- HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
"Mas o Filho do Homem, quando voltar, achará, porventura, a fé sobre a terra ?
Tem algo de arriscado a oração...
E é talvez por pensarem assim, que alguns evitam rezar, não vá Deus dar-lhes, em troca, alguma coisa que eles não querem...
Na verdade, a oração cristã supõe, por parte de quem reza, uma atitude de disponibilidade que o deixa à mercê da inspiração do Espírito e, por isso mesmo, sujeito a ver comprometida a sua vida.
Em qualquer hipótese, porém, toda a oração, pelo simples facto de significar abertura duma criatura à transcendência de Deus, produz sempre a relativização da nossa existência perante o absoluto incomensurável da vida divina.
É como quem deixa a segurança dos lagos mais modestos e inofensivos, onde reconhece todos os recantos e profundidades e mergulha no oceano imenso, atraente mas desconhecido, maravilhoso mas arriscado.
Assim acontece com a oração...
E por isso, o homem contemporâneo habituado a prevenir-se contra todas as situações de insegurança sente-se tentado a evitar o risco duma oração cristã.
Quando muito admite a prática dalguns gestos religiosos mal realizados, que entrem nessa lógica da prevenção, mas que não ponham em causa os dados já adquiridos.
Mas a oração cristã é mais do que uma prática religiosa; supõe abandono à iniciativa do Espírito que pode conduzir-nos para horizontes desconhecidos e avemturas imprevistas e, porventura, de muita responsabilidade.
Porém, aqueles que a experimentam sabem que ela traz associada a si uma experiência de bem-aventurança, que compensa largamente os riscos suportados.
"Pedi, e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á" foi a palavra que Jesus disse quando ensinou a rezar o Pai Nosso, da parte de seu Pai que é também nosso.
Afinal, é Deus, que nos convida a rezar, estabelecendo-se assim uma conivência da nossa parte com o desejo divino de vir ao nosso encontro.
Na verdade, Deus acompanha-nos com paterna solicitude e, com maioria da razão, está sempre atento aos seus filhos para lhes dar "boas coisas", como fazem os pais humanos.
Temos por vezes a sensação de que as nossas súplicas não são ouvidas, e desistimos; e é por isto que o Evangelho de hoje nos aconselha a pedir com insistência, porque até o próprio Deus desperta em nós a disposição para rezar.
Deus corresponde às nossas orações concedendo-nos o dom do Espírito de acordo com a situação que apresentamos ao rezar.
Esse dom, que é doutra natureza, não entra em concorrência com os bens materiais, porque é um dom que nos constrói à imagem de Deus a partir da privação ou da abundância, da fome ou da saciedade, do sucesso ou da necessidade, pelo Amor.
A aventura da oração, será porventura um risco, mas é necessária para nos conduzir até ao plano da História da Salvação.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]