ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 10 de Novembro de 2013
Papa Francisco
Ele é o Deus de cada um de nós!
Palavras do Papa Francisco durante o Angelus
Rezemos pelas crianças e jovens que recebem de seus pais pão sujo
Na missa em Santa Marta, o Papa denuncia o perigo do mundanismo e reza pelos jovens que recebem de seus pais bens provenientes de subornos e corrupção, mas estão famintos "de dignidade"
A alegria e a "fraqueza" de Deus para com os pecadores reencontrados
Na homilia em Santa Marta, Papa Francisco recorda a solicitude do Bom Pastor para com a ovelha perdida que triunfa sobre a "murmuração hipócrita" dos homens
Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira
Fala sobre a comunhão dos santos. Para viver a vocação cristã: sacramentos, carisma e caridade
Sacramentos, carismas e caridade são os bens espirituais da comunhão dos santos
No final da Audiência Geral, o Papa Francisco rezou uma Ave-Maria juntamente com os peregrinos por uma criança gravemente doente
Papa Francisco: "A Igreja não é a Igreja somente para as pessoas boas"
Homilia desta manhã na Missa celebrada pelo Papa Francisco na Casa de Santa Marta
Mensagem do papa ao coral ortodoxo de Moscou, que se apresentou em Roma
Basílica de Santa Maria Maior: cardeal Sandri leu a mensagem do pontífice
Santa Sé
Papa Francisco encontrará Wladimir Putin em 25 de novembro
O Papa havia enviado uma carta ao presidente da Rússia, por ocasião do G20 em São Petersburgo, em que invocava uma solução pacífica para a Síria e uma aproximação "humana" para a crise econômica mundial
Assinado acordo entre a Santa Sé e o Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país Africano
O acordo afirma o valor social da cooperação entre os dois países para a promoção da dignidade da pessoa humana e para a edificação de uma sociedade justa e pacífica
As Bem-aventuranças: Papa escolhe temas para as próximas JMJ
Versículos do capítulo 5 do Evangelho de Mateus marcarão as etapas do itinerário de preparação espiritual que durante três anos conduzirá à celebração internacional de Cracóvia, em julho de 2016
O papa convida Capriles a promover o diálogo na Venezuela
O líder da oposição venezuelana denuncia um clima de confronto, a existência de presos políticos, uma situação económica difícil e o medo que quer condicionar o resultado do voto nas eleições de dezembro
Pregação Sagrada
Como melhorar nossa pregação sagrada
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Como avaliar um orador e pregador
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Igreja e Religião
Contínua conversão a Cristo
Em mensagem aos bispos franceses reunidos em plenária a Lourdes, o Papa exorta a realizar com credibilidade com a missão evangelizadora e a cuidar da formação dos futuros sacerdotes
Não há amor verdadeiro se não se anuncia Cristo
Cardeal Bagnasco incentiva a evangelização e lança alerta contra as "tentativas proselitistas"
Sessenta bispos participam do Curso de comunicação no Nordeste Brasileiro
Curso conta com a participação de Dom Claudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações e do Pe. Antonio Spadaro, SJ, Diretor da revista "Civilta Cattolica"
Quando falamos de cultura, falamos de Deus e as distâncias diminuem
Entrevista com o diretor do Coral Sinodal de Moscou, que cantou em Roma junto com o Coral da Capela Pontifícia Sistina
Sínodo da família: 38 perguntas para os bispos do mundo
Consulta para entender os principais desafios pastorais a serem enfrentados no próximo sínodo extraordinário
Cultura e Sociedade
Meio ambiente desafia
A natureza é generosa, mas não consegue acompanhar a dinâmica que produz o ilimitado desejo de lucrar
De engenheiro informático a religioso marianista (Parte I)
Como o padre e blogueiro Daniel Pajuelo passa os dias entre o altar e as redes sociais
Pequeninos do Senhor
Jerusalém e o desafio de evangelizar
Coluna de orientação catequética
Comunicar a fé hoje
Cardeal Dom Falcão: "A arquidiocese de Brasília tem o privilégio de ter uma Faculdade de Teologia para Leigos"
Entrevista com o cardeal brasileiro Dom José Freire Falcão. As inscrições da FATEO estão abertas até o dia 12 de novembro.
Brasil: Bispos participam de curso de comunicação sobre a era digital
Entre os presentes estão o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli
Familia e Vida
Mãe de futuro bispo ouviu de médico durante a gravidez: Seu filho vai ser um monstro
Ele sugeriu o aborto. Ela respondeu: É meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar
Mundo
1.000 dias para o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Em celebração a este dia, a Arquidiocese do Rio celebra missa, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta
"Profunda dor" na Ordem de São Camilo pela prisão do Superior
Padre Renato Salvatore foi preso ontem, juntamente com outras cinco pessoas, acusado de ter sequestrado dois irmãos que impediriam sua reeleição como Superior Geral
Uma resposta americana à confusão de valores
O primado da vida e da liberdade: responsabilidade e participação criativa
Entrevistas
De engenheiro informático a religioso marianista (Parte II)
Como o padre e blogueiro Daniel Pajuelo passa os dias entre o altar e as redes sociais
Estados Unidos: é fundamental viver a fé também fora das igrejas
Entrevista com o padre palotino Frank Donio, diretor do Centro do Apostolado Católico em Washington
Poucos são aqueles que sabem o que é a objeção de consciência
Entrevista ao autor do livro "Obedecer antes a Deus que aos homens", Vanderlei de Lima
Espiritualidade
Creio na ressurreição da carne
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará, reflete sobre a fé
Análise
Eutanásia: uma definição em três pontos
Glossário de Bioética: a "doce morte" acabou significando também "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo"; uma "morte rápida", porém, não é sinônimo de "morte digna".
Flash
Para que produzais muitos frutos: Congresso Nacional da Fraternidade
Comunidade Canção Nova promove evento de 08 a 10 de Novembro
Documentação
Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização
Texto completo do Documento preparatório para a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que será realizada de 5 a 19 de Outubro de 2014.
Papa Francisco
Ele é o Deus de cada um de nós!
Palavras do Papa Francisco durante o Angelus
ROMA, 10 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir as palavras do Papa pronunciadas aos fieis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, hoje às 12hs durante a tradicional oração do Angelus.
***
Caros irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo nos apresenta Jesus com os saduceus, que negavam a ressurreição. E é justamente sobre este tema que eles fazem uma pergunta a Jesus, para coloca-lo em dificuldade e ridicularizar a fé na ressurreição dos mortos. Partem de um caso imaginário: "Uma mulher teve sete maridos, mortos um depois do outro", e perguntam a Jesus: "De quem será esposa esta mulher depois da sua morte?". Jesus, sempre humilde e paciente, primeiramente responde que a vida depois da morte não tem os mesmos parâmetros daquela terrena. A vida eterna é uma outra vida, em uma outra dimensão onde, entre outras coisas, não existirá mais o matrimônio, que está ligado à nossa existência neste mundo. Os ressuscitados – disse Jesus – serão como os anjos, e viverão em um estado diferente, que agora não podemos experimentar e nem sequer imaginar. E assim explica Jesus.
Mas, depois, Jesus, por assim dizer, passa ao contra ataque. E o faz citando a Sagrada Escritura, com uma simplicidade e uma originalidade que nos deixam cheios de admiração pelo nosso Mestre, o único Mestre! A prova da ressurreição, Jesus a encontra no episódio de Moisés e da sarça ardente (cf. Ex 3, 1-6), lá onde Deus se revela como o Deus de Abrão, de Isaque e de Jacó. O nome de Deus está ligado aos nomes dos homens e das mulheres com os quais Ele se liga, e esta ligação é mais forte do que a morte. E nós podemos falar também da relação de Deus conosco, com cada um de nós: Ele é o nosso Deus! Ele é o Deus de cada um de nós! Como se Ele tivesse o nosso nome. Ele gosta de dizer, e esta é a aliança. Eis porque Jesus afirma: "Deus não é dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem por ele" (Lc 20, 38). E esta é a ligação decisiva, a aliança fundamental, a aliança com Jesus: Ele mesmo é a Aliança, Ele mesmo é a Vida e a Ressurreição, porque com o seu amor crucificado venceu a morte. Em Jesus Deus nos dá a vida eterna, a dá a todos, e todos, graças a Ele têm a esperança de uma vida ainda mais verdadeira do que esta. A vida que Deus nos prepara não é um simples embelezamento desta atual: essa supera a nossa imaginação, porque Deus nos surpreende continuamente com o seu amor e com a sua misericórdia.
Portanto, o que acontecerá é justamente o contrário do que esperavam os fariseus. Não é esta vida que é referência para a vida eterna, para a outra vida, aquela que nos espera, mas é a eternidade – aquela vida – que ilumina e dá esperança à vida eterna de cada um de nós! Se olhamos somente com olhos humanos, somos levados a dizer que o caminho do homem vai da vida à morte. Isso se vê! Mas somente é assim se o olhamos com olhos humanos. Jesus muda esta perspectiva e afirma que a nossa peregrinação vai da morte à vida: a vida plena! Nós estamos em caminho, em peregrinação em direção à vida plena, e aquela vida plena é aquela que nos ilumina no nosso caminho! Portanto, a morte está atrás, nas costas, não diante de nós. Diante de nós está o Deus dos vivos, o Deus da aliança, o Deus que traz o meu nome, o nosso nome, como Ele disse: "eu sou o Deus com o meu nome, com o teu nome, com o teu nome..., com o nosso nome. Deus dos vivos!... Eis a derrota definitiva do pecado e da morte, o começo de um novo tempo de alegria e de luz sem fim. Mas já nessa terra, na oração, nos Sacramentos, na fraternidade, nós encontramos Jesus e o seu amor, e assim podemos degustar algo da vida ressuscitada. A experiência que fazemos do seu amor e da sua fidelidade acende como um fogo no nosso coração e aumenta a nossa fé na ressurreição. De fato, se Deus é fiel e ama, não pode sê-lo por tempo limitado: a fidelidade é eterna, não pode mudar. O amor de Deus é eterno, não pode mudar! Não é ao mesmo tempo limitado: é para sempre! É para seguir adianta! Ele é fiel para sempre e Ele nos espera, cada um de nós, acompanha a cada um de nós com esta fidelidade eterna.
(Tradução Thácio Siqueira)
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Rezemos pelas crianças e jovens que recebem de seus pais pão sujo
Na missa em Santa Marta, o Papa denuncia o perigo do mundanismo e reza pelos jovens que recebem de seus pais bens provenientes de subornos e corrupção, mas estão famintos "de dignidade"
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Junto com misericórdia, nos lábios do Papa Francisco há sempre uma outra palavra: mundanismo. O Papa continua sua incansável denúncia dos perigos de viver conforme "os valores do mundo", com um estilo de vida "que é tão agradável ao diabo". Também hoje, na missa em Santa Marta, reiterou: "O mundanismo é o inimigo". E a partir do Evangelho de hoje sobre a parábola do administrador desonesto, ressaltou que por causa deste espírito do mundo, a alma humana está contaminada ao ponto dos pais transmitirem aos filhos "sujeira" e "corrupção", em vez de fazer o bem.
Foi para eles o pensamento do Santo Padre: jovens cheios de presentes caros, que frequentam ambientes sofisticados, sem saber que isto é resultado de suborno e práticas desonestas. Recebem continuamente esse "pão sujo" -disse o Papa- esses meninos e meninas "têm fome", fome de dignidade, pois – destacou– "o trabalho desonesto tira a dignidade".
Tudo isso, de acordo com Francisco, mostra "como atua o mundanismo e como é perigoso". É por isso que Jesus "orava ao Pai para que seus discípulos não caíssem no mundanismo". Mesmo o administrador do Evangelho de hoje, é nada mais do que uma vítima do encanto deste espírito corrupto do mundo.
Alguém - disse o Papa – poderia questionar: "Mas este homem fez o que todo mundo faz!". Nem todos, destacou o Papa: "Alguns diretores, administradores de empresa, gestores públicos, alguns administradores do governo...". No final, "nem são tantos". Muitos são aqueles que, por vezes, deixam poluir a alma e o coração pela "atitude do caminho mais curto, mais cômodo para ganhar-se a vida".
Francisco, em seguida, retornou à parábola de hoje, e lembrou que o patrão elogiou o administrador desonesto, por sua astúcia. "Ha sim, este é um louvor 'às luvas'!" - observou- notando que "o hábito das 'luvas' é um hábito mundano e altamente pecaminoso". Isso -continuou ele- "não é de Deus", porque "Deus nos mandou trazer o pão para casa com o nosso trabalho honesto".
Mesmo o administrador do Evangelho, representante de muitos administradores mencionados acima, trouxe para casa o pão. Um pão sujo! "E os seus filhos - disse o Papa - talvez educados em colégios caros, talvez criados em ambientes cultos, receberam dos pais comida suja, porque seus pais, trazendo pão sujo para casa, perderam sua dignidade!".
Suborno e corrupção são "pecados graves"- disse Bergoglio-. Mas isso, na consciência geral, é conhecido. O que se subestima é que esses pecados são "como drogas", porque - disse o Papa – "talvez comece com um pequeno suborno", e isso cria uma dependência que leva ao abuso e à morte... da dignidade e da alma...
Paralelamente a esta "astúcia mundana", existe uma "astúcia cristã", vivendo honestamente. O próprio Cristo -disse o Santo Padre- nos exorta asermos "astutos como as serpentes mas simples como as pombas". "Colocar junto estas duas dimensões éuma graçado Espirito Santo",que bem como todas as graças,é um "dom que devemos pedir ao Senhor".
O Papa, no final da homilia, dirigiu uma oração profunda a Deus pelas "crianças e jovens que recebem de seus pais pão sujo" e, portanto, estão "famintos de dignidade".
O risco -disse o Bispo de Roma- é acabar como aquele homem do Evangelho de Lucas "que tinha tantos celeiros, tantos silos cheios e não sabia o que fazer"; a quem o Senhor na mesma noite pede a vida. Estas pobres pessoas que perderam a dignidade na prática de subornos -concluiu o Papa- não levam consigo o dinheiro que ganham, mas a falta de dignidade! Rezemos por elas".
(Trad.:MEM)
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A alegria e a "fraqueza" de Deus para com os pecadores reencontrados
Na homilia em Santa Marta, Papa Francisco recorda a solicitude do Bom Pastor para com a ovelha perdida que triunfa sobre a "murmuração hipócrita" dos homens
Por Luca Marcolivio
ROMA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Jesus, os fariseus e os publicanos, o pecado e a hipocrisia, a ovelha perdida. Esta manhã, durante a homilia na Santa Marta, Papa Francisco voltou com uma das 'chaves de leitura' de sua pregação: a misericórdia de Deus que triunfa sobre o mal e a mesquinhez dos homens.
O Evangelho de hoje (cf. Lc 15,1-10), explicou o Papa, mostra o espanto dos escribas e fariseus em relação a Jesus, percebido como uma "ameaça" por sua proximidade com os pecadores e que, por essa razão, "ofende a Deus" e "contamina o ministério do profeta".
Mas Jesus tacha a "música da hipocrisia" de seus adversários e a "murmuração hipócrita" deles, e responde com uma "alegre parábola" em que destaca a "alegria de Deus" diante da ação de seu Filho que perdoa os pecadores.
De fato, Deus "não gosta de perder", então, vai em busca "daqueles que estão longe dEle. Como o pastor que vai em busca da ovelha perdida". Seu "trabalho" é buscar qualquer criatura e "convidar para a festa de todos, bons e maus".
Deus não quer perder nenhum dos seus, assim como Jesus revela na oração da Quinta-feira Santa: "Pai, que não se perda nenhum daqueles que tu me deste".
Em sua busca pelos homens, Deus " tem uma certa fraqueza de amor para com aqueles que estão mais distantes, que estão perdidos", disse o Papa. Esta busca não para, como o pastor do Evangelho de hoje, que procura incansavelmente sua ovelha ou como a mulher da parábola " que quando perde uma moeda acende a luz, varre a casa e procura cuidadosamente".
O reencontro da ovelha perdida, no entanto, não diz respeito apenas a ela e ao pastor, mas deve envolver as noventa e nove restantes que permaneceram no campo, e ninguém lhe pode dizer mas "tu és uma de nós" para que volte a ganhar a "dignidade". Sem distinção, "Deus coloca tudo nos seus lugares" e ao fazê-lo "se alegra" sempre.
"A alegria de Deus não é a morte do pecador, mas a sua vida", acrescentou o Santo Padre, destacando o comportamento daqueles que "murmuravam contra Jesus": pessoas "distantes do coração de Deus", que "não o conheciam", que identificavam o ser religioso pela boa educação. Esta atitude, no entanto, não tem nada a ver com a fé, mas apenas com a "hipocrisia de murmurar".
A alegria de Deus é "aquela do amor" que vai infinitamente além de nossa vergonha, e do nosso senso de indignidade. Se um homem diz: "Eu sou um pecador ", a resposta de Deus será sempre: "Eu te amo do mesmo jeito e eu vou encontrá-lo e levá-lo para casa".
(Trad.:MEM)
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Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira
Fala sobre a comunhão dos santos. Para viver a vocação cristã: sacramentos, carisma e caridade
Por Redacao
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Quarta-feira passada falei da comunhão dos santos, entendida como comunhão entre as pessoas santas, isso é, entre nós crentes. Hoje gostaria de aprofundar outro aspecto desta realidade: vocês se lembram de que eram dois aspectos: um a comunhão, a unidade entre nós, e o outro aspecto a comunhão nas coisas santas, nos bens espirituais. Os dois aspectos estão intimamente ligados entre si, de fato, a comunhão entre os cristãos cresce mediante a participação nos bens espirituais. Em particular, consideremos: os Sacramentos, os carismas e a caridade (cfr Catecismo da Igreja Católica nn 949-953). Nós crescemos em unidade, em comunhão, com: os Sacramentos, os carismas que cada um tem do Espírito Santo e com a caridade.
Antes de tudo, a comunhão aos sacramentos. Os sacramentos exprimem e realizam uma efetiva e profunda comunhão entre nós, porque neles encontramos Cristo Salvador e, através Dele, os nossos irmãos na fé. Os sacramentos não são aparência, não são ritos, mas são a força de Cristo; é Jesus Cristo presente nos sacramentos. Quando celebramos a Eucaristia é Jesus vivo, que nos une, que nos faz comunidade, que nos faz adorar o Pai. Cada um de nós, de fato, mediante o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia foi incorporado a Cristo e unido a toda a comunidade dos crentes. Portanto, se por um lado é a Igreja que "faz" os sacramentos, por outro são os sacramentos que "fazem" a Igreja, edificam-na, gerando novos filhos, agregando-os ao povo santo de Deus, consolidando a sua pertença.
