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    domingo, 15 de setembro de 2013

    [ZP130915] O mundo visto de Roma


    ZENIT

    O mundo visto de Roma
    Serviço semanal - 15 de Setembro de 2013


    Papa Francisco 
    Audiência lotada com o papa na Praça de São Pedro, apesar da chuva ameaçadora 
    Francisco confia tarefa aos fiéis: "Quando chegarem em casa, procurem a sua data de batismo, que é a data do nosso nascimento na Igreja" 
    "A Igreja é nossa mãe e todos somos parte dela" 
    Texto completo da audiência do santo padre. Amar a Igreja. O que que eu faço para que outras pessoas possam compartilhar a fé cristã? Sou fecundo na minha fé ou fechado? 
    Carta aberta do Papa Francisco ao jornal La Repubblica 
    Papa Francisco responde a Eugênio Scalfari, fundador de um dos mais famosos e antigos jornais da Itália 
    Os cristãos são chamados a anunciar Jesus sem medo, sem vergonha e sem triunfalismo 
    Homilia do Papa Francisco na missa em Santa Marta 
    "Os conventos vazios devem estar abertos aos refugiados" 
    Durante sua visita ao Centro Astalli, Papa Francisco recordou que os pobres são "mestres privilegiados do nosso conhecimento de Deus" 
    Santa Sé 
    Apresentadas as credenciais do embaixador brasileiro no Vaticano 
    Denis Fontes de Souza já prestou serviços em Pequim e junto à União Europeia 
    Francisco: seis meses depois. Comentários do porta-voz do Vaticano 
    Seu nome, o fim do eurocentrismo, o entusiasmo e a proximidade que inspira, a reforma da Igreja e a convivência com Bento XVI 
    Encontro do Santo Padre com os chefes dos dicastérios 
    Reunião se insere ainda no contexto das reflexões do Santo Padre sobre o governo da Igreja 
    Igreja e Religião 
    A família na Europa contemporânea 
    Conferência Internacional na Polônia: amanhã e sábado 
    Síria: Pro Terra Sancta lança apelo humanitário 
    "Para apoiar o povo sírio, estamos abertos às ações de solidariedade" 
    Czestochowa: ano letivo é confiado ao Imaculado Coração de Maria 
    Anúncio é do arcebispo dom Waclaw Depo 
    Bento XVI se une à jornada de oração e jejum 
    Praça de São Pedro recebeu vigília pela paz no mundo no último sábado 
    "O papa pra mim é a pessoa mais importante do planeta" 
    O testemunho de fé do campeoní­ssimo ex-jogador de basquete, Oscar Schmidt 
    Cultura e Sociedade 
    Liberdade na Velhice 
    Reflexão sobre a antropologia proposta por Viktor Frankl 
    Homens e Mulheres de Fé 
    Padre Matteo La Grua : a vida contra Satanás (Parte II) 
    Pouco antes de sua morte, o conhecido exorcista produziu um livro-entrevista em que ele nos exorta a não entregar-nos na batalha contra os poderes das trevas 
    Familia e Vida 
    Contracepção: a definição em 3 pontos 
    Para o Glossário de Bioética, trata-se dos meios para evitar a fecundação e não deve ser confundida com o aborto 
    Mundo 
    Papa Francisco será convidado a discursar no Parlamento Europeu 
    Anúncio é dos eurodeputados italianos Enzo Rivellini e Potito Salatto 
    Espiritualidade 
    A festa da misericórdia 
    Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará, reflete sobre amor que se transforma em misericórdia quando é preciso ir além da norma exata da justiça 
    Análise 
    A mídia e o aborto 
    Angelus 
    A misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo 
    As palavras do papa Francisco no Angelus 



    Papa Francisco
    Audiência lotada com o papa na Praça de São Pedro, apesar da chuva ameaçadora 
    Francisco confia tarefa aos fiéis: "Quando chegarem em casa, procurem a sua data de batismo, que é a data do nosso nascimento na Igreja"

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 11 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Já está se transformando em costume: toda quarta-feira, o papa Francisco sai à praça de São Pedro para passar mais tempo saudando os fiéis. Eram 9h45, na manhã de hoje, quando Francisco começou o percurso pelos corredores formados na praça. Como sempre, ele foi parando para beijar e abençoar as crianças no meio da multidão.

    O clima não era dos mais agradáveis, já que ameaçava chover forte, mas a praça, mesmo assim, estava repleta de gente que tinha acorrido para escutar o santo padre na sua catequese semanal. Os peregrinos de todas as partes do mundo mostravam suas bandeiras e cartazes com mensagens de carinho pelo santo padre. Quando a audiência começou, o sol passou a brilhar e continuou assim durante todo o evento.

    Francisco falou do ministério da Igreja. Disse que, para ele, a imagem mais bela da Igreja é a da Igreja como mãe. O papa recordou também que o cristão não é isolado, porque faz parte da Igreja, e que "a fé é um presente, um dom de Deus" que recebemos através da Igreja. Não se pertence à Igreja como se pertence a uma sociedade ou a um partido, destacou o pontífice. 

    O papa perguntou aos fiéis presentes na praça: "Quantos de vocês se lembram da sua data de batismo?". E lhes deu uma "tarefa de casa": ao chegarem de volta ao lar, todos deveriam procurar descobrir essa data, porque é a data do nosso nascimento na Igreja, uma ocasião a ser celebrada e agradecida a Deus. Francisco voltou a recordar que "a Igreja somos todos nós, não só os sacerdotes" e que "Deus ama a todos por igual".

    Em suas palavras em espanhol, o papa recordou o concílio Vaticano II, que diz "que a Igreja é nossa mãe na fé, na vida sobrenatural". A Igreja é mãe porque "gera novos cristãos", já que, pelo batismo, ela "os faz nascer para a vida divina e estabelece com eles um vínculo vital, interior, como o de uma mãe com os seus filhos".

    Além disso, prosseguiu, "ela os ajuda como boa mãe a crescer e a ser responsáveis, os alimenta, educa, cuida deles com ternura ao longo da sua vida. Assim, a Igreja nos anuncia a Palavra de Deus como luz para o caminho, nos nutre com a Eucaristia, nos promove o perdão divino, nos sustenta nos momentos de sofrimento e de dificuldade".

    Um grande entusiasmo tomou conta dos peregrinos argentinos quando o papa os citou, em particular a delegação da cidade de Salta. "Não se esqueçam de Jesus, do seu amor...", pediu-lhes Francisco. 

    A saudação aos peregrinos ganha um significado especial nestes dias devido à delicada situação no Oriente Médio. Francisco recordou aos fieis que a "Igreja é mãe e compartilha com seus filhos as alegrias e as dores, os fracassos e as conquistas, as quedas e as vitórias; é a mãe que nos gerou na fé, que nos nutre com o pão da vida, com a palavra de Deus e com os sacramentos; é a mãe que acompanha o nosso crescimento e nos convida a sair de nós mesmo para levar a boa notícia a cada pessoa: porque o bem cresce com a partilha, a luz se intensifica com a expansão e o amor se multiplica com a difusão".


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    "A Igreja é nossa mãe e todos somos parte dela" 
    Texto completo da audiência do santo padre. Amar a Igreja. O que que eu faço para que outras pessoas possam compartilhar a fé cristã? Sou fecundo na minha fé ou fechado?


    ROMA, 11 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir as palavras do santo padre na audiência da quarta-feira, 11 de setembro.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

    Retomamos hoje as catequeses sobre a Igreja neste "Ano da Fé". Entre as imagens que o Concílio Vaticano II escolheu para fazer-nos entender melhor a natureza da Igreja, há aquela da "mãe": a Igreja é nossa mãe na fé, na vida sobrenatural (cfr. Const. dogm. Lumen gentium, 6.14.15.41.42). É uma das imagens mais usadas pelos Padres da Igreja nos primeiros séculos e penso que possa ser útil para nós. Para mim, é uma das imagens mais belas da Igreja: a Igreja mãe! Em que sentido e de que modo a Igreja é mãe? Partamos da realidade humana da maternidade: o que faz uma mãe?

    1. Antes de tudo, uma mãe gera a vida, leva no seu ventre por nove meses o próprio filho e depois o abre à vida, gerando-o. Assim é a Igreja: nos gera na fé, por obra do Espírito Santo que a torna fecunda, como a Virgem Maria. A Igreja e a Virgem Maria são mães, todas as duas; aquilo que se diz da Igreja se pode dizer também de Nossa Senhora e aquilo que se diz de Nossa Senhora se pode dizer também da Igreja! Certo, a fé é um ato pessoal: "eu creio", eu pessoalmente respondo a Deus que se faz conhecer e quer entrar em amizade comigo (cfr Enc. Lumen fidei, n. 39). Mas eu recebo a fé dos outros, em uma família, em uma comunidade que me ensina a dizer "eu creio", "nós cremos". Um cristão não é uma ilha! Nós nãos nos tornamos cristãos em laboratório, não nos tornamos cristãos sozinhos e com as nossas forças, mas a fé é um presente, é um dom de Deus que nos vem dado na Igreja e através da Igreja. E a Igreja nos doa a vida de fé no Batismo: aquele é o momento no qual nos faz nascer como filhos de Deus, o momento no qual nos dá a vida de Deus, nos gera como mãe. Se vocês forem ao Batistério de São João em Latrão, junto à catedral do Papa, em seu interior há uma inscrição em latim que diz mais ou menos assim: "Aqui nasce um povo de linhagem divina, gerado pelo Espírito Santo que fecunda estas águas; a Mãe Igreja dá à luz a seus filhos nessas ondas". Isto nos faz entender uma coisa importante: o nosso fazer parte da Igreja não é um fato exterior e formal, não é preencher um cartão que nos deram, mas é um ato interior e vital; não se pertence à Igreja como se pertence a uma sociedade, a um partido ou a qualquer outra organização. O vínculo é vital, como aquele que se tem com a própria mãe, porque, como afirma Santo Agostinho, a 'Igreja é realmente mãe dos cristãos' (De moribus Ecclesiae, I,30,62-63: PL 32,1336). Perguntemo-nos: como eu vejo a Igreja? Se agradeço aos meus pais porque me deram a vida, agradeço também à Igreja porque me gerou na fé através do Batismo? Quantos cristãos recordam a data do próprio Batismo? Gostaria de fazer esta pergunta aqui pra vocês, mas cada um responda no seu coração: quantos de vocês recordam a data do próprio Batismo? Alguns levantam a mão, mas quantos não lembram! Mas a data do Batismo é a data do nosso nascimento na Igreja, a data na qual a nossa mãe Igreja nos deu à luz! E agora eu vos deixo uma tarefa para fazerem em casa. Quando voltarem para casa hoje, procurem bem qual é a data do Batismo de vocês, e isto para festejá-la, para agradecer ao Senhor por este dom. Vocês farão isso? Amamos a Igreja como se ama a própria mãe, sabendo também compreender os seus defeitos? Todas as mães têm defeito, todos temos defeitos, mas quando se fala dos defeitos da mãe nós os cobrimos, nós os amamos assim. E a Igreja também tem os seus defeitos: nós a amamos assim como mãe, nós a ajudamos a ser mais bela, mais autêntica, mais segundo o Senhor? Deixo-vos estas perguntas, mas não se esqueçam das tarefas: procurar a data do Batismo para tê-la no coração e festejá-la.

