nosso agradecimento a todos os meios de comunicação egípcios e estrangeiros que transmitem as notícias e os fatos com objetividade e honestidade, enquanto desaprovamos os meios de comunicação que propagam mentiras e falsificam a verdade, a fim de desviar a opinião pública mundial.
- Nosso agradecimento a todos os nossos respeitáveis cidadãos muçulmanos que estão próximos, de acordo com suas possibilidades, para defender nossas igrejas e instituições.
- E, finalmente, a consciência mundial e a cada chefe de Estado para que entendam e acreditem que o que acontece no Egito agora não é um conflito político entre as diferentes facções, mas uma luta de todos os egípcios contra o terrorismo.
- Em conclusão, apresentamos as nossas condolências às famílias e parentes das vítimas e pedimos ao Senhor a cura dos feridos.
Viva o Egito livre!
† Ibrahim Isaac Sedrak
Patriarca de Alexandria dos Coptas Católica
Presidente da Assembleia dos Patriarcas e dos Bispos Católicos do Egito
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"A paróquia, entre o concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico"
Edições CNBB lança em português o livro do Cardeal Francisco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 19 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Quem não já fez alguma dessas perguntas: O que é a paróquia? O que a paróquia faz? No caso em que seja impossível ou não oportuno constituir uma paróquia, quais soluções o código de direito canônico coloca?, a paróquia pode ser confiada também a fieis não sacerdotes?, Quais são os pressupostos para a nomeação de um pároco? Como governar a paróquia na ausência do pároco? O que é o conselho paroquial de pastoral?
Essas e outras questões agora encontram uma resposta nessa obra que a Edições CNBB acaba de lançar em língua portuguesa: "A paróquia, entre o Concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico, edições CNBB, 2013".
A obra, com 400 páginas, conta também com uma ampla bibliografia apresentando livros, artigos de revistas e documento eclesiais que aprofundam ainda mais essa temática.
"A paróquia, entre o Concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico" é uma junção de diversos artigos escritos ao longo dos anos pelo Cardeal Francesco Coccopalmerio, atual presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, membro da Congregação para a Doutrina da Fé, do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e do Pontifício Conselho para a promoção da Unidade dos Cristãos.
O seu aprofundamento é animado por uma dúplice intenção: por um lado, fazer a exegese dos cânones à luz da mais ampla doutrina da Igreja, antes de tudo do Concílio Ecumênico Vaticano II (segundo as indicações da Constituição Apostólica Sacrae Disciplinae Leges); por outro lado, conduzir mais a fundo a reflexão, afrontando várias questões, sejam de ordem prática, sejam doutrinais-dogmáticas.
Escrita em um estilo claro e sintético, a obra "A paróquia, entre o Concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico" é de indubitável utilidade não somente para os estudiosos e professores, mas também para todos aqueles que, sobretudo nas Cúrias, estão empenhados no governo da Igreja.
Para maiores informações: vendas@edicoescnbb.com.br
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Cultura e Sociedade
A ciência é uma forma de amar a Deus
Entrevista com Oliver Rey, matemático francês: Não existe razão sem fé
ROMA, 20 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - O que a ciência tem a ver com a verdade da qual Cristo nos fala? É suficiente o conhecimento científico para se chegar à verdade? Por que a ciência parece tão distante da caridade e do amor? Como foi possível que a ciência se tornasse tão dogmática, justo ela, que, dizia-se, iria resolveria todos os problemas do mundo? E acima de tudo: por que o conhecimento científico evita as perguntas sobre o sentido da vida humana e sobre a hipótese da existência de Deus?
Estas e outras perguntas recebem algumas respostas de Oliver Rey, doutor em matemática do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), autor do livro Itinerário da Desorientação: O Papel da Ciência no Absurdo Contemporâneo [livre tradução do título original Itinéraire de l'égarement: Du rôle de la science dans l'absurdité contemporaine], cuja edição italiana foi apresentada no último domingo durante o Meeting de Rímini.
Flora Crescini, professora de literatura e de história, provocou durante a apresentação do livro: "Por que o homem de hoje considera mais importante que a terra gire em torno do sol do que procurar o significado da existência?".
Para aprofundar, ZENIT conversou com o professor Oliver Rey, hoje professor de filosofia na Sorbonne.
"O meu livro não é contra a ciência. Ele critica o lugar que a ciência ocupa na sociedade moderna. Pascal distinguia três ordens de conhecimento: a ordem do corpo; a do espírito; e a da caridade. A desorientação que eu aponto acontece porque, quando a ciência é considerada como fonte principal e única da verdade, ela chega a aniquilar a diferença das ordens e, em particular, passa a marginalizar a ordem da caridade".
"A verdade é um conhecimento exato que confirma o que se ama. O problema da ciência moderna, como princípio, é pôr os seus objetos fora do bem e do mal e cortar a relação afetiva que nos coloca em contato com a realidade".
"Pode-se dispor de conhecimentos exatos, mas eles não são suficientes para conhecermos a totalidade da verdade. Isto não quer dizer que a ciência não tenha valor, já que os conhecimentos exatos são extremamente úteis".
"O problema acontece quando a ciência é entendida como o manancial da verdade. É evidente que, quando Cristo diz 'Eu sou a verdade', a verdade tem um sentido que tem pouco a ver com a ciência como nós a entendemos hoje. O problema não é a ciência em si mesma, mas o papel que se dá à ciência".
Quanto à pergunta sobre a relação entre ciência e Deus, o professor explica que, durante milhares de anos, os seres humanos pesquisaram a realidade indagando sobre o Criador. As primeiras universidades na Europa se interessaram pelo conhecimento da natureza porque ela era criação divina. O próprio Darwin, antes de fazer as observações sobre a natureza, tinha estudado teologia para ser pastor. Na época moderna, tem prevalecido a tendência a se contrapor a ciência à religião, o que fez nascer muitos problemas de desorientação.
"A ciência é um modo de amar a Deus", diz Rey, "e, por isso, a desorientação que eu menciono é precisamente o fato de que a ciência virou uma forma de detestar a Deus". Sobre a oposição entre ciência e fé, promovida por alguns, o professor francês afirma: "Pessoalmente, eu não entendo as razões da oposição entre fé e razão. Eu acho evidente que é a fé que dá fundamento à razão".
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É correto tuitar durante a missa?