Todo encontro com Cristo, que nos sacramentos nos dá a salvação, convida-nos a "ir" e comunicar aos outros uma salvação que pudemos ver, tocar, encontrar, acolher, e que é realmente credível porque é amor. Deste modo, os sacramentos nos impelem a ser missionários, e o empenho apostólico de levar o Evangelho a todo ambiente, mesmo naqueles mais hostis, constitui o fruto mais autêntico de uma assídua vida sacramental, enquanto é participação na iniciativa salvífica de Deus, que quer dar a todos a salvação. A graça dos sacramentos alimenta em nós uma fé forte e alegre, uma fé que sabe admirar as "maravilhas" de Deus e sabe resistir aos ídolos do mundo. Por isto é importante comungar, é importante que as crianças sejam batizadas cedo, que sejam crismadas, porque os sacramentos são a presença de Jesus Cristo em nós, uma presença que nos ajuda. É importante, quando nos sentimos pecadores, aproximar-nos do sacramento da Reconciliação. Alguém poderá dizer: "Mas tenho medo, porque o padre vai me repreender". Não, não vai te repreender, você sabe quem você vai encontrar no sacramento da Reconciliação? Encontrarás Jesus que te perdoa! É Jesus que nos espera ali; e este é um sacramento que faz crescer toda a Igreja.
Um segundo aspecto da comunhão nas coisas santas é aquele da comunhão dos carismas. O Espírito Santo distribui entre os fiéis uma infinidade de dons e de graças espirituais; esta riqueza, digamos, "fantasiosa" dos dons do Espírito Santo é destinada à edificação da Igreja. Os carismas – palavra um pouco difícil – são os presentes que nos dá o Espírito Santo, habilidades, possibilidades… Presentes dados não para que fiquem escondidos, mas para comunicar aos outros. Não são dados em benefício de quem os recebe, mas para a utilidade do povo de Deus. Se um carisma, em vez disso, um presente desses serve para afirmar a sim mesmo, deve-se duvidar que se trate de um autêntico carisma ou que seja fielmente vivido. Os carismas são graças particulares, dadas a alguns para fazer bem a tantos outros. São atitudes, inspirações e estímulos interiores que nascem na consciência e na experiência de determinadas pessoas, as quais são chamadas a colocá-los a serviço da comunidade. Em particular, esses dons espirituais beneficiam a santidade da Igreja e da sua missão. Todos somos chamados a respeitá-los em nós e nos outros, a acolhê-los como estímulos úteis para uma presença e uma obra fecunda da Igreja. São Paulo advertia: "Não extingais o Espírito" (1 Ts 5, 19). Não extingamos o Espírito que nos dá estes presentes, estas habilidades, estas virtudes tão belas que fazem a Igreja crescer.
Qual é o nosso comportamento diante destes dons do Espírito Santo? Somos conscientes de que o Espírito de Deus é livre para dá-los a quem quer? Nós os consideramos como uma ajuda espiritual, através do qual o Senhor apoia a nossa fé e reforça a nossa missão no mundo?
E chegamos ao terceiro aspecto da comunhão nas coisas santas, isso é, a comunhão da caridade, a unidade entre nós que faz a caridade, o amor. Os pagãos, observando os primeiros cristãos, diziam: mas, como se amam, como se querem bem! Não se odeiam, não falam uns contra os outros. Esta é a caridade, o amor de Deus que o Espírito Santo nos coloca no coração. Os carismas são importantes na vida da comunidade cristã, mas são sempre meios para crescer na caridade, no amor, que São Paulo coloca acima dos carismas (cfr 1 Cor 13, 1-13). Sem o amor, na verdade, mesmo os dons mais extraordinários são vãos; este homem cura o povo, tem esta qualidade, esta outra virtude… mas tem amor e caridade no seu coração? Se tem, tudo bem, mas se não tem, não serve à Igreja. Sem o amor todos estes dons e carismas não servem à Igreja, porque onde não há o amor há um vazio que vem preenchido pelo egoísmo. E me pergunto: se todos somos egoístas, podemos viver em comunhão e em paz? Não se pode, por isto é necessário o amor que nos une. O menor dos gestos de amor tem efeito bom para todos! Portanto, viver a unidade na Igreja e a comunhão da caridade significa não buscar o próprio interesse, mas partilhar os sofrimentos e as alegrias dos irmãos (cfr 1 Cor 12, 26), prontos a levar os fardos daqueles mais frágeis e necessitados. Esta solidariedade fraterna não é uma figura retórica, um modo de dizer, mas é parte integrante da comunhão entre os cristãos. Se a vivemos, nós somos no mundo sinal, "sacramento" do amor de Deus. Somos uns pelos outros e somos por todos! Não se trata somente daquela caridade pequena que podemos oferecer ao outro, trata-se de algo mais profundo: é uma comunhão que nos torna capazes de entrar na alegria e na dor dos outros para fazê-las nossas sinceramente.
E muitas vezes somos tão secos, indiferentes, distantes e em vez de transmitir fraternidade, transmitimos mal humor, frieza, egoísmo. E com mal humor, frieza, egoísmo não se pode fazer crescer a Igreja; a Igreja cresce somente com amor que vem do Espírito Santo. O Senhor nos convida a abrir-nos à comunhão com Ele, nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para viver de maneira digna da nossa vocação cristã!
E agora me permito pedir a vocês um ato de caridade: fiquem tranquilos que não se fará coleta! Antes de vir aqui na praça fui encontrar uma menina de um ano e meio com uma doença gravíssima. Seu pai e sua mãe rezam e pedem ao Senhor a saúde desta bela criança. Chama-se Noemi. Sorria, pobrezinha! Façamos um ato de amor. Não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, é uma cristã. Façamos um ato de amor por ela e em silêncio peçamos que o Senhor a ajude neste momento e lhe dê saúde. Em silêncio um momento e depois rezemos a Ave Maria. E agora todos juntos rezemos à Nossa Senhora pela saúde de Noemi. Ave Maria… Obrigado por este ato de caridade.
(Tradução Canção Nova/Jéssica Marçal)
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Sacramentos, carismas e caridade são os bens espirituais da comunhão dos santos
No final da Audiência Geral, o Papa Francisco rezou uma Ave-Maria juntamente com os peregrinos por uma criança gravemente doente
Por Luca Marcolivio
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Depois de uma semana, o papa Francisco voltou a dedicar a catequese da Audiência Geral à realidade da comunhão dos santos, focando dessa vez nas "coisas santas" e nos "bens espirituais". A referência do Papa foi em primeiro lugar aos "sacramentos", aos "carismas" e à "caridade".
No que diz respeito aos Sacramentos, o Papa explicou como eles "expressam e realizam uma efetiva e profunda comunhão entre nós", permitindo o encontro com Cristo Salvador e, "por meio Dele", com "os nossos irmãos na fé".
Os sacramentos não são "aparências", nem "ritos", mas são a "força de Cristo" que está presente neles. "Quando celebramos a Eucaristia é Jesus vivo, que nos reúne, nos faz comunidade, nos faz adorar o Pai", disse Francisco.
São os sacramentos, portanto, que "fazem" a Igreja, gerando assim "novos filhos, agregando-os ao povo santo de Deus, consolidando a sua pertença".
Os Sacramentos, além do mais, são o modo pelo qual Cristo "nos dá a salvação" e nos convida a transmiti-la aos nossos irmãos: em outras palavras, nos convida a ser "missionários" e a "levar o Evangelho a todo ambiente, também àqueles mais hostis".
Com a graça dos Sacramentos, se alimenta em nós "uma fé forte e alegre" que sabe "admirar-se das maravilhas de Deus e sabe resistir aos ídolos do mundo", acrescentou o Papa Francisco.
Por esta razão, sublinhou, é importante "comungar" e garantir que "as crianças sejam batizadas logo" e "crismadas", para que vivam a presença benéfica de Jesus Cristo nelas.
Também o sacramento da reconciliação é importante e faz "crescer toda a Igreja": embora alguém possa ter medo de que o sacerdote o "golpeará", este medo deve ser superado com o pensamento de que na realidade, a confissão é o encontro com Jesus que "te perdoa" e que "te espera ali".
O segundo componente das "coisas santas" , ou seja a comunhão dos carismas, é um dom do Espírito Santo, finalizado à "edificação da Igreja".
Os carismas não existem para "benefício de quem os recebe", nem sequer servem para "afirmar a si mesmos" mas são finalizados à "utilidade do povo de Deus". Trata-se de "atitudes", "inspirações" e "impulsos interiores" que têm origem "na consciência e na experiência de determinadas pessoas" que os colocam ao serviço da comunidade" e "em benefício da santidade da Igreja e da sua missão".
O Papa também exortou: "Não extingamos o Espírito que nos dá esses dons, estas habilidades, essas virtudes tão bonitas que fazem crescer a Igreja".
O terceiro aspecto da comunhão às coisas santas é a comunhão na caridade, que os pagãos já notaram nos primeiros cristãos, dizendo: "mas como eles se amam, como eles se querem bem! Não se odeiam, não falam mal uns dos outros". Também a caridade é um dom do Espírito Santo, destacou Francisco.
Sem a caridade e sem o amor "todos estes dons e carismas não servem à Igreja, porque onde não há amor, há o vazio que é preenchido pelo egoísmo", continuou o Pontífice, lembrando que também "o menor dos nossos gestos de amor tem efeitos bons para com todos".
A "solidariedade fraterna" não é uma "figura retórica", mas é "parte integrante da comunhão entre os cristãos": vivendo-a, nos tornamos "sinais" e "sacramento" do amor de Deus no mundo. Essa não é uma simples "caridade mesquinha", mas "algo mais profundo" ou seja "uma comunhão que nos permite entrar na alegria e na dor dos outros para fazê-los nossos sinceramente."
Infelizmente, os cristãos são muitas vezes "indiferentes , individuais e em vez de transmitir fraternidade", transmitem "mau humor, frieza, egoísmo": com esses sentimentos "não é possível fazer crescer a Igreja", é necessário "o amor que vem do Espírito Santo".
Papa Francisco até mesmo propôs que se traduza em ações concretas, a caridade apenas pregada. "Antes de vir à praça – disse – encontrei-me com uma menina de um ano e meio com uma gravíssima doença. Seu pai e sua mãe rezam, e pedem ao Senhor a saúde desta bela menina. Se chama Noemi. A pobrezinha sorria!"
O Santo Padre pediu aos fiéis para fazer um "ato de amor" e orar pela pequena Naomi. "Nós não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, é uma cristã", disse o Pontífice antes de concluir com uma Ave Maria, recitada pela saúde de Noemi juntamente com todos os peregrinos presentes na praça de São Pedro.
Tradução Thácio Siqueira
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Papa Francisco: "A Igreja não é a Igreja somente para as pessoas boas"
Homilia desta manhã na Missa celebrada pelo Papa Francisco na Casa de Santa Marta
Por Redacao
ROMA, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A essência do cristianismo é um convite para a festa. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã, na Casa Santa Marta. O Papa reiterou que a Igreja "não é somente para as pessoas boas", o convite a fazer parte dela é para todos. E acrescentou, que na festa do Senhor, "participa-se plenamente" e com todos, não se pode fazer seleção. "Que os cristãos – advertiu – não se contentem em estar na lista de convidados", pois seria "como estar fora da festa".
"As leituras do dia – disse o Papa no início da homilia – nos mostram a carta de identidade do cristão", sublinhando a seguir que "antes de tudo, a essência cristã é um convite: somente nos tornamos cristãos se somos convidados". Trata-se, portanto, de "um convite gratuito" para participar, "que vem de Deus". Para entrar nesta festa, "não se pode pagar: ou és convidado ou não podes entrar". Se "na nossa consciência não temos esta certeza de sermos convidados", então "não entendemos o que é um cristão":
"Um cristão é alguém que é convidado. Convidado para que? Para um negócio? Convidado para fazer um passeio? O Senhor quer nos dizer algo a mais: 'Tu és convidado para a festa!'. O cristão é aquele que é convidado à festa, à alegria, à alegria de ser salvo, à alegria de ser redimido, à alegria de participar da vida com Jesus. Isto é uma alegria! Tu és convidado para a festa! Se entende, uma festa é um encontro de pessoas que falam, riem, festejam, são felizes. Mas é um encontro de pessoas. Entre as pessoas normais, mentalmente normais, nunca vi alguém que faça festa sozinho, não é mesmo? Isto seria um pouco aborrecido! Abrir a garrafa de vinho... Isto não é uma festa, é uma outra coisa. Festeja-se com os outros, festeja-se em família, festeja-se com os amigos, festeja-se com as pessoas que são convidadas, como fui convidado. Para ser cristão é necessário uma pertença e se pertence a este Corpo, a esta gente que foi convidada para a festa: esta é a pertença cristã".
Referindo-se à Carta aos Romanos, o Papa afirmou que esta festa é "uma festa de unidade". E evidenciou que todos são convidados, "bons e maus". E os primeiros a serem chamados são os marginalizados:
"A Igreja não é a Igreja somente para as pessoas boas. Quem pertence à Igreja, a esta festa? Os pecadores, todos nós pecadores somos convidados. E aqui o que se faz? Se faz uma comunidade que tem dons diversos: um tem o dom da profecia, o outro o ministério, um é professor... Todos têm uma qualidade, uma virtude. Mas a festa se faz levando isto que tenho em comum com todos...à festa se participa, se participa plenamente. Não se pode entender a essência cristã sem esta participação. É uma participação de todos nós. 'Eu vou à festa mas vou ficar apenas na primeira sala, porque eu tenho que estar somente com três ou quatro que eu conheço e os outros ...". Isso não se pode fazer na Igreja! Ou tu entras com todos ou você fica de fora! Você não pode fazer uma seleção, a Igreja é para todos, começando por estes que eu falei, os mais marginalizados. É a Igreja de todos! "
É a "Igreja dos convidados" – acrescentou: "Ser convidado, ser participante de uma comunidade com todos". Mas – observou o Papa – na parábola narrada por Jesus lemos que os convidados, um após outro, começam a encontrar desculpas para não ir à festa: "Não aceitam o convite! Dizem sim, mas fazem não". Estes "são os cristãos que somente se contentam em estar na lista dos convidados: cristãos elencados". Mas – advertiu Francisco – isto "não é o suficiente" porque se não se entra na festa não se é cristão. "Tu estarás na lista, mas isto não serve para a tua salvação! Esta é a Igreja: entrar na Igreja é uma graça; entrar na Igreja é um convite". "E este direito não se pode comprar", advertiu.
"Entrar na Igreja – reiterou - é fazer comunidade, comunidade da Igreja; entrar na Igreja é participar com tudo o que nós temos de virtudes, das qualidades que o Senhor nos deu, no serviço de uns pelos outros. E ainda: "Entrar na Igreja significa estar disponível àquilo que o Senhor Jesus nos pede". "Entrar na Igreja é fazer parte deste Povo de Deus, que caminha para a Eternidade". "Ninguém é protagonista na Igreja – observou - mas temos um protagonista que fez tudo. Deus é o protagonista!". Todos nós O seguimos e quem não O segue, é alguém que se desculpa" e não vai à festa:
"O Senhor é muito generoso. O Senhor abre todas as portas e também entende aquele que Lhe diz: 'Não, Senhor, não quero ir contigo!'. Entende e o espera, porque é misericordioso. Mas ao Senhor não agrada aquele homem que diz 'sim' e faz 'não'; que finge agradecer-lhe por tantas coisas bonitas, mas em verdade segue seu próprio caminho; que tem boas maneiras, mas faz a própria vontade e não a do Senhor: estes que sempre se desculpam, que não conhecem a alegria, que não experimentam a alegria do pertencer. Peçamos ao Senhor esta graça: de entender bem quão belo é ser convidado para a festa, quão belo é estar com todos e partilhar com todos as próprias qualidades, quão belo é estar com Ele e que ruim é jogar entre o "sim" e o "não", de dizer "sim" mas contentar-me somente em fazer parte da lista dos cristãos".
(Fonte: Red.Rádio Vaticano/ Red.ZENIT T.S.)
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Mensagem do papa ao coral ortodoxo de Moscou, que se apresentou em Roma
Basílica de Santa Maria Maior: cardeal Sandri leu a mensagem do pontífice
CIDADE DO VATICANO, 04 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Dentro da programação do terceiro concerto do XII Festival Internacional de Música e Arte Sacra, que se realiza em Roma até o dia 10 de novembro, o último domingo foi dedicado ao canto polifônico. O Coral da Capela Pontifícia Sistina apresentou a harmonia da música latina, enquanto o Coral Sinodal do Patriarcado de Moscou trouxe ao público as valiosas tradições da música sacra russa.
No início do concerto, realizado na basílica de Santa Maria Maior, o cardeal Sandri declarou: "Vim a pedido da Secretaria de Estado de Sua Santidade para representar a Santa Sé neste concerto. Aceitei com grande prazer e estou muito honrado em ler esta mensagem, que o papa Francisco me confiou nesta ocasião".
Eis a mensagem do santo padre:
"Viver um momento de elevação espiritual na basílica de Santa Maria Maior através da arte musical da Igreja latina e da Igreja ortodoxa russa é uma experiência interessante e profunda. Esta basílica nasceu, de fato, para celebrar no ocidente o Concílio Ecumênico de Éfeso, que reconheceu Maria como Theotókos, Mãe de Deus. Esta basílica une duas tradições eclesiais que se reconhecem na mesma fé, enriquecendo-a com a sua diversidade cultural.
Avaliando a história do cristianismo na sua dimensão milenar, podemos observar que o que foi separado por acontecimentos históricos, impostos pelos diversos modos de se entender a revelação, manteve, no entanto, uma profunda unidade na arte. Hoje, esta unidade artística pode encontrar, constantemente, pontos de encontro fecundos, na inteligente observação, estudo e reflexão das fontes comuns. Isto significa verdadeira e mútua compreensão, respeito e enriquecimento para todos.