    2. Uma mãe não se limita a gerar a vida, mas com grande cuidado ajuda os seus filhos a crescer, dá a eles o leite, alimenta-os, ensina-lhes o caminho da vida, acompanha-os sempre com a sua atenção, com o seu afeto, com o seu amor, mesmo quando são grandes. E nisto sabe também corrigir, perdoar, compreender, sabe ser próxima na doença, no sofrimento. Em uma palavra, uma boa mãe ajuda os filhos a sair de si mesmos, a não permanecer comodamente debaixo das asas maternas, como uma ninhada de pintinhos fica embaixo das asas da galinha. A Igreja, como boa mãe, faz a mesma coisa: acompanha o nosso crescimento transmitindo a Palavra de Deus, que é uma luz que nos indica o caminho da vida cristã; administrando os Sacramentos. Alimenta-nos com a Eucaristia, traz a nós o perdão de Deus através do Sacramento da Penitência, sustenta-nos no momento da doença com a Unção dos enfermos. A Igreja nos acompanha em toda a nossa vida de fé, em toda a nossa vida cristã. Podemos fazer agora outras perguntas: que relação eu tenho com a Igreja? Eu a sinto como mãe que me ajuda a crescer como cristão? Participo da vida da Igreja, sinto-me parte dela? A minha relação é uma relação formal ou é vital?

    3. Um terceiro breve pensamento. Nos primeiros séculos da Igreja, era bem clara uma realidade: a Igreja, enquanto é mãe dos cristãos, enquanto "forma" os cristãos, é também "formada" por eles. A Igreja não é algo diferente de nós mesmos, mas é vista como a totalidade dos crentes, como o "nós" dos cristãos: eu, você, todos nós somos parte da Igreja. São Jerônimo escrevia: "A Igreja de Cristo outra coisa não é se não as almas daqueles que acreditam em Cristo" (Tract. Ps 86: PL 26,1084). Então, todos, pastores e fiéis, vivemos a maternidade da Igreja. Às vezes ouço: "Eu creio em Deus, mas não na Igreja… Ouvi que a Igreja diz…os padres dizem…". Mas uma coisa são os padres, mas a Igreja não é formada somente de padres, a Igreja somos todos! E se você diz que crê em Deus e não crê na Igreja, está dizendo que não acredita em si mesmo; e isto é uma contradição. A Igreja somos todos: da criança recentemente batizada aos Bispos, ao Papa; todos somos Igreja e todos somos iguais aos olhos de Deus! Todos somos chamados a colaborar ao nascimento à fé de novos cristãos, todos somos chamados a ser educadores na fé, a anunciar o Evangelho. Cada um de nós se pergunte: o que faço eu para que o outro possa partilhar a fé cristã? Sou fecundo na minha fé ou sou fechado? Quando repito que amo uma Igreja não fechada em seu recinto, mas capaz de sair, de mover-se, mesmo com qualquer risco, para levar Cristo a todos, penso em todos, em mim, em você, em cada cristão. Participemos todos da maternidade da Igreja, a fim de que a luz de Cristo alcance os extremos confins da terra. E viva à santa mãe Igreja!

    Tradução Canção Nova/ Jéssica Marçal


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    Carta aberta do Papa Francisco ao jornal La Repubblica 
    Papa Francisco responde a Eugênio Scalfari, fundador de um dos mais famosos e antigos jornais da Itália

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    ROMA, 11 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Nesta quarta-feira (11) o jornal La Repubblica, um dos maiores jornais italianos, publicou uma carta aberta que o Papa Francisco escreveu à Eugenio Scalfari, fundador e atual colunista dominical desse veículo de comunicação. A carta do Papa pretende ser uma resposta a duas cartas abertas que Scalfari escreveu a Francisco e publicou nos dias 7 de Julho e 7 de Agosto desse ano de 2013 no editorial do La Repubblica.

    Em ambas, Scalfari formula - como alguém que tem uma cultura iluminista e não procura a Deus - "perguntas de um não crente ao papa jesuíta chamado Francisco".

    Pois "aqui e hoje não sou um jornalista - escreve Scalfari - sou um não crente que há anos está interessado e apaixonado pela pregação de Jesus de Nazaré, filho de Maria e de José (...). Tenho uma cultura iluminista e não procuro a Deus. Acho que Deus seja uma invenção consoladora e ilusória da mente dos homens".

    Em primeiro lugar o pontífice agradece pela atenção com que Scalfari quis ler a encíclica Lumen Fidei que "está dirigida não somente a confirmar na fé em Jesus Cristo aqueles que já a tem, mas também a suscitar um diálogo sincero e rigoroso com quem, como você, se define 'um não crente há anos interessado e fascinado pela pregação de Jesus de Nazaré', escreve o Papa.

    Duas circunstâncias ao longo da história dificultaram esse diálogo, destacou o Papa. A primeira é que a fé cristã foi muitas vezes e erroneamente vista como "escuridão da superstição que se opõe à luz da razão". Dessa forma entre Igreja e cultura iluminista se instaurou um muro que impossibilitou todo e qualquer diálogo.

    A segunda circunstância, diz o Papa, é que para o crente este diálogo não é um acessório secundário "mas é, pelo contrário, uma expressão íntima e indispensável".

    Confessa o Pontífice que "a fé, para mim, nasceu de um encontro com Jesus. Um encontro pessoal, que tocou o meu coração e deu uma direção e um novo sentido à minha existência". "Sem a Igreja – acredite-me – não poderia ter encontrado Jesus, embora com a consciência de que aquele grandíssimo dom que é a fé está guardado nos vasos de barro da nossa humanidade".

    E é"desta pessoal experiência de fé vivida na Igreja, que me encontro à vontade ao escutar as suas perguntas e ao buscar, junto com você, os caminhos pelos quais possamos, talvez, começar a percorrer juntos", escreve o Pontífice.

    Autoridade de Jesus

    Jesus falava com autoridade, palavra difícil de se traduzir, e que no seu original grego – diz o Papa – traz não tanto a ideia de uma obrigação exterior, mas interior que " 'provém do ser', do que se é". Jesus tem uma autoridade diferente daquela que tem o mundo. Uma "autoridade que não procura um poder sobre os outros, mas sim servi-los, dar-lhes liberdade e plenitude de vida". Tudo isso provado por Jesus na morte de cruz e certificado pela sua ressurreição, que não foi para se vingar daqueles que o crucificaram, mas "para testemunhar que o amor de Deus é mais do que a morte, o perdão de Deus é mais forte que qualquer pecado, e que vale a pena gastar a própria vida, até o fim, para testemunhar esse imenso dom".

    Originalidade de Jesus: fraternidade universal

    "A singularidade de Jesus é para a comunicação e não para a exclusão" – escreve o Papa respondendo à questão levantada por Scalfari – porque a "originalidade está justamente no fato de que a fé nos faz participar, em Jesus, da relação que Ele tem com Deus que é Abbá e, nesta luz, à relação que Ele tem com todos os outros homens, até mesmo os inimigos, no sinal do amor". E por outro lado, essa originalidade também se expressa na responsabilidade que o Cristão assume com o mundo "dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", não como forma de limpar-se as mãos sobre as realidades humanas, mas precisamente o contrário.

    Fidelidade de Deus X Sofrimento dos Hebreus

    E como explicar os inúmeros sofrimentos que o Povo Hebreu já tem passado, o Pontífice afirmou que apesar de todas as provações, a fidelidade de Deus nunca lhes abandonou, e a prova disso é que o Povo Escolhido não perdeu a fé em Deus. E disso, toda a humanidade e a Igreja nunca serão plenamente agradecidos. "Eles, portanto, perseverando na fé no Deus da aliança, chamam a atenção de todos, também de nós cristãos, ao fato de que estamos sempre na espera, como peregrinos, do retorno do Senhor".

    Pecados dos não crentes

    "A misericórdia de Deus não tem limites se nos dirigimos a ele com o coração sincero e contrito", escreve o Papa responden sobre se é ou não pecado o modo de atuar dos não crentes. E "sobre os não crentes a questão está em obedecer a própria consciência. O pecado, também para aqueles que não têm a fé, está quando a pessoa vai contra a própria consciência".

    Verdade absoluta ou relativa

    Existe uma só verdade absoluta ou diversas verdades?, perguntava Scalfari. O Santo Padre escreve que nem sequer ele falaria de "verdade absoluta" porque absoluto "é o que está desligado, privado de toda relação", enquanto que a verdade é relação. A verdade não é relativa, mas relação, "se dá em nós sempre e somente como um caminho e uma vida".

    Ideia de Deus

    Será que com o desaparecimento do homem de sobre a face da terra a ideia de Deus também desaparecerá com ele? Porém, responde o Papa, "Deus é uma realidade com R maiúsculo", que "não depende do nosso pensamento".

    O Santo Padre,na conclusão da carta a Eugenio Scalfari convida-o a percorrer com ele um caminho juntos. "A Igreja, acredite em mim, embora toda a sua lentidão, infidelidades, erros e pecados que possam ter sido cometidos e ainda pode cometer naqueles que a compõem, não tem outro sentido e fim, a não ser aquele de testemunhar Jesus".


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    Os cristãos são chamados a anunciar Jesus sem medo, sem vergonha e sem triunfalismo 
    Homilia do Papa Francisco na missa em Santa Marta


    CIDADE DO VATICANO, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Os cristãos são chamados a anunciar Jesus sem medo, sem vergonha e sem triunfalismo. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa esta manhã na Casa Santa Marta. O Papa sublinhou o risco de se tornar cristãos sem Ressurreição e reiterou que Cristo é sempre o centro e a esperança da nossa vida.