Não é a primeira vez que o Twitter entra em cena nos momentos de culto
Por Jorge Henrique Mújica
ROMA, 19 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Batizada de "Domingo Twitter", embora a sua periodicidade seja mensal, uma iniciativa do pastor inglês da comunidade Saint Paul, em Weston-Super-Mare, convida seus fiéis a tuitar durante a cerimônia religiosa. O pastor interage lendo e comentando os tuítes durante a pregação. Com que objetivo? Atrair mais pessoas, especialmente os jovens, mediante o uso das novas tecnologias.
Não é a primeira vez que o Twitter entra em cena nos momentos de culto. Na Páscoa de 2009, o pastor da igreja de Next Level fez uma campanha que previa o uso do Twitter para as pessoas compartilharem a sua experiência de Deus (veja um vídeo sobre a campanha em http://youtu.be/Kk8ucBlkMRo).
Esses dois exemplos vêm do âmbito protestante, onde a concepção da ceia do Senhor é diferente da missa no âmbito católico: para o católico, a missa é "o" momento de culto a Deus por excelência e exige a máxima das atenções. Na Eucaristia, por meio do sacerdote, Cristo atualiza o seu sacrifício na cruz.
Mas tem havido experiências parecidas de uso do Twitter durante a celebração eucarística em contextos especificamente católicos: por exemplo, em grandes encontros como a JMJ de Madri em 2011 e do Rio de Janeiro em 2013, quando, tanto na vigília quanto na missa de encerramento, as equipes de redes sociais enviaram atualizações para milhares de pessoas fisicamente distantes, para ajudá-las a experimentar e "viver" aqueles momentos.
É uma prática adequada? A argumentação a favor do uso das redes sociais durante atos litúrgicos, incluindo a missa, costuma apresentar motivos de comunhão: "Não é uma forma de aproximar da Igreja as pessoas que estão afastadas dela?", pergunta-se.
Esse tipo de experimento parece ambíguo. Na tentativa de incluir os ausentes na experiência em andamento, esquece-se que a missa é "o" ato de culto a Deus, e não um espetáculo a ser compartilhado virtualmente. Além disso, a comunhão na Igreja é comunhão com Cristo, e o seu lugar e momento eminente são os sacramentos, de modo especial a Eucaristia, que precisam de uma presença física real, não virtual.
É verdade que as redes sociais podem facilitar a experiência psicológica, mas a missa não pode se reduzir a uma experiência desse tipo. Quem participa nela pode se privar de estímulos e sentimentos durante o desenvolvimento do ato litúrgico e nem por isso a missa perde o esplendor do seu significado; o sacramento, afinal, não depende de estados emocionais.
Se o aspecto psicológico fosse a base de uma experiência de comunhão, a eficácia de um tuíte ou de uma atualização de status no Facebook dependeria mais do momento emotivo das pessoas do que da graça sobrenatural, derivada, no caso específico da missa, do sacramento da Eucaristia, ou seja, da ação de Deus nas pessoas.
É significativo que as várias contas associadas à Santa Sé no Twitter não postem mensagens durante as missas do papa, mas somente depois delas, com finalidade informativa.
No caso de grandes eventos como a Jornada Mundial da Juventude, o Encontro Mundial das Famílias, os Congressos Eucarísticos Internacionais, etc., as pessoas que alimentam as redes sociais durante as missas já assistiram ou assistirão a outra missa no mesmo dia (afinal, as missas de domingo são sempre de preceito).
E resta uma questão: o uso das redes sociais equivale ao que acontece quando se transmite a missa pela televisão ou pelo rádio?
São duas situações diferentes.
A transmissão via TV ou rádio deve "deixar o sacramento falar", sem outros intermediários. As missas não têm "narradores": o protagonista é o sacramento. Ainda assim, deve ficar claro que acompanhar uma transmissão da missa não substitui a participação do crente na igreja. Pelo rádio ou pela TV não é possível receber a Eucaristia, que é o centro da missa, e é sabido que as transmissões se voltam principalmente às pessoas que não podem ir até a igreja por motivos de doença ou por impedimento grave. Nos casos normais, prevalece o preceito de assistir à missa todo domingo.
A propósito de todo este assunto, é muito valioso o documento "Transmissões das celebrações litúrgicas por rádio e televisão: diretrizes e recomendações", do Secretariado de Meios de Comunicação Social da Conferência Episcopal Espanhola, em tradução de documento original alemão.
No libro Cyberteologia (p. 100-101), o pe. Antonio Spadaro vai até a essência do tema ao falar da relação entre as redes sociais e a liturgia: "O risco fundamental das experiências litúrgicas em rede é o de uma concepção 'mágica', capaz de diluir, até cancelar, o sentido da comunidade e da mediação eclesial 'encarnada', para, em vez disso, exaltar o papel da técnica que torna o evento possível". O aqui e agora, o tempo e o espaço real, continuam sendo o critério de autenticidade e de orientação.
Não parece que tuitar durante a missa, portanto, seja aconselhável.
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Liturgia e Vida Cristã
Omitir ou não o Glória?
Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Por Pe. Edward McNamara, L.C.
ROMA, 23 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Em sua coluna de liturgia, o pe. Edward McNamara responde hoje a duas perguntas feitas por leitores de língua inglesa. Ambas as perguntas tratam do Glória.
Quando uma ordenação sacerdotal é realizada em um dia que não é festa nem solenidade, canta-se o Glória? O rito da ordenação só afirma que, após a procissão, "a Liturgia da Palavra é desenvolvida de acordo com as normas". Desta perspectiva, não deverá haver o Glória se a missa for rezada num dia de memória litúrgica. No entanto, em todas as ordenações em que participei, sempre foi cantado o Glória, independentemente das normas. Qual é a resposta correta? - H.H., Berkeley, Califórnia (EUA).
Quando há um batismo durante a missa de domingo, deve-se omitir, além da saudação e do rito penitencial, também o Glória? –C.A., Townsville, Austrália.
A Instrução Geral do Missal Romano afirma, em seu número 53:
"53. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote, ou, se for o caso, pelo cantor ou grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores, ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes".
Por conseguinte, uma vez que a ordenação é certamente uma "celebração especial mais solene", o Glória pode ser cantado ou recitado em qualquer ordenação em que a missa ritual para a ordenação possa ser celebrada.
Uma memória obrigatória não impedirá a celebração da missa ritual, e, por isso, o Glória poderá ser cantado. É o caso inclusive quando, por um bom motivo, o bispo decide celebrar o santo do dia em vez da missa ritual. Os dias em que o Glória seria omitido durante uma ordenação, como os domingos da Quaresma e do Advento e o dia 2 de novembro, normalmente não são escolhidos para uma celebração tão festiva.