Na Igreja, a arte em todas as suas formas não existe somente com a finalidade de uma simples fruição estética, mas existe para que, através dela, em cada momento histórico e em cada cultura, a Igreja seja intérprete da revelação para o povo de Deus. A arte existe na Igreja fundamentalmente para evangelizar e é nesta perspectiva que podemos dizer com Dostoievski: 'A beleza salvará o mundo'.
Hoje, a Igreja pode e deve respirar com os seus dois pulmões: o do oriente e o do ocidente. Onde ainda não conseguimos essa integração inteiramente, segundo a medida solicitada por Jesus na sua oração ao Pai, podemos fazê-lo de outras formas, como, por exemplo, através do grande patrimônio de arte e de cultura que as diversas tradições produziram em abundância para a vida do povo de Deus.
Música, pintura, escultura, arquitetura; em uma palavra: beleza, que se une para nos fazer crescer na fé celebrada, na esperança profética e na caridade testemunhada, procurando antecipar na história aquela unidade desejada, que todos procuramos e que, pela graça de Deus, um dia realizaremos.
Franciscum papam
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Santa Sé
Papa Francisco encontrará Wladimir Putin em 25 de novembro
O Papa havia enviado uma carta ao presidente da Rússia, por ocasião do G20 em São Petersburgo, em que invocava uma solução pacífica para a Síria e uma aproximação "humana" para a crise econômica mundial
CIDADE DO VATICANO, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Papa se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, em 25 de novembro. A notícia foi confirmada hoje pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, informando que a audiência será realizada no período da tarde.
O primeiro contato entre Francisco e Putin já havia ocorrido no dia 5 de setembro, quando o Papa lhe enviou uma carta por ocasião da cúpula do G20 em São Petersburgo, onde o presidente fez as honras da casa. No texto, o Santo Padre dirigiu um vigoroso apelo aos líderes de todo o mundo para não permanecerem "inertes" diante do "drama da população siriana" e invocou uma solução pacifica para "impedir o massacre" causado pelo conflito no país. Além disso, o Papa pediu às potencias do mundo para agir "com respeito pela pessoa humana e pelos fracos" a crise econômica global.
Conforme relatado pelo site Vatican Insider, a reunião foi muito desejada por Putin que já havia solicitado há algumas semanas os diplomatas do Kremlin. A Santa Sé, portanto, aceitou o pedido. O presidente russo já era esperado em 26 de novembro, em Trieste, para um acordo intergovernamental entre Itália e Rússia.
Ao centro das negociações provavelmente estarão as vicissitudes atuais das antigas comunidades cristãs do Oriente Médio, uma vez que o governo russo está muito atento às condições dos fiéis das Igrejas Ortodoxas. Ainda de acordo com o Vatican Insider, "nos planos do poder russo, nas últimas semanas, ganhou força a impressão de que com o papa Francisco, também a relação entre a Rússia e a Igreja Católica poderá trilhar um caminho ainda não percorrido."
Após a visita ao Vaticano, Putin também poderá adicionar um encontro com o Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano.
(Trad.MEM)
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Assinado acordo entre a Santa Sé e o Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país Africano
O acordo afirma o valor social da cooperação entre os dois países para a promoção da dignidade da pessoa humana e para a edificação de uma sociedade justa e pacífica
CIDADE DO VATICANO, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Foi assinado ontem, quarta-feira (6), na sede do Ministério das Relações Exteriores da República do Chade em N'Djamena, um acordo entre a Santa Sé e a República do Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no Chade.
Pela Santa Sé – informa um comunicado da Imprensa do Vaticano - assinou Dom Jude Thadeus Okolo, Arcebispo Titular de Novica, Núncio Apostólico no Chade. Enquanto pela República do Chade, assinou o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Integração Africana, Moussa Faki Mahamat.
O acordo – afirma a nota - é composto por 18 itens, e entrará em vigor após a troca dos instrumentos de ratificação. Este "estabelece o reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Católica e das instituições eclesiásticas" e define "o quadro jurídico das relações entre a Igreja e o Estado". O documento afirma também que "o valor social da colaboração para a promoção da dignidade da pessoa humana e para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica".
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As Bem-aventuranças: Papa escolhe temas para as próximas JMJ
Versículos do capítulo 5 do Evangelho de Mateus marcarão as etapas do itinerário de preparação espiritual que durante três anos conduzirá à celebração internacional de Cracóvia, em julho de 2016
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - As Bem-aventuranças são temas escolhidos pelo Papa Francisco para as três próximas edições da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que marcarão as etapas do itinerário de preparação espiritual que durante três anos conduzirá à celebração internacional com o Sucessor de Pedro prevista para Cracóvia (Polônia) em julho de 2016.
A nota divulgada pela Sala de Imprensa do Vaticano, informa que o tema da JMJ diocesana de 2014 será "Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu" (Mt 5,3). Ao centro, a XXX Jornada Mundial da Juventude de 2015: "Felizes os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt 5,8). O versículo 7 do capítulo 5 do Evangelho de Mateus: "Felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia" será o tema da JMJ de Cracóvia.
No Rio de Janeiro, o Papa Francisco pediu aos jovens, "de todo coração", que lessem novamente as Bem-Aventuranças para delas fazer um concreto programa de vida: "Olhe, leia as Bem-Aventuranças, que lhe farão bem!" (cf. Encontro com os jovens argentinos na Catedral de São Sebastião, 25 de julho de 2013).
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O papa convida Capriles a promover o diálogo na Venezuela
O líder da oposição venezuelana denuncia um clima de confronto, a existência de presos políticos, uma situação económica difícil e o medo que quer condicionar o resultado do voto nas eleições de dezembro
Por Rocio Lancho García
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Santo Padre recebeu hoje em audiência privada Henrique Capriles, o líder da oposição na Venezuela. O encontro aconteceu em uma sala adjacente à sala Paulo VI, depois da audiência geral que se realizou na praça de São Pedro.
Após a reunião, que durou 20 minutos, Capriles saiu à Praça de São Pedro para encontrar-se e cumprimentar os compatriotas que ali se encontravam. ZENIT estava lá e em declarações aos jornalistas disse: "Se vocês querem que eu resuma em uma palavra o encontro com o papa, com sua santidade e as palavras do papa, (é esta): diálogo".
Capriles disse que "sua santidade é ciente da situação do nosso país" e que a situação na Venezuela , hoje, é a mais complexa e controversa de toda a América" , não há nenhum outro país neste momento na América que está vivendo a situação da Venezuela" .
Sobre o papel da Igreja na Venezuela, Capriles indicou que acredita que "a Igreja tem no meu país o poder de convocação para promover um diálogo sincero, honesto, sobre a base da verdade". E é por isso, afirmou, que "viemos pedir à Igreja que seja promotora do diálogo no nosso país, têm com o que fazê-lo, têm além do mais a autoridade moral para fazê-lo, têm a capacidade de chamar a todos".
Outra questão que o líder da oposição venezuelana informou ao Santo Padre é que o "Governo alimenta confronto diário, a luta entre os venezuelanos e essa - comentou Capriles - não é a tarefa de nenhum governo e menos de quem se qualifica como democrático". Por outro lado, disse: "a democracia não é uma democracia como tal, é um regime que só eles interpretam a seu modo."
Além disso, o líder da oposição esclareceu que expôs ao santo Padre a situação que está vivendo a Venezuela: "Nós viemos pedir à sua Santidade para ajudar a todos os venezuelanos a encontrar o caminho da paz", para que cesse essa divisão e a linguagem de ameaça que se está vivendo.
Para o diálogo, disse Capriles, é preciso as duas partes, "nós estamos absolutamente dispostos a dialogar com a verdade, sem chantagens, sem uma pistola na cabeça", afirmou.
Ao lembrar que as próximas eleições serão no dia 8 de dezembro, manifestou que "deve impor-se a vontade do povo, não a vontade de quem controla as instituições".
Disse também que lhe falou da difícil situação econômica e da existência de presos políticos.
Capriles acrescentou que entregou ao papa vários presentes, entre os quais uma imagem da patrona de Venezuela, a Virgem de Coromoto. Dessa forma, acrescentou que "os presentes que lhe trouxemos à sua Santidade são porque os sentimos". Além do mais, entregaram a Francisco cartas de muitos venezuelanos em um CD. Os presos políticos, também quiseram ser partícipes destes presentes, fizeram uma imagem da patrona venezuelana. Disse porém que ele não se aproxima da Igreja quando se aproximam eleições ou quando lhe convém.
Concluindo seu discurso de improviso aos repórteres na Praça de São Pedro, disse que o novo Secretário de Estado do Vaticano, monsenhor Parolin, tendo sido núncio apostólico na Venezuela, conhece muito bem a realidade do país. "Tenho certeza que mons Parolin pode ajudar muito, desde o seu cargo aqui no Vaticano, nessa promoção de diálogo em nosso país".
Tradução Thácio Siqueira
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Pregação Sagrada
Como melhorar nossa pregação sagrada
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Quero colocar um ponto final nesta série de artigos sobre como melhorar a pregação sagrada. Seria o primeiro passo de um projeto que vai acabar em livro, se Deus quiser. Eu prometo, em breve, uma segunda etapa sobre aspectos mais técnicos, psicológicos e sociológicos da oratória. Em suma, tratarei destas questões, que ficaram no tinteiro:
Aspectos psicológicos: como dominar os nervos e superar o medo e a timidez, como ganhar segurança e confiança pessoal para falar em público.
Aspectos físicos: como respirar, articular e impostar a voz.
Aspectos sociológicos: como se apresentar em público. Maneiras certas e erradas.
Aspectos técnicos da ação oratória: expressão gestual, manual, corporal.
Uso dos recursos audiovisuais: quadro branco, flip chart, retroprojetor, projetor multimídia, slides, vídeos, vídeo -conferência e auxiliares de áudio.
Oratória Individual: discursos comemorativos (paraninfo), de boas-vindas, de augúrio, via rádio ou TV.
Oratória deliberativa: entrevista de jornal, painel de discussão, simpósio, debate, fórum, simpósio, conferência, reunião, reuniões profissionais, etc.
Já que alguns de vocês me pediram bibliografia, sugiro alguns livros que me ajudaram e me inspiraram na elaboração desta coluna sobre pregação e durante meus anos como professor desta matéria de oratória. Alguns são em espanhol e outros em Português. Se alguém souber de livros em outras línguas, tenham a bondade de me informar.
Em espanhol
ARISTÓTELES, Retórica,Instituto de Estudios políticos, Madrid 1990.
CICERÓN, Sobre el orador ("De oratore"), Alianza, Madrid 1997.
CICERÓN, El orador ( "Orator"), Alianza, Madrid 1997.
PLATÓN, Fedro,Labor, Barcelona 1998.
CALVO BECA, Manuel, El orador y el discurso. Arte y partes de la pieza oratoria, Dólar, Madrid 1978.
QUINTILIANO, Marco Fabio, Instituciones oratorias,Hernando, Madrid 1987.
GUEVARA, Frank, La locución, técnica y práctica, Oriente, Santiago de Cuba 1984.
JANNER, Greville, Cómo hablar en público,Deusto, Bilbao 1993.
PEDRAZ, Juan L, S.I., Los resortes psicológicos de la persuasión en la oratoria, Sal Terrae, Santander 1964.
PENAGOS, Luis, S.I., Oratoria Sagrada hoy, Sal Terrae, Santander 1964.
PEÑALOSA, Joaquín Antonio, Manual de la imperfecta homilía, Obra Nacional de la Buena Prensa, A.C., México 2000.
RODRÍGUEZ BRAVO, Ángel, La construcción de la voz radiofónica,Tesis doctoral, Facultad de Ciencias de la Información, Universidad Autónoma de Barcelona, Bellaterra 1989.
ORTEGA, Alfonso, OFM, Retórica: el arte de hablar en público, Madrid 1989.
CARNEGIE, Dale, Cómo hablar en público e influir en los hombres de negocios, Edhasa, Barcelona 1986.
CARNEGIE, Dale, Cómo ganar amigos e influir sobre las personas, Edhasa, Barcelona 1999
MERAYO, Arturo, Curso práctico de técnicas de comunicación oral, Tecnos, Madrid 2008.
ALENCAR, Alexander Alban, Oratoria: el arte de hablar en público, Marketing Mix Editores, Lima, Perú.
VALLEJO-NÁJERA, Juan Antonio, Aprender a hablar en público hoy,Planeta, Barcelona 1998.
Em português
CÍCERO, As catilinárias, Martin Claret, São Paulo 2006.
CLÁSSICOS CULTRIX, Eloquência grega e latina, Editorial Cultrix, São Paulo 1968.
OLIVEIRA (DE) DIAS, Pe José, S.I., Novo curso de oratória sagrada, editora Apostolado da imprensa, Praga 1948.
RAMOS, Admir, Fale em público, curso de oratória, CIA Brasil Editora, São Paulo 1999.
Biblioteca prática do executivo, técnicas de comunicação e expressão oral, editora Amazonas Ltda.
BROWN, Charles T., Introdução à eloquência , editora Fundo de Cultura S.A, Rio 1961.
PIRES DA SILVA, Dercides, Oratória sacra, Editora Canção Nova (dois volumes).
WEISS, Donald, Como falar em público, Editora Nobel, 1999.
FRANK, Milo O., Como apresentar as suas ideias em 30 segundos ou menos, Editora Record, Rio Janeiro 1986.
POLITO, Reinaldo, Como falar corretamente e sem inibições, de Reinaldo Polito, Editora Saraiva, São Paulo 1995.
POLITO, Reinaldo, Como se tornar um bom orador e se relacionar bem com a imprensa, editora Saraiva, São Paulo 2002.
POLITO, Reinaldo, Assim é que se fala, editoria Saraiva, São Paulo1995.
BOWDEN, John, Falando em público, editora Negócios, São Paulo 2000.
BARBEIRO, Heródoto, Falar para liderar, editora Cultura, São Paulo 2003.
NETO, Fermino, Fale em público sem medo, editora Gryphus, Rio Janeiro 2000.
Gracias a todos ustedes, por su atención y sugerencias. Desde este Adviento al iniciar el ciclo litúrgico A, les ofreceré una columna comentando el evangelio dominical. Serán pistas y sugerencias, no la homilía completa, claro está, que esto precisaría de más tiempo y espacio.
Obrigado a todos, por vossa atenção e sugestões. A partir deste Advento ao iniciar o ciclo litúrgico A, vou oferecer uma coluna comentando o Evangelho Dominical. Dicas e sugestões, não será a homilia completa, é claro, isso exigiria mais tempo e espaço .
Dúvida os sugestões? Comunique-se, por favor, com o pe. Antonio Rivero: arivero@legionaries.org
Para ler o artigo anterior clique aqui
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Como avaliar um orador e pregador
Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 04 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Se quiséssemos colocar aqui os pontos principais para se avaliar um orador – seja esse político ou religioso -, poderiam ser estes:
1. Relaxamento físico e mental: para livra-se de preocupações, nervosismos, tensões, medo, timidez, insegurança...
2. Concentração física e mental: partir com um intervalo de concentração, como o pianista, para entrar no papel que realizará e no tema que vai expor.
3. Posição física: busto ereto, tronco erguido, cabeça ligeiramente elevada, não encolhida ou para baixo. Apoiar-se bem nos calcanhares, quando se está de pé. Sentar-se com as costas bem apoiadas no encosto da cadeira, como o datilógrafo ou o tenor. Manter todos os músculos relaxados, sem rigidez, mas também sem abandono, e sim com uma certa tensão.
4. Respiração diafragmática: rítmica e profunda. Com a boca, melhor do que com o nariz, para fazê-la mais rápida e sem ruído. Economizar bem o ar, especialmente nas frases cumpridas, para chegar ao final com a energia certa e sonoridade. Fazer bem e aproveitar ao máximo as pausas.
5. Aparência pessoal: olhar comunicativo com o auditório, não voltado para o teto ou o vazio. Estar seguro de si mesmo, sem nervos, tensões ou rigidezes. Evitar movimentar-se muito ou balançar o corpo, os tiques. Buscar a elegância e a naturalidade. O entusiasmo e a sinceridade na expressão do rosto e dos gestos é o que mais convence. Para fazer isso, que os gestos sejam harmoniosos e plásticos, nem muito rápidos e nem muito pomposos.
6. Emissão da voz: da garganta, nariz, peito, cabeça? Conhecê-la e não se lamentar da que se tem ou invejar vozes alheias, mas estudar a própria e educa-la para aproveitá-la ao máximo. Subir ou abaixar o volume de acordo com as exigências dos argumentos e ater-se às dimensões do local, porém sempre dentro dos limites da própria natureza: não força-la. Procurar um tom moderado e natural, nem grave e nem agudo. Evitar a monotonia e tons melosos e paternais, doce demais ou ásperos, ditatoriais, dogmáticos, solenes, "políticos" ou de efeitos. Evitar tons ou regionalismos. Entoação afinada e entoada, de acordo com os cânons da entoação. Ponto de partida "sustentado" e com garra, com tom vibrante e confiante.
7. Memória: Se a fala ou discurso não foi decorado, ao menos memorizar um esquema básico com os seus pontos chaves. Se for pronunciado de cor, fazê-lo perfeitamente, ensaiando-o várias vezes e em voz alta antes da sua apresentação. Fazer de tal forma que o auditório não note que sabemos de cor.
8. Sentimentos: Ter a certeza do que se vai falar para poder senti-lo e declama-lo com calor, sentido, confiança, ressonância, entusiasmo e sinceridade. Sair de si mesmo contra a inibição ou timidez. Variedade de tons e de volume para evitar a monotonia, mas com moderação e discrição: Evite gritar ou teatralizar. Estudar o discurso e os seus sentimentos antes de pronunciá-lo. Conhecer o auditório para trata-lo com doçura, amizade, convicção, energia, conforme o exija a problemática.
9. Ritmo e velocidade: pronúncia nem muito lenta e nem muito precipitada. Conseguir uma dicção repousada e clara e ao mesmo tempo ágil e variada. Vocalizar com cuidado as palavras difíceis, as consoantes duplas e as sílabas finais. Enfatizar as palavras chaves e as ideais principais.
10. Expressão gramatical: correção gramatical e sintática. Precisão e expressividade no vocabulário. Riqueza de léxico, mas tendo em conta o auditório, a situação e o argumento. Evitar o vocabulário pedante, técnico ou erudito. Alguns defeitos de dicção: anacolutos, pleonasmos, cacoetes, "ehhh", tropeços, regressões, hesitações...