    Jesus é o Vencedor, Aquele que venceu a morte e o pecado. O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia, inspirando-se nas palavras de Jesus na Carta de São Paulo aos Colossenses. Para todos nós, disse o Papa, São Paulo aconselha de caminhar com Jesus "porque Ele venceu, caminhar n'Ele arraigados e edificados n'Ele, sobre esta vitória, firmes na fé". Este é o ponto chave, ressaltou: "Jesus ressuscitou". Mas, - continuou -, nem sempre é fácil entender. O Papa recordou, por exemplo, que quando São Paulo falou aos gregos em Atenas foi ouvido com interesse até quando ele falou da Ressurreição. "Isso nos faz ter medo, melhor deixá-la lá". Um episódio que nos questiona também hoje:

    "Há tantos cristãos sem Ressurreição, cristãos sem o Cristo Ressuscitado: acompanham Jesus até o sepulcro, choram, eles o amam muito, mas até ali. Pensando nessa atitude dos cristãos sem o Cristo Ressuscitado, eu encontrei três tipos de cristãos, mas existem muitos outros: os temerosos, os cristãos temerosos; os vergonhosos, aqueles que têm vergonha; e os triunfalistas. Esses três não se encontraram com Cristo Ressuscitado! Os temerosos: são aqueles da manhã da Ressurreição, os discípulos de Emaús ... vão embora, eles têm medo".

    Os Apóstolos, recordou o Papa, se fecham no Cenáculo, com medo dos judeus, também Maria Madalena chora porque levaram embora o Corpo do Senhor. "Os temerosos - advertiu - são assim: eles têm medo de pensar na Ressurreição". É como, - observou o Papa -, se eles permanecessem "na primeira parte do texto", "temos medo do Ressuscitado". Há também os cristãos vergonhosos. "Confessar que Cristo ressuscitou – constatou o Santo Padre - dá um pouco de vergonha neste mundo que "vai tão longe nas ciências". Para esses cristãos, Paulo disse para que tenham cuidado para que ninguém seja alvo de filosofias e de vazias sutilezas inspiradas na tradição humana. Estes, - disse ainda o Papa - , "têm vergonha" de dizer que "Cristo, com a sua carne, com as suas feridas ressuscitou". Por fim, há os cristãos que "em seus corações, não acreditam no Senhor ressuscitado e querem eles fazer uma ressurreição mais majestosa do que aquela verdadeira". São os cristãos "triunfalistas":

    "Eles não conhecem a palavra 'triunfo', somente dizem 'triunfalismo', porque têm como que um complexo de inferioridade e querem fazer ... Quando olhamos para estes cristãos, com tantas atitudes triunfalistas, em suas vidas, em seus discursos e em sua pastoral, na Liturgia, tantas coisas assim, é porque no mais íntimo eles não acreditam profundamente no Ressuscitado. E Ele é o Vencedor, o Ressuscitado. Ele venceu. Por esta razão, sem temor, sem medo, sem triunfalismo, apenas observando o Senhor Ressuscitado, sua beleza, até mesmo colocando os dedos nas chagas e a mão no costado".

    "Essa - acrescentou - é a mensagem que hoje Paulo nos dá": Cristo "é tudo", é a totalidade e a esperança, "porque é o Esposo, o Vencedor". O Evangelho de hoje, - disse ainda o Papa -, nos mostra uma multidão de pessoas que vai ouvir Jesus e há muitas pessoas doentes que tentam tocá-lo, porque d'Ele "saía uma força que curava todos":

    "A nossa fé, a fé no Ressuscitado: que venceu o mundo! Vamos em direção a Ele e deixemo-nos, como esses enfermos, ser tocadas por Ele, pela sua força, porque Ele é de carne e ossos, não é uma idéia espiritual que vai ... Ele está vivo. Ele Ressuscitou. E assim venceu o mundo. Que o Senhor nos dê a graça de compreender e viver estas coisas".

    (Fonte: Rádio Vaticano)


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    "Os conventos vazios devem estar abertos aos refugiados" 
    Durante sua visita ao Centro Astalli, Papa Francisco recordou que os pobres são "mestres privilegiados do nosso conhecimento de Deus"

    Por Luca Marcolivio


    ROMA, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Uma multidão de cerca de mil pessoas acolheu o papa Francisco no início da tarde de hoje, no Centro Astalli, centro de acolhimento para refugiados administrado pelos jesuítas.

    O Santo Padre fez uma visita ao Centro sem guarda-costas, acompanhado apenas pelo chefe da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani, a bordo do Ford Focus, carro que utiliza normalmente para se locomover em Roma.

    Ao chegar, o Papa foi acolhido pelo Cardeal Vigário para a diocese de Roma, Agostino Vallini, e três companheiros jesuítas: Padre Giovanni Lamanna, diretor do Centro Astalli; padre Carlo Casalone, provincial da Itália e padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano. O Pontífice, em seguida, abraçou um grupo de refugiados africanos e trocou algumas palavras com eles.

    Antes de entrar na cantina do Astalli, papa Francisco virou-se para cumprimentar a multidão atrás das barreiras que o aplaudiram por um longo tempo. Depois de conhecer algumas pessoas que serviam à mesa, o Papa se deteve em oração por alguns minutos na capela.

    Outros refugiados foram recebidos pelo Santo Padre na Igreja de Jesus, ligada ao Centro por um longo corredor, onde está o túmulo do Padre Pedro Arrupe, fundador do serviço Jesuíta para os Refugiados.

    Depois de ouvir as saudações do padre Lamanna, responsável pelo Centro, e de dois refugiados, um do Sudão e outra da Síria, papa Francisco fez seu discurso destacando que cada refugiado "traz consigo, sobretudo, uma riqueza humana e religiosa, uma riqueza a ser acolhida, não para ter medo".

    Roma, disse o Papa, depois de Lampedusa e outras localidades marítimas, é apenas uma segunda etapa para muitos refugiados. Na capital, estas pessoas deveriam "reencontrar uma dimensão humana" e muitasvezes, ao invés disto, tantas pessoas que tem escrito na sua 'permissão de estadia' "proteção internacional" são obrigadas a viver em situações degradantes, sem poder iniciar uma vida com dignidade, de pensar num futuro".

    O Santo Padre elogiou todas as estruturas, como o Centro Astalli, que não só dão algo para os refugiados, mas procuram entrar em um relacionamento com eles "reconhecendo-os como pessoas, empenhando-se em encontrar respostas práticas para suas necessidades".

    Acolher os mais pobres, recordou o Papa, foi um dos carismas da Companhia de Jesus, desde quando Santo Inácio de Loyola quis criar um espaço dedicado a eles na sua residência em Roma.

    Quatro séculos e meio depois de o fundador, em 1981, outro jesuíta, padre Pedro Arrupe "fundou o Serviço Jesuíta para os Refugiados, e desejou que a Sé Romana fosse aquele local, no coração da cidade".

    O trabalho dos jesuítas, frisou Bergoglio, consisteem três palavras: Servir, acompanhar e defender.

    Servir significa acolher a pessoa que chega com atenção, "curvando-se sobre quem tem necessidade, estendendo-lhe a mão, sem cálculos, sem temor, com ternura e compreensão, como Jesus inclinou-se e lavou os pés dos apóstolos".

    A "solidariedade" é a palavra chave de alguém que quer servir, especialmente os mais necessitados, sobretudo, no "mundo mais desenvolvido" onde tornou-se quase um "palavrão ", disse o papa Francisco.

    "O pobres são também mestres privilegiados do nosso conhecimento de Deus; a sua fragilidade e simplicidade desmascaram os nossos egoísmos, as nossas falsas seguranças, as nossas pretensões de auto-suficiência e nos guiam à experiência da proximidade e da ternura de Deus, a receber na nossa vida o seu amor, a sua misericórdia de Pai que, com discrição e paciente confiança, cuida de nós, de todos nós".

    Conforme seu costume, papa Francisco fez uma série de perguntas à consciência dos fiéis, especialmente da diocese de Roma:"Me curvo diante de quem está em dificuldades ou tenho medo de sujar as mãos? Sou fechado em mim mesmo, nas minhas coisas ou me dou conta daqueles que têm necessidade de ajuda? Sirvo somente a mim mesmo ou sei servir aos outros como a Cristo, que veio para servir até dar a sua vida? Olho nos olhos daqueles que pedem justiça ou viro o olhar para outro lado, para não olhar os olhos?".

    Acompanhar é um passo além do que simplesmente acolher. "Não basta dar um sanduíche se não for acompanhado pela oportunidade de aprender a andar com as próprias pernas. A caridade que deixa o pobre assim como ele é, não é suficiente", disse o Papa.

    Defender significa "ficar do lado daqueles que são mais fracos". Este objetivo não deve ser confiado apenas a "especialistas" da Igreja, mas deve ser "uma atenção de toda a pastoral, da formação dos futuros sacerdotes e religiosos, do compromisso normal de todas as paróquias, movimentos e agregações eclesiais".

    A este respeito, o Papa dirigiu uma exortação especial aos institutos religiosos: "aler seriamente e com responsabilidade este sinal dos tempos".Recordando que "os conventos vazios não servem à Igreja para transformar-lhes em albergues e ganhar algum dinheiro.

    Os conventos vazios "não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados. O Senhor chama a viver com generosidade e coragem a acolhida nos conventos vazios" - acrescentou o Santo Padre alertando mais uma vez para não cair na tentação da "mundanidade espiritual".


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    Santa Sé
    Apresentadas as credenciais do embaixador brasileiro no Vaticano 
    Denis Fontes de Souza já prestou serviços em Pequim e junto à União Europeia

    Por Redacao


    ROMA, 13 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Na manhã de hoje, o papa Francisco recebeu em audiência Denis Fontes de Souza Pinto, o embaixador do Brasil junto à Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas Cartas Credenciais.

    Denis Fontes de Souza nasceu em Recife no dia 26 de fevereiro de 1954. É casado e tem dois filhos. Graduou-se em Direito na Universidade Federal de Pernambuco em 1977 e fez o curso de preparação para a carreira diplomática no Instituto Rio Branco, em 1979 e 1980.

    Durante a carreira, Denis Fontes de Souza realizou as seguintes funções:

    - Terceiro Secretário da Divisão de Estudos e Pesquisas de Mercado (1981) e, posteriormente, da Divisão de Programas de Promoção Comercial (1981-1983);
    - Segundo Secretário da Embaixada em Bonn (1983-1985);

    - Curso de Aperfeiçoamento para Diplomatas (1985-1986);
    - Segundo Secretário da Embaixada em Quito (1986-1989);
    - Primeiro Secretário da Embaixada em Pequim (1989-1991);
    - Vice-Coordenador Executivo do Departamento de Administração (1991-1992);
    - Assessor da Secretaria Geral (1993-1994);

    - Conselheiro da Embaixada em Paris (1995-1998);
    - Conselheiro da Embaixada em Pretória (1998-1999);
    - Curso de Estudos Avançados do Instituto Rio Branco (1999-2000);

    - Coordenador Geral da Seção de Orçamento e Finanças (2001-2002);
    - Ministro Conselheiro da Missão Brasileira na CEE, em Bruxelas (2003-2005);
    - Diretor do Departamento do Serviço Exterior (2006-2010);
    - Subsecretário Geral do Serviço Exterior (2010-2013).