Quando é celebrado um batismo durante a missa, são omitidos a saudação e o rito penitencial, e o rito do acolhimento das crianças ocorre no início da celebração. As normas dizem que é omitido também o Credo, porque a profissão de fé de toda a comunidade precede o momento do batismo.
Como o rito do batismo não faz nenhuma menção ao Glória, presume-se que não haja influência da celebração do sacramento e, portanto, seguem-se as normas habituais relativas a cantá-lo ou não. Da mesma forma, o fato de que as normas de outros ritos sacramentais, incluindo a ordenação, mencionem o canto do Glória, caso previsto, parece sugerir que o batismo não constitui uma exceção a essa regra geral.
***
Os leitores podem enviar perguntas para liturgia.zenit@zenit.org. Pede-se mencionar a palavra "Liturgia" no campo assunto. O texto deve incluir as iniciais do leitor, cidade, estado e país. O pe. Edward McNamara só poderá responder a uma pequena seleção das muitas perguntas que recebemos.
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Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
"Não foi um prêmio ou um mérito estar no almoço com o Papa, mas uma oportunidade para amar mais!", disse Vinicius de Andrade
Testemunho de Vinicius Andrade, um dos 12 jovens que almoçou com o Papa Francisco durante a JMJ Rio 2013
Por Redacao
BRASíLIA, 20 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir um testemunho que acaba de chegar à redação de ZENIT, enviado por Vinicius de Andrade, um dos 12 jovens que almoçou com o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude Rio 2013.
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Durante a JMJ tive uma das graças mais especiais da minha vida: a de ser um dos doze jovens a almoçar com o Santo Padre, o Papa Francisco. Nunca imaginei que, na minha curta caminhada na Igreja (desde 2008), pudesse ter essa oportunidade. Não vejo como um prêmio, nem merecimento... Penso que foi uma oportunidade que Deus me deu para amá-Lo mais, amar mais a Sua Igreja e aumentar em meu coração este amor pelo Papa, o Vigário de Cristo na terra. Foi também uma oportunidade de conversão e espero que sirva de motivação para tantos jovens que estão afastados ou desmotivados na fé. O almoço foi um diálogo muito próximo e fraterno, compartilhamos testemunhos e vivências dentro da Igreja. É incrível ver como, independente do país, temos os mesmos desafios e dificuldades, talvez porque lutamos pelo mesmo ideal: a santidade.
Algo que me chamou a atenção durante o almoço foi a proximidade que ele tinha conosco: suas falas, seus gestos, tudo falava de amor ao próximo. Senti em mim mesmo o mandamento de Cristo: amai o próximo como a ti mesmo. Me senti muito amado por Deus naquele instante; cada palavra que dizia o Papa trazia uma paz e um conforto ao meu coração. Mas acredito que todos nós que fomos à JMJ Rio, em algum momento, nos sentimos assim, pois o coração do Papa Francisco é muito acolhedor. Como lição de vida e busca da santidade, levo o seu exemplo: olhar para todos com misericórdia, não viver em ilhas, segregando as pessoas ou no individualismo, mas sim em comunidade, sempre buscando amar mais o próximo, como ele mesmo disse durante o almoço.
O Papa nos falou um pouco da realidade do jovem, do alto índice de desemprego nessa faixa etária em alguns países da Europa. Disse que muitos deles, e também os idosos, são descartados pela sociedade e falou da importância do trabalho: "O trabalho traz dignidade para as pessoas, todos deveriam trabalhar", mas que tudo se perde se nos falta a caridade. Para ilustrar, usou o exemplo da torre de Babel: "Era trabalhoso fazer um tijolo, era preciso preparar o barro, colocar para assar, transportar até o local onde iria ser colocado. O tijolo, para o povo que construía a torre, era um verdadeiro tesouro. Se algum tijolo caísse e se quebrasse, o trabalhador era muito castigado, mas se um operário caísse, todos continuavam como se nada tivesse acontecido". Então juntos chegamos à conclusão que a crise não é somente econômica e não se restringe à Europa, temos outra crise que atinge todos os povos e nações e permanece pelos séculos: a crise do relacionamento entre as pessoas, a cultura do descartável. Dizendo isso, acrescentou que a sociedade de hoje muitas vezes tira a esperança dos jovens, e nos encorajou: "Vocês devem ser portadores da esperança, não deixe que ninguém roube sua esperança".
Depois ele partilhou conosco a experiência que teve com jovens na Argentina. Grupos de 40 ou 50 jovens faziam uma reflexão do Evangelho e depois saiam para distribuir sopa. "Não eram todos católicos", dizia. Mas disse que no período de um ou dois anos muitos conheciam a Fé. Frisava: "É importante para o jovem sair de si, para ir ao encontro dos mais necessitados". Bem, nem preciso dizer que me comovi muito nesse momento, pois a experiência da minha conversão tinha sido exatamente esta: sair ao encontro do próximo. "Aí está a verdadeira experiência de Cristo", dizia.
Em outro momento conversamos sobre a vocação do leigo. Ele nos falou que todos nós deveríamos entregar as nossas vidas a Deus, que como batizados temos este dever. Jesus irá nos mostrar o caminho de nossa vocação, mas independente de qual for, precisamos nos colocar a serviço. Nessa hora ficou claro, ao menos para mim, que a vocação leiga não pode ser uma desculpa para não se entregar para as coisas de Deus, afinal, não podemos ter dois senhores. Nesse momento ele também exortou: "Toda pessoa, desde que põe os pés na terra até morrer, precisa ter um orientador espiritual, eu mesmo tenho o meu". Disse que a orientação espiritual é importante na caminhada espiritual de todo católico, pois deve nos ajudar a encontrar com Cristo e achar as respostas para as nossas inquietudes. Destacou também a importância de se ter um confessor.
O momento mais marcante certamente foi quando ele nos falou sobre o sofrimento, as misérias e a ausência de Deus no mundo. Ele falou que deveríamos nos questionar sobre essas situações e que nosso coração deveria chorar por isso: "Quando nosso coração chorar por isso, nós estaremos muito próximos de Jesus Cristo". Lembrei-me muito de Santa Faustina, que dizia em seu diário: "Sinto uma tristeza profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo que me abatem também fisicamente. Desejaria que todos os sofrimentos caíssem sobre mim, para dar alívio ao próximo." Que amor é esse, que chora com o sofrimento do próximo, que se compadece das dores mais profundas da humanidade? É o amor quando o medimos a partir de Deus e não a partir do mundo. Acredito que muitos de nós descobrimos que não amamos como deveríamos, que somos egoístas e nos preocupamos somente conosco; e estamos ainda muito longe da santidade. Ali tive a certeza que não era um prêmio ou um mérito estar no almoço com o Papa, mas uma oportunidade para amar mais! Chorei (todos choraram), mas eu chorei por ver a realidade belíssima da caminhada espiritual de todo cristão: poder todos os dias lutar pela santidade, lutar por esse tesouro escondido em Deus. É uma caminhada que nos leva diariamente ao encontro com Jesus e com Maria. E que graça tão especial poder aprender do Santo Padre a ter compaixão, algo talvez tão esquecido, mas tão necessário para nossa santificação e de tantas outras almas que Deus nos entrega.