11. Introdução-exórdio: atraente e interessante para aguçar o apetite do auditório e condicioná-lo a escutar o resto do discurso. Pertinente e unido ao resto do discurso. Tocar o problema do auditório para que se sinta aludido, para captar sua atenção. Originalidade, mas sem raridades, vulgaridades ou extravagâncias.
12. Fundo: plano e organização do tema: conhecer, amar o auditório. Fim concreto e presente ao longo de todo o discurso ou homilia. Esquema claro e ordenado dos motivos mais válidos e concretos para esse auditório concreto e para esse fim concreto. Valorização de tais motivos e provas. Previsão e resposta de possíveis objeções. Dar preferência aos argumentos positivos mais do que aos negativos. Não atacar o auditório, mas compreendê-lo e estimulá-lo.
13. Forma: quanto mais sensibilizar os argumentos e razões melhor, aplicando os vários métodos (concreção, visualização, desenvolvimento, dramatização, imagens, anedotas, citações...), de acordo com o efeito que se quiser conseguir. Evitar que a forma asfixie o fundo, bem como fazer literatura e retórica pomposa. Não sobrecarregar com muitos dados, imagens, exemplos, citações ou anedotas. Discrição e seleção no seu uso, para integrá-los harmônica e equilibradamente com o fundo de ideias.
14. Conclusão-peroração: recapitular brevemente todas as idéias. Formulá-las em uma breve frase, como um slogan, para que o auditório tenha claro e lembre facilmente o fim. Acabar sempre com elegância e pé direito, com a maior clareza e beleza, para deixar um bom sabor de boca. Fazê-lo na hora certa.
Quaisquer dúvidas ou sugestões, por favor, comunique-se com padre Antonio Rivero neste e-mail: arivero@legionaries.org
Para ler o artigo anterior clique aqui.
Tradução Thácio Siqueira
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Igreja e Religião
Contínua conversão a Cristo
Em mensagem aos bispos franceses reunidos em plenária a Lourdes, o Papa exorta a realizar com credibilidade com a missão evangelizadora e a cuidar da formação dos futuros sacerdotes
Por Redacao
ROMA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Maior cuidado na formação dos futuros sacerdotes e um compromisso mais forte no serviço aos outros, especialmente com aqueles que hoje estão marginalizados. Estas são as diretrizes apontadas pelo Papa Francisco em sua mensagem aos bispos franceses, reunidos em plenária a Lourdes.
No texto dirigido a Dom George Pontier, arcebispo de Marselha e presidente do episcopado francês, o Papa saúda a iniciativa dos bispos de abrir a Assembleia também aos bispos de outros países. Um sinal - escreveu o Santo Padre - que identifica "a ligação do exercício colegial de vosso ministério episcopal em comunhão com o Bispo de Roma".
O Papa encoraja os bispos franceses a acompanhar com mais cuidado a formação dos jovens que se preparam para o sacerdócio, para que "sejam profundamente enraizados em Cristo e próxima das pessoas que foram a eles confiadas". Por fim, recorda a tradição missionária da Igreja da França, e exorta: "vossas comunidades diocesanas estejam em um estado de contínua conversão a Cristo, para assim realizar a missão evangelizadora de uma forma credível".
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Não há amor verdadeiro se não se anuncia Cristo
Cardeal Bagnasco incentiva a evangelização e lança alerta contra as "tentativas proselitistas"
Por Luca Marcolivio
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Ao apresentar o encontro internacional "Testemunhar a fé por meio da caridade", o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), discorreu sobre alguns dos mais importantes fundamentos do cristianismo.
O congresso, que termina nesta quarta-feira, 6 de novembro, em Trieste, é promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e pelo Conselho Pontifício Cor Unum.
A fé, disse Bagnasco, "é um dom de Deus" que o homem pode aceitar ou não, mas que sempre "se origina do chamado divino e nunca da iniciativa humana". Os homens de hoje, no entanto, "nem sempre captam essa ordem e a invertem, pensando que Deus é um objeto da sua escolha. Mas Deus não concorda em ser um elemento entre outros na vida do homem: se fosse, ele ficaria reduzido a um objeto ou a um ídolo".
A fé sozinha, porém, é insuficiente: ela precisa das obras (cf. Tg 2,26), que são a máxima expressão do amor. "Aquele que não dá fruto na caridade mostra que não acolheu na fé o Cristo, que transforma o homem e faz dele uma nova criatura (cf. 2 Cor 5,17)".
A caridade, não menos do que a fé, tem "caráter responsorial" e se baseia na "livre adesão" do homem ao amor de Deus, cuja expressão máxima é Cristo.
Verdade e caridade, por sua vez, não podem ser mutuamente excludentes: a primeira, sozinha, leva a uma "religiosidade feita de culto, mas não de justiça; feita de dedicação a Deus com as palavras, mas não com o coração; de sacrifícios oferecidos por quem se esqueceu da misericórdia (Os 6,6)".
Por outro lado, a caridade sem a verdade dissemina o relativismo, que esvazia a fé e a leva à "privatização", além de "aviltar a caridade mesma, reduzindo-a a puro sentimentalismo".
A caridade é autêntica e completa somente quando é "plena expressão da fé" e não "mera filantropia": ela deve ser "um sinal do amor recebido de Deus".
Como os milagres de Jesus e dos Apóstolos, "os gestos de caridade dos fiéis não esgotam o seu significado na solidariedade humana que transmitem, mas são sinais, segundo a expressão usada por João Evangelista, porque apontam para realidades mais elevadas e representam um apelo à fé".
O trabalho da caridade, portanto, deve sempre vir acompanhado de uma "forte capacidade evangelizadora", e se fundamenta em "levar o Cristo para aqueles que são socorridos". A fé nos leva a "lançar as redes para a pesca, as redes da Palavra e da caridade; não a fim de ampliar as fileiras da Igreja com intenções proselitistas, mas para trazer o máximo de pessoas ao reino de Cristo", disse Bagnasco.
O serviço da caridade é uma "dimensão constitutiva" e uma "expressão irrenunciável" da missão da Igreja, que, através do amor recíproco dos seus discípulos, "manifesta a sua natureza mais íntima".
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Sessenta bispos participam do Curso de comunicação no Nordeste Brasileiro
Curso conta com a participação de Dom Claudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações e do Pe. Antonio Spadaro, SJ, Diretor da revista "Civilta Cattolica"
Por Redacao
BRASíLIA, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Teve início ontem, segunda-feira, 4, em Recife (PE), o Curso de Comunicação para Bispos.
O tema central é "Comunicação e evangelização na era digital: uma abordagem teórico-prática". O evento, destinado exclusivamente ao episcopado brasileiro, tem a participação do Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli. Do Vaticano, também falará aos bispos o Diretor da revista "Civiltà Cattolica", o jesuíta Pe. Antonio Spadaro.
A assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Ir. Élide Fogolari, comenta a rápida evolução das novas tecnologias e deseja que a comunicação possa ser usada para o bem da Igreja e de todos: "Desejamos que o episcopado possa entender como comunicar com a comunidade presente na Igreja através da cultura massiva e da cultura digital".
O Curso de Comunicação para Bispos tem este ano uma novidade na metodologia de trabalho, que será composta por teoria e prática, com painéis voltados ao diálogo e revisão de teorias comunicacionais da era digital na cultura da evangelização, e participação efetiva nos laboratórios para praticar e conhecer as técnicas de produção em jornal, impresso e online, programas de rádio, internet e mídias sociais digitais.
"O curso será bem elementar para a criação de conta de e-mail, configuração da parte estética e visual dos correios eletrônicos. Além disso, serão oferecidas dicas práticas de cada ferramenta, como as mídias sociais digitais, entre elas o facebook, modos de compartilhamento, de integração e interatividade", explica o assessor da RIIBRA (Rede de Informática da Igreja no Brasil), padre Clóvis Andrade Melo.
O encontro está sendo sediado na Colônia Salesiana em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife (PE). A abertura foi às 16h de segunda-feira e, na ocasião, o Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, recebeu os participantes e as autoridades civis do Estado.
"Serão dias extremamente ricos. Onde, nós como pastores, poderemos nos atualizar sobre as diversas plataformas de comunicação, especialmente as que estão presentes na mídia digital", afirmou o arcebispo de Olinda e Recife, que também participa do curso.
"A Igreja está atenta às mudanças do tempo e não pretende ficar de fora da evolução. Nossa Arquidiocese tem a comunicação como um dos pilares do seu projeto de renovação pastoral", acrescentou Dom Saburido.
(Red. RV/A12/ZENIT, T.S)
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Quando falamos de cultura, falamos de Deus e as distâncias diminuem
Entrevista com o diretor do Coral Sinodal de Moscou, que cantou em Roma junto com o Coral da Capela Pontifícia Sistina
Por Sergio Mora
ROMA, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Coral Sinodal de Moscou cantou neste domingo, 3 de novembro, na basílica de Santa Maria Maior juntamente com o coral da Capela Pontifícia Sistina. O programa cultural deixou Moscou e Roma mais próximos e contou com uma mensagem do papa, recordando que a Igreja tem dois pulmões: o do oriente e o do ocidente. Citando Dostoievski, Francisco recordou também que "a beleza salvará o mundo".
A iniciativa fez parte da XII edição do Festival de Música e Arte Sacra, que acontece em Roma até o dia 10 deste mês.
ZENIT conversou com o diretor do coral sinodal de Moscou, Aleksei Puzakov.
Como nasceu esta viagem?
Aleksei Puzakov: Na Igreja russa existe um departamento voltado a contatos exteriores. Esse departamento colabora com a comissão cultural do papa. No verão passado, eles nos convidaram a participar deste festival de música sacra e a proposta era interessante, porque iriam cantar juntos o Coral Sinodal de Moscou e o Coro da Capela Sistina. São representantes um da cultura musical ocidental e o outro da cultura musical oriental. Esta proposta era muito interessante. Por um lado, exigia uma certa responsabilidade, mas, por outro, era uma grande honra para nós. Intercambiamos diversas comunicações com o maestro Massimo Palombela e construímos juntos o programa deste concerto.
Como é composto o coral?
Aleksei Puzakov: Todos vieram de Moscou. Todos os integrantes do coro cantam na Igreja ortodoxa. Hoje são quarenta e oito.
Como você vê as relações entre a Igreja de Moscou e a Igreja de Roma hoje?
Aleksei Puzakov: Nós estamos percorrendo juntos um caminho de compreensão recíproca e de melhora cultural do mundo. Hoje, é muito importante o testemunho da cultura cristã. Está sendo construído um programa substancioso de colaboração entre a Igreja católica e a Igreja ortodoxa. Um programa cultural. Naturalmente, quando falamos de cultura, falamos claramente de Deus, mas também de outros aspectos. Sentimos que não existem grandes diferenças.
Com o papa Francisco, a relação mudou em algo?
Aleksei Puzakov: A minha percepção é que as relações, pouco a pouco, estão aumentando e melhorando.
Vocês estiveram com o papa depois do ângelus, na porta da residência de Santa Marta e cantaram na presença dele. O que foi que ele disse?
Aleksei Puzakov: Eles nos cumprimentou e nos pediu para rezarmos juntos. Para rezarmos por ele e pelos cristãos. Também pediu para saudarmos o patriarca de Moscou, desejou o amor cristão para todos nós e nos cumprimentou, um por um.
Foi uma surpresa?
Aleksei Puzakov: Foi uma verdadeira surpresa! Nós interpretamos isso como um milagre e como uma grande alegria. Superou as nossas expectativas. Quando dissemos ao papa que encontrá-lo assim era um milagre, ele respondeu que o milagre somos nós aqui.
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Sínodo da família: 38 perguntas para os bispos do mundo
Consulta para entender os principais desafios pastorais a serem enfrentados no próximo sínodo extraordinário
ROMA, 04 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Vaticano enviou 38 perguntas aos bispos do mundo em preparação para o Sínodo extraordinário sobre a família "Os desafios da família no contexto da evangelização" convocado pelo Papa Francisco para Outubro de 2014. As respostas devem chegar até o final de janeiro do próximo ano, conforme solicitado pelo secretário do Sínodo, Dom Lorenzo Baldisseri.
As perguntas foram publicadas no site do National Catholic Reporter na quinta-feira e confirmada pela Santa Sé na sexta-feira.
Conforme indicado por vários meios o secretário do Sínodo, o encontro do próximo ano deve desenvolver um documento preparatório sobre a situação, enquanto o sínodo de 2015 dará as respostas finais.
O documento explica também o tipo de trabalho, cuja primeira etapa será a assembleia extraordinária de outubro de 2014, e deve recolher "os testemunhos e as propostas dos bispos"; a segunda será o Sínodo de 2015 que tem como objetivo "buscar linhas operacionais para a pastoral da pessoa humana na família".
Descreve os "problemas inéditos" dos últimos anos, incluindo a difusão de casais "de fato", as uniões entre pessoas do mesmo sexo "às quais, não raramente, é consentida a adoção de filhos", casamentos mistos ou inter-religioso, as famílias monoparentais, a propagação do fenômeno da "barriga de aluguel" e "o enfraquecimento ou abandono da fé" no sacramento do matrimônio e no "poder terapêutico" da confissão.
Ele também exorta as Conferências Episcopais do mundo a uma "urgente" atenção a esses problemas.
"Se, por exemplo, é considerado o fato de que, no contexto atual muitas crianças e jovens, nascidos em casamentos irregulares nunca poderão ver seus pais se aproximarem dos sacramentos, entendemos o quão urgente são os desafios para a evangelização atual (...) Esta realidade está em conformidade com os ensinamentos sobre a misericórdia e a ternura para com os feridos: as expectativas coerentes com as decisões pastorais ligadas à família são amplas" -adverte.
A segunda parte do documento indica em três páginas os fundamentos bíblicos e o magistério da Igreja sobre o casamento e a família.
Por último: 38 perguntas sobre a difusão e recepção dos ensinamentos da Igreja sobre o assunto, as dificuldades de sua implementação e sua relação com os programas pastorais em todos os níveis. Também solicita informações sobre os pontos mais atacados e rejeitados fora dos ambientes eclesiais.
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Cultura e Sociedade
Meio ambiente desafia
A natureza é generosa, mas não consegue acompanhar a dinâmica que produz o ilimitado desejo de lucrar
Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo
BELO HORIZONTE, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O meio ambiente não é simplesmente uma fonte de exploração, que existe com o propósito de sustentar uma produção insaciável. A natureza é generosa, mas não consegue acompanhar a dinâmica que produz o ilimitado desejo de lucrar. A posição de quem se fundamenta apenas pela lógica do lucro, compreendendo-o como ideal de crescimento, produz um buraco que atinge o sentido indispensável e insubstituível da solidariedade. Deste modo, compromete o grande e único remédio que garante o equilíbrio da sociedade.
A situação, não incomum, de uma família que se sustenta com uma quantia monetária significativa e, por um determinado motivo, precisa diminuir seus gastos, ilustra o argumento de que a ganância que se estabelece a partir da lógica do lucro desenfreado causa, na verdade, prejuízos. Quando, por algum fator ou injunção, esta família precisa reduzir seus gastos porque teve diminuída sua renda, mesmo contando com mais recursos que uma família pobre, instala-se uma crise de todo tamanho. A vida parece chegar ao fim, impossível de ser tocada adiante. Não se consegue fazer um raciocínio que adote com facilidade, simplicidade e austeridade um modo diferente e adaptado de viver.
Nessa pirâmide injusta que configura o cenário das sociedades, prevalece o raciocínio de que é preciso ganhar e ajuntar sempre mais. Uma dinâmica que gera a frieza do materialismo, ilusoriamente produtor de prazeres e comodidades, que cega a competência cidadã da solidariedade, a exigência da fé cristã de uma vida simples, comprometida com o bem de todos, particularmente com as necessidades e urgências que afligem os mais pobres e miseráveis.
A exploração perversa do meio ambiente, tratamento inadequado da natureza, criação e dom de Deus, é resultado da necessidade impulsiva e descontrolada de satisfazer os propósitos de quem produz e de quem consome. As degradações que se pode visitar e conhecer, nos diferentes cenários - da natureza devastada e até a miserabilidade social estabelecida - são frutos deste modo de tratamento. É uma perda irracional do sentido mais autêntico da vida, constituído pela solidariedade. Nasce e se desenvolve assim a lógica do lucro desenfreado, até com respaldo legal, por força de hermenêuticas não suficientemente lúcidas quanto ao tratamento do meio ambiente, da exploração da natureza com a consequente criação de estilos de vida que nos distanciam da nossa própria condição humana, nos adoecendo em todos os sentidos.
Se somos um mundo mais desenvolvido, com mais facilidades e oportunidades, somos também um mundo mais doente. E nossa vida está mais distante da indispensável proximidade com a natureza. Esta distância gera e alimenta a perversidade de tratamentos, a priorização de interesses mesquinhos e a constituição de projetos que "fazem figura", produzem "vista grossa" de órgãos reguladores e controladores, um desrespeito ao sentido humano, espiritual e cultural que vem da história de um povo.
Qualquer projeto ambiental ou desenvolvimentista, mesmo antes de respaldo legal, até mesmo da sua inteligência técnica, para não ser imposição e não criar desconfortos e confrontos com o senso comum do povo, precisa se desenvolver a partir de um processo de escuta. É necessário escutar mais, não simplesmente no contexto de uma audiência pública, valendo-se de informações que precisam da checagem de sua exatidão e veracidade. Esse exercício "da escuta" precisa ocorrer não apenas em instâncias governamentais ou jurídicas. A instância do senso comum que está na opinião do povo é um elemento insubstituível, que se não for respeitado pode transformar-se em manifestações com o objetivo de conter perversidades, indiferenças e autoritarismos.
Royalties são necessários? Natureza, patrimônio cultural, religiosidade, valores e vida simples são mais importantes. Em questão está a relação do homem com Deus; e não simplesmente do homem com seus interesses lucrativos. Na relação com Deus, surge uma dinâmica importante que pode fazer nascer a possibilidade única de mudar cenários desumanos. Trata-se do caminho a ser seguido para que os projetos de exploração da natureza considerem as dimensões todas, especialmente aquela que se refere ao respeito e preservação do meio ambiente.