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    Francisco: seis meses depois. Comentários do porta-voz do Vaticano 
    Seu nome, o fim do eurocentrismo, o entusiasmo e a proximidade que inspira, a reforma da Igreja e a convivência com Bento XVI

    Por Redacao


    ROMA, 13 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Já faz seis meses que o Papa Francisco saiu pelo Balcão da Fachada da Basílica de São Pedro e cumprimentou pela primeira vez os presentes na praça de São Pedro, já não como cardeal Bergoglio mas como o primeiro pontífice latino-americano da história. O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, comentou alguns aspectos mais significativos deste pontificado, em entrevista à Rádio Vaticano .

    O nome Francisco

    Como duas grandes novidades destacou: o nome escolhido "Francisco" e o final do eurocentrismo da Igreja. Sobre "Francisco, está a explicação dada pelo próprio Papa: ' pobres, paz, cuidado com a criação'. E já vimos – ao menos sobre os pobres e a paz – que realmente são características básicas deste pontificado".

    Fim do eurocentrismo

    E a propósito de que seja um papa não europeu, "isto se vê em um sentido bem positivo de ampliação dos horizontes: vimos especialmente durante a Jornada Mundial da Juventude" com o papa no seu continente de origem e aprendemos que também o seu estilo é pastoral, o seu modo de relacionar-se direto com as pessoas, a sua linguagem simples...", comenta o padre Lombardi.

    Todos os papas têm sido 'universais' explica o porta-voz do vaticano, embora "a eleição de um papa que vem de outro continente efetivamente traz algo específico no estilo, na perspectiva, e é algo desejado pela Igreja universal, querido pelos cardeais e nós o apreciamos, como um maior enriquecimento do caminho da Igreja universal". Uma terceira característica é a missão: o papa Francisco fala muito de uma Igreja não auto-referencial, uma Igreja em Missão, de uma igreja que olha para além de si mesma e para todo o mundo .

    A aproximação que desperta

    Em outra das respostas fala sobre a aproximação que Francisco está despertando até mesmo entre os mais "distantes" da Igreja. "O estilo, a linguagem direta do papa, as suas atitudes, também a novidade do seu estilo de vida tocam em profundidade e levantam grande interesse, um grande entusiasmo". E considera que o motivo deste interesse seja profundo, "o fato de que o papa insiste muito mesmo em um Deus que ama, um Deus de misericórdia, um Deus sempre preparado a perdoar, que se dirige a ele com humildade", disse Lombardi .

    As reformas na estrutura da Igreja

    Sobre o que esperar deste pontificado nos próximos meses, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, recorda que o papa vai enfrentar também os temas relacionados com o governo da Igreja, consultando os seus colaboradores, tanto os da Cúria Romana quanto os cardeais que ele elegeu e que se reunirão em outubro.

    Mas, a este respeito, esclarece que "não gostaria de que se desse muita ênfase no aspecto das chamadas reformas de estrutura, relativas às instituições. O que conta é o coração da reforma perene da vida da Igreja, e neste sentido o papa Francisco, certamente, com o exemplo, com a sua espiritualidade, com a sua atitude de humildade e de proximidade, quer aproximar-nos de Jesus, quer fazer-nos uma Igreja a caminho, próxima à humanidade de hoje, especialmente à humanidade que sofre e que mais precisa da manifestação do amor de Deus". E mais adiante esclarece "deixemos que o Senhor nos conduza. O papa não é uma pessoa que pensa que tem nas suas mãos o projeto organizacional da história. O papa é uma pessoa que ouve o Espírito do Senhor...".

    Convivência com Bento XVI

    Outro aspecto discutido na entrevista é a convivência no Vaticano do Papa Francisco com o Papa emérito Bento XVI. E Lombardi respondeu que "está muito bem, procede perfeitamente!" E é que essa convivência está sendo exatamente como ele tinha falado, nos tinha anunciado na ocasião da sua demissão: continuaria estando a caminho com a Igreja, porém, mais na forma de oração, de oferta da própria vida, da proximidade espiritual ao invés da presença, digamos assim - operacional", disse o porta-voz do Vaticano. Embora reconhece que "também teve uma vez a alegria de estar perto do Papa Bento e ver a sua serenidade, sua fé, sua espiritualidade, sua bondade extraordinária que testemunha tanto durante este tempo do seu pontificado e que continua, embora agora nesta forma nova e mais discreta, a caracterizá-lo. Eu acho que nós sentimos, embora não o vejamos com frequência, sentimos sempre a presença do seu afeto, da sua oração, da sua sabedoria e do seu conselho, que, certamente, está sempre à disposição também do seu sucessor, sempre que o peça".

    O papel do porta-voz do Vaticano

    Sobre seu trabalho como porta-voz, Lombardi diz que consiste em "um humilde serviço de colocar à disposição as informações, os textos e as respostas para compreender bem o que o papa fala e faz". E acrescenta que "honestamente, parece-me que nestes seis meses de pontificado do papa Francisco atuou e falou em um modo tão intenso, que eu efetivamente – por sorte – pude estar na sombra, com relação a quem é o protagonista, a voz principal que os fiéis querem ouvir, que é precisamente o papa" .

    Tradução Thácio Siqueira


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    Encontro do Santo Padre com os chefes dos dicastérios 
    Reunião se insere ainda no contexto das reflexões do Santo Padre sobre o governo da Igreja


    CIDADE DO VATICANO, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Realizou-se hoje, na Sala Bolonha do Palácio Apostólico, uma reunião do Santo Padre com todos os chefes dos dicastérios da Cúria Romana. Também estiveram presentes o presidente do governatorato vaticano e o cardeal vigário de Roma.

    O papa já tinha se reunido pessoalmente com cada um dos chefes dos dicastérios. Nesta manhã, ele se encontrou com todos juntos, em reunião presidida por ele próprio, para ouvir as considerações e recomendações dos seus principais colaboradores em Roma, no contexto da implementação das sugestões feitas pelos cardeais nas congregações preparatórias ao conclave. A reunião se insere ainda no contexto das reflexões do Santo Padre sobre o governo da Igreja, que terá em breve mais um momento importante com a reunião do chamado Grupo dos Oito Cardeais, no início de outubro.

    Na tarde de hoje, o Santo Padre fez também uma visita privada ao Centro Astalli, um serviço dos jesuítas para os refugiados na Itália.


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    Igreja e Religião
    A família na Europa contemporânea 
    Conferência Internacional na Polônia: amanhã e sábado

    Por Don Mariusz Frukacz


    CRACóVIA, 12 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A família na Europa contemporânea é o tema da XIII Conferência Internacional sobre a contribuição da Igreja Católica para a integração europeia, a ser realizada nos dias 13 e 14 de setembro em Tomaszowice, perto de Cracóvia.

    Participarão da conferência, entre outros: o presidente polonês Bronislaw Komorowski, o Núncio Apostólico na Polônia, Monsenhor Celestino Migliore e Cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo metropolita de Cracóvia e o Professor Marguerite Peeters do Instituto para o Diálogo Intercultural de Bruxelas. Entre os palestrantes: Monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família.

    A Conferência é organizada pela Pontifícia Universidade João Paulo II, de Cracóvia, com a colaboração da COMECE, da Fundação Konrad Adenauer e da Fundação Robert Schuman de Luxemburgo.

    "Apenas uma família regular constitui a base principal de qualquer comunidade social e, portanto, para uma Europa forte devemos apoiar as medidas que fortalecem e protegem a família, como bem de todos os estados, pessoas, regiões e também da Europa", disse à KAI (Agência Católica de informação na Polônia), o reitor da Universidade Pontifícia de João Paulo II, Padre Wladyslaw Zuziak.

    "Muitas vezes, a família reflete os efeitos adversos das mudanças na Europa, como a migração", disse Don Zuziak.

    Para o reitor, a reflexão sobre a família na Europa contemporânea, no encontro de setembro em Tomaszowice, pode ser visto "como um prelúdio para o vigésimo aniversário do Ano Internacional da Família das Nações Unidas (1994-2014), que será celebrado no próximo ano, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o VII Congresso das Famílias, que aconteceu em maio deste ano, em Sydney".

    A I Conferência Internacional sobre a contribuição da Igreja Católica para a integração europeia de Tomaszowice foi organizada em 2001. Durante estes 13 anos, os participantes das conferências têm refletido sobre questões como a consciência da identidade europeia, a relação entre religião e cultura na Europa, o papel do cristianismo na Europa e a dimensão ética da política.

    Nos anos 2001-2012 das conferências participaram entre outros: Cardeal Audrys Juozas Backis, Rocco Buttiglione, Pierferdinando Casini, Jerzy Buzek, Cardeal Walter Kasper, Helmut Kohl, Cardeal Paul Poupard, Hans -Gert Poettering, Cardeal Angelo Sodano, o Cardeal Péter Erdo e o presidente polonês, Lech Kaczynski. 


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    Síria: Pro Terra Sancta lança apelo humanitário 
    "Para apoiar o povo sírio, estamos abertos às ações de solidariedade"

    Por Redacao


    ROMA, 11 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Em meio à crise que está açoitando a população da Síria, os frades da Custódia da Terra Santa se mantêm presentes naquela terra, fiéis à sua missão para com os pobres e necessitados, procurando dar a eles toda a assistência necessária.

    Com a ajuda inestimável de benfeitores, eles fornecem apoio todos os dias aos mais necessitados, que precisam de tudo: de alimentos, de remédios, mas também de esperança e de sentido para a vida. Em alguns casos, os religiosos pagam até o aluguel das casas para os cristãos. Além disso, em cada convento franciscano vivem cerca de 100 famílias que perderam a própria casa. Já faz vários meses que os frades oferecem as refeições diárias de milhares de pessoas em um refeitório humanitário.

    São onze os frades que permanecem no país para cuidar da população. Em Aleppo, no convento de Santo Antônio de Pádua, continuam presentes o pe. Bassam e o frei Edoardo. Em Azizieh, não muito longe, sobrevive a paróquia latina sob a responsabilidade do pe. Georges. Em Damasco, tomando conta da capela de Santo Ananias, ainda estão o pe. Raymond e o frei Atef. Também na capital síria, permanecem abertos dois conventos: um no memorial de São Paulo, onde aconteceu a conversão do apóstolo, com o pe. Romualdo como superior, e o outro em Salhieh, dirigido pelo pe. Giuseppe. Na costa síria, o convento de Lattakiah ainda abriga três frades sob a direção do pe. Maroun. Finalmente, em Kanyeh, perto do Líbano, o mosteiro de São José é gerido pelo pe. Hanna.