Mas a graça mais especial eu já tinha antes do almoço: a graça de pertencer a amada Igreja Católica, de ter conhecido a Igreja por meio do Movimento Regnum Christi, de poder, a partir dele, servir à Igreja e consequentemente aos meus irmãos. Graças ao Movimento também tenho minha orientação espiritual e meu apostolado, dicas tão preciosas que o Santo Padre deixou para nós e para todos. Que todos os jovens católicos do mundo consigam ter acesso a um orientador espiritual e a alguma oportunidade de servir a Cristo na Igreja. Como disse o Santo Padre, é preciso sair!
Não posso deixar de agradecer a Deus por esses grandes pais espirituais que são os Papas, que sempre nos lembraram do mandamento maior do amor; também por minha família e meus amigos (em especial meus companheiros de caminhada do Regnum Christi e da equipe dos Jovens Conectados). Meu carinho e agradecimento ao Padre Sávio, ao Padre Toninho e ao Dom Eduardo, por sempre acreditarem nos jovens e lutarem tanto por esta Juventude no Brasil! Agradeço aos meus diretores espirituais que me auxiliaram na caminhada e a todos os padres que passaram por minha vida, todos vocês me edificaram muito.
Que nosso querido Papa Francisco consiga continuar mostrando ao mundo, e principalmente a nós católicos, esse lado amoroso e misericordioso de Deus e que possamos acolher em nossas vidas o lema do Santo Padre: olhando-o com amor, o escolheu.
Obrigado por fazerem parte desta história! Contem com minhas orações por suas intenções.
Em Cristo, Vinicius de Andrade
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Homens e Mulheres de Fé
Salve-se quem puder
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará reflete sobre os anseios humanos
Por Dom Alberto Taveira Corrêa
BELéM DO PARá, 22 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Está inscrito na natureza humana o anseio pela felicidade, a busca da plena realização de todas as suas potencialidades. Ainda bem! É altamente consolador ter a clareza de que não fomos feitos para nivelar pelo rodapé da existência nossos sonhos, mas buscar o que é melhor, mirar as coisas do alto, acolher o chamado de Deus a ser perfeitos. Entra aqui um dado importante, pois não se trata apenas de construção pessoal, mas resposta, a modo de um diálogo iniciado desde toda a eternidade. Fomos pensados e amados por alguém. Não somos obra do acaso, nem estamos perdidos, sem rumo.
Entretanto, a luta renhida do cotidiano pode levar as pessoas a se engajarem numa competição, tantas vezes desigual, pelos melhores lugares na sociedade, oportunidades de trabalho e reconhecimento, num "salve-se quem puder" semelhante à correria que se segue a tragédias, como incêndios ou revoltas populares. Cada um quer receber o seu naco de proveito e, infelizmente, tantas vezes à custa do pescoço do outro a ser pisado. Todas as diversas manifestações que pululam hoje pelo mundo e pelo nosso país têm como pano de fundo o desejo profundo de realização e a busca do espaço de liberdade, para o qual fomos feitos. Só que muitos entram de roldão nas ondas de protestos, criando-se um estado de insatisfação em que se perde o sentido do respeito às pessoas e os justos limites da liberdade de cada homem e cada mulher. Também as situações pessoais e os dramas familiares nos deixam estarrecidos, de modo a suscitar um "até quando?" que inquieta a todos, pela multiplicação de fatos inusitados. E que dizer da absurda eliminação da vida das pessoas e a violência que se espalha? Podemos até destruir justamente o que mais nos atrai, o sonho de felicidade e dignidade!
E Deus vem ao encontro dos anseios humanos, antes, criou a todos com uma sede de eternidade e de felicidade. Ele quer que todos se realizem. Mas há uma interrogação cuja atualidade se revela perene, diante das perspectivas que se abrem para a humanidade de cada tempo: "Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: 'Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?' Ele respondeu: 'Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão' (Lc 13,22-14)". Ao invés de oferecer respostas prontas e aparentemente fáceis de serem absorvidas, Jesus envolve as pessoas numa verdadeira aventura de engajamento na estrada da salvação e da liberdade. De fato, Deus quer o bem de todos e a vida em abundância (Cf. Jo 10,10). Ninguém se sinta alijado de seu projeto! No entanto, faz-se necessário, justamente pela liberdade com que as pessoas foram criadas, arriscar-se pela porta estreita do amor ao próprio Deus e o próximo. Não fomos feitos para ficar assentados, esperando a grande sorte na loteria da vida, ou reduzindo a sonhos de consumo o sentido da existência. As soluções aparentemente mágicas não são plenamente humanas. Humano é sair de si para amar e servir! Humano é tecer relações novas entre pessoas e grupos, superar a desconfiança, exercitar a criatividade, inventar soluções novas, acreditar nos pequenos passos.
Daí nasce o convite e o compromisso cristão na construção de um mundo melhor. Começa no alto, no plano de Deus a nosso respeito. "É do amor de Deus por todos os homens que, desde sempre, a Igreja vai buscar a obrigação e o vigor do seu ardor missionário: 'Porque o amor de Cristo nos impele' (2 Cor 5, 14). Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (1 Tm 2, 4). Deus quer a salvação de todos, mediante o conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito da verdade estão já no caminho da salvação. Mas a Igreja, à qual a mesma verdade foi confiada, deve ir ao encontro dos que a procuram para lha levar.
É por acreditar no desígnio universal da salvação que a Igreja deve ser missionária" (Catecismo da Igreja Católica, 851). O anúncio da "salvação" proclama que a vida tem sentido e que é para a felicidade que Deus nos fez. "Chamado à felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de Deus. O auxílio divino lhe é dado em Cristo, pela lei que o dirige e na graça que o ampara: 'Trabalhai com temor e tremor na vossa salvação: porque é Deus que opera em vós o querer e o agir, segundo os seus desígnios' (Fl 2, 12-13; Catecismo da Igreja Católica 1949).