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De engenheiro informático a religioso marianista (Parte I)
Como o padre e blogueiro Daniel Pajuelo passa os dias entre o altar e as redes sociais
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O religioso marianista (www.marianistasbrasil.org.br) Daniel Pajuelo Vázquez, da Espanha, está prestes a completar dois meses como presbítero. Não haveria nada de "noticioso" nisto se não fosse pelo fato de que ele é também um blogueiro muito reconhecido pelos católicos de língua espanhola nas redes sociais, o que é fruto da sua dedicação desde o início da formação sacerdotal, com o apoio total dos seus superiores.
Pajuelo, agora, não apenas celebra a missa com o fervor de sempre na sua paróquia de Carabanchel, em Madri, como ainda continua desenvolvendo projetos e iniciativas na rede mundial de computadores, como é o caso do muito visitado site iMision, fundado por ele em parceria com outros religiosos e consagrados.
O padre Daniel é engenheiro informático por formação e músico por vocação. O dom musical, aliás, o levou a lançar dois discos, cujos conteúdos, em ritmo de rap juvenil, ele oferece gratuitamente na internet.
Mesmo imerso na agenda paroquial e no colégio dos marianistas em Amorós, o religioso blogueiro compartilhou com ZENIT a sua visão sobre esse trabalho incipiente, mas urgente, que a Igreja realiza na web.
Agora que você está começando a vida como sacerdote, vai continuar pregando nas redes sociais também?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu acho que a nossa identidade na web tem que ser coerente com a nossa identidade física. Por isso, nas redes sociais, eu me mostro do jeito que sou: padre religioso marianista. A minha presença é ativa e comprometida. Um perfil no Twitter e um mural no Facebook podem ser verdadeiros espaços de acolhimento e de encontro. É isso o que eu tento conseguir. Ser cristão é ser para a missão, para o anúncio de Jesus e para a semeadura do Reino. Nós, padres, fomos consagrados para a missão de levar Cristo ao mundo, e o Continente Digital também faz parte do nosso mundo.
Os padres podem combinar o ministério com uma presença adequada nos espaços digitais?
-Padre Daniel Pajuelo: Existem perfis muito variados na vida sacerdotal. Não é a mesma coisa ser sacerdote diocesano ou religioso, nem ser um padre que atende várias paróquias do interior ou que trabalha numa catedral. A variedade é muita e nem todos os padres têm por que manter uma presença ativa na rede.
O que você recomenda para quem quer estar mais presente na internet?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu diria que para estar presente nas redes sociais você precisa de três coisas: tempo, constância e abertura para a mudança. O tempo é um bem escasso, mas é questão de priorizar. Você encontra tempo para tudo o que é importante. No meu caso, a evangelização na internet faz parte das minhas prioridades missionárias. A constância também é importante, e é aconselhável você não ter metas grandiosas demais, nem querer estar em tudo ao mesmo tempo. Tem que começar com alguma coisa bem simples, como abrir um blog e se obrigar a escrever com periodicidade, ou criar uma conta no Twitter e interagir durante quinze minutos todos os dias, para colocar alguns exemplos.
Você disse três coisas…
-Padre Daniel Pajuelo: Sim, a abertura às mudanças. Por um lado, abertura no campo tecnológico, mas principalmente abertura a uma manifestação do humano totalmente nova e em constante evolução. Temos que superar a sensação inicial de "tontura" e descobrir o coração das pessoas que querem e procuram a beleza e a verdade, também nessas novas formas de comunicação.
Mas isso não acontece de qualquer jeito, é preciso ter formação, não é?
-Padre Daniel Pajuelo: Se quisermos que a nossa presença seja evangelizadora, temos que dar um segundo passo, que é justamente a formação. A internet tem a sua linguagem e a sua dinâmica comunicativa. Precisamos de formação permanente, não basta um cursinho, um manual. Se erramos na linguagem, podemos criar mal-entendidos ou transmitir o que não queremos dizer. Existem cada vez mais oportunidades em nossos países de língua espanhola para nos formarmos nesta área. Na Igreja espanhola estão começando a se consolidar vários projetos bem interessantes, como o iMision, Blogueros con el Papa, Aleteia, Catholic Link… Ler e interagir com os responsáveis por essas iniciativas pode nos ajudar a crescer e a descobrir o potencial evangelizador da internet.
Houve um encontro de blogueiros católicos recentemente em Valladolid [Espanha, ndr]. Quais foram as conclusões?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu não pude participar, por causa dos meus compromissos pastorais de fim de semana. Teria sido ótimo. Mas outro sacerdote da equipe do iMision, o pe. Julián Lozano, esteve presente via hang out [conferência virtual através de vídeo, ndr]. Eu considero que os Blogueros con el Papa [organizadores do encontro, ndr] já são um grupo consolidado, com uma identidade bem definida e com recursos para levar o projeto adiante. Eles levam a sério o fato de que a internet é um verdadeiro espaço habitado, onde o anúncio do evangelho tem que se realizar de forma explícita e com os meios adequados. Eu aconselharia todo blogueiro católico a segui-los de perto.
Para conhecer o iMision: http://imision.org
Para seguir o padre Daniel Pajuelo no Twitter: https://twitter.com/smdani
Blog do padre Daniel Pajuelo: http://smdani.marianistas.org
(A parte II desta entrevista será publicada na sexta-feira (07))
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Pequeninos do Senhor
Jerusalém e o desafio de evangelizar
Coluna de orientação catequética
Por Rachel Lemos Abdalla
CAMPINAS, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lucas 19,41-44). Ele chega, vindo do leste, passando pelos pequenos e humildes povoados de Betfagé e Betânia, montado num jumento, mostrando o tipo de realeza que exercia, da paz e da humildade, em oposição aos reis que iam para a guerra montados em cavalos. Esse exemplo de Jesus nos remete a pensar sobre os lugares que a catequese tem passado, como ela se apresenta e onde quer chegar.
A oportunidade de apontar o caminho a ser seguido não pode ser deixada para trás. Segundo o documento de Aparecida: "A nossa maior alegria é ser discípulos de Jesus! Ele chama cada um de nós pelo seu nome, conhecendo profundamente a nossa história (cf. Jo 10,3), para conviver com Ele e enviar-nos a continuar a sua missão (cf. Mc 3,14-15)."
Jesus tinha um propósito em Jerusalém: cumprir a missão que o Pai lhe deu, doar-se até o extremo por amor. Assim, todo discípulo missionário deve ser também, sem desanimar diante dos desafios que se apresentam continuamente, pois, a sua força vem da Palavra de Deus é o cajado que o sustenta de pé.
Pais, catequistas e todo o povo de Deus, que é chamado a ser discípulo missionário, têm o compromisso de ser testemunha da sua fé e do amor de Cristo pelos homens. Muito mais do que ensinar a doutrina, a prática cristã nos encontros de catequese e na vida é a melhor forma de educar e ensinar, pois ela é o espelho da nossa fé que reflete na comunidade, na sociedade e no mundo.
Ainda temos fiéis que batem à porta da nossa Igreja, pois Jesus prometeu que ela nunca seria destruída ao declarar para Pedro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16,16). E nós, como temos recebido esses irmãos que nos procuram? Nós somos os responsáveis por não deixar que as portas de Igreja se fechem! Cada dia mais, ela precisa de pessoas alegres e dispostas, com um sorriso no rosto e confiantes, felizes por conhecerem e caminharem ao lado de Jesus Cristo, acolhendo aqueles que dela se aproximam, e levando esse mesmo dinamismo por onde passam.
Jesus chorou porque Jerusalém não O reconheceu e seria destruída mais tarde. Hoje, também nós choramos pelo mesmo motivo! Quantas famílias, jovens e crianças se encontram à margem da espiritualidade cristã, sem nenhum tipo de orientação e formação que os sustentem no amor, tornando-se vítimas da aridez que o mundo passa! Jesus chorou assim como muitos choram a nossa dureza, a nossa falta de paciência, a nossa visão distorcida, a nossa falta de caridade e de amor.
Como você tem praticado o amor em sua vida e entre os seus? Somente no seu amor próprio? Ou se esforça e trabalha seus sentimentos e seu compromisso com Cristo, em prol do amor que Ele veio ensinar?
Evangelizar é fazer com que as pessoas conheçam Jesus, o Filho de Deus que se fez Homem entre os homens para ensinar o verdadeiro Amor. Foi assim que Jesus fez, se dando a conhecer por onde passava, entre pobres e ricos, sadios e doentes, demonstrando o seu Amor por todos, abrindo as portas do Reino de Deus. Essa evangelização se dá, hoje, a partir experiência do encontro pessoal que cada um tem com Cristo, refletindo, na vida do outro, a Luz que provém do próprio Deus, iluminando o Caminho que o próprio Cristo abriu e trilhou.
Para ler o artigo anterior clique aqui.
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Comunicar a fé hoje
Cardeal Dom Falcão: "A arquidiocese de Brasília tem o privilégio de ter uma Faculdade de Teologia para Leigos"
Entrevista com o cardeal brasileiro Dom José Freire Falcão. As inscrições da FATEO estão abertas até o dia 12 de novembro.
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Há 27 anos atrás, o então arcebispo de Brasília, Dom José Freire Falcão, dava o ponta pé inicial ao Curso Superior de Teologia (CST), nascido no dia 16 de Dezembro de 1986. Dando sequência a esse trabalho, vinte e dois anos depois, no dia17 de abril de 2008, Dom João Braz de Aviz, sucessor de Dom Falcão como arcebispo de Brasília, criava a Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília (FATEO), aproveitando a estrutura do antigo CST. Atualmente Dom Sergio da Rocha, atual arcebispo de Brasília, assumiu o legado dos seus antecessores.
Como coroação de todos esses anos de esforços e de construção, a FATEO, no dia 23 de outubro de 2012 recebeu do Ministério da Educação a aprovação do credenciamento da Faculdade de Teologia, recebendo a nota 4, numa escala de 1 a 5, além de nota 5 para o corpo docente.
A instituição já conta com 571 alunos das mais diversas proveniências profissionais: advogado, procurador, médico, dona de casa, servidor, empresário, aspirantes ao diaconado, religiosa, jovens universitários, etc... Todos cursando a grade curricular do curso de Teologia e dos diversos cursos de extensão oferecidos pela Faculdade, dentre os quais também "canto gregoriano para leigos e religiosas/os".
Na tarde dessa quinta-feira, ZENIT entrevistou o cardeal brasileiro Dom José Freire Falcão, responsável por ter colocado a sementinha dessa obra de evangelização. O prelado, em uma tranquila conversação na sala de estar da sua casa, diante de uma estátua de uns 15 cm do beato João Paulo II, falou sobre o sentido de um leigo estudar teologia hoje.
Como surgiu a ideia
"A ideia de criar um curso de teologia surgiu em mim lá em Teresina, onde fui arcebisp", disse o prelado. "Foi lá que senti a necessidade de que os cristãos tivessem um conhecimento mais profundo da sua fé". Dom Falcão revelou que quando chegou a Brasília se encontrou com uma forte organização catequética da juventude, mas "havia necessidade de um ensino da fé mais profundo para o laicado e foi então que surgiu a ideia, que foi bem recebida, e que tem crescido sempre mais, transformando-se hoje na Faculdade de Teologia".
É um privilégio uma Faculdade de Teologia
"É um privilégio ter uma faculdade de teologia numa arquidiocese", disse o cardeal, destacando que "poucas dioceses tem a capacidade de criar um curso superior de teologia, uma faculdade", e – continuou Dom Falcão – "dada a importância da arquidiocese de Brasília, como sede também do poder político, é inadiável formar cristãos de fé profunda e que possam ter uma atuação mais eficaz na nossa comunidade e no nosso país".
É necessário o apoio dos párocos
Nesse sentido, comentou Dom Falcão, "os párocos devem contribuir estimulando os leigos mais capazes da sua paróquia para que eles façam esse curso de teologia".
Teólogos leigos
"Sinto o orgulho por ter sido o fundamento do curso superior de teologia do qual nasceu a faculdade, graças a visão de Dom João Braz de Aviz, meu sucessor. "Agente sempre se alegra – disse Dom Falcão -quando encontra na própria comunidade homens com uma fé esclarecida e bons teólogos".
"Outrora, quando se falava de teólogo, só nos referíamos a padres e bispos. Hoje são mais numerosos as mulheres e os homens que tem um maior conhecimento da fé cristã".
Ao finalizar a serata disse o cardeal: "Todos, como católicos, devemos ter o dever de ajuda-la, e não só financeiramente, aqueles que o podem, mas também pelo testemunho que se pode dar às pessoas ao se esforçar por conhecer a fé, por ter um conhecimento mais profundo da mesma.
Para os interessados no processo seletivo que se encerra dia 12 de novembro acesse www.fateo.edu.br ou ligue para (61) 3345 0102.
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Brasil: Bispos participam de curso de comunicação sobre a era digital
Entre os presentes estão o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli
BRASíLIA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Com o objetivo de debater os desafios da evangelização no contexto da cultura gerada pelas novas tecnologias, cerca de oitenta bispos participam do Curso de Comunicação que acontece de 4 a 8 de novembro, em Recife (PE). O evento é uma iniciativa da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, dirigiu uma mensagem aos participantes na abertura do encontro.
Entre os presentes estão o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli; o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Dimas Lara Barbosa; o padre jesuíta e conferencista, Antonio Spadaro; e o anfitrião e arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Dom Claudio Maria Celli abordou a "Comunicação e evangelização na era digital". O bispo citou o papa Francisco como exemplo de uma comunicação audaciosa e eficaz. "O papa captou profundamente esse conceito. Ele comunica de forma simples e direta. Por meio dos seus gestos, ele dá esperança a muita gente", observou.
Dom Celli falou da importância da interação por meio da comunicação com outras culturas. "Vivemos numa sociedade muito cultural e religiosa e é preciso manter um diálogo profundo e respeitoso com o outro, pois ele também pode enriquecer o meu caminho", disse.
De acordo com assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Ir. Élide Fogolari, "as novas tecnologias vêm provocando uma cultura acelerada em toda a sociedade e também na Igreja. Desejamos que o episcopado possa entender como comunicar com a comunidade presente na Igreja a partir da cultura massiva e da cultura digital".
Teoria e prática
O curso oferece aos bispos painéis voltados ao diálogo e revisão de teorias comunicacionais da era digital na cultura da evangelização, e participação nos laboratórios para praticar e conhecer as técnicas de produção em jornal, impresso e online, programas de rádio, internet e mídias sociais digitais. O assessor da Rede de Informática da Igreja no Brasil (RIIBRA), padre Clóvis Andrade Melo, acompanha os trabalhos.
Os painéis temáticos da terça-feira, 5, foram assessorados pelos pesquisadores padre Pedro Gilberto Gomes e Moisés Sbardelotto, que trabalharam os temas "Teorias da Comunicação: possibilidades e limites" e "Comunicação e mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais". O sacerdote lembrou o interesse da Igreja Católica pela comunicação. "A Igreja foi quem mais escreveu e se preocupou com a comunicação a partir da elaboração de documentos importantes e avançados", disse.
Para Moisés Sbardelotto, a transmissão de informação não pode ser considerada comunicação. "Tudo isso é extensão. Isso acaba coisificando tanto o algo quanto o alguém. A coisificação gera alienação". Para o pesquisador, a comunicação é a ação de tornar comum.
(CNBB)
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Familia e Vida
Mãe de futuro bispo ouviu de médico durante a gravidez: Seu filho vai ser um monstro
Ele sugeriu o aborto. Ela respondeu: É meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar
Por Redacao
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Neste último dia 11 de outubro, o papa Francisco nomeou dom Andrew Cozzens como o novo bispo auxiliar de St. Paul, Minneapolis, nos Estados Unidos. É uma das tantas nomeações que o santo padre faz e que poderia ter passado despercebida se não fosse pelo fato de que a mãe do novo bispo, dona Judy, narrou a história da sua gravidez para o jornal The Catholic Spirit, revelando que Andrew teria sido abortado se ela tivesse ouvido os conselhos do próprio médico.
Ela não ouviu. E a história de Andrew não passou despercebida. Ele foi ordenado sacerdote em 1997, aos 28 anos, e agora é professor de Teologia Sacramental e responsável pela liturgia no seminário diocesano.
Quando estava grávida de cinco meses de Andrew, seu segundo filho, Judy começou a sentir dores que atribuiu inicialmente a um vírus pego no colégio onde dava aulas. Como as dores continuaram, ela pensou que podia ser um parto prematuro e correu para o hospital, acompanhada do marido, Jack. Conseguiram controlar a situação, mas, no dia seguinte, ao visitá-la, o médico afirmou: "O seu feto é deformado. Você não pode continuar esta gestação". Judy respondeu na hora: "O que você quer dizer? Ele é meu filho!".
"Não, eu acho que você não está me entendendo", insistiu o doutor. "O que você está carregando no útero é um monstro e você não pode continuar esta gravidez". A mãe replicou: "Ele é meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar". O médico se recusou a continuar a atendê-la. A família teve que encontrar outro médico para acompanhar a gestação.
Andrew nasceu perfeitamente normal, a não ser por um eczema que afetava todo o seu corpo. Ele teve alergias que o incomodaram durante dois anos e provocaram uma asma crônica, que o acompanha até hoje.
Foi essa asma, em parte, que o levou a descobrir a vocação de entrega a Deus, quando tinha apenas 4 anos de idade.
Durante uma internação hospitalar em que precisou de respiração artificial, o pequeno Andrew olhou para o médico que tomava conta dele e disse: "Pode ir dormir na sua cama. Vai ficar tudo bem comigo. Eu vou crescer e vou me dedicar às coisas de Deus".
O médico ficou perplexo e, conversando depois com Jack e Judy, contou-lhes que estava perdendo a fé em Deus por causa de um processo de divórcio muito doloroso, mas que as palavras do pequeno Andrew o tinham ajudado.
A vocação do menino foi se assentando graças também à amizade da família com um sacerdote de Denver, cidade onde viveram durante uma temporada para tratar do filho num centro especializado em asma.
Andrew leva hoje uma vida perfeitamente normal como adulto e como sacerdote. Com algumas peculiaridades, é claro: a exemplo do pai, ele também se tornou montanhista.
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Mundo
1.000 dias para o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Em celebração a este dia, a Arquidiocese do Rio celebra missa, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta
RIO DE JANEIRO, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Este sábado, 9 de novembro de 2013, marca a contagem regressiva de 1.000 dias para a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Conforme nota da assessoria de imprensa, em celebração a este dia, a Arquidiocese do Rio celebra missa, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, às 9h, no Cristo Redentor, no Corcovado, com a presença de autoridades, atletas, dirigentes esportivos e membros da Pastoral do Esporte e do Comitê Organizador do Projeto "100 Dias de Paz".
