HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(177)-30º DOMINGO COMUM C
VALEMOS O QUE VALE O NOSSO AMOR!...
"Meu Deus, tende compaixão de mim,que sou pecador!"
Temos uma tendência pronunciada para discriminar e comparar...
Gostamos de ver o mundo a preto e branco, para justificar os nossos alinhamentos e as nossas reservas.
Facilmente nos anticipamos ao julgamento de Deus, absolvendo uns e condenando outros, apesar da palavra de Jesus que nos recomenda :
- "Não julgueis!"
Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus desconcerta-nos ao subverter a nossa tendência.
O fariseu, que era o modelo da sociedade judaica, é posto em confronto com alguém que representava o inimigo público número um.
Mas é este, um publicano, que cobrava impostos a favor do ocupante, e por isso suspeito de corrupção, que é apontado como tendo saído do templo "justificado".
Justificado, não por aquilo que fazia, mas pela humildade com que se apresentou diante do Senhor.
Apresentou-se despojado, sem credibilidade, sem méritos, mas com amor, o oposto do fariseu.
Por isso Deus o pôde cumular da sua "piedade" e enviá-lo "justificado", ao contrário do fariseu que estva tão cheio de si, que nele não havia espaço para a intevenção criadora de Deus, nem para a solidariedade dos demais que ele olhava com arrogância e sem amor.
Mas todos fazemos parte duma mesma humanidade, onde cada um é tocado pela virtude e pela maldade, e duma mesma Igreja que é santa e pecadora.
No seu interior formamos um corpo solidário e corresponsável ao propósito de se deixar regenerar permanentemente por Deus.
Esta parábola do fariseu e do publicano é para aqueles que se julgam justos e desprezam todos os outros .
Ainda uma vez a necessidade de se comparar, para se assegurar que se é melhor do que os outros.
Quem está seguro de si não precisa de se comparar, mas quem está seguro de si, sabe que isso é um dom.
Não nos auto-justificamos, é Outro o único que nos pode justificar.
Quem se justifica a si próprio vive na inquietação de, a todo o momento, poder ser comparado com outro muito melhor.
Quando o desprezo habita o nosso coração, ficamos fora do amor e só o amor nos pode justificar.
Desprezando os outros, colocamo-nos de parte, e ficamos fora da pátria, e da justiça, que é a caridade.
Mas amar com essa generosidade e gratuidade a que chamamos caridade, também é um dom.
A caridade é como um rio que corre do coração de Deus para o nosso e do nosso coração para o coração dos outros.
Estancar essa corrente por desprezo ou indifernça é matar o amor, e nós só valemos pelo que vale o nosso amor.
Quanto ao resto, não nos comparemos, nem façamos juízos.
Afinal, que garantias temos nós de que, tendo passado pelas mesmas experiências e pelas mesmas situações, pelos mesmos dramas e pelas mesmas vivências, seríamos melhores do que eles ?
Para justificar a todos, Cristo uniu-se aos mais pobres de amor e carecidos de justiça, e esse deve ser também o nosso caminho, por ser o mais seguro para a realização do plano da História da Salvação.
John
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]