Consequência é nosso olhar positivo ao mesmo tempo realista a respeito da realidade. Fomos feitos para o bem e temos a semente plantada por Deus em nossos corações, com todas as possibilidades de nos realizarmos. No entanto, existe em nós o mistério da iniquidade, pelo que, olhando no espelho da vida reconhecemos as rugas deixadas pelo pecado. Olhamos também para os outros e os acolhemos, sabendo que neles existe esta desafiadora mistura de boa intenção e pecado. Acreditamos que o amor de Deus é maior do que toda a maldade existente, engajando-nos na luta pelo bem e pela verdade.
Consequência é o primeiro passo a ser dado. Cabe a cada um de nós começar, sem aguardar que os outros venham ao nosso encontro. Consequência é a construção de novos relacionamentos, certos da palavra de Jesus: "Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35).
Para tanto, só a graça de Deus nos sustenta e, por, isso, pedimos: "Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Amém."
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Familia e Vida
Os cristãos, o governo Dilma e o aborto
Esse governo tornou-se um especialista em ações invisíveis e subterrâneas na tentativa de legalizar o aborto no Brasil
Por Ivanaldo Santos
SãO PAULO, 23 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - No mês de outubro de 2010, na reta final da campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), que naquele momento corria o sério risco de perder a eleição presidencial, enviou uma Carta Aberta às igrejas. Nesse documento Dilma se apresenta como cristã e faz duas declarações sobre o aborto. Vejamos:
"N. 2. Sou [Dilma Rousseff] pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto".
"N. 3. Eleita [Dilma Rousseff] presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País".
Em 2010, para se eleger presidente da república, Dilma Rousseff teve que dizer que é contrária ao aborto, negando declarações públicas nas quais defendia essa prática, e prometendo que não mudaria a legislação em vigor.
Vale salientar que, em 2010, durante a campanha è presidência da república, grupos feministas, pró-aborto e ligados a cultura da morte afirmavam que, no governo Dilma, o aborto seria totalmente legalizado. Realmente Dilma Rousseff, ao tomar posse na presidência da república, não enviou ao Congresso nacional nenhum projeto para legalizar totalmente o aborto. Com isso cumpriu, em parte, a promessa feita durante a campanha eleitoral.
No entanto, o governo da presidente Dilma Rousseff mostrou-se, na prática, ser um grande incentivador do aborto e de outras manifestações da cultura da morte. Esse governo tornou-se um especialista em "ações invisíveis e subterrâneas" na tentativa de legalizar o aborto no Brasil. Em grande medida, são ações indiretas, realizadas distantes dos olhos da maioria da população, da grande impressa e do Congresso nacional. Na prática, de forma antidemocrática e antiética, o governo Dilma Rousseff está tentando legalizar o aborto no Brasil de forma indireta e invisível, sem, para isso, passar pelo Congresso nacional.
Um bom exemplo dessa postura foi um dos primeiros atos do governo Dilma Rousseff, o qual prorrogou um convênio, com organizações públicas e privadas, que tem por objetivo investigar e incentivar a legalização do aborto. Sem contar que no ministério do governo Dilma, considerado um ministério de mulheres, existe um grande número de militantes da causa pró-aborto. Uma prova disso foi à escolha de Eleonora Menicuccil para dirigir a Secretaria Especial de Política para as Mulheres. Eleonora Menicuccil é uma militante radical pró-aborto, que se alto proclamou de "avô do aborto". Logo após tomar posse na Secretaria Especial de Política para as Mulheres, em entrevista concedida a veículos da grande mídia nacional, ela chegou a comparar a gravidez a uma doença e o feto a um mosquito. Essas declarações deixaram a população brasileira horrorizada, mas, ao contrário do que se esperava, a presidente Dilma Rousseff não demitiu a militante radical pró-aborto Eleonora Menicuccil.
A questão mais radical da tentativa do governo Dilma Rousseff (PT) de legalizar o aborto de forma indireta e invisível aos olhos da maioria da população e do Congresso veio recentemente com a aprovação e sanção presidencial do Projeto de Lei 03/2013 (PL 03/2013), de autoria da deputada federal Iara Bernardi do PT de São Paulo. Vale recordar o que afirma o padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, quando diz que, por uma estranha coincidência, a maioria das propostas de legalização do aborto no Brasil são de autoria de membros do Partido dos Trabalhadores (PT).
O PL 03/2013 garante atendimento imediato às mulheres vítimas de violência sexual, em toda rede pública de saúde. O projeto que deu origem à lei foi aprovado pelo Senado no começo de julho. O atendimento as vítimas de violência deve incluir, dentre outras coisas, o diagnóstico e tratamento de lesões, a realização de exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez. Esse projeto ao ser sancionado pela presidente Dilma se transformou na Lei 012845 de 2013.
Oficialmente trata-se de um projeto digno de elogio, pois regulamenta e garante atendimento as mulheres vítimas de um dos maiores crimes que um ser humano pode ser vítima, ou seja, o estupro. No entanto, esse projeto esconde uma "ação invisível e subterrânea" para a livre prática do aborto. No item 3º, IV afirma-se que o médico, ao constatar que uma mulher foi vítima de estupro, poderá fazer uso da "profilaxia da gravidez". Essa expressão, dentro do contexto da Lei que foi aprovada, sem entrar na discussão do conteúdo semântico da palavra "profilaxia", autoriza o médico a realizar um aborto, sem, no entanto, ter autorização da justiça, do conselho de medicina, do conselho de ética, do Congresso nacional, da mãe da criança e de qualquer outro responsável pela criança. Essa lei transforma o médico numa espécie de super-profissional, pois é ele, e somente ele, que decide quem vive e quem morre. Neste caso, ele sozinho vai decidir se um feto deverá viver ou morrer.
É preciso explicar que, de acordo com a Lei 012845 de 2013, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT), a mulher ao chegar a um hospital e dizer que foi estuprada, não necessita apresentar qualquer documentação, encaminhamento da justiça ou da autoridade policial. Com isso, a porta está aberta para qualquer mulher que esteja grávida ir a um hospital, dizer que foi estuprada e, com isso, o médico realizar um aborto. Na prática, o que temos no Brasil, é a legalização do aborto de forma indireta e invisível, sem o consentimento da população e do Congresso nacional.