O projeto "100 Dias de Paz" engloba diversas atividades a serem realizadas antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016, tem a finalidade de atingir jovens, atletas e o público em geral, levando os valores cristãos católicos ao esporte.
Estarão presentes também a Cruz Olímpica e Ícone da Paz, dois símbolos criados pela Igreja Católica para os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e com o objetivo de serem levadas às cidades sede de todas as próximas edições.
O artista londrino Jon Cornwall projetou e criou a Cruz Olímpica utilizando 12 tipos diferentes de madeira de todo o mundo para representar os 12 discípulos. O Ícone da Paz representa o trabalho que Pax Christi Internacional realiza em prol da paz e reconciliação no Oriente Médio.
A Paz de Cristo é representada no ícone por diversas histórias bíblicas e da vida de santos da nossa Santa Igreja. A nota publicada pela Arquidiocese do Rio recorda que este dois símbolos foram abençoados pelo Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude Rio2013, em conjunto com a benção dada as bandeiras Olímpica e Paraolímpica, pela primeira vez na história.
(MEM)
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"Profunda dor" na Ordem de São Camilo pela prisão do Superior
Padre Renato Salvatore foi preso ontem, juntamente com outras cinco pessoas, acusado de ter sequestrado dois irmãos que impediriam sua reeleição como Superior Geral
ROMA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A notícia da prisão de Padre Renato Salvatore, Superior Geral dos Camilianos, foi dada nesta quarta-feira (6). O religioso recebeu uma ordem de prisão preventiva sob acusação de ter impedido a dois irmãos de votar para eleger o novo Superior da Ordem, em maio passado. Os dois sacerdotes se opunham à extensão do mandato de padre Salvatore, o qual teria encenado um falso controle da polícia judiciária para bloqueá-los, com a ajuda de outras cinco pessoas.
Entre eles, os investigadores relataram aquele que parece ser o responsável pela operação, ou o "mentor" Paolo Oliverio, que – conforme indagação- era o administrador dos hospitais da Ordem, sobretudo, na região da Campânia e Sicília.
No comunicado de imprensa da Ordem dos Camilianos lê-se: "Com grande surpresa e profunda dor recebemos a notícia de que nosso Superior Geral foi levado à Delegacia para responder sobre fatos a ele atribuídos"."Vivemos este momento em oração e com a confiança de que se possa esclarecer esse episódio" e "convidamos os co-irmãos e toda a grande família de São Camilo a unirem-se a nós na oração pelo nosso Padre Geral".
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Uma resposta americana à confusão de valores
O primado da vida e da liberdade: responsabilidade e participação criativa
Por Giovanni Patriarca
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Recentemente, Samuel Gregg, diretor de pesquisa do Instituto Acton, de Grand Rapids, publicou uma obra com título tão provocativo quanto claro, em um contexto americano profundamente marcado por disputas ideológicas contínuas e pela aparente perda de memória histórica.
Em seu "Tea Party Catholic: The Catholic Case for Limited Government, a Free Economy and Human Flourishing", o autor traça com prosa intensa, filosoficamente estruturada e agradável de se ler, um quadro completo das contradições e dos riscos de uma sociedade chamada a não perder a sua identidade e a se esforçar diariamente, de modo às vezes humilhante e degradante, para não chegar ao nível do Leviatã, nas vestes de um Estado excessivamente paternalista e sedutor a ponto de privar o indivíduo e a comunidade de uma escolha eticamente diferente em questões altamente sensíveis.
Na esteira da Doutrina Social da Igreja, com referências oportunas aos documentos pontifícios, Gregg analisa, num crescendo de temas e perspectivas, os desafios da modernidade, que parece ter perdido os princípios fundadores da virtude, para os quais o zelo, a perseverança, a prudência, o sacrifício, a coragem e a piedade são indissociáveis de um processo humano e transcendente com vista à realização integral da pessoa.
O "círculo vicioso" da justificação da liberdade absoluta produziu um paradoxo antitético e anti-ético que confunde tal autonomia incondicional, de contornos indefiníveis, com o verdadeiro conceito de liberdade, que, privado de toda exigência moral, perde todas as suas características essenciais.
A essa indiferente "emancipação", contrasta-se a alternativa de uma escolha que não é facilmente manipulável e que, ao mesmo tempo, se articula em um processo de reflexão, criatividade e responsabilidade.
Uma jornada pessoal desse tipo não depende de reduções simplistas do relativismo hedonista, mas fica a serviço da comunidade num percurso solidário e subsidiário, em que cada um é livre, respeitado no seu papel e apreciado nos seus talentos.
Desta forma, geram-se naturalmente as condições necessárias para um desenvolvimento econômico que é humanamente integral, não mais míope, autorreferencial e desprovido de valores.
A escolha da fé, numa sociedade responsável e co-criativa, ainda assume uma força motriz para a participação democrática e para a defesa dos direitos invioláveis da pessoa contra um secularismo doutrinário e, não raro, intolerante.
Com base na Dignitatis Humanae, que se originou, durante o concílio Vaticano II, de uma aliança incomum entre os representantes do episcopado norte-americano e os bispos da Europa Central e Oriental, ainda sob o jugo da ditadura comunista, Gregg sublinha o valor positivo do testemunho religioso e não hesita em apresentar a contribuição histórica dos católicos na formação da América contemporânea.
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Entrevistas
De engenheiro informático a religioso marianista (Parte II)
Como o padre e blogueiro Daniel Pajuelo passa os dias entre o altar e as redes sociais
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Poucos sabem que você é engenheiro informático. Você aplicou isso na vida de religioso marianista?
-Padre Daniel Pajuelo: Nos meus primeiros anos como marianista, eu desenvolvi um software de gestão de bibliotecas para a nossa administração provincial. Agora ele pode ser baixado gratuitamente no meu site. É o "Biblioteca 2000". Também dediquei muita energia para criar a comunidade virtual Ágora Marianista, que virou o Portal da Família Marianista da Espanha. Também trabalhei como técnico informático em nosso colégio de Valencia e, mais tarde, como professor de tecnologia e de informática para jovens de 12 a 16 anos. Sempre gostei da Segurança de Redes e algumas vezes me pediram para auditar servidores ou resgatá-los de algum ataque cibernético, desmascarar identidades virtuais falsas, recopilar dados para tramitar denúncias por abusos na internet, etc.
E você ainda tem tempo para esses trabalhos?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu continuo fazendo algumas dessas coisas, além de pequenos programas e instalação e atualização de alguns blogs. Mas reorientei o meu perfil informático para as redes sociais. Os meus conhecimentos técnicos são de grande ajuda para entender o potencial e os limites da comunicação na internet, além dos perigos. Mas continuo precisando de formação constante, para melhorar a minha presença e assessorar outras pessoas e entidades da Igreja na hora de aterrissar nesse meio. Comecei a estudar no ESIC, uma escola de negócios dos Padres Reparadores. E estou cursando um Programa Superior de Marketing e Gestão de Comunidades em Redes Sociais.
Você fundou o site iMision, junto com outros religiosos. Qual é o propósito e quais são os frutos desse trabalho?
-Padre Daniel Pajuelo: O iMision nasceu de um encontro no Twitter entre a religiosa Xiskya Valladares e eu. Nós dois mantemos uma presença ativa nessa rede social. Depois de sofrer alguns ataques pessoais fortes nessa mesma rede, nós percebemos o quanto é necessário apoiar os católicos presentes nela para que eles não tenham medo, para que a presença deles seja como o sal que dá sabor. O nosso objetivo ao fundar o iMision era triplo: primeiro, possibilitar o encontro digital e físico dos católicos já presentes na rede; segundo, oferecer formação, e, terceiro, realizar um congresso.
Fale um pouco mais sobre esta iniciativa!
-Padre Daniel Pajuelo: O fruto do iMision é uma comunidade formada por oito pessoas de diversos movimentos e grupos da Igreja. Trabalhamos unidos com o mesmo horizonte. Também estão ligadas ao núcleo outras vinte e duas pessoas que colaboram diretamente com o projeto: gestores de grupos do Facebook e do Twitter, designers gráficos, programadores… Em terceiro lugar, temos a comunidade de voluntários, formada por mais de quatrocentas pessoas que recebem e apoiam as iniciativas que nós vamos propondo, e, por último, a nossa comunidade de seguidores, 8.400 no Twitter e 6.900no Facebook. Os frutos do iMision são as conexões entre todas essas pessoas. Estas conexões sozinhas não geram comunhão, mas a facilitam e potencializam. E a comunhão é o que torna visível hoje o Corpo de Cristo no mundo.
Como os nossos leitores podem participar?
-Padre Daniel Pajuelo: Vamos ter um congresso, que já está sendo organizado. Vai ser em Madri, nos dias 4, 5 e 6 de abril de 2014, e a conferência de abertura será do padre Antonio Spadaro, jesuíta, diretor da revista La Civiltà Cattolica e uma das referências nesta nova cultura eclesial da evangelização na internet. Esperamos contar com um excelente grupo de palestrantes. Vamos ter também oficinas práticas e encontros entre os participantes. Achamos que esse evento vai definir um antes e um depois na presença da Igreja espanhola na internet.
Como você vê o desenvolvimento da presença da Igreja nos novos meios digitais nos últimos dez anos?
-Padre Daniel Pajuelo: O pontificado de Bento XVI deu um impulso enorme à presença da Igreja na mídia social. O Pontifício Conselho para a Cultura e o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais compreenderam de forma admirável que a internet não é só um instrumento, mas um "lugar habitado", e que a Igreja também está chamada a compartilhar e acompanhar as esperanças, alegrias, sofrimentos e desejos das pessoas na rede.
O papa Francisco, por exemplo, tem uma atividade constante nas redes sociais…
-Padre Daniel Pajuelo: A pessoa do papa Francisco e o estilo comunicativo dele estão sendo uma revolução para uma Igreja milenar, que se sentia segura ao se expressar numa linguagem que hoje não é mais entendida. A encarnação é um processo contínuo, que não termina em uma época. Sacralizar formas do passado, que foram muito válidas e deram resultado na sua época, mas que não têm mais significado para o homem de hoje, é uma coisa que pode ir contra o verdadeiro espírito do evangelho. No evangelho nós descobrimos com admiração que Cristo, sendo de condição divina, não se apegou à sua condição e se despojou, tomando a forma de um no meio de tantos, tornando-se um homem como nós. E aquele, que foi o caminho escolhido por Deus para nos salvar, é o caminho que a Igreja está chamada a percorrer em todo o seu peregrinar pela história.
Mas nem todos pensam assim…
-Padre Daniel Pajuelo: Eu acho que esse grande impulso está sendo liderado de cima e ainda não chegou completamente às bases. Poucas dioceses, congregações e movimentos escutam esse chamado à evangelização pela internet. Neste sentido, há muita estrada pela frente ainda.
Qual é o aspecto que mereceria mais atenção e mais recursos?
-Padre Daniel Pajuelo: A formação. Antes de entrar nessa arena, precisamos nos livrar de preconceitos. Toda mudança nos assusta, parece sempre que o tempo passado foi melhor, mas, se mantivermos essa atitude ou demonizarmos os jovens e as novas formas de interconexão, só vamos nos isolar, virar objetos de museu e morrer sozinhos e incompreendidos. Eu acho que as dioceses, as conferências episcopais, têm que apostar forte em formar primeiro os seus delegados de comunicação. Hoje a comunicação é algo muito delicado, que nós temos que cuidar bem, colocar nas mãos de gente muito santa e bem formada. Depois, criar escolas que deem formação de qualidade para todo tipo de agentes pastorais.
Então temos que entrar nas redes sociais com decisão, é isso mesmo?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu acredito que nós temos que dar um abraço institucional e dar apoio e recursos para iniciativas que já estão acontecendo nos nossos países. Também acho que não vai passar muito tempo antes que algumas dioceses e conferências episcopais comecem a ter as mídias sociais integradas no seu planejamento de comunicação.
Você também é compositor musical e tem algumas músicas bem recebidas pelos jovens. O que inspira você a compor?
-Padre Daniel Pajuelo: A relação com Deus! É dela que surge tudo, ela é o motor dos motores de toda a minha vida, é dali que nasce a inspiração para escrever e gravar as músicas. Enquanto eu componho, eu rezo e medito o que estou escrevendo. Quando você comunica, você tem que cuidar da forma, mas principalmente do conteúdo, e esse conteúdo, para mim, sempre é Cristo.
E agora, quais são as suas tarefas como padre e os planos para o futuro?
-Padre Daniel Pajuelo: Eu estou me dedicando à educação em nosso colégio marianista de Carabanchel [em Madri]. Sou muito feliz com os jovens. Eles não param de me ensinar coisas novas, me tornam mais humilde, tiram o melhor de mim e me obrigam a me renovar o tempo todo. Pelo voto de obediência, eu sirvo na minha província e trabalho em nosso projeto missionário. Não sei o que o futuro está guardando, mas sei que tudo o que eu fizer vai ser feito em discernimento com os meus superiores e irmãos de comunidade. Eu faço parte de uma grande família, a família de Maria, que trabalha para transmitir a luz a Cristo ao mundo. Essa tem sido e vai ser a minha missão até o final dos meus dias, se Deus quiser.
Que mensagem você dá aos religiosos em formação que gostariam de ter uma presença evangelizadora nas redes sociais?
-Padre Daniel Pajuelo: Não é qualquer forma de presença que vale a pena. Por isso, tem que se formar bem, para usar a linguagem adequada em cada momento e aprender a viver bem no tempo da internet. Nós temos que ser honestos e transparentes, e, ao mesmo tempo, mostrar o rosto mais materno e acolhedor da Igreja. Temos que viver o perdão e a humildade também na internet, e por isso não podemos devolver insulto por insulto, temos que deixar o sarcasmo de lado e estar dispostos a reconhecer os erros. As métricas são importantes, como o número de seguidores no Twitter e os "curtir" no Facebook, mas eles não podem ser o nosso objetivo prioritário.
Manter a comunidade no espaço digital, enfim...
-Padre Daniel Pajuelo: Não podemos esquecer que não somos franco-atiradores, nem superstars. Somos uma grande comunidade, que é a Igreja. Temos que criar laços entre católicos, mesmo pensando diferente em alguns temas. Seguir pessoas que pensam diferente ajuda a cultivar a escuta e a nos colocar na pele do outro. Se nos cercamos só de quem pensa igual, ficamos encerrados, não evangelizamos nem somos evangelizados. Não precisamos ter medo. Deus nos chama a jogar as redes e Ele está conosco!
Para conhecer o iMision: http://imision.org
Para seguir o padre Daniel Pajuelo no Twitter: https://twitter.com/smdani
Blog do padre Daniel Pajuelo: http://smdani.marianistas.org
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Estados Unidos: é fundamental viver a fé também fora das igrejas
Entrevista com o padre palotino Frank Donio, diretor do Centro do Apostolado Católico em Washington
Por Jose Antonio Varela Vidal
ROMA, 08 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Está prestes a terminar o Ano da Fé, que foi convocado pelo papa emérito Bento XVI e que será encerrado pelo papa Francisco, no Vaticano. Ao longo deste ano, o assunto "fé" foi iluminado diante de um mundo que se aventurou a viver sem absolutos e ao sabor dos mercados econômicos, sempre excludentes.
A Igreja sai fortalecida desta celebração: uma encíclica sobre a fé, encontros e cerimônias de reafirmação para os crentes, novos santos e beatos evangelizadores e a expectativa de um novo Sínodo dos Bispos em 2014, focado no tema urgente da família.
De um lado ao outro do planeta, católicos incrementaram os seus esforços missionários ad intra e ad extra. A resposta dos fiéis foi generosa e entusiasta, como a de "leões adormecidos" que despertam, e servirá para elaborar uma estratégia melhor para os tempos atuais.
Uma dessas instituições é o Centro do Apostolado Católico (Catholic Apostolate Center), de Washington, capital dos Estados Unidos, uma obra da província da Imaculada Conceição, dos religiosos palotinos.
ZENIT conversou com o padre Frank S. Donio, SAC, diretor do centro, que conhece bem o que significa achar novos caminhos para a evangelização, mesmo numa sociedade tão competitiva e técnica como é a norte-americana.
Estamos perto do final do Ano da Fé. O que permanecerá nos crentes depois desta experiência mundial?
--Padre Donio: O Ano da Fé foi uma oportunidade espiritual para refletirmos sobre a nossa relação pessoal com Jesus Cristo e para darmos testemunho da fé e da caridade. A minha esperança é que esta mensagem tenha se enraizado na vida dos crentes e dê os seus frutos numa renovação maior, não só da Igreja, mas do mundo.
Este ano foi rico em atividades e encontros dos diversos setores. Onde é que a Igreja tem que insistir mais para o aprofundamento da fé?
--Padre Donio: No testemunho pessoal da fé, tanto nas palavras quanto nos atos da vida cotidiana. As atividades e encontros nos ajudam a crescer na fé, mas o testemunho pessoal é capaz de transformar a vida dos crentes, da Igreja e do mundo. Conhecer a fé através da catequese não é suficiente; viver a fé na vida cotidiana, fora dos edifícios das igrejas, é que é fundamental.
Estatísticas recentes da Propaganda Fide mostram que a Igreja tem uma grande obra missionária e de ação social e de caridade no mundo. Em que áreas geográficas a força e a presença da Igreja precisariam ser mais reforçadas?
--Padre Donio: Como todos sabem, a Igreja está crescendo no hemisfério sul a um ritmo excepcional numa série de lugares, mas, ao mesmo tempo, está diminuindo no norte. A nossa solidariedade com os outros, como Igreja global, pode beneficiar a todos se nós estivermos dispostos a ir além do nacionalismo e dos preconceitos. Uma colaboração mais estreita com os outros no serviço à fé e às necessidades sociais e de caridade pode ser um remédio para a escassez em qualquer área.
É um envio permanente, não é isso?
--Padre Donio: Eu, pessoalmente, tenho visto o benefício desse tipo de colaboração na minha própria comunidade religiosa, os palotinos, e na associação da qual nós fazemos parte, a União do Apostolado Católico. Estamos em mais de cinquenta países e, quando trabalhamos bem em parceria, as necessidades da fé e da caridade são atendidas mais plenamente. E outras são reforçadas, e novas oportunidades vão se desenvolvendo. Esse tipo de colaboração gera esperança.
