domingo, 20 de outubro de 2013

A santa ira de São João Maria Vianney







-





















O conhecimento dos santos



"A fé é um antegozo do conhecimento que nos tornará bem-aventurados na vida futura." Santo Tomás de Aquino





































domingo, 20 de outubro de 2013


Com a severidade própria dos santos, João Maria Vianney combateu até à morte os insultos a Deus




Era 1827 e as multidões que chegavam à aldeia de Ars vinham de toda parte. A fama do Padre Vianney já havia se espalhado pelos quatro cantos da França. Barões, clérigos, camponeses, curiosos; todos queriam conhecer aquela figura a qual tinham por santo. Um médico, tomado pelas intrigas dos colegas, decidira visitar o sacerdote, a fim de confirmar suas injustas suspeitas. De volta à capital, Paris, não pôde dizer aos amigos outra coisa sobre o pobre cura senão: "eu vi Deus num homem".

A santidade de João Maria Vianney causava constrangimentos. Apegado desde cedo à oração, agia em tudo conforme à vontade divina, fazendo de sua vida um perpétuo louvor a Deus. Tinha um fervor imensurável. Passava horas à frente do sacrário, gastando-se em severas penitências e na meditação dos santos mistérios: "O meu terço vale mais que mil sermões". Por isso, não poupou esforços no combate às blasfêmias e à libertinagem. Era o zelo pela casa do Pai que o consumia.

Os primeiros anos de Vianney em Ars foram de grandes desafios. A pequena aldeia estava atolada no indiferentismo. Trabalhava-se no domingo, blasfemava-se no campo, a falta de modéstia e os divertimentos profanos reinavam no coração daquela gente. A situação era desesperadora. E para uma alma apaixonada como a do Cura D'Ars, assistir àquele espetáculo de imoralidades era como ver a Cristo sendo crucificado. Com efeito, tratou logo de agir.



Sem fazer concessões, apressou-se em instruir os mais novos na catequese e nas práticas piedosas. Vianney estava convencido de que a ignorância religiosa era a causa de todos os males: "Este pecado condenará mais almas do que todos os outros juntos, porque uma pessoa ignorante quando peca não conhece nem o mal que faz, nem o bem que perde". Do alto do púlpito, atacava a todos pulmões as tabernas e o trabalho no domingo. Começava uma guerra sem tréguas, e o santo não iria recuar enquanto não visse a sua paróquia, de joelhos, diante do Senhor.

"Ah! Os taberneiros, o demônio não os importuna muito, pelo contrário, despreza-os e cospe-lhes em cima". Com essas palavras, o humilde cura fustigava a bebedeira, para desespero daqueles que se lançavam a tão vergonhoso vício. E assim também procedia com o trabalho nos dias de guarda. "Se perguntássemos aos que trabalham nos domingos: 'Que acabais de fazer?' - repreendia o Cura D'Ars - "eles bem poderiam responder: 'Acabamos de vender a nossa alma ao Demônio e de crucificar a Nosso Senhor… Estamos no caminho do inferno". Pouco a pouco, as blasfêmias foram desaparecendo e as tabernas se fechando. Pesava-lhes a maldição de um homem santo. "Vós vereis, profetizava, vereis arruinados todos aqueles que aqui abrirem tabernas". Mas um derradeiro combate ainda estava por vir.

Em 1823, erguia-se na pequena paróquia de Ars uma segunda capela. Atendendo à vontade do pároco, ela seria dedicada a São João Batista, santo que tomara por patrono no dia de sua Confirmação. A cerimônia de inauguração foi de grande júbilo. Contudo, para os amantes dos prazeres profanos, motivo de despeito. Vianney mandara esculpir no arco do pequeno oratório a seguinte inscrição: "A sua cabeça foi o preço de uma dança". Uma alusão ao martírio de São João Batista e uma clara reprimenda aos bailes.

A luta de Vianney contra os serões durou cerca de dez anos. A ele se opunha grande parte da comunidade, sobretudo os rapazes apegados aos encantos da luxúria. À medida que o povo se afastava das danças, com efeito, mais raiva tinham do sacerdote os fanfarrões. Chegaram a organizar encontros a fim de puni-lo, mas o brado de Vianney foi tão forte que a eles não restou outra alternativa senão ceder. "O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim… As pessoas que entram num salão de baile deixam à porta o seu Anjo da Guarda e o Demônio substitui-o, de tal modo que há tantos Demônios quantos são os dançadores." Era o fim dos bailes em Ars.