Diante de uma situação tão grave, que coloca em risco a vida e a dignidade da pessoa humana, especialmente do nível mais frágil da vida, ou seja, do feto, o bebê ainda no ventre da mãe, os cristãos não podem ficar em silencio. É preciso anunciar, para toda a sociedade, que todos tem direito a vida, incluindo o feto, e "vida em abundância" (João 10, 10). Para isso, os cristãos têm que denunciar as estruturas da cultura da morte que estão presentes no Brasil. Estruturas que infelizmente se materializam no governo Dilma Rousseff para, de forma indireta, silenciosa, antiética e antidemocrática, legalizarem o aborto. Todos os cristãos, leigos e consagrados, devem denunciar e lutar contra o "engano da injustiça" (II Tessalonicenses 2, 10) que atualmente está sendo propagado, um engano que deseja transformar o assassinato do feto em uma virtude. E lamentavelmente o governo Dilma Rousseff está sendo um grande eixo de transmissão, propagação e legalização do engano chamado aborto.
Por fim, diante da ameaça, imposta pelo atual governo, de legalizar o aborto e outros temas ligados a cultura da morte, é preciso recordar as palavras do Papa Francisco, por ocasião da mensagem que enviou aos fiéis, comunidades e paróquias que participaram, no Brasil, no ano de 2013, da Semana Nacional da Família, quando afirma que os cristãos são "chamados a transmitir, tanto por palavras como, sobretudo pelas obras, as verdades fundamentais sobre a vida e o amor humano, que recebem uma nova luz da Revelação de Deus. De modo particular, diante da cultura do descartável, que relativiza o valor da vida humana", e também são chamados a transmitir a"consciência de que a vida deva sempre ser defendida, já desde o ventre materno, reconhecendo ali um dom de Deus e garantia do futuro da humanidade".
Para dúvidas e informações sobre o tema: ivanaldosantos@yahoo.com.br
Bibliografia Consultada:
AS MINISTRAS PRÓ-ABORTO DO GOVERNO DILMA. In: Blog Da Mihi Animas, 04/01/2011. Disponível em http://www.padremarcelotenorio.com/2011/01/as-ministras-pro-aborto-do-governo.html. Acessado em 15/08/2013.
BRASIL. Lei 012845 de 2013. Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Brasília: Presidência da República, 2013.
COHN, Leandro. Dilma prorroga convenio para legalizar o aborto: Ministério prorroga contrato de estudo para ''despenalizar'' prática. In: O Estado de São Paulo, 16/10/2010. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ministerio-prorroga-contrato-de-estudo-para-despenalizar-pratica,625642,0.htm. Acessado em 15/08/2013.
DILMA QUEBRA ACORDO COM RELIGIOSOS AO NOMEAR MINISTRA PRÓ-ABORTO, 07/02/2012. Disponível em http://www.paulopes.com.br/2012/02/dilma-quebra-acordo-com-religiosos-ao.html. Acessado em 15/08/2013.
ELEONORA MENICUCCI: ABORTO É QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. In: Diário Democrático On-Line, 07/02/2012. Disponível em http://www.diariodemocratico.com.br/saude-e-ciencia/4/5260. Acessado em 15/08/2013.
FORMENTI, Lígia. Ministra Eleonora Menicucci critica médico que não faz aborto legal. In: O Estado de São Paulo, 15/03/2012. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,ministra-eleonora-menicucci-critica-medico-que-nao-faz-aborto-legal,849014,0.htm. Acessado em 15/08/2013.
PAPA FRANCISCO. Mensagem para os fiéis, comunidades e paróquias que participam, no Brasil, da Semana Nacional da Família. In: Boletim CNBB, Disponível em http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/vida-e-familia/12594-papa-francisco-envia-mensagem-e-bencao-aos-participantes-da-semana-nacional-da-familia-2013. Acessado em 13/08/2013.
PRESIDENTA DILMA SANCIONA LEI QUE OBRIGA ATENDIMENTO INTEGRAL NO SUS A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL. In: Planalto.Gov, 01/08/2013. Disponível em http://www2.planalto.gov.br/imprensa/releases/presidenta-dilma-sanciona-lei-que-obriga-atendimento-integral-no-sus-a-vitimas-de-violencia-sexual. Acessado em 23/08/2013.
SANTOS, Ivanaldo. O PT não esquece o aborto. In: Mídia Sem Mascara, 13/02/2012.
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"Protege o seu coração", um projeto completo para a educação sexual dos filhos
Entrevista com Maria Luisa e Juan Francisco, fundadores e diretores internacionais de PTC - Parte IV
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 22 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Ao longo dessa semana estivemos publicando por partes a entrevista que Maria Luisa e Juan Francisco, fundadores de Protege tu corazón, concederam exclusivamente a ZENIT.
O projeto "Protege o seu coração" já conta com uma versão básica do site no Brasil www.protegetucorazon.com.br e, como revelou o casal na entrevista, o material já está traduzido para o português, só esperando um patrocínio para a impressão.
Embora muitos cheguem a pensar que a guerra da formação da sexualidade esteja perdida, "Venceremos a batalha. Gostamos de pensar que é possível. Acreditamos no triunfo do Amor e que não estamos sozinhos, a maioria dos pais quer isso para seus filhos, e além do mais estamos com Deus", disse nessa última parte da entrevista, Maria Luisa.
Para ler as partes anteriores:
Primeira parte clique aqui
Segunda parte cliquei aqui
Terceira parte clique aqui
Acompanhe a seguir a quarta e última parte:
***
ZENIT: Pode-se ler no site em espanhol (www.protegetucorazon.com) os temas das várias sessões que oferecem ao jovens, crianças, pais de família, professores... Vocês tem materiais impressos? Também em outros idiomas?
Juan Francisco: PTC está traduzido do espanhol para o Inglês, Italiano e Português. Tanto os módulos para adolescentes como as oficinas para os pais e professores. Mas este material é entregue quando se faz um acordo de uso com a equipe de pessoas responsáveis pelo programa em cada país.
Temos dois livros publicados sobre as mudanças da puberdade e os desafios do crescimento, um dirigido a meninos e outro a meninas de 8 a 13 anos. Estão pensados para que primeiro sejam lidos pelos pais e depois compartilhados com seus filhos. E quando acharem oportuno que seja lido pelas mesmas crianças. Estes livros já estão traduzidos para o português, mas falta o patrocínio para a sua publicação. A versão em espanhol já tem mais de 8 edições. Estamos preparando mais material para publicar porque é uma grande necessidade e os pais nos pedem constantemente.
ZENIT: Quem é que ajudou a criar esse material?
Juan Francisco: Desde o início nós criamos um grupo interdisciplinar formado por uma psicóloga, um médico, uma enfermeira, uma assistente social, um engenheiro e uma comunicadora. Alguns deles também educadores familiares.