    O Custódio da Terra Santa, pe. Pierbattista Pizzaballa, declarou nos últimos dias: "A questão síria é delicadíssima e os civis estão impotentes diante da ferocidade do que está acontecendo. A oração é uma ferramenta indispensável, mas também é urgente sustentar com ajudas práticas a população atingida por esse massacre".

    A associação Pro Terra Sancta ecoa as palavras do custódio: "Peço a quem pode que, além de rezar, mande ajuda. Não matérias-primas, que são inúteis porque não podem entrar [no país], mas dinheiro, o dinheiro necessário para comprar, ainda que seja, infelizmente, no mercado negro, o que é preciso para muitíssimas famílias, especialmente as mais pobres".

    "Ajudem-nos", apela a ONG, "a ajudar o povo sírio e os frades e religiosos que permanecem na Síria, para que eles possam continuar a ser um sinal de esperança para todos".

    Com 460 reais (150 euros), é possível sustentar economicamente uma família de três pessoas durante 2 semanas.

    Com 1.500 reais (500 euros), a Pro Terra Sancta oferece ajuda humanitária a três famílias em um campo de refugiados durante 3 semanas.

    Com 3.000 reais (1.000 euros), garante-se a manutenção do refeitório humanitário para os mais pobres durante 1 mês.

    É possível ajudar a Síria com qualquer pequena oferta depositada na conta da Pro Terra Sancta e direcionada às necessidades do povo sírio.

    Os dados bancários são:

    ATS - Associação Pro Terra Sancta
    Banca Popolare Etica - IBAN: IT67 W050 18121010 0000 0122691
    BIC CODE: CCRTIT2T84A

    Destinação: Emergência Síria.

    O que é a Pro Terra Sancta?

    É a organização não-governamental sem fins lucrativos da Custódia da Terra Santa, com escritório em Jerusalém, Roma e Milão. A associação está presente na Síria através dos frades franciscanos em Aleppo, Damasco, Homs e em várias aldeias ao longo da fronteira com a Turquia e com o Líbano. O presidente da Pro Terra Sancta é o Custódio da Terra Santa.

    Para mais informações: www.proterrasancta.org


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    Czestochowa: ano letivo é confiado ao Imaculado Coração de Maria 
    Anúncio é do arcebispo dom Waclaw Depo

    Por Don Mariusz Frukacz


    CZESTOCHOWA, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - "Nós nos confiamos ao Seu Coração Imaculado" é o título da carta pastoral do arcebispo de Czestochowa, dom Waclaw Depo, para o ano letivo 2013-2014 na Polônia. Para a arquidiocese de Czestochowa, este será o "Ano do Confiar-se".

    Dom Depo recordou que o ato de confiar-se ao Imaculado Coração de Maria foi realizado pela primeira vez pelo papa Pio XII em 1942. Depois, em Jasna Gora, foi repetido por bispos poloneses liderados pelo primaz da Polônia, o Servo de Deus cardeal August Hlond, em 8 de setembro de 1946.

    O beato João Paulo II também praticou essa consagração, em 25 março de 1984 , juntamente com todos os bispos do mundo, quando consagrou a Rússia ao Imaculado Coração de Maria.

    O arcebispo de Czestochowa relembrou aspectos da vida de João Paulo II, "cuja total lealdade a Maria o levou não só à santidade da vida, mas também às muitas obras de apostolado da Igreja".

    Depo ressaltou que o Servo de Deus cardeal Stefan Wyszynski também "era muito consciente de que a confiança na Mãe de Deus nasce da fé". O arcebispo voltou a citar depois o Servo de Deus cardeal Augusto Hlond, que, em seu leito de morte, afirmou: "A vitória, quando vier, será uma vitória da Bem-Aventurada Virgem Maria". "Essas palavras proféticas são uma luz para o presente", avaliou Depo, completando: "Aprendemos de Maria a fé madura e profunda.





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    Bento XVI se une à jornada de oração e jejum 
    Praça de São Pedro recebeu vigília pela paz no mundo no último sábado

    Por Redacao


    ROMA, 09 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Organizada a convite do papa Francisco, a jornada de oração e jejum pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro, no último sábado, 7 de setembro, contou também com a participação do papa emérito Bento XVI. A informação é da agência de notícias francesa I.MEDIA.

    "O papa emérito Bento XVI se une ao convite de jejum e oração do papa Francisco", publicou a agência, indicando como fonte dom Gänswein, secretário do papa emérito e prefeito da Casa Pontifícia.

    Às 19h de Roma, a praça de São Pedro recebeu a vigília de oração que Francisco tinha convocado no domingo anterior, durante a oração do ângelus: "Irmãos e irmãs, decidi convocar em toda a Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, uma jornada de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro, e convido a participar desta iniciativa, da maneira que considerarem mais oportuno, também os irmãos cristãos não católicos, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os homens de boa vontade".

    O papa tinha pedido também que os participantes se reunissem "em oração e em espírito de penitência para implorar de Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade tem necessidade de ver gestos de paz e de ouvir palavras de esperança e de paz. Peço a todas as Igrejas particulares que, além de viver essa jornada de jejum, organizem algum ato litúrgico por esta intenção".


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    "O papa pra mim é a pessoa mais importante do planeta" 
    O testemunho de fé do campeoní­ssimo ex-jogador de basquete, Oscar Schmidt

    Por Edmar Araújo


    BRASíLIA, 09 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - No último sábado, 7 de setembro, data em que se comemora o dia da independência no Brasil, o canal de TV ESPN Brasil exibiu o programa 'Bola da vez' onde o ex-jogador de basquete de inúmeros clubes e da seleção brasileira Oscar Schmidt era o entrevistado.

    O âncora do programa, José Palomino, inicia um dos blocos indagando ao craque sobre a oportunidade de encontrar o Sumo Pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013 . Tido como um dos maiores jogadores de basquetebol de todos os tempos, Oscar testemunhou sobre o Papa Francisco e a sua fé católica.

    "Eu tive a honra de levar minha esposa e meus dois filhos para encontrar o Papa. O Papa pra mim é a pessoa mais importante do planeta. Eu sou muito católico e ele é a conexão direta com Nosso Senhor. Ser convidado para estar pertinho dele já dá arrepios. Eu sequer pensei no meu tumor. Eu não sei porque as pessoas não se ajoelham quando ele passa".

    O ex jogador da seleção brasileira não deixou de brincar com a nacionalidade do Sumo Pontífice. Brasil e Argentina são tradicionais rivais no basquete e Schidmt, que durante anos enfrentou os 'hermanos' nas quadras, falou com bastante humor sobre o tema. 

    "Esse é o primeiro argentino humilde que eu vi na vida. Pensei que não fosse ver alguém melhor que o João Paulo (II). Eu falei que estava rezando para ele enquanto eu me ajoelhei diante dele. E ele respondeu 'Gracias'. Que coisa linda esse 'gracias'.

    Recordista mundial de pontuação do basquetebol com 49.703 pontos, Oscar luta contra um câncer no cérebro. Segundo o atleta, mesmo se perder a batalha para a doença, a bênção papal não deixa de ser importante em sua vida. "Eu fiquei emocionado demais. Foi um momento muito importante na minha vida. Se tiver que ir 'embora', esse momento já valeu tudo".


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    Cultura e Sociedade
    Liberdade na Velhice 
    Reflexão sobre a antropologia proposta por Viktor Frankl

    Por Elainy Sales


    FORTALEZA, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Diariamente, deparamo-nos com discursos acerca da velhice e do comportamento dos idosos que nos fazem refletir sobre a mentalidade da sociedade ocidental. Geralmente, os meios de comunicação, que muitas vezes, ditam as novas formas de se viver, ridicularizam o papel do idoso na família, colocando-o como alguém ultrapassado, fazendo com que haja um inversão de valores. Piadas como: "quem gosta de velho é fundo de rede" e "quem vive de passado é museu" são manifestações simbólicas de repúdio à velhice. A representação da velhice como um processo contínuo de perdas, usualmente, é percebida no fato de que os idosos se tornam relegados a uma situação de abandono, de rejeição, de ausência de papéis sociais, etc. Assim, muitas pessoas não se sentem mais livres, por viverem sua condição de idosos, sentem-se incapazes.

    Algumas pessoas, ao chegarem à terceira idade, sofrem mudanças radicais em sua rotina, no âmbito familiar, social, trabalhista, entre outras áreas. Após o idoso refletir sobre sua nova rotina, principalmente depois da aposentadoria, muitas vezes, não encontra sentido para a sua existência, pois vive em uma sociedade marcada pelo pragmatismo. Porém, pode superar esse vazio e esse estigma social por meio de suas atitudes e ações que possibilitem um valor vivencial libertador, uma experiência auto-distanciadora. De acordo com a antropologia proposta por Viktor Frankl, pai da Logoterapia (abordagem da Psicologia centrada na busca do sentido da vida), o ser humano preenche o seu sentido da vida ao ajudar, cuidar, sentir amor e ser amado. Assim, as suas vivências e experiências colaboram para alcançar a liberdade. Liberdade esta que não é só o direito de "fazer o que quiser", mas de ser responsável pelas próprias escolhas, senão pode tornar-se mera arbitrariedade.

    A noção de pessoa compreende o pleno uso da reflexão, a maturidade e o poder de escolha. Então, se dizemos que o idoso não tem liberdade e escolhemos por ele, estamos destituindo-lhe da condição de ser humano. Deste modo, a existência só pode ser plenamente vivenciada quando há escolhas e responsabilidades.

    Assim, Frankl afirma a capacidade do homem de resistir ao pan-determinismo, quando diz: "O ser humano não é completamente condicionado e determinado; ele mesmo determina se cede aos condicionantes ou se lhes resiste". A Logoterapia entende que todos têm liberdade, mas podem desistir voluntariamente por não terem consciência dessa liberdade.

    Portanto, a pessoa idosa também vive essa dimensão de liberdade e precisamos conhecê-las melhor, pois o que os idosos já fizeram em toda sua plenitude de vida passada, ninguém pode roubar. Os idosos contemplam melhor o que o tempo eterniza.


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    Homens e Mulheres de Fé
    Padre Matteo La Grua : a vida contra Satanás (Parte II) 
    Pouco antes de sua morte, o conhecido exorcista produziu um livro-entrevista em que ele nos exorta a não entregar-nos na batalha contra os poderes das trevas

    Por Luca Marcolivio


    ROMA, 09 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - [A primeira parte foi publicada na quarta-feira, 04 de setembro]

    ZENIT: Na primeira parte do livro, você conta como o encontro com o padre Matteo mudou a sua vida de alguma forma e como realizar esta obra com ele tenha sido para você uma espécie de missão de chamado. Como foi que isso aconteceu?