Os hereges também não tinham vez com o santo. Certo dia, um jovem de espírito petulante resolveu atacá-lo na frente da multidão. "Quem é o senhor, meu amigo?" questionou Vianney. O rapaz disse que era protestante. Com a firmeza de um verdadeiro pastor, retorquiu-lhe o santo padre: "Oh! meu pobre amigo, o senhor é pobre e muito pobre: Os protestantes nem sequer possuem santos cujos nomes possam dar aos filhos. Veem-se obrigados a pedir nomes emprestados à Igreja Católica". Foi o suficiente para que o sujeito se colocasse no seu lugar.

A santa intransigência de Vianney tinha um motivo igualmente santo: ele amava a seus paroquianos com amor de predileção. Por isso faria tudo que estivesse a seu alcance para lhes assegurar a salvação eterna. E seus esforços foram recompensados. Após poucos anos de ministério, Ars não era mais Ars. O povo havia se convertido, já não se trabalhava mais aos domingos e a igreja permanecia sempre cheia. Vencera a santidade do pobre cura. Os paroquianos compreenderam o que há tanto lhes ensinava o São Cura D'Ars: "Tão grande é o amor de Deus, é um fogo que queima na alma sem, contudo, a consumir. Ter Jesus no coração é já possuir o céu".

Postado por Wagner Souza às 21:22

Marcadores: Biografia dos santos, Mensagens dos santos



Nenhum comentário:




Postar um comentário









Translate - Tradução
Powered by Tradutor



São José







Santa Hildengard de Bingem




São João de Ávila




Santo Tomaz de Aquino




Ache rápido




Curtir




Santa Catarina de Sena




Arquivo do blog

2013 (198)
Outubro (8)
Setembro(26)
Agosto (48)
Julho (10)
Junho (12)
Maio (23)
Abril (18)
Março (15)
Fevereiro(27)
Janeiro (11)
2012 (239)



Santo Agostinho




São Bernardo




Seguidores




Santa Teresinha de Liseux




Visitantes




São Jerônimo




São João da Cruz




São Gregório Magno




Santo Ambrósio




Santo Antonio de Pádua




Santa Paulina




Santo Antônio de Sant'Ana Galvão




Santo Inácio de Loyola




São Felipe Neri




Santo Afonso de Ligório




São Leão Magno




São Francisco de Sales




São Gregório Nazianzeno




Santa Teresa Dávila




Santo Hilário de Poiters




São João Crisóstomo




São Boaventura




São Basílio Magno




São João Damasceno




São Padre Pio




São João Maria Vianney




São Luís Maria Grignion de Montfort









Wagner SouzaSou casado e tenho dois filhos. Nas minhas atividades na Igreja Católica, fui coordenador da Pastoral da Crisma, da Música, Grupo de Jovens e de Grupo de Oração da RCC. Atualmente sou catequista da Crisma e blogueiro. Também ajudo na Liturgia e outros projetos na Igreja. Estudo teologia no site http://padrepauloricardo.org. Tenho me preocupado muito com os rumos do nosso povo católico nos últimos anos, por isto tomei a iniciativa de montar um blog que ajuda à todos que de alguma forma procuram um pouco de conhecimento e aprofundamento na doutrina católica. Os santos são um ótimo caminho para se chegar a virtude e ao verdadeiro conhecimento da verdade.Visualizar meu perfil completo




Blogs indicados

Há 8 horas

Há um dia

Há 2 dias

Há 2 dias

Há 5 dias

Há uma semana

Há uma semana

Há 2 meses

Há 9 meses



















Papa Francisco
"Et ego dico tibi: Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam; et portae inferi non praevalebunt adversum eam."



Nossa Senhora da Vitória do Santo Rosário
Padroeira deste Blog



Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo Metropolitano de Belo horizonte
"Ut mederer Contrits Corde (Enviou-me para curar os corações feridos – Is 61,1d)."



Modelo Watermark. Tecnologia do Blogger.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]