- FÉ E PROMESSAS
"Nunca vimos uma coisa assim".
A Liturgia da Palavra de hoje 17 de Janeiro A, ao colocar-nos perante uma situação de profunda fé, assinalada por Jesus e recompensada com o milagre da cura do paralítico, coloca-nos também perante um problema de consciência perante Deus, que é o estado de graça, ou ausência do pecado.
Conta-nos o Evangelho que os amigos ou familiares do paralítico "descobriram o telhado por cima do lugar em que Jesus estava".(Mc.2,4).
Nesta imagem vemos o momento em que levavam o paralítico para cima do telhado, por entre a admiração do povo.
Não deve ter sido sem algum barulho ou surpresa que se abria assim um buraco no tecto de uma casa, onde propriamente não havia um telhado, mas sim um terraço.
Mas o Evangelho de S. Marcos não faz qualquer referência a esse facto nem apresenta qualquer reclamação dos donos da casa.
No fim de tudo isto, o que ficou mais em realce, não foi o facto em si mesmo, mas sim, três coisas muito importantes :
1ª - Jesus ficou muito impressionado com aquela atitude que revelava uma grande fé do paralítico e dos que o conduziam, pelo que Jesus disse :
- 'Meu filho, os teus pecados são-te perdoados'.
Ora não era isto que eles pediam ou precisavam; queriam que Jesus curasse o paralítico da sua enfermidade corporal.
2ª - Os escribas, que não entendiam estas coisas nem as queriam receber, reagiram muito à sua maneira e disseram :
- 'Porque fala Ele deste modo ? Está a blasfemar. Quem pode perdoar os pecados senão Deus somente ?.
Era lógico que os escribas perguntassem primeiro, quem é que tinha poder para curar o paralítico, mas Jesus disse-lhes que era para ele tão fácil pedoar os pecados como curar o paralítico e provou-o, curando o paralítico; assim também lhe podia perdoar os pecados.
3ª - A multidão ficou convencida do poder de Jesus, e então começou a gritar :
- "Nunca vimos uma coisa assim".
Tal como aconteceu com este paralítico, acontece muitas vezes com muitos de nós quando recorremos a Deus nas nossas aflições, ou necessidades de ordem material, como são os problemas familiares, as doenças graves ou incuráveis, a morte súbita de pessoas de família, e tantas outras.
Primeiro corremos para a Igreja, onde nem sempre vamos cumprir os nossos deveres, para negociar com Deus, com promessas de toda a espécie, por vezes impossíveis de cumprir, sem balbuciarmos qualquer oração, porque habitualmenos não rezamos, vamos até receber os sacramentos, como fazem os outros, sem nenhuma preparação, e esquecemo-nos de que, antes de mais, para sermos ouvidos por Deus temos que Lhe pedir perdão dos nossos pecados, temos que sentir o perdão que Deus transmite através de uma boa Reconciliação, temos que ouvir primeiro a mesma palavra que Deus disse naquele dia ao paralítico :
- "Meu filho, os teus pecados são-te perdoados".
Talvez seja dura esta linguagem, mas a fé não nasce com as pessoas, tem que se adquirir desde o princípio da nossa vida e só lhe sabem dar valor os que a têm; os que a não têm até pensam e julgam que os que a têm estão errados, como se ouve tantas vezes dos menos esclarecidos.
Deus não pode ouvir e atender as nossas atitudes, que se resumem em promessas sem qualquer sentido de fé, que não nos conduzem a melhores caminhos nas nossas relações de amor a Deus e ao próximo, que não dão a Deus nenhuma oportunidade ou capacidade de nos ouvir, porque, se estamos em pecado, não há qualquer possibilidade de comunicação com Deus a quem nunca prestamos qualquer espécie de culto e a quem não reconhecemos na pessoa dos nossos irmãos a quem não ajudamos.
Se não temos amor aos nossos irmãos a quem vemos todos os dias, como podemos ter amor a Deus a quem não vemos de maneira nenhuma ?
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, é que é a verdadeira religião, pela qual pdemos estar envolvidos no Plano da História da Salvação.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]