    Roberta Ruscica : Não havia segredos com o Padre Matteo. Ele lia a sua alma. Me disse: "Você é uma excelente jornalista. Escreve bem. Mas não deve se deixar levar pelo coração, mas pela mente". Eis que ele se utilizou do meu coração. Como falo sempre: "Utilizou o Manual do Amor". Quando Padre Matteo se convenceu de que eu não procurava nem uma vantagem econômica nem um sucesso pessoal. Quando decidi desistir. Ele começou a trabalhar. E me deixou ser levada pelo lento rio do Seu Amor. A minha vida é uma outra vida. Se o seu coração está cheio de rancor, você não tem condições de lidar com temas espirituais. Recebi um grande dom: perdoar aqueles que procuraram a minha infelicidade. Não nego que tive que vencer muitos obstáculos antes de publicar Contra Satanás. Desencontros, armadilhas, incompreensões, calúnias, fofocas... O Inimigo me colocou contra tudo e todos. Como Padre Matteo me disse no seu último telefonema: "Estamos só eu e você... Os outros não contam".

    ZENIT: Antes dessa experiência - para você profissional e, ao mesmo tempo, fortemente espiritual – qual era a sua atitude com relação aos exorcistas e com a Igreja em geral?

    Roberta Ruscica : Quando o diretor me pediu: "Você tem que entrevistar um exorcista". Eu respondi : "Tá brincando. É melhor eu entrevistar o chefe da Cosa Nostra". Eu pensava que um exorcista era um feiticeiro. Hoje, muitos sacerdotes que lutam contra as forças do Mal, são os meus melhores amigos. A Igreja sempre foi a minha Casa. Ou melhor, uma doce mãe que acolhe seus filhos. Tive a sorte de crescer em uma família católica, em um grupo de escoteiros que era guiado por um sacerdote severo, mas paterno. Encontrei um frei maravilhoso no Padre Giulio Savoldi. A este respeito, gostaria de fazer um pedido: é preciso valorizar a grande missão dos exorcistas. O livro Contro Satana é um bom viático. Foi-me dito que muitos sacerdotes sugerem o livro no segredo da confissão. Meu grande "sonho" é presentear um exemplar do livro ao Papa Francisco.

    Morando e exercendo seu ministério em Palermo, o Padre Matteo teve contato com a realidade da máfia. No passado também você lidou com este tema, como jornalista investigativa e de crônica judiciária. Você acha que esta "coincidência" seja divina? 

    Roberta Ruscica: Certamente é sim. O meu encontro com o frei "santo" entra num plano divino. Também a publicação do seu livro-entrevista. Nunca denunciei publicamente – depois de ter realizado muitos serviços exclusivos para Seitas e o Donna – mas recebi uma ameaça da máfia. Muitos colegas têm construído uma carreira sob ameaças. Eu pelo contrário, somente enfrentei dificuldades, porque me permitiram trabalhar. A minha única arma é o Santo Terço, a Santa Missa, que nunca deixo de lado. Agradeço os monsenhores que ficaram do meu lado com a oração. E tenho uma linda lembrança: antes de voar ao Céu, mons. Alessandro Maggiolini me chamou e me disse: "Rezarei por você".

    ZENIT: Que conclusão pode ser tirada depois de ler o seu livro-entrevista ? Como podemos vencer o poder das trevas , nós, que , além de não sermos exorcistas, somos pobres pecadores?

    Roberta Ruscica: Contra Satanás é um livro de esperança. As páginas que contam as histórias de cura estão imbuídas do amor da Virgem Maria, a única Mulher que o padre Mateus amou. É possível lutar o bom combate permanecendo ancorados em Deus. E na entrevista explicamos como esse "milagre" se realiza. O medo é próprio de quem se deixa subjugar pelos tentáculos do Maligno. Padre Mateus nos ensina que "a vida não é rosa, a vida é poesia".

    Tradução do original italiano por Thácio Siqueira


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    Familia e Vida
    Contracepção: a definição em 3 pontos 
    Para o Glossário de Bioética, trata-se dos meios para evitar a fecundação e não deve ser confundida com o aborto

    Por Carlo Bellieni


    ROMA, 10 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Contracepção: meios empregados para impedir a fecundação, a recepção do espermatozóide pelo óvulo que leva ao surgimento do embrião, e não deve ser confundida com o aborto, que, por sua vez, impede a implantação no útero ou o desenvolvimento de um embrião; sua utilização rotineira é resultado de uma postura social que considera os filhos não como o fruto natural de um casal, mas como uma possibilidade facultativa.

    Realismo

    A contracepção é a utilização de meios para impedir a concepção. Ela se opõe à acceptio, que é o acolhimento. Existe uma contracepção química, feita com drogas como a pílula, e uma mecânica, feita com instrumentos como o preservativo. Uma vez ocorrida a concepção, ou seja, a união das células masculina e feminina, já não se fala de contracepção: os vários fármacos que bloqueiam a implantação do embrião no útero não são anticoncepcionais, mas sim abortivos.

    A razão

    Em que tipo de cultura se verifica este fenômeno? A contracepção é uma prática muito comum, especialmente nos paísesditosavançados. Ela permite o controle da concepção e, como resultado, o controle dos nascimentos. Por este motivo, disseminou-se rapidamente num contexto em que a entrada das mulheres no mercado de trabalho levava à limitação das escolhas reprodutivas, o que tinha sido quase ignorado durante os séculos anteriores, nos quais a chegada de um filho não era "planejada", mas apenas um fato fisiológico. A propagação da contracepção é uma função da política social e industrial, que vê com bons olhos a política do "filho único" e se espanta com a existência das famílias numerosas. A questão quanto à contracepção, portanto, é em primeiro lugar uma questão sobre o modelo cultural e industrial que está na sua base. Há uma fatia razoável da população que enxerga como uma imposição indesejada a política social das famílias reduzidas à mínima expressão. A contracepção é um fenômeno próprio de um processo cultural recente, mas forte, que mudou radicalmente a vida nos países ocidentais.

    Ainda restam dúvidas sobre a segurança pessoal da mulher que usa meios anticoncepcionais? O site doFeminist Women Health Center,que certamente não é hostil aos anticoncepcionais, não hesita em recordar também as desvantagens físicas da pílula. O mesmo porém é indicado no site do Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Por quê? Porque algum problema existe. E não é apenas de ordem moral.

    O sentimento

    Tentem fazer um julgamento sobre a contracepção olhando para uma criança. É claro que existem muitas dificuldades para se criar uma família, mastodaselas são recompensadas. O primeiro passo ao se pensar na família não pode ser um "NÃO". Famílias pequenas e vidas isoladas são o padrão que destrói os sonhos de procriação explicitamente manifestados pelos jovens, traduzindo-os em resignação ao padrão cultural ocidental. Para falar de contracepção, precisamos entender esse clima cultural: sem isto, falamos apenas de problemas técnicos. E a técnica não é tudo.





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    Mundo
    Papa Francisco será convidado a discursar no Parlamento Europeu 
    Anúncio é dos eurodeputados italianos Enzo Rivellini e Potito Salatto

    Por Antonio Gaspari


    ROMA, 13 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - "O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, será recebido pelo papa Francisco e aproveitará a ocasião para convidar o papa a fazer um discurso no Parlamento Europeu", declararam os eurodeputados italianos Enzo Rivellini e Potito Salatto, durante uma conferência de imprensa realizada ontem em Roma.

    De acordo com os dois representantes da Itália no Parlamento Europeu, o importante convite é resultado de uma campanha apoiada por eles para promover a candidatura do papa Francisco ao Prêmio Sakharov.

    O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi criado pelo Parlamento Europeu em 1988 para premiar personalidades ou organizações que tenham dedicado a existência à defesa dos direitos humanos e das liberdades individuais.

    Embora contestada por uma generalizada ideologia contrária à Igreja Católica e ao pontificado romano, 50 deputados assinaram a petição necessária para nomear o papa Francisco entre os candidatos ao Prêmio Sakharov. O mínimo eram 40 assinaturas.

    Rivellini afirmou que o documento foi assinado por membros de várias forças políticas de diferentes países. Assinaram o pedido deputados italianos, holandeses, alemães, portugueses, espanhóis, poloneses e ingleses.

    Os dois eurodeputados informaram a novidade ao núncio apostólico em Bruxelas e a outros expoentes da Igreja Católica.

    Salatto explicou que, mesmo sendo meritória, seria difícil que o papa aceitasse tal candidatura. Assim, em vez de se apresentar a candidatura de Francisco ao prêmio, optou-se por formalizar um convite ao papa para discursar em Bruxelas ou em Estrasburgo.

    Revellini e Salatto disseram que ninguém esperava tal sensibilidade no Parlamento para com o papa Francisco, e acrescentaram que a carta assinada pelos eurodeputados e enviada a Martin Schulz, visando convidar o bispo de Roma, também é resultado da campanha de sensibilização organizada por eles para candidatar o papa ao Prêmio Sakharov.

    Ainda não são publicamente conhecidas todas as candidaturas ao prêmio. Uma delas deverá ser a da adolescente de dezesseis anos Malala Yousafzai, ativista dos direitos humanos que sobreviveu a um atentado terrorista.

    Na carta que os eurodeputados enviaram a Martin Schultz, ressalta-se que, nos dias de hoje, "em que as palavras guerra e paz ganham dramática relevância", o convite ao Santo Padre "seria um gesto de grande significado e um reconhecimento prestado a quem está levando em frente, com autoridade e coragem, o diálogo inter-religioso e intercultural para promover o futuro da convivência humana".


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    Espiritualidade
    A festa da misericórdia 
    Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará, reflete sobre amor que se transforma em misericórdia quando é preciso ir além da norma exata da justiça

    Por Dom Alberto Taveira Corrêa


    BELéM DO PARá, 12 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Faz parte do equilíbrio entre pessoas e grupos na sociedade o estabelecimento de limites razoáveis entre a liberdade de uns e de outros. Até se repete, de forma adequada, que a minha liberdade vai até onde começa a da outra pessoa. Tudo muito bem organizado! Mais ainda, cresce o clima de reivindicação de direitos, com as maiorias e as minorias que buscam o próprio espaço, a fim de que ninguém fique de fora do concerto que se deseja harmônico. Intrigante é o fato de que sociedades muito organizadas, com tudo bem definido, respeito à ecologia, trânsito bem estabelecido entre pessoas, veículos e ideias, não consigam oferecer-lhes igual realização. Falta algo para que a vida adquira, além dos limites necessários, o horizonte que proporcione felicidade de verdade.