ZENIT: Como um pai de famíla de língua Portuguesa, seja no Brasil, Portugal, África ou Ásia, pode começar a fazer parte deste projeto e levá-lo para sua cidade e país?
Juan Francisco: Podem entrar em contato conosco por meio de info@protegetucorazon.com e enviamos a explicação de como podem implementar o projeto. Então programamos um seminário presencial de capacitação como o que acabamos de realizar no Porto, e há um ano em Viseu. Podemos chegar aonde formos chamados.
ZENIT: Qual é o plano para 2013?
Juan Francisco: Celebrar os 20 anos do programa, e continuar crescendo para alcançar milhares de pais e jovens.
ZENIT: Em definitiva, proteger o próprio coração, é uma tarefa difícil hoje. No Brasil também existe todo um plano do governo para a educação sexual verdadeiramente vergonhoso. Vocês sentem que é possível vencer esta batalha nas vidas dos adolescentes de hoje? Ou podemos considerar esta guerra como perdida?
Maria Luisa: A nível de governo é difícil, porque existem muitas pressões internacionais, criadas como resultado de interesses econômicos ou ideológicos. É evidente que existem dois modelos opostos: o da redução de riscos e o da eliminação de riscos.
O primeiro centra-se na redução das gravidezes e doenças promovendo o uso do preservativo. Tem grandes orçamentos fornecidos por governos e fundações privadas. Os resultados não o favorecem porque a partir dos anos 80, década que começou a ser distribuído em massa, o percentual de casos de gravidez e de DSTs não parou de crescer. Suécia, pioneira na aplicação deste modelo nos dias de hoje ganhou as manchetes devido ao aumento de doenças como a gonorréia entre jovens e homens homossexuais. O número de casos notificados cresceu 16% entre o 2011 e o 2012, de acordo com o Instituto Sueco para Controle de Doenças Transmissíveis.
Na verdade, este modelo acaba por promover a atividade sexual por causa da falsa segurança que inspira entre os usuários de preservativos, com o qual cria um novo e poderoso risco: a mesma atividade sexual. Por outro lado, não educa, apenas instrui. Basicamente, vê corpos e não pessoas.
O segundo centra-se na eliminação de todos os riscos e promove a educação da sexualidade porque principalmente vê pessoas não corpos e os resultados sim o favorecem. Um exemplo claro é a Uganda com a implantação do Programa ABC que teve uma redução significativa na incidência do SIDA. Algumas fontes colocam a redução em um 30% no início dos anos 90 até um 6% até o final do 2003. Sob este modelo atuam muitas iniciativas: programas de abstinência, programas de educação da fertilidade, e programas de educação do caráter e da sexualidade como "Protege o seu coração".
Somos muito otimistas de que o segundo modelo triunfará. É o que aborda toda a pessoa e associa a sexualidade com a vida e o amor. Tudo o que não está centrado na pessoa acaba fracassando. A história nos dá exemplos claros de que as civilizações que foram prósperas, com culturas florescentes, conseguiram isso por causa do bom caráter de seu povo. As que perdem essa visão, acabam caindo por conta própria.
Venceremos a batalha. Gostamos de pensar que é possível. Acreditamos no triunfo do Amor e que não estamos sozinhos, a maioria dos pais quer isso para seus filhos, e além do mais estamos com Deus.
***
Um pai de família de língua portuguesa, seja do Brasil, Portugal, África ou Ásia, ou de países de língua espanhola, pode levar esse projeto para a sua própria cidade entrando em contato por meio desse email:info@protegetucorazon.com
Será enviado a explicação de como proceder para implantar o projeto e em seguida se programará um seminário presencial de capacitação.
Maria Luisa e Juan Francisco também participaram da elaboração do "DVD Sim Aceito, segredos para um casamento feliz". O DVD está destinado para todos aqueles que se preparam para o matrimônio. Também pode ser adquirido em português e está sendo promovido pela Pastoral Familiar do Brasil. Para encomenda: quero.reservar.sim.aceito@gmail.com
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Espiritualidade
Vocação à Vida Consagrada
"A vida consagrada diz respeito a toda a Igreja; não é uma realidade isolada e marginal", diz Dom Orani Tempesta
Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.
RIO DE JANEIRO, 23 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Estamos no final da semana dedicada à vocação à vida consagrada. Começamos com o domingo da Assunção de Maria e continuamos rezando e refletindo sobre a importância da vida religiosa na igreja e no mundo. Neste mês vocacional, que continua ecoando o tema da JMJ Rio 2013 – ide e fazei discípulos entre as nações – sem dúvida que o testemunho de homens e mulheres consagrados continua sendo essencial para o mundo de hoje. Nesta semana tivemos ocasião de celebrar, com muita alegria, entre outras festas, o dia de São Bernardo, abade cisterciense e doutor da Igreja, de quem aprendi a "sentir com a Igreja".
A vida consagrada diz respeito a toda a Igreja; não é uma realidade isolada e marginal. A vida religiosa está colocada no próprio coração da Igreja. Ela é um elemento decisivo para a sua missão, já que exprime a íntima natureza da vocação cristã e a tensão da Igreja-Esposa para a união com o único Esposo. A vida consagrada faz parte da vida, santidade e missão da Igreja.
A profissão dos conselhos evangélicos coloca os consagrados como sinal e profecia para a comunidade dos irmãos e irmãs e para o mundo. A missão profética da vida consagrada vê-se provocada por três desafios principais lançados à própria Igreja, e esses desafios tocam diretamente os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, estimulando a Igreja, e de modo particular as pessoas consagradas, a pôr em evidência e testemunhar o seu significado antropológico profundo. Na verdade, a opção por esses conselhos, longe de constituir um empobrecimento de valores autenticamente humanos, revela-se antes como uma transfiguração dos mesmos. A profissão de castidade, pobreza e obediência torna-se uma admoestação a que não se subestimem as feridas causadas pelo pecado original, e, embora afirmando o valor dos bens criados, relativiza-os pelo simples fato de apontar Deus como o bem absoluto.
Ainda ecoam fortes as admoestações recentes do Papa Francisco aos religiosos e religiosas acerca da sua missão no mundo. "Desculpem-me se falo assim, mas é importante esta maternidade da vida consagrada, esta fecundidade! Que esta alegria da fecundidade espiritual anime vossa existência, e sejam mães como a figura da Mãe Maria e da Mãe Igreja", afirmou. "Mas, por favor, (que seja) uma castidade fecunda, uma castidade que gere filhos espirituais na Igreja. A consagrada é mãe, deve ser mãe, não uma 'solteirona', acrescentou.
