quarta-feira, 20 de novembro de 2013

[Catolicos a Caminho] SOLENIDADE DE CRISTO-REI - C Som !

 












É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.

  • SOLENIDADE DE JESUS CRISTO REI E SENHOR DO UNIVERSO - ANO C!




(Último Domingo do Ano Litúrgico)






A Liturgia da Palavra da Solenidade de Jesus Cristo Rei e Senhor do Universo - C, apresenta-nos Cristo como Senhor da Paz e da Unidade.

Cristo é chamado a dirigir o Povo de Deus, a ser o seu condutor; a sua realeza é de origem divina e tem o primado sobre tudo porque n'Ele o Pai pôs a plenitude de todas as coisas.

Todavia, na Liturgia da Igreja, a investidura real de Cristo desenrola-se em torno da Cruz, trono improvisado do novo Messias, como consta do letreiro que lhe puseram ao cima da cabeça, na sua Cruz :

- Este é o Rei dos Judeus.

Por todas as razões, nós podemos dizer :

- Cristo é rei de reconciliação.

- Cristo é rei do perdão.

- Cristo é um rei que veio para servir.

São afirmações que ajudam a evitar as ambiguidades inerentes ao conceito de Realeza, quando não compreendido no sentido da Realeza de Cristo.

A 1ª leitura, do Livro do profeta Samuel, diz-nos que o rei David marca um período na história do povo judeu.

Conseguiu a união dos reis do Norte – tribos de Israel; e reis do Sul – tribos de Judá.

Esta unidade quebrar-se-á com a morte de Salomão, sucessor de David.

Apesar disso, continua o povo a viver de esperança.

Um Messias-Rei conseguirá, de novo, a unidade do mesmo povo.

- "Todos os anciãos de Israel foram, pois, à presença do rei, a Hebron. Lá é que o rei David concluiu uma aliança com eles, e eles sagraram David como rei de Israel".(1ª Leitura).

Cristo, o ungido do Senhor, reunirá pela aliança da cruz num só povo todas as gentes.

Esta unidade, porém, está ainda por construir.

Nem os povos vivem na paz firme e duradoira, nem tão pouco os cristãos se dão mutuamente as mãos num abraço de perdão.

Mas com fé e com tempo havemos de o conseguir como proclama o Salmo Responsorial :

- "Iremos com alegria para a casa do Senhor".

Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Colossenses, e hoje também a todos os vassalos de Cristo, que Cristo é Rei do Universo, centro de toda a Criação : Por Ele o mundo existe e é salvo; por Ele avança para a paz estável e duradoira.

- "Cristo é a imagem de Deus invisível, é o Primeiro entre todos os seres criados.(...) Tudo foi criado por Seu intermédio e para Ele. (...) Cristo é a Cabeça da Igreja, que é o Seu Corpo".(2ª Leitura).

Ao homem é concedido, por bondade de Deus, participar na obra criadora do Pai.

Esta participação é, por excelência, dada ao Filho, Jesus Cristo.

O Evangelho é de S. Lucas e diz-nos que, reconhecer Jesus, o Filho de Deus, o Rei do Universo, num homem crucificado entre dois malfeitores, é impensável.

A morte de Jesus é um aparente fracasso e simultaneamente a prova da falsidade das suas altas pretensões.

- «Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».(...) «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo». (Evangelho).

Tampouco O reconheceram Rei aqueles por quem Ele Se oferece ao Pai e voluntariamente se entrega à morte.

Pelos pecadores, tudo sofreu, a tudo Se humilhou.

Como em todas as coisas importantes na lei mosaica, é necessário que a entronização seja reconhecida por duas testemunhas.

Mas enquanto as testemunhas da investidura real da transfiguração são dois entre os principais personagens do Antigo Testamento e as testemunhas da ressurreição são também misteriosas, as duas testemunhas da entronização no Gólgota são apenas dois vulgares bandidos.

Investidura ridícula daquele que só será rei assumindo o escárneo até ao fim.

Lucas coloca a seguir a este trecho o episódio de dois ladrões, como que a indicar que, para Cristo, o modo de realizar a sua realeza sobre todos os homens, inclusive sobre os seus inimigos, é oferecendo-lhes o perdão.

Lucas é muito sensível a esta ideia em toda a narrativa da paixão, mas aqui ele chega ao máximo.

Com esse perdão, Cristo apresenta-se como o novo Adão, aquele que pode ajudar a humanidade a reintegrar o paraíso perdido pelo primeiro homem.

É preciso ainda que essa humanidade nova aceite o perdão de Deus e não se volte orgulhosamente sobre si mesma.

Cristo chega ao momento da sua vida em que poderá inaugurar uma nova humanidade, libertada das alienações do pecado; oferece ao bom ladrão o fazer parte dela, porque a sua vontade de perdoar é sem limites.

O Reino de Cristo manifesta-se sobre os convertidos.

Os termos Rei e Messias ressoam em torno da Cruz em frases zombeteiras e provocadoras.

Nesta situação, Jesus tem um gesto verdadeiramente real e assegura ao malfeitor arrependido a entrada no Reino do Pai.

Também diante dos adversários mais encarniçados, Jesus dirá palavras de perão :

- "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem".

Jesus exerce, pois, e manifesta a sua realeza não nas afirmações de um poder despótico, mas ao serviço de um perdão que busca a reconciliação.

Ele é o primogénito de toda a Criatura e, como todas as coisas foram criadas nele, "foi do agraddo de Deus reconciliar consigo todas as coisas, por meio dele, estabelecendo a paz no sangue da sua cruz".

Cristo é Rei porque, pedoando e morrendo para a remissão dos pecados, cria uma nova unidade entre os homens.

Quebrando a corrente do ódio, oferece a possibilidade de um novo futuro.

Reconhecendo que Jesus é Rei, cremos que com ele Deus manifestou plenamente que a realiuzação do homem só se pode dar pela obediência à sua vontade.

A glória da realeza manifestar-se-ia mais tarde, mas foi por ela que Ele nos garantiu a possibilidade de se poder cumprir o plano da História da Salvação.

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Diz o Catecismo da Igreja Católica :

671. – Já presente na sua Igreja, o Reino de Cristo, contudo, ainda não está acabado «em poder e glória»(Lc.21,27) pela vinda do Rei da terra. Este Reino ainda é atacado pelos poderes do mal, embora estes já fossem potencialmente vencidos pela Páscoa de Cristo. Até que tudo Lhe seja submetido, «enquanto não se estabelecem os novos céus e a nova terra, em que habita a justiça, a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores do parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus»(LG 48). Por este motivo, os cristãos oram, sobretudo na Eucaristia, para que se apresse o regresso de Cristo, dizendo-Lhe : «Vem, Senhor»(1 Cor.16,22; Ap.22,17-20).




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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]