    Deus, que entende de vida e de gente, por ser Criador e Pai, mostra sua face à humanidade através de um "tempero" inigualável, um amor gratuito, capaz de superar todos os limites, chamado misericórdia, com o qual entra no mais íntimo das pessoas e purifica seus relacionamentos, concedendo de presente o que estas mais procuram. O misterioso é que justamente no mais profundo das dificuldades, crises e falhas dos seres humanos se encontra o caminho da realização. Jesus Cristo, verdadeiro homem e mais humano do que todos, é Deus verdadeiro, com o Pai e o Espírito Santo. Ele é a face humana da misericórdia! Tornou-se pequeno, pobre, obediente, carregou sobre si o peso dos pecados humanos, passou pela noite da morte, ressuscitou e abriu para a humanidade as portas da eternidade. Todas as suas atitudes revelam esta face da misericórdia de Deus. Justamente onde a situação é pior e desesperadora, lá ele entra e liberta. Quando as pessoas se sentem abandonadas e desprezadas, lá dentro é possível, com a presença da graça de Deus, começar a sair de si mesmas, transformando a dor em amor. Quem acolhe seu amor misericordioso experimenta a mudança, mas há de arriscar sua liberdade para vivê-la!

    Para conduzir-nos à compreensão dos mistérios do Reino de Deus, Jesus Cristo usou a linguagem das parábolas, comparações tiradas dos fatos da vida e da natureza, com as quais descortina o sentido da existência. Nas chamadas "parábolas da misericórdia" (Lc 15,1-32), um aguçado sentido de humanidade se faz presente, indo ao encontro de situações humanas difíceis e ao mesmo tempo fecundas. Suas atitudes livres desconcertam os interlocutores, pessoas da lei e da organização, ciosas dos direitos e limites de cada grupo na sociedade. Acolher pecadores, infratores, gente que quebra a harmonia da ordem, era demais! Eram pessoas sobre as quais se deveria estabelecer penalidades pesadas e não acolhidas! E Jesus viola estas normas! Para se fazer entender, fala de ovelhas, moeda, filhos! Coisas do dia a dia, mas correspondentes aos valores que norteavam a vida.

    Possuir um rebanho até hoje é sinal de boas condições na sociedade. Perder cabeças de gado, por roubo, extravio ou doenças toca no bolso, esta parte tão sensível do ser humano! Pois bem, o pastor da parábola se preocupa com a ovelha tresmalhada, não joga ninguém fora. A ovelha que se identifica com qualquer um de nós certamente aprontou algo para ficar fora do caminho, quem sabe, uma ovelha rebelde! É que cada pessoa humana, para Deus que é pastor e guarda de nossas vidas, vale o sangue de seu Filho amado. A misericórdia toma iniciativa, vai ao encontro e faz festa pelo retorno da pessoa que foi reencontrada! (Cf. Lc 15,3-7).

    Dez moedas de prata guardadas, quem sabe, num lenço bem amarrado, escondido debaixo de um colchão! Até segredos podiam estar atrás daquele tesouro, pequeno que fosse para outros, mas significativo. A imagem da casa revirada, para encontrar apenas uma moeda, é magnífica (Cf. Lc 15,8-10). Deus é assim, revira o mundo por causa de cada pessoa que cai. Ele nos leva a sério! Ele gasta com a festa da conversão muito mais do que o valor da moeda perdida!
    Enfim, filho, como deveria ser até hoje em toda parte, é bênção! (Cf Lc 15, 11-32) Perder o filho mais novo, jovem desorientado que quer se aventurar pelos caminhos do mundo, dói no mais profundo da alma do pai. Dar a parte da herança talvez tenha sido menos doloroso do que a distância daquele que tinha jogado fora justamente o bem mais precioso, o relacionamento de paternidade e filiação. Deixa de ser humano quem se recusa ao amor em nome da liberdade! O jovem gastador de ontem e de hoje vai ao fundo do poço e sua história se repete diante de nossos olhos.

    "A misericórdia apresentada por Cristo na parábola do filho pródigo tem a característica interior do amor, que no Novo Testamento é chamado 'agape'. Este amor é capaz de debruçar-se sobre todos os filhos pródigos, sobre qualquer miséria humana e, especialmente, sobre toda miséria moral, sobre o pecado. Quando isto acontece, aquele que é objeto da misericórdia não se sente humilhado, mas como que reencontrado e revalorizado. O pai manifesta-lhe alegria, antes de mais por ele ter sido reencontrado e por ter voltado à vida. Esta alegria indica um bem que não foi destruído: o filho, embora pródigo, não deixa de ser realmente filho de seu pai. Indica ainda um bem reencontrado: no caso do filho pródigo, o regresso à verdade sobre si próprio (Cf. João Paulo II, Encíclica Dives in misericordia, 6). Na parábola do filho pródigo não é usado, nem uma vez sequer, o termo «justiça», assim como também não é usado no texto original, o termo «misericórdia». Contudo, a relação da justiça com o amor que se manifesta como misericórdia aparece profundamente vincada no conteúdo desta parábola evangélica. Torna-se claro que o amor se transforma em misericórdia quando é preciso ir além da norma exata da justiça: norma precisa mas, por vezes, demasiado rigorosa" (Dives in misericordia, 5). Trata-se de uma verdadeira revolução nos relacionamentos sociais. Muito além das aparências, vale a realidade do filho amado. O desafio está lançado, para que a convivência humana supere os limites frios do direito e da justiça. Só em Cristo e com ele começará a festa da misericórdia.


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    Análise
    A mídia e o aborto 

    Por Ivanaldo Santos


    RECIFE, 13 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Atualmente vimos no Brasil e em outras partes do mundo uma série de matérias capítulos de novelas e de seriados de TV, programas de TV e outras manifestações da grande mídia dando muita ênfase ao aborto. De forma introdutória, é possível afirmar, dentre outras coisas, que o aborto é um tema que "anda na moda" na grande mídia nacional e internacional. 

    Nos programas midiáticos, é afirmado, por exemplo, que em países como o Brasil realiza-se mais de um milhão de abortos por ano, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem. Aparentemente são argumentos sólidos que demonstram a viabilidade do aborto. 

    É preciso compreender que existe um movimento internacional, formado por vários grupos, como, por exemplo, o liberalismo cultural e o marxismo cultural, que desejam legalizar o aborto em escala planetária até aproximadamente 2025. Esse movimento não respeita a soberania das nações e não leva em consideração os valores sociais e culturais dos povos. Em grande medida, trata-se de um movimento antidemocrático que, em nome de uma elite cultural que se alto proclama de vanguarda e revolucionária, deseja impor o aborto sem consultar a opinião da sociedade. É dentro desse quadro que deve ser pensado a programação midiática que defende o aborto. Trata-se de uma programação que pode ser classificada como "ação de difusão", ou seja, é uma programação que transmite informações soltas e, o pior, muitas dessas informações não são verdadeiras.

    Por exemplo, vamos analisar essa informação que se tem um milhão de abortos por ano. Por diversas e diversas vezes líderes de grupos pró-vida, especialistas em bioéticas e de outras áreas solicitaram que fosse repassado a origem desse número. Por exemplo, dados do tipo: qual o método foi empregado, a amostragem da pesquisa e a margem de erro. Se realmente essa informação for verdade, ou seja, que no Brasil há um milhão de abortos por ano, então o Brasil está passando por um grande processo de desequilíbrio demográfico, pois está perdendo, em pouco tempo, uma parte considerável de sua população em idade produtiva. Outra coisa, essas informações se chocam com os dados oriundos do Ministério da Saúde e de outros órgãos do governo brasileiro. De acordo com esses órgãos o número de abortos no Brasil tem caído nos últimos anos. Essa queda é fruto, em parte, da maior distribuição de anticoncepcionais realizada pelo governo e pela maior conscientização, por parte da população, sobre os males oriundos do aborto. Essa conscientização é fruto, em grande medida, das campanhas realizadas pelo movimento pró-vida, igrejas cristãs, grupos de bioética e outros.

    Se os dados apresentados pela grande mídia são realmente verdadeiros, ou seja, no Brasil há um milhão de abortos por ano, por que então os grupos que apresentam esses números não processam, na justiça, o Ministério da Saúde e outros órgãos do governo? É preciso ter consciência que esses números fantasiosos têm a missão de confundir a população e, por causa disso, levá-la a apoiar o aborto. Essa tática foi utilizada, por exemplo, nos EUA. No início da década de 1970 havia nos EUA um intenso debate sobre o aborto. Naquele momento apresentavam números exagerados sobre o abortamento nesse país, até que em 1973, com o famoso caso Roe vs Wade a Suprema Corte ameticana legalizou o aborto. Hoje em dia, passado mais mais de 40 anos desse acontecimento, sabe-se que os dados apresentados para imprecionar a opinião pública eram falsos. Não passavam de números inventados para dizer que era urgente a legalização de uma prática que todo mundo fazia escondido. Hoje sabe-se que, na década de 1970, nos EUA o aborto era pouco conhecido do grande público e sua prática era muito reduzida. O problema é que essa tática, ou seja, de apresentar dados estatísiticos falsos, parece que está sendo utilizada no Brasil com o mesmo objetivo que foi utilizada nos EUA, isto é, enganar a grande população. Por tudo isso, é preciso ter muito cuidado e senso cítico diante desses dos dados estatísticos sobre o aborto.

    Com relação ao fato de se afirmar, em programas midiáticos, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, é preciso observar que do ponto de vista de alguns aspectos técnicos da moderna pesquisa biogenética, a célula do embrião é igual a qualquer outra célula do corpo humano. No entanto, existe um lado muito importante que, tudo indica, não está sendo apresentado nos programas midiáticos que tratam do aborto. Trata-se do fato da célula do embrião ser única, ela contém todo o material genético do ser humano. Aquilo que o futuro indivíduo adulto será (a cor do olho, o tipo sanguíneo, etc) está contido no embrião. Todos os dias e até mesmo a todo instante milhares de células do corpo humano morrem, sem, no entanto, provocar a morte do organismo humano. Por exemplo, uma célula da pele ou da mucosa bucal pode morrer e, ao mesmo tempo, o indivíduo continuará vivo. No entanto, se o embrião morrer ou for assassinado o próprio indivíduo desaparecerá. Não há como se formar um indivíduo se o embrião for destruído. Com isso, a grande mídia está apresentando uma "meia verdade" ao grande público e, ao mesmo tempo, escondendo a informação principal, ou seja, o valor único e insubstituível do embrião. Lamentavelmente esse é o tipo de informação, muitas vezes contraditória, que a grande mídia transmite. É por isso que se afirma que a população precisa ter muito cuidado e senso crítico diante das informações que a grande mídia transmite sobre o aborto e outros temas de bioética.