Hoje nós vivemos numa sociedade laica. O mundo se move ao ritmo das teorias econômicas. Como apresentar o evangelho aos homens e mulheres desse tempo?
--Padre Donio: O testemunho dos crentes que é autêntico, caridoso, aberto, hospitaleiro, acolhedor e comunitário é uma resposta para quem acha que a sociedade laica é individualista. As pessoas são usadas e descartadas. Só tem lugar quem é útil. Muitos adultos jovens, com quem eu trabalho na pastoral, enxergam a mentira desse pensamento. Eles lutam para encontrar trabalho, têm dívidas e estão herdando os problemas econômicos provocados pelas gerações anteriores. A Igreja oferece uma comunidade de crentes que, no melhor dos casos, se preocupa com os outros e ajuda a todos a levar uma vida virtuosa, com valores e com uma meta que é eterna, não passageira.
Neste ano foi lançada a encíclica Lumen fidei. Qual é a novidade doutrinal deste documento?
--Padre Donio: Não é algo novo, mas renovado. A Lumen fidei é nova porque foi escrita pelo santo padre Francisco e pelo papa emérito Bento XVI. Ela oferece uma exposição clara da fé e de como vivê-la num mundo que precisa da luz de Jesus Cristo.
Durante o Ano da Fé, a Igreja viveu a mudança de papa. Como você vê os primeiros sete meses do papa Francisco?
-Padre Donio: O papa Francisco já conseguiu, com o testemunho dele, mudar a narração comum e laica sobre a Igreja nos últimos anos: escândalo, discórdia, etc. No lugar disso, com uma fé que é vivida na caridade, ele nos mostra como dar testemunho da esperança no mundo. Todos nós estamos ainda aprendendo sobre ele, mas o testemunho dele é claro e desafia a todos a refletir mais sobre como nós vivemos aquilo em que dizemos acreditar. Com o tempo, vamos poder saber mais, mas eu vi nele um profundo exemplo de fé que me fez examinar profundamente a minha forma de viver como religioso e como presbítero.
Na mesma reflexão, qual foi o principal legado deixado pelo papa Bento XVI?
-Padre Donio: Tudo o que o papa Bento fez pela Igreja vai ser compreendido e apreciado mais plenamente com o tempo, como é o caso de qualquer legado. O papa Francisco nos oferece um exemplo quando convida o papa Bento XVI a continuar sendo um presente, não um passado, como uma testemunha. Podemos aprender a ler o que Bento XVI escreveu e valorizar a bênção que é tê-lo ainda conosco.
O papa Francisco está dirigindo a Igreja com gestos humildes e pautas simples, mas há quem o critique por deixar o papado "simples demais". Isso é real?
-Padre Donio: Os críticos vão existir sempre, não importa quem seja o papa. Alguns criticaram o papa Bento XVI por causa da renúncia, dizendo que ele diminuiu o papado. Eu prefiro me concentrar no fruto do testemunho dos dois, e esse testemunho se chama humildade. Renunciar ao papado, como o papa Bento XVI renunciou, não foi um ato de uma pessoa egoísta. E viver do jeito que o papa Francisco vive também não é um ato de uma pessoa egoísta. São atos de homens de grande oração, que focam em Cristo, não neles mesmos. Num mundo que está apaixonado pela celebridade, a verdadeira humildade é aquela que foca no bem do outro, na verdadeira caridade. Diante disso, nós temos que fazer uma pausa e avaliar a nossa própria vida.
Também há quem critique porque o papa insiste em dizer que o trabalho da Igreja tem que ficar centrado na mensagem de Cristo, e não se obcecar com questões de moral sexual, por exemplo.
-Padre Donio: Jesus Cristo não é um quê, mas um quem. Nós podemos ter uma relação pessoal com ele. Ele não está longe de nós, ele é nosso irmão que nos leva à salvação. Todos os nossos ensinamentos morais se baseiam nesta relação, mas não são o ponto de partida da fé. O ponto de partida é a relação com Jesus Cristo. O batizado continua a missão de Cristo, ele trabalha através de nós, e ajuda os outros a experimentar a vida nele. Somos enviados, como discípulos missionários, como apóstolos, para ser testemunhas no mundo. O nosso testemunho é de palavra e de obra, que inclui a vida moral, vivendo o amor de Deus e do próximo. Os missionários não vivem vidas compartimentadas. A fé e a caridade vivem juntas, não é uma ou outra.
Parece novidade, mas não é, certo?
- Padre Donio: Nada disso é uma mensagem nova. O que parece novo é que alguns estão escutando isto pela primeira vez, possivelmente porque a linguagem utilizada é singela e direta.
Como vocês viveram o Ano da Fé no Centro do Apostolado Católico e na província da Imaculada Conceição dos palotinos nos Estados Unidos? Quais foram as linhas principais que surgiram desta experiência para o trabalho futuro?
-Padre Donio: O Centro do Apostolado Católico se desenvolveu enormemente durante o Ano da Fé. Oferecemos oportunidades às pessoas para crescer na fé e na caridade. Isso através dos nossos muitos recursos online, além dos programas e atividades que nós fazemos em parceria com a conferência episcopal, com as arquidioceses e dioceses, com as instituições educativas e diversas organizações internacionais e nacionais. Nós oferecemos também um espaço em Washington para as nossas organizações, afiliadas ou não, fazerem uma renovação espiritual e de parceria. Esperamos continuar ampliando a colaboração do centro fora da América do Norte e estamos examinando formas concretas para isso.
E os planos de expansão?
-Padre Donio: Como província, nós começamos um trabalho missionário numa região remota do Peru, que amplia a presença dos palotinos na América do Sul. Esses esforços durante o Ano da Fé e o nosso ano jubilar pelo quinquagésimo aniversário da canonização de São Vicente Pallotti (22 de janeiro de 2013), nos trouxe grandes oportunidades para atualizar a obra da nova evangelização.
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Poucos são aqueles que sabem o que é a objeção de consciência
Entrevista ao autor do livro "Obedecer antes a Deus que aos homens", Vanderlei de Lima
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Poucos são aqueles que sabem o que é a "objeção de consciência", declarou Dom Pedro Carlos Cipolini, bispo de Amparo, no prefácio da mais nova obra do escritor Vanderlei de Lima, "Obedecer antes a Deus que aos homens: a Ética Cristã do lado dos que defendem a Objeção de Consciência como um Direito Humano fundamental", 2013, 96 páginas, Amparo (SP).
Vanderlei demonstra nessa obra que a objeção de consciência "pode ser entendida como um tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos", porém não de forma arbitrária, mas à luz da Lei Moral Natural. Portanto, a moral católica não é, como tantos dizem, "freio, mas direção ao ser humano".
Acompanhe a entrevista na íntegra:
ZENIT: O que o motivou a publicar o livro "Obedecer antes a Deus que aos homens" tratando da "objeção de consciência"?
Vanderlei de Lima: Acredito que a maior razão para essa publicação se encontra justificada na Apresentação que Dom Pedro Carlos Cipolini, Bispo de Amparo (SP), fez da obra.
Com efeito, escreve ele: "Ao ser solicitado para apresentar esta reflexão sobre o tema da "objeção de consciência", reparei o quanto este tema é ainda inexplorado em nosso meio. Na realidade, a objeção de consciência ainda não é suficientemente conhecida, nem sequer na comunidade eclesial em toda a sua profundidade ético-teológica".
Ora, esse desconhecimento do tema por parte de muitos, conforme constata, acertadamente, o Bispo, é que me levou a pesquisar, redigir e publicar o livro.
ZENIT: Quais as principais questões abordadas no livro?
Vanderlei de Lima: As principais questões tratadas no livro visam definir e fundamentar a prática da objeção de consciência. Ela pode ser entendida como um tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos, ou seja, quando o cidadão julga, de modo bem fundamentado, que as determinações da autoridade são injustas e, por isso, não merecem a obediência, mas, sim, a oposição (cap. 1).
A partir daí o livro trata dos fundamentos doutrinários dessa prática à luz da moral católica, além de trazer um pequeno apêndice esclarecendo a questão na Constituição Brasileira (cap. 2); Vem a seguir uma exposição da Lei Natural Moral, uma das grandes bases da objeção de consciência, e da harmonia (ou desarmonia) dessa Lei com as leis humanas (cap. 3); Dado, porém, que a prática da objeção de consciência cresce no mundo, a "ditadura do relativismo", muito denunciada pelo Papa Bento XVI, quer aboli-la a fim de obrigar a todos os homens e mulheres a praticarem aquilo que, no mais íntimo do seu ser, rejeitam com veemência (cap. 4); por fim, o livro trata da participação dos católicos na vida pública de seu país, da diferença entre o Estado laico e o laicista (cap. 5) e do pecado, a grande desgraça a ser evitada, no caso por meio da prática da objeção de consciência (cap. 6).
Quem lê com atenção o livro tem, portanto, farto material de reflexão, além de encontrar mais de quarenta fontes de aprofundamento indicadas nas referências bibliográficas.
ZENIT: No que o conteúdo desse livro pode interessar aos leitores de Zenit?
Vanderlei de Lima: O conteúdo do livro pode interessar aos leitores de Zenit na medida em que oferece base sólida (está alicerçado na Moral católica, que não é freio, mas direção ao ser humano) para reflexões e, consequentes, ações no dia a dia.
Se os verdadeiros seguidores de Cristo, Nosso Senhor, souberem sê-lo de verdade, se valerão, com fundamento no material oferecido pelo livro, da "objeção de consciência" em seus meios e com isso salvarão muitas vidas, especialmente inocentes e indefesas ameaçadas pelo aborto, e impedirão ou ao menos retardarão o andamento da "cultura da morte" (João Paulo II), da "ditadura do relativismo" (Bento XVI) e da "cultura do descartável" (Francisco) que visam destruir os valores básicos da civilização cristã.
Afinal, quem hoje não quer saber o que fazer não só diante do aborto, mas também da venda da "pílula do dia seguinte", da manipulação de embriões humanos, da união civil de pessoas do mesmo sexo, da veiculação de conteúdos contrários à vida e à família nas escolas etc.?
Para maiores informações e pedidos, pode escrever para: toppaz1@gmail.com
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Espiritualidade
Creio na ressurreição da carne
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará, reflete sobre a fé
Por Dom Alberto Taveira Corrêa
BELéM DO PARá, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Estamos para terminar o Ano da Fé, convocado por Bento XVI e confirmado pelo Papa Francisco, no qual foram assumidas muitas iniciativas em vista de um aprofundamento das verdades que sustentam a vida cristã. Muitas pessoas aprenderam de novo a profissão de fé chamada "niceno-constantinopolitana" que, ao lado do "Símbolo dos Apóstolos" expressa, de forma resumida e precisa, o que nós cristãos acreditamos.
A fé é dom recebido e oferecido, a modo de testemunho e anúncio, a todas as gerações da humanidade, a partir do acontecimento que é Nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecido por todos os cristãos como Senhor e Salvador. Sabemos que o Espírito Santo espalha sementes do Verbo de Deus em todos os recantos da humanidade, fazendo com que o anseio pela verdade se encontre no coração dos homens e mulheres de todos os tempos. Entretanto, seríamos os cristãos dignos de dó se não existisse a convicção profunda a respeito do que acreditamos. É inclusive condição indispensável para dialogar com quem pensa diferente de nós o conhecimento e a certeza da fé, com a qual nos dignificamos e somos valorizados. Não oferecemos a fé cristã numa espécie de supermercado de ofertas consideradas "iguaizinhas", mas a professamos com dignidade, dando testemunho, vivendo com coerência e oferecendo aos outros o anúncio da Boa Nova do Evangelho.
Desde o Antigo Testamento e passando por toda a história da Igreja, há homens e mulheres cuja coerência nos edifica e sustenta: "Com tamanha nuvem de testemunhas em torno de nós, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve. Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição"(Hb 12,1-2). A conhecida saga dos Macabeus, em tempo de perseguição acirrada, é um dos significativos exemplos. Assim descreve a Escritura: "Sobremaneira admirável e digna de abençoada memória foi a mãe, a qual, vendo morrer seus sete filhos no espaço de um dia, soube portar-se animosamente por causa da esperança que tinha no Senhor. A cada um deles exortava na língua dos seus antepassados, cheia de coragem e animando com força viril a sua ternura feminina. E dizia-lhes: 'Não sei como viestes a aparecer no meu ventre, nem fui eu quem vos deu o espírito e a vida. Também não fui eu quem deu forma aos membros de cada um de vós. Por isso, o Criador do mundo, que formou o ser humano no seu nascimento e dá origem a todas as coisas, ele, na sua misericórdia, vos restituirá o espírito e a vida. E isto porque, agora, vos sacrificais a vós mesmos, por amor às suas leis'" (Cf. 2 Mac 7, 1-14). E os filhos, quase como em refrão, proclamavam a certeza da ressurreição para a vida eterna, que é dada por Deus!
Jesus, numa discussão com os saduceus, acentua a verdade da Ressurreição dos mortos e a certeza de que Deus é Deus dos vivos (Lc 20, 27-38). E chegamos a um dos pontos cruciais de nossa fé cristã, diante de convicções tantas vezes diferentes com as quais convivemos no dia a dia, a fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna. Reafirme-se o respeito às pessoas que pensam de outra forma, mas não é possível, para nós cristãos, omitirmos as razões de nossa esperança.
Acreditamos em Deus, que nos dá uma vida só, a ser entregue em suas mãos, quando terminar o curso de nossa aventura terrena, pois "está determinado que os homens morram uma só vez, e depois vem o julgamento" (Hb 9, 27). Quem nos salva e nos introduz na vida eterna não são eventuais e sucessivos retornos a esta terra, mas os méritos de Jesus Cristo, Senhor, Salvador e Redentor. Diante dele, cada pessoa se torna responsável pelos seus atos, abrindo-se ao seu amor misericordioso, para poder proclamar com toda certeza: "Pois eu sei que meu redentor está vivo e que, no fim, se levantará sobre o pó; e, depois que tiverem arrancado esta minha pele, em minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não a um estranho" (Jó 19, 25-27).
Consequência de nossa fé na ressurreição da carne será uma grande responsabilidade do cristão diante da vida e pelos seus próprios atos. Não é possível jogar nas mãos dos outros a própria existência. Seremos, sim, irmãos e irmãs, solidários uns com os outros, mas chegará o momento de nossa páscoa pessoal em que, como uma pessoa sozinha no deserto, nua diante do Senhor, encontraremos, na maravilhosa experiência do amor misericordioso, fogo que purga como ao ouro e à prata no cadinho, a verdade definitiva, que se chama salvação eterna! Poderemos dizer nosso sim definitivo a Deus, consequência de nossas escolhas cotidianas.
Homens e mulheres que assim acreditam se tornam semeadores de esperança. Não proclamam condenação diante de quem quer que seja, mas anunciam perdão e vida. Em nome de tais certezas, vão em busca de todos. Recolhem em cada recanto do mundo as pessoas que sofrem, fazendo brilhar diante delas o amor que abre novas estradas. Acreditar na ressurreição da carne faz ainda valorizar a própria vida, a saúde do corpo que é feito templo do Espírito Santo. E diante da vida dos outros, trata-se de admirar o verdadeiro santuário em que Deus quer habitar.
Quem assim acredita acolhe exigências fortes e salutares, como as que se encontram no Livro da Sabedoria (Sb 1, 12-15): "Não procureis a morte com uma vida desregrada, e não provoqueis a ruína com as obras de vossas mãos. Pois Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos vivos. Ele criou todas as coisas para existirem, e as criaturas do orbe terrestre são saudáveis: nelas não há nenhum veneno mortal, e não é o mundo dos mortos que reina sobre a terra, pois a justiça é imortal".
Quem assim professa a fé supera o círculo vicioso de certo eterno retorno! Sim, Deus pode ser e é original. A prova está em cada um de nós! Um dito jocoso afirma com verdade que Deus "jogou a forma fora" quando criou cada homem e cada mulher. E de surpresa em surpresa descobriremos a maravilha que é cada pessoa, destinada à felicidade eterna, pois ele não fez ninguém para a perdição. Todos, sem exceção, são candidatos à felicidade nesta terra e na eternidade, o que não nos permite passar em vão perto das pessoas, mas olhar ao nosso redor para oferecer o que estiver ao nosso alcance, em vista da realização, dignidade e salvação, a partir dos mais pobres e dos pequenos.
Quem assim acredita na vida eterna e na ressurreição da carne encontra desde já o sentido e o rumo de sua existência! Amém!
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Análise
Eutanásia: uma definição em três pontos
Glossário de Bioética: a "doce morte" acabou significando também "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo"; uma "morte rápida", porém, não é sinônimo de "morte digna".
Por Carlo Bellieni
ROMA, 06 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A "morte doce" acabou significando "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo", embora a "morte rápida" não seja sinônimo de "morte com dignidade": pode ser entendida como "morte doce", afinal, aquela que é vivida com coragem e na companhia dos entes queridos; facilitar a morte de alguém é um ato prejudicial ao corpo social, diferentemente da suspensão de cuidados desnecessários, dos quais ela deve ser bem diferenciada.
Realismo
Literalmente, eutanásia significa "morte doce"; na linguagem comum, ela significa "morte provocada (a fim de evitar o sofrimento grave)", que mal se distingue do suicídio assistido de uma pessoa que consente nessa prática. Dentro do contexto da eutanásia, inclui-se a suspensão da assistência médica voltada a salvar a vida, ou seja, a determinação de não reanimar o paciente caso haja risco urgente para a vida, ou de suprimir os medicamentos e até mesmo a hidratação e a alimentação. Fala-se, assim, de eutanásia ativa e passiva (ou omissiva).
A razão
A eutanásia realmente preserva a dignidade da pessoa? Seu objetivo declarado é duplo: evitar o sofrimento e a possível diminuição da dignidade da pessoa. Entretanto, para combater o sofrimento existem excelentes medicamentos; já a questão da dignidade da pessoa é mais complexa: haverá mesmo algo que diminua a dignidade de uma pessoa? Morrer de velhice é mais digno que morrer de câncer?