Sim, o Papa Francisco nos anima a sermos fecundos na missão, no anúncio, no testemunho do Evangelho. Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse: "não tenham medo" (Mt 28,5). Como às mulheres na manhã da Ressurreição, nos é repetido: "Por que buscam entre os mortos aquele que está vivo?" (Lc 24,5). Os sinais da vitória de Cristo Ressuscitado nos estimulam enquanto suplicamos a graça da conversão e mantemos viva a esperança que não defrauda. O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, os sofrimentos pelos quais passamos, as incompreensões que muitas vezes são impostas em nossas caminhadas, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas todo o amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo, pela unção do Espírito Santo. Esta prioridade fundamental é a que tem presidido todos os nossos trabalhos que oferecemos a Deus, à nossa Igreja, a nosso povo, a cada um dos homens e mulheres a quem somos enviados, enquanto elevamos ao Espírito Santo nossa súplica para que redescubramos a beleza e a alegria de ser cristãos. Aqui está o desafio fundamental que contrapomos: mostrar a capacidade da Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo, o Redentor. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço – seu serviço, querido religioso, querida religiosa, a quem quero agradecer o seu delicado e dedicado serviço, Deus seja louvado! – que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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Angelus
Ser cristão não é ter uma etiqueta
Antes de rezar o Angelus Papa Francisco reflete sobre o caminho da salvação e depois faz um apelo para a paz na Síria
ROMA, 25 de Agosto de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos a seguir as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco neste domingo (25) diante dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para rezar o Angelus.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre o tema da salvação. Jesus está subindo desde a Galiléia até a cidade de Jerusalém, e ao longo do caminho um tal - diz o evangelista Lucas - se aproxima e pergunta-lhe: "Senhor, são poucos os que se salvam?" (13,23). Jesus não respondeu diretamente a pergunta: não é importante saber quantos se salvam, mais importante é saber qual é o caminho da salvação. E assim, Jesus responde a questão, dizendo: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar, mas não conseguirão" (v. 24). O que Jesus quer dizer? Qual é a porta pela qual devemos entrar? E por que Jesus fala de uma porta estreita?
A imagem da porta aparece várias vezes no Evangelho e evoca aquela da casa, do lar doméstico, onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus diz-nos que há uma porta que nos permite entrar na família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele. Esta porta é o próprio Jesus(cf. João 10,09). Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta, que é Jesus, nunca está fechada, não está fechada nunca, está sempre aberta a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque vocês sabem, Jesus não exclui ninguém. Alguém entre vocês poderia me dizer: "Mas, Padre, com certeza eu estou excluído porque sou um grande pecador: fiz coisas más, fiz tantas coisas, na vida". Não, você não está excluído! Precisamente por isso és o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre, para perdoá-lo, para amá-lo. Jesus está esperando para te abraçar, para te perdoar. Não tenha medo: Ele está esperando por você. Anime-se, tenha coragem para chegar à sua porta. Todos são convidados a passar por esta porta, a porta da fé, para entrar na sua vida e deixá-lo entrar na nossa vida, para que Ele a transforme, a renove, dê a ela alegria plena e duradoura.
Hoje em dia nós passamos diante de muitas portas que nos convidam a entrar e prometem uma felicidade que, logo, percebemos que dura apenas um instante, que se esgota em si mesma e não tem futuro. Mas eu lhes pergunto: Por qual porta queremos entrar? Quem queremos deixar entrar pela porta de nossas vidas? Eu gostaria de dizer com força: não tenhamos medo de passar pela porta da fé em Jesus, de deixá-lo entrar cada vez mais em nossas vidas, de sairmos do nosso egoísmo, do nosso fechamento, da nossa indiferença para com os outros. Porque Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que nunca se apaga. Não é um fogo de artifício, não é um flash! É uma luz tranquila que dura para sempre e nos dá a paz. Assim é a luz que encontramos quando entramos pela porta de Jesus.
Claro que a de Jesus é uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura. Não, isso não! Mas porque Ele nos pede para abrir os nossos corações para Ele, reconhecermo-nos pecadores, necessitados de sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter a humildade em acolher a Sua misericórdia e de nos deixar renovar por Ele. Jesus no Evangelho nos diz que ser cristão não é ter uma etiqueta''! Eu pergunto a vocês: vocês são cristãos de etiqueta ou de verdade? E cada um responda dentro de si mesmo! Nunca cristãos de etiqueta! Mas cristãos de verdade, de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, no promover a justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida.
A Virgem Maria, Porta do Céu, pedimos que nos ajude a atravessar a porta da fé, a deixar que seu Filho transforme nossa existência como transformou a sua para levar a todos a alegria do Evangelho.
(Apelo)
Com grande dor e preocupação continuo a acompanhar a situação na Síria. O aumento da violência em uma guerra entre irmãos, com a proliferação de massacres e atrocidades, que todos pudemos ver nas terríveis imagens destes dias, leva-me mais uma vez a levantar a voz para que termine o ruído das armas. Não é o confronto que oferece perspectivas de esperança para resolver os problemas, mas a capacidade do encontro e do diálogo.
Do fundo do meu coração, eu gostaria de expressar a minha proximidade na oração e solidariedade a todas as vítimas deste conflito, a todos aqueles que sofrem, especialmente as crianças, e convido a manter viva a esperança de paz. Faço um apelo à comunidade internacional para que se mostre mais sensível a esta situação trágica e coloque todos os esforços para ajudar a amada nação Síria a encontrar uma solução para uma guerra que semeia a destruição e a morte. Todos juntos, rezemos, todos juntos rezemos a Nossa Senhora, Rainha da Paz: Maria, Rainha da Paz, rogai por nós. Todos: Maria, Rainha da Paz, rogai por nós.
(Depois do Angelus)
Saúdo com afeto os peregrinos presentes: as famílias, os numerosos grupos e a Associação Albergoni. Em particular, saúdo as Irmãs de Santa Doroteia, os jovens de Verona, Siracusa, Nave, Modica e Trento, os crismandos da Unidade Pastoral de Angarano e Val Liona; os seminaristas e padres do Pontifício Colégio Norte-Americano, os trabalhadores de Cuneo e os peregrinos de Verrua Po, San Zeno Naviglio, Urago d'Oglio, Varano Borghi e São Paulo, do Brsil. Para muitos, estes dias marcam o fim do período das férias de verão. Auguro a todos um retorno sereno e comprometido à vida cotidiana normal olhando para o futuro com esperança.
Desejo a todos um bom domingo, boa semana! Bom almoço e adeus!
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]