    Com relação ao argumento, muito difundido em veículos da grande mídia, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem e que isso justifica a prática do aborto, é preciso esclarecer que essa informação é muito incompleta, que visa, em tese, a criar uma falsa consciência favorável ao aborto. É preciso compreender que tanto a mulher pobre como a rica podem decidir em não ter o filho. Elas podem decidir, por exemplo, em enviá-lo para adoção, em abortá-lo, etc. Quem afirma que a mulher classifica da "pobre" não pode escolher em ter o filho, não conhece a realidade brasileira. No Brasil quem aborta geralmente é mulher no estilo "classe média" ou então jovens com problemas familiares. A mulher que é enquadrada na categoria de "pobre" ou "baixa renda" geralmente decide ter o filho. É preciso ver que a mulher de "classe média" é bombardeada com uma forte "propaganda" que diz que ter um filho é prejuízo financeiro, perda de tempo, que o corpo vai ficar com algum tipo de deformação e coisas semelhantes. Essa "propaganda" é realizada, em grande medida, nos meios de comunicação de massa, pelas teorias acadêmicas chamadas pós-modernas e coisas afins. É um tipo de "propaganda" que desvaloriza a vida e coloca os bens materiais e o sucesso profissional em primeiro plano. Já a mulher que é enquadrada como pobre ou baixa renda está mais distante desse tipo de "propaganda" e, até mesmo por isso, passa a ter uma atitude mais pró-vida e humanizada. Uma atitude que diz que o filho não é culpado de algum possível erro cometido pelos pais. Essa atitude humanizada valoriza a dignidade da pessoa humana. É uma atitude que não coloca os bens materiais como centro da vida, mas coloca a própria vida como centro. Atualmente o que precisamos é repensar os valores que norteiam o ser humano, os quais, muitas vezes, estão centrados no dinheiro, no sucesso profissional e coisas afins. A vida humana está além e acima dessas coisas. Colocar o aborto como solução de algum problema é apenas alimentar, ainda mais, essa cultura antiética que coloca a dignidade da pessoa humana em segundo plano.

    O fato concreto é que atualmente o feto, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe, é vítima de uma espécie de tribunal da razão pura que simplesmente condena o feto a morte sem, no entanto, lhe dar qualquer chance de defesa. O perigo disso é a relativização da vida humana. Hoje certos grupos, chamados de vanguarda, revolucionários e de pós-modernos, querem a eliminação de uma categoria de seres humanos, isto é, os não-nascidos, o feto, amanhã outro grupo vai querer eliminar os velhos, as pessoas que tenham alguma doença e assim sucessivamente. Vale salientar que desde o Império Romano que os genocídios e os assassinatos em massa são apresentados como algo necessário para melhorar a vida humana. O século XX, com o Nazismo e o Socialismo, não foi diferente. Agora, no início do século XXI, vemos uma nova onda de guerras e de extermínios. E o aborto faz parte dessa nova onda. Ninguém se engane, o aborto é um assassinato onde a vítima é o lado mais frágil e indefeso da escala humana, ou seja, trata-se do bebê ainda no ventre da mãe. O filósofo Norberto Bobbio fala da Era dos Direitos, onde os cidadãos buscam a concretização de velhos e de novos direitos sociais. No entanto, para se realizar plenamente a Era dos Direitos, descrita por Norberto Bobbio, é necessário incluir o feto dentro dessa Era. Um dos grandes desafios do século XXI, do ponto de vista da ética, é perceber que a cidadania não se inicia com o nascimento, mas sim com os 9 meses de gestação, ou seja, já no período de gestação, o feto tem que ser reconhecido como um cidadão. O reconhecimento do feto como um cidadão, acarretará na ampliação do raio de atuação e de influência dos direitos humanos. O motivo disso é que se a cidadania começa com os 9 meses de gestação, então os direitos humanos terão que acolher o cidadão a partir da concepção e da gestação. O século XXI é chamado a reconhecer o feto como cidadão e, com isso, finalmente todos os grupos e categorias humanos poderão desfrutar da Era dos Direitos. A incorporação do feto ao nível de cidadão será uma das grandes conquista da humanidade. Esse deve ser a luta que cada cidadão deve travar na atualidade. Ficar falando em aborto é uma forma de continuar descriminando a mais importante e mais frágil dos níveis da vida humana, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe. Por isso, afirma-se: chega de discriminação, direitos humanos para o feto.

    Se quiser pode entrar em contato com Ivanaldo Santos pelo E-mail: ivanaldosantos@yaoo.com.br.


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    Angelus
    A misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo 
    As palavras do papa Francisco no Angelus


    CIDADE DO VATICANO, 15 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Apresentamos as palavras pronunciadas pelo papa Francisco neste domingo, diante dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para rezar o Angelus. 

    Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

    Na liturgia de hoje, lemos o capítulo 15 do Evangelho de Lucas, que contém as três parábolas da misericórdia: a ovelha perdida, a moeda perdida, e a mais longa de todas as parábolas, típica de São Lucas, a do pai e dos dois filhos, o filho "pródigo" e o filho, que acredita ser o "justo", que crê ser santo. Todas estas três parábolas falam da alegria de Deus, Deus é alegria. Interessante: Deus é alegria! E o que é a alegria de Deus? A alegria de Deus é perdoar, a alegria de Deus é perdoar! É a alegria de um pastor que reencontra a ovelha; é a alegria de uma mulher que encontra novamente a sua moeda; é a alegria de um pai que acolhe novamente em casa, o filho que estava perdido, que era considerado morto e tornou a viver, voltou para casa. Aqui está todo o Evangelho! Aqui! Aqui está todo o Evangelho, todo o cristianismo! Mas não é sentimento, não é ser "bonzinho"! Pelo contrário, a misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo do "câncer" que é o pecado, o mal moral, o mal espiritual. Só o amor preenche os espaços vazios, os abismos negativos que o mal abre no coração e na história. Somente o amor pode fazer isso, e essa é a alegria de Deus!

    Jesus é todo misericórdia, Jesus é todo amor: é Deus feito homem. Cada um de nós é aquela ovelha perdida, aquela moeda perdida; cada um de nós é aquele filho que desperdiçou a própria liberdade seguindo falsos ídolos, ilusão de felicidade, e perdeu tudo. Mas Deus não se esquece de nós, o Pai nunca nos abandona. É um pai paciente, nos espera sempre! Respeita a nossa liberdade, mas permanece fiel. E quando voltamos para Ele, nos acolhe como filhos, em sua casa, porque ele não para nunca, nem por um momento, de nos esperar, com amor. E o seu coração está em festa por cada filho que retorna. Está em festa porque é alegria. Deus sente essa alegria quando um de nós pecadores vai até Ele e pede o seu perdão.

    Qual é o perigo? É que supomos sermos justos, e julgamos os outros. Julgamos até Deus, porque pensamos que deveria punir os pecadores, condenando-os à morte, em vez de perdoar. Agora sim corremos o risco de permanecer fora da casa do Pai! Como aquele irmão mais velho da parábola que, em vez de se alegrar porque seu irmão retornou, ele fica com raiva de seu pai que o acolhe e faz festa. Se em nossos corações não há misericórdia, alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus, mesmo observando todos os preceitos, pois é o amor que salva, não apenas a prática dos preceitos. É o amor por Deus e pelo próximo que realiza todos os mandamentos. E este é o amor de Deus, a sua alegria: perdoar. Nos espera sempre! Talvez algum de vocês tenha algo pesado em seu coração: "Mas, eu fiz isso, eu fiz aquilo...". Ele te espera! Ele é pai: sempre espera por nós!

    Se vivemos de acordo com a lei "olho por olho, dente por dente", jamais sairemos da espiral do mal. O Maligno é inteligente, e nos ilude que com a nossa justiça humana podemos nos salvar e salvar o mundo. Na realidade, somente a justiça de Deus pode nos salvar! E a justiça de Deus se revelou na Cruz: a Cruz é o julgamento de Deus sobre todos nós e sobre este mundo. Mas como Deus nos julga?Dando a vida por nós! Eis o ato supremo de justiça que derrotou, uma vez por todas, o Príncipe deste mundo; e esse ato supremo de justiça é também ato supremo de misericórdia. Jesus chama todos a seguirem este caminho: 'Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso' (Lc 6:36)".

    Peço-vos uma coisa, agora. Em silêncio, todos, pensemos... cada um pense em uma pessoa com a qual não estamos bem, com a qual estamos com chateados, que não gostamos. Pensemos nessa pessoa em silêncio, neste momento, rezemos por esta pessoa e tornemo-nos misericordiosos para com esta pessoa.

    Invoquemos agora a intercessão de Maria, Mãe da Misericórdia.

    (Depois do Angelus)

    Queridos irmãos e irmãs,

    ontem, na Argentina, foi proclamado Bem-aventurado José Gabriel Brochero, um padre da diocese de Córdoba, que nasceu em 1840 e morreu em 1914. Impulsionado pelo amor de Cristo, dedicou-se inteiramente ao seu rebanho, para levar todos ao Reino de Deus, com imensa misericórdia e zelo pelas almas. Estava com o povo, e tentava levar muitos aos exercícios espirituais. Ele andava por quilômetros e quilômetros, subindo as montanhas com sua mula chamada "cara feia", porque não era bonita. Ele caminhava mesmo debaixo de chuva, era corajoso! Mas, vocês também, com essa chuva, estão aqui, vocês são corajosos. Bravos! No final, este Beato estava cego e leproso, mas cheio de alegria, a alegria do Bom Pastor, a alegria do Pastor misericordioso!

    Gostaria de unir-me à alegria da Igreja na Argentina pela beatificação deste pastor exemplar, que percorreu incansavelmente com uma mula, os caminhos áridos de sua paróquia, procurando casa por casa, as pessoas a ele confiadas para levá-las a Deus. Peçamos a Cristo, por intercessão do novo Beato, que se multipliquem os sacerdotes que, imitando Brochero, entreguem as suas vidas ao serviço da evangelização, de joelhos diante do Crucifixo, como também testemunhando em todos os lugares o amor e a misericórdia Deus".

    Hoje, em Turim, conclui-se a Semana Social dos católicos italianos, sobre o tema " Família, esperança e futuro para a sociedade italiana". Saúdo todos os participantes e alegro-me com o forte compromisso que existe na Igreja na Itália com as famílias e para as famílias e que é um forte estímulo também para as instituições e para todo o país. Coragem! Avante neste caminho da família!

    Saúdo com afeto todos os peregrinos presentes hoje: famílias, grupos religiosos, jovens. Em particular, saúdo os fiéis de Dresano, Taggi di Sotto e Torre Canne di Fasano; UNITALSI de Ogliastra, as ciranças de Trento que em breve receberão a Primeira Comunhão, os jovens de Florença e o "Spider Clube Itália".

    Desejo a todos um bom domingo e um bom almoço. Adeus!


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    Immaculata mea

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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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