A dignidade humana é inerente à pessoa, em qualquer situação, em qualquer idade, em qualquer estado de saúde ou de desenvolvimento sócio-econômico. É um mito a ideia de que seja preciso criar situações para preservá-la, já que nada a elimina, nem mesmo o pior dos algozes. Ao contrário: é obrigação moral de todos respeitá-la. Esse mito vem da ideia de que ser dependente dos outros, principalmente em casos extremos de dependência, não seria "digno do ser humano", que, na sociedade pós-moderna, é visto como aquele que tem uma característica fundamental e suprema: a autonomia, a independência. Qualquer coisa que diminua ou elimine a autonomia é hoje considerado como um ataque contra o status do ser humano, levando-o inclusive a perder o título de "pessoa": seria o caso da criança, do embrião, do ancião ou do doente mental que depende dos outros.
O que deve ser assegurado de todas as maneiras é que a pessoa receba todos os cuidados a que tem direito, incluindo os paliativos, e que transcorra a etapa final da vida nas condições mais serenas possíveis. A questão, assim, é "ajudar a morrer bem", o que não significa "decidir quando", mas "como": isto é, no melhor ambiente e com o melhor atendimento e companhia. A eutanásia é apenas um atalho para não se abordar o problema dos direitos reais do moribundo.
De que tipo de cultura nasce a ideia de escolher quando morrer? O slogan "Eu decido quando e onde morrer" é um exagero com propósitos polêmicos. Pouquíssima gente ficará paralisada sem poder expressar a própria opinião e precisando de alguém que lhe escolha o tratamento médico adequado. Esse slogan nasce também de uma cultura de autonomia extrema, na qual o meu valor reside na minha capacidade de me autogerir: é claro que isto é bom, mas não diminui o valor da pessoa que precisa ser cuidada até nas necessidades mais simples. Suspender o tratamento é válido apenas se o tratamento é insuportável ou não é eficaz.
O sentimento
Não se pode supor que qualquer um vá decidir antecipadamente o que escolher quando estiver doente. Mas há um aspecto social que precisa ser levado em conta: o cuidado das pessoas gravemente doentes deve ser uma exigência legal das autoridades locais e do Estado, que devem facilitar a situação das famílias e dos indivíduos. Hipocrisia é falar contra a eutanásia fingindo-se que a pessoa deprimida ou idosa não é abandonada pela sociedade. Ao mesmo tempo, é muito fácil para o Estado simplesmente permitir a eutanásia em vez de dar o melhor das suas possibilidades para ajudar os doentes.
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Flash
Para que produzais muitos frutos: Congresso Nacional da Fraternidade
Comunidade Canção Nova promove evento de 08 a 10 de Novembro
Por Redacao
SãO PAULO, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - De 08 a 10 de Novembro de 2013, a Comunidade Canção Nova promove o evento Congresso Nacional da Fraternidade com o tema: "Para que produzais muitos frutos".
A nota sobre o evento publicada pela Comunidade Canção Nova informa que este encontro tem como objetivo unir várias comunidades que surgem no mundo todo, e unir estes diferentes carismas, experiência de fraternidade e evangelização.
As novas comunidade são reconhecidas pela Igreja como um dos instrumentos importantes enviado por Deus para o anúncio de Sua Palavra, testemunhando a veracidade do Evangelho.
"Cada uma das comunidades faz uma experiência de fraternidade na vida em comunidade. Uma presença muito forte e é uma contribuição reconhecida pela Igreja para que a Boa nova do Evangelho seja não só anunciada, mas vivenciada" afirma Dom Alberto Taveira.
Durante o evento teremos a presença de Dom Roberto Lopes, Dom Bernardino e das Novas Comunidades:Comunidade Oasis, Comunidade Filhos de Maria, Comunidade Pantokrator, Comunidade Sagrada Família, Comunidade Mar a Dentro, Comunidade Pequeno Rebanho, Comunidade Arca da Aliança, Comunidade Doce Mãe de Deus, e Obra de Maria
A comunidade Canção Nova está empenhada em acolher com carinho todos os peregrinos que passam por sua sede. Para isso, contamos com uma ampla infraestrutura em um ambiente alegre, acolhedor e cheio de paz.
(Red.MEM)
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Documentação
Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização
Texto completo do Documento preparatório para a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que será realizada de 5 a 19 de Outubro de 2014.
Por Redacao
BRASíLIA, 05 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Tendo presente o próximo sínodo extraordinário de bispos, que será realizado do 5 a 19 de Outubro de 2014, foi apresentando hoje na sala de imprensa do Vaticano, o documento preparatório da III Assembleia geral extraordinária do sínodo dos bispos sobre o tema: "Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização".
Faz parte do documento preparatório também um questionário de 38 perguntas, que não são um pedido de opinião aos fieis, mas o pedido de informações sobre a situação dos fieis nas paróquias.
Segue a íntegra do documento:
***
"Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização"
I – O Sínodo: família e evangelização
A missão de pregar o Evangelho a cada criatura foi confiada diretamente pelo Senhor aos seus discípulos, e dela a Igreja é portadora na história. Na época em que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral, que interpela a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial.
Propor o Evangelho sobre a família neste contexto é mais urgente e necessário do que nunca. A importância deste tema sobressai do fato que o Santo Padre decidiu estabelecer para o Sínodo dos Bispos um itinerário de trabalho em duas etapas: a primeira, a Assembleia Geral Extraordinária de 2014, destinada a especificar o "status quaestionis" e a recolher testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família; a segunda, a Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a procurar linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família.
Hoje perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão dos casais de fato, que não acedem ao Matrimônio e, às vezes, excluem esta própria ideia, até às uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raro é permitida a adoção de filhos. Entre as numerosas novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será suficiente recordar: os matrimônios mistos ou inter-religiosos; a família monoparental; a poligamia; os matrimônios combinados, com a consequente problemática do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher; o sistema das castas; a cultura do não-comprometimento e da presumível instabilidade do vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenômenos migratórios e reformulação da própria ideia de família; o pluralismo relativista na noção de Matrimônio; a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na compreensão do Matrimônio e da vida familiar; as tendências de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto matrimonial; o difundir-se do fenômeno das mães de substituição ("barriga de aluguel"); e as novas interpretações dos direitos humanos. Mas, sobretudo no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono da fé na sacramentalidade do Matrimônio e no poder terapêutico da penitência sacramental.
A partir de tudo isto, compreende-se como é urgente que a atenção do episcopado mundial, "cum et sub Petro", enfrente estes desafios. Se, por exemplo, pensarmos unicamente no fato de que, no contexto atual, muitos adolescentes e jovens, nascidos de matrimônios irregulares, poderão nunca ver os seus pais aproximar-se dos sacramentos, compreenderemos como são urgentes os desafios apresentados à evangelização pela situação atual, de resto difundida em todas as partes da "aldeia global". Esta realidade encontra uma correspondência singular no vasto acolhimento que tem, nos nossos dias, o ensinamento sobre a misericórdia divina e sobre a ternura em relação às pessoas feridas, nas periferias geográficas e existenciais: as expectativas que disto derivam, a propósito das escolhas pastorais relativas à família, são extremamente amplas. Por isso, uma reflexão do Sínodo dos Bispos a respeito destes temas parece tanto necessária e urgente quanto indispensável, como expressão de caridade dos Pastores em relação a quantos lhes são confiados e a toda a família humana.
II – A Igreja e o Evangelho sobre a família
A boa nova do amor divino deve ser proclamada a quantos vivem esta fundamental experiência humana pessoal, de casal e de comunhão aberta ao dom dos filhos, que é a comunidade familiar. A doutrina da fé sobre o Matrimônio deve ser apresentada de modo comunicativo e eficaz, para ser capaz de alcançar os corações e de transformá-los segundo a vontade de Deus manifestada em Cristo Jesus.
A propósito das fontes bíblicas sobre o Matrimônio e a família, nesta circunstância apresentamos somente as referências essenciais. Também no que se refere aos documentos do Magistério, parece oportuno limitar-se aos documentos do Magistério universal da Igreja, integrando-os com alguns textos emanados pelo Pontifício Conselho para a Família e atribuindo aos Bispos participantes no Sínodo a tarefa de dar voz aos documentos dos seus respectivos organismos episcopais.
Em todas as épocas e nas culturas mais diversificadas nunca faltou o ensinamento claro dos Pastores, nem o testemunho concreto dos fiéis, homens e mulheres que, em circunstâncias muito diversas, viveram o Evangelho sobre a família como uma dádiva incomensurável para a sua própria vida e para a vida dos sues filhos. O compromisso a favor do próximo Sínodo Extraordinário é assumido e sustentado pelo desejo de comunicar esta mensagem a todos, com maior incisividade, esperando assim que "o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens" (DV 26).
O projeto de Deus Criador e Redentor
A beleza da mensagem bíblica sobre a família tem a sua raiz na criação do homem e da mulher, ambos criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 24-31; 2, 4b-25). Ligados por uma vínculo sacramental indissolúvel, os esposos vivem a beleza do amor, da paternidade, da maternidade e da dignidade suprema de participar deste modo na obra criadora de Deus.
No dom do fruto da sua união, eles assumem a responsabilidade do crescimento e da educação de outras pessoas, para o futuro do gênero humano. Através da procriação, o homem e a mulher realizam na fé a vocação de ser colaboradores de Deus na preservação da criação e no desenvolvimento da família humana.
O Beato João Paulo 2º comentou este aspecto na "Familiaris consortio": "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26 s.): chamando-o à existência por amor, chamou-o ao mesmo tempo ao amor. Deus é amor (1 Jo 4, 8) e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão (cf. "Gaudium et spes", 12). O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação de cada ser humano" (FC 11).
Este projeto de Deus Criador, que o pecado original deturpou (cf. Gn 3, 1-24), manifestou-se na história através das vicissitudes do povo eleito, até à plenitude dos tempos, pois mediante a encarnação o Filho de Deus não apenas confirmou a vontade divina de salvação, mas com a redenção ofereceu a graça de obedecer a esta mesma vontade.
O Filho de Deus, Palavra que se fez carne (cf. Jo 1, 14) no seio da Virgem Mãe, viveu e cresceu na família de Nazaré, e participou nas bodas de Caná, cuja festa foi por Ele enriquecida com o primeiro dos seus "sinais" (cf. Jo 2, 1-11). Ele aceitou com alegria o acolhimento familiar dos seus primeiros discípulos (cf. Mc 1, 29-31; 2, 13-17) e consolou o luto da família dos seus amigos em Betânia (cf. Lc 10, 38-42; Jo 11, 1-44).
Jesus Cristo restabeleceu a beleza do Matrimônio, voltando a propor o projeto unitário de Deus, que tinha sido abandonado devido à dureza do coração humano, até mesmo no interior da tradição do povo de Israel (cf. Mt 5, 31-32; 19.3-12; Mc 10, 1-12; Lc 16, 18). Voltando à origem, Jesus ensinou a unidade e a fidelidade dos esposos, recusando o repúdio e o adultério.
Precisamente através da beleza extraordinária do amor humano – já celebrada com contornos inspirados no Cântico dos Cânticos, e do vínculo esponsal exigido e defendido por Profetas como Oseias (cf. Os 1, 2-3,3) e Malaquias (cf. Ml 2, 13-16) – Jesus confirmou a dignidade originária do amor entre o homem e a mulher.
O ensinamento da Igreja sobre a família
Também na comunidade cristã primitiva a família se manifestava como "Igreja doméstica" (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1655): nos chamados "códigos familiares" das Cartas apostólicas neotestamentárias, a grande família do mundo antigo é identificada como o lugar da solidariedade mais profunda entre esposas e maridos, entre pais e filhos, entre ricos e pobres (cf. Ef 5, 21-6, 9; Cl 3, 18-4, 1; 1 Tm 2, 8-15; Tt 2, 1-10; 1 Pd 2, 13-3, 7; cf., além disso, também a Carta a Filémon). Em particular, a Carta aos Efésios identificou no amor nupcial entre o homem e a mulher "o grande mistério", que torna presente no mundo o amor de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 31-32).
Ao longo dos séculos, sobretudo na época moderna até aos nossos dias, a Igreja não fez faltar um seu ensinamento constante e crescente sobre a família e sobre o Matrimônio que a fundamenta. Uma das expressões mais excelsas foi a proposta do Concílio Ecuménico Vaticano 2º, na Constituição Pastoral "Gaudium et spes" que, abordando algumas problemáticas mais urgentes, dedica um capítulo inteiro à promoção da dignidade do Matrimônio e da família, como sobressai na descrição do seu valor para a constituição da sociedade: "A família – na qual se congregam as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social – constitui assim o fundamento da sociedade" (GS 52). Particularmente intenso é o apelo a uma espiritualidade cristocêntrica dirigida aos esposos crentes: "Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e dos sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e a sua ressurreição" (GS 52).
Também os Sucessores de Pedro, depois do Concílio Vaticano 2º, enriqueceram mediante o seu Magistério a doutrina sobre o Matrimônio e a família, de modo especial Paulo 6º com a Encíclica "Humanae vitae", que oferece ensinamentos específicos a níveis de princípio e de prática. Sucessivamente, o Papa João Paulo 2º, na Exortação Apostólica "Familiaris consortio", quis insistir na proposta do desígnio divino acerca da verdade originária do amor esponsal e familiar: "O 'lugar' único, que torna possível esta doação segundo a sua verdade total, é o Matrimônio, ou seja o pacto de amor conjugal ou escolha consciente e livre, com a qual o homem e a mulher recebem a comunidade íntima de vida e de amor, querida pelo próprio Deus (cfr. "Gaudium et spes", 48), que só a esta luz manifesta o seu verdadeiro significado. A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida da sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas uma exigência interior do pacto de amor conjugal que publicamente se afirma como único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena fidelidade ao desígnio de Deus Criador. Longe de mortificar a liberdade da pessoa, esta fidelidade põe-na em segurança em relação ao subjetivismo e relativismo, tornando-a participante da Sabedoria criadora" (FC 11).
O Catecismo da Igreja Católica reúne estes dados fundamentais: "A aliança matrimonial, pela qual um homem e uma mulher constituem entre si uma comunidade íntima de vida e de amor; foi fundada e dotada das suas leis próprias pelo Criador: Pela sua natureza, ordena-se ao bem dos cônjuges, bem como à procriação e educação dos filhos. Entre os baptizados, foi elevada por Cristo Senhor à dignidade de sacramento [cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Gaudium et spes, 48; Código de Direito Canónico, cân. 1055 § 1]" (CCC, n. 1660).
A doutrina exposta no Catecismo refere-se tanto aos princípios teológicos como aos comportamentos morais, abordados sob dois títulos distintos: O sacramento do matrimónio (nn. 1601-1658) e o sexto mandamento (nn. 2331-2391). Uma leitura atenta destas partes do Catecismo oferece uma compreensão atualizada da doutrina da fé, em benefício da atividade da Igreja diante dos desafios contemporâneos. A sua pastoral encontra inspiração na verdade do Matrimônio visto no desígnio de Deus, que criou varão e mulher, e na plenitude dos tempos revelou em Jesus também a plenitude do amor esponsal, elevado a sacramento. O Matrimônio cristão, fundamentado sobre o consenso, é dotado também de efeitos próprios, e no entanto a tarefa dos cônjuges não é subtraída ao regime do pecado (cf. Gn 3, 1-24), que pode provocar feridas profundas e até ofensas contra a própria dignidade do sacramento.
"O primeiro âmbito da cidade dos homens iluminado pela fé é a família; penso, antes de mais nada, na união estável do homem e da mulher no Matrimônio. Tal união nasce do seu amor, sinal e presença do amor de Deus, nasce do reconhecimento e aceitação do bem que é a diferença sexual, em virtude da qual os cônjuges se podem unir numa só carne (cf. Gn 2, 24) e são capazes de gerar uma nova vida, manifestação da bondade do Criador, da sua sabedoria e do seu desígnio de amor. Fundados sobre este amor, homem e mulher podem prometer-se amor mútuo com um gesto que compromete a vida inteira e que lembra muitos traços da fé: prometer um amor que dure para sempre é possível quando se descobre um desígnio maior que os próprios projetos, que nos sustenta e permite doar o futuro inteiro à pessoa amada" (LF 52). "A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade" (LF 53).
III – Questionário
As seguintes perguntas permitem às Igrejas particulares participar ativamente na preparação do Sínodo Extraordinário, que tem a finalidade de anunciar o Evangelho nos atuais desafios pastorais a respeito da família.
1 - Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família
a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da "Gaudium et spes", da "Familiaris consortio" e de outros documentos do Magistério pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os nossos fiéis são formados para a vida familiar, em conformidade com o ensinamento da Igreja?
b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente. Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?
c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que tipo de catequese sobre a família é promovida?
d) Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes extra-eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?
2 - Sobre o matrimónio segundo a lei natural
a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos institucional, educativo e académico, quer a nível popular? Que visões da antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da família?
b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?
c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
d) Quando a celebração do matrimónio é pedida por batizados não praticantes, ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que disto derivam?
3 – A pastoral da família no contexto da evangelização
Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à preparação para o matrimónio? Como se procurou estimular a tarefa de evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da família como "Igreja doméstica"?
Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à complexidade da vida e da cultural contemporânea?
Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias cristãs souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?
De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar souberam criar percursos exemplares?
Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer, em ordem à difusão de uma visão integral do casal e da família cristã, hoje credível?
Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em formação e dos casais em crise?
4 – Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis
a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-la numericamente?
b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil? Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?
c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-los numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais adequados?
d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?
e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Entre as pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?
f) A simplificação da praxe canónica em ordem ao reconhecimento da declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que forma?
g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta atividade pastoral? Existem programas a este propósito, nos planos nacional e diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados recasados e como se põe em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de fé?
5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo
a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimónio?
b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?
c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?
d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
6 - Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimónios irregulares
a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias regularmente constituídas?
b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensinamento da religião em geral?
c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?
d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a administração do sacramento e o acompanhamento?
7 - Sobre a abertura dos esposos à vida
a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?
b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da Humanae vitae?
d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da penitência e na participação na Eucaristia?
e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a doutrina da Igreja e a educação civil?
f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?
8 - Sobre a relação entre a família e a pessoa
a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar privilegiado para que isto aconteça?
b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?
c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar, incidem sobre a vida familiar?
9 - Outros desafios e propostas
Existem outros desafios e propostas a respeito dos temas abordados neste questionário, sentidos como urgentes ou úteis por parte dos destinatários?
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