[Anexos de John A. Nascimento incluídos abaixo]
- FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
(Domingo dentro da oitava do Natal - A)
Fuga para o Egipto
O pensamento que nos traz a Liturgia da Palavra para a Festa da Sagrada Família, é a de que a Família é uma Pequena Igreja.
Foi no quadro comum duma família humana que se realizou o mistério da Encarnação, pelo qual Deus feito Homem habitou entre os homens.
É por isso que, neste clima de Natal, a Igreja honra esta família de obscuro artista de aldeia, em cujo seio decorreram os anos íntimos e silenciosos da infância e da juventude de Jesus e que se tornou modelo de toda a família e de toda a sociedade.
Não podemos esquecer que a Família é uma Pequena Igreja e, como tal, tem sobre si uma enorme responsabilidade.
Desprezar a Família é desprezar a Igreja.
* Atentar contra os direitos da Família é perseguir a Igreja.
* Adulterar os direitos da Família, é dar uma nova e perversa face da verdadeira Igreja.
* Perverter a finalidade e os deveres da Família é ultrajar a Igreja e o seu divino fundador.
* Quem está contra a Família, está de certo contra a Igreja e contra os planos de Deus.
* Quem pretende a corrupção da Família peleja pela destruição da sociedade, procura a destruição da Igreja e vai por caminhos errados em ordem à Vida Eterna...
A 1ª e 2ª Leituras são as mesmas para os Ciclos A, B e C. e apenas o Evangelho é diferente em cada Ano.
A 1ª Leitura, é do Livro de Ben-Sirá e diz-nos que a vida familiar, em muitos dos seus aspectos, é hoje muito diferente daquilo que era em tempos bíblicos. No entanto, os valores-base são os mesmos. Por isso, o amor para com os pais tem de continuar a ser um dos alicerces da família.
- "O Senhor enaltece o pai diante dos filhos e assegura os direitos da mãe sobre eles. (...) Quem honra seu pai terá longa vida, e quem obedece ao Senhor dará descanso a sua mãe".(1ª Leitura).
Este amor, feito de respeito, dedicação, serviço e auxílio, é uma atitude que engrandece o homem.
É também a resposta do homem ao amor de Deus e do seu cumprimento para com os deveres da Igreja.
Amar os pais é reconhecer e retribuir o amor com que Deus nos ama, é obedecer aos ensinamentos da Igreja, que nos recebeu e abençoou no dia do nosso Baptismo.
O Salmo Responsorial é um eco do amor de Deus :
- "Ditosos os que temem o Senhor ! Ditosos os que seguem os seus caminhos" !
Na 2ª Leitura S. Paulo diz aos Colossenses e hoje também a todos nós, que no Mistério do Povo de Deus a família é uma célula do Corpo Místico de Cristo.
Por isso, a unidade e a harmonia, que caracterizam a Igreja, a grande família dos filhos de Deus, devem existir também na «Igreja doméstica», que é a família.
Em ambas é o amor que deve presidir, penetrando toda a actividade, unindo todos os membros, apesar da diversidade de funções a desempenhar.
- "Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados, em um só Corpo, e mostrai-vos agradecidos.(...) Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, pois é agradável ao Senhor".(2ª Leitura).
Vivendo este amor, a família vencerá, na paciência e no perdão, os conflitos que, naturalmente surgem; estenderá sobre si própria a paz de Cristo; promoverá a mútua compreensão e a autêntica sabedoria cristã e continuará, através dos seus membros, a vida de louvor e de acção de graças ao Pai, iniciada por Cristo.
O Evangelho (deste Ano A), apresenta-nos a Fuga a Sagrada Família para o Egipto.
No meio das dificuldades suscitadas pela atitude hostil de Herodes, a Sagrada Família não gozou duma protecção milagrosa.
Pelo contrário, Deus permitiu que Jesus percorresse os caminhos do exílio, compartilhando a sorte dos que sofrem a incompreensão e a perseguição, de modo que, desde o início da sua vida, se pressente a Páscoa.
A fúria de Herodes, em Belém, depois de falar com os Reis Magos, ficou lograda, quando soube que eles o tinham enganado, voltando às suas terras por outros caminhos.
Mais enfurecido ainda resolveu mandar matar todas as crianças de dois anos para baixo, na intenção de matar também o Menino Jesus.
Daí nasceu a Fuga para o Egipto contada no Evangelho de S. Mateus.
Nada se sabe da vida de Jesus em terras do Egipto, nem sequer onde permaneceu a Sagrada Família durante esse tempo.
A profecia de Oseias (Os. 11/1), citada por Mateus referia-se, antes de mais, a Israel, isto é, ao povo do Antigo Testamento, muitas vezes chamado filho de Deus.
Mateus, aplicando a profecia a Jesus, revela-nos que Ele é o novo Israel de Deus.
A Sagrada Família, guiada pelo anjo, emigrou de harmonia com os costumes judeus em tempos de fome, para o Egipto onde, desde muitos séculos antes tinha sido lugar de refúgio, por causa das margens férteis do vale do Nilo.
Temos como exemplo José e toda a família de Jacob que foram ao Egipto no tempo dos sete anos de fome e depois se mudaram todos para lá a formar a futura comunidade hebraica.
Séculos depois, nos tempos da conquista da Babilónia, um grande grupo de judeus, incluindo o profeta Jeremias, emigrou para o Egipto.
Na Sagrada Família, como em todas as outras, há alegrias e sofrimentos, desde o nascimento até à infância e à idade adulta; ela amadurece através de acontecimentos alegres e tristes para cada um dos seus membros, como foi nas viagens ao Templo para a Apresentação do Senhor e com as revelações de Ana e Simeão.
O momento em que o caminho dos filhos se separa do de seus pais é um dos mais importantes e decisivos na história de qualquer família.
A Família de Nazaré estará sempre aberta aos apelos de Deus e todos nela procurarão preparar-se, na liberdade e na inteira responsabilidade, para cumprir os desígnios do Senhor, para o cumprimento do plano da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
531. Durante a maior parte da Sua vida, Jesus partilhou a condição da imensa maioria dos homens : uma vida quotidiana sem grandeza aparente, vida de trabalho manual, vida religiosa judaica sujeita à Lei de Deus, vida na comunidade. De todo este período, é-nos revelado que Jesus era «submisso» a seus pais e que «ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens».
Jesus foi ao Templo com seus pais...
Eu tenho de estar na Casa de Meu Pai ...
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Anexo(s) de John A. Nascimento
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