- UM TALENTO ESCONDIDO...
- «Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença".(Lc.19,27).
A Liturgia da Palavra de hoje – 20 de Novembro – C – convida-nos ao uso digno e generoso dos nossos talentos, dos dons que Deus nos deu, necessários para alcançarmos a vida eterna, para que não sejam mal usados ou fiquem escondidos sem proveito para ninguém.
Esconder os seus talentos é não querer ver a verdade e tentar a Deus arranjando desculpas para fugir às responsabilidades.
A tentação de nos escondermos do próprio Deus tem como reverso uma outra tentação, que todos experimentamos, que é a tentação de procurar uma religião de conveniência, sem responsabilidades.
Ao esperar que Deus resolva tudo por algum toque de magia o que nós queremos é simplesmente :
* Escapar ao esforço pessoal.
* Fugir aos compromisso assumidos.
* Renunciar ao trabalho como condição de vida.
* Rejeitar qualquer empenho pessoal, porventura o sacrifício e a renúncia, que sempre nos são pedidos quando se trata de uma grande aventura, dum ideal nobre, dum projeto de vida, duma dedicação que se faz por amor.
Tudo isto é esconder os talentos que Deus livremente nos concedeu para que deles lucrássemos os seus valores.
Passamos a vida a tentar maneira de enganar os outros, a arranjar boas desculpas para nos justificarmos, se possível engenhosamente apoiados por alguma palavra isolada do Evangelho.
* Boas desculpas para nos livrarmos dos outros, quando a sua presença nos pesa (pelo aborto, a eutanásia, o abandono dos mais idosos)...
* Boas desculpas para deixar Deus para o fim (faltar à Missa, descurar a educação dos filhos, promover leis contra a dignidade humana)...
* Boas desculpas para correr atrás das honras e do dinheiro sem escrúpulos (o materialismo e a ganância que roubam o tempo que devia ser dedicado à família)...
* Boas desculpas para fugir às exigências de um amor em ruína (amor livre com pornografia e adultério)...
E tudo isto não é mais do que impunemente esconder talentos que são dons de Deus e que assim não podem render e causam os maiores insucessos na vida de cada um, nas famílias e em toda a sociedade.
Isto está bem claro na sociedade dos nossos dias, com a ridícula desculpa de protecção às minorias, com a legalização de assassínios em massa e com a desculpa de proteger e beneficiar uma sociedade que também pretende esconder talentos em troca de :
* Uma vida aparentemente mais fácil.
* De uma religião de conveniência com exclusão de compromissos.
* De uma fuga cega às próprias responsabilidades.
Tudo isto é pura e simplesmente tentar escondermo-nos de Deus, esconder os talentos que Deus nos deu para benefício de toda a nossa vida e da nossa sociedade.
Quem assim procede comodamente, encontra a resposta no Evangelho de hoje, de uma parábola muito actual e muito dura, e ficará certamente fora do Plano da História da Salvação.
John
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]