- RENUNCIAR AO AMOR POR AMOR!...
- Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo...
Na Liturgia da Palavra de hoje 21 de Fevereiro A, partindo da confissão de Pedro que disse que Jesus era o Messias, Jesus esclarece mais alguma coisa, sobre a Renúncia negue-se a si mesmo -, como uma das condições para ser Seu discípulo.
Jesus disse :
-"Em verdade vos digo que alguns dos que estão aqui presentes não experimentarão a morte sem ter visto chegar o reino de Deus com todo o Seu poder".(Mc.9,1).
Mateus diz o mesmo em (16,28).
Estas palavras parecem difíceis de interpretar.
Há duas vindas gloriosas de Cristo : A primeira, pela Sua Ressurreição, a segunda pela parusia final.
Segundo o estilo bíblico, essas duas vindas são vistas pelo mesmo prisma.
É possível ainda que Mateus, escrevendo estas palavras do Senhor, pensasse na destruição de Jerusalém do ano 70.
Com efeito, a Igreja Apostólica viu nela uma primeira realização das profecias sobre o dia do Senhor, nestas palavras de Mateus :
-"Vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra, tudo será destruído".(Mt,4,2).
Mais do que renúncia, o que o Evangelho nos propõe é uma preferência, aquela que descobrimos como um tesouro, que vale mais do que aquilo que até conhecíamos como proposta de sentido, realização ou segurança.
Neste Caso, o Senhor Jesus é radical :
- "Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por Mim, e pelo Evangelho, salvá-laá". (Evangelho).
O próprio Jesus assinalou muitas vezes, ao longo da sua existência no meio de nós, que o Amor que Ele tinha ao Pai e à Sua Vontade, tinha precedência sobre todos os outros amores, inclusive o amor pela sua própria vida.
É uma aprendizagem que Jesus nos propõe.
Nós temos uma forma possessiva de amar, porque buscamos segurança, conforto, reconhecimento.
Naturalmente utilizamos o pronome possessivo para falar da família que é a minha, dos amigos que são os meus, do grupo que é o meu, da vida que é minha.
Há uma purificação que é preciso realizar e uma libertação que é necessário operar.
Dando prioridade a Deus, que não se deixa instrumentalizar pelo nosso amor, nós vamos percebendo que não somos donos nem senhores dos outros, porque eles são outros, irredutíveis aos meus propósitos, inconfundíveis com os meus desejos de apropriação e fusão.
Purificamos o nosso amor pela abertura ao Amor de Deus, que nos ensina a libertar os outros das teias com que os quereríamos reter e desfrutar.
- Perdendo acabamos por ganhar.
- Dando morte ao instinto de posse, acabamos por libertar.
- Amando a Deus acima de tudo, acabamos por recuperar todos os amores, na liberdade e na gratuidade.
Quando o amor surge, quem é que não gostaria de o poder segurar e garantir ?
Jesus Cristo dirige-nos uma palavra que tem contornos difíceis de aceitar à primeira vista :
- "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim..."
Jesus não tem ciumes do amor que dedicamos a outras pessoas.
O que se passa é que Jesus é a única garantia de todos os outros nossos amores, quer do amor que temos a nós próprios, quer do amor que temos aos outros.
Ele é o único que não fecha em si mesmo o amor que lhe dedicamos e por isso nos garante de imediato :
- "Quem Me recebe, recebe aquele que Me enviou".
- Por Ele o amor torna-se dom e aproxima-se da fonte.
- Por Ele o amor tem garantia de perpetuidade.
- Por Ele o amor é circulação de bens e refontalização permanente.
- Por Ele o amor é docilidade ao Espírito e fidelidade ao Pai.
- Por Ele o amor é desapropriação pessoal e abertura à criação.
- Por Ele o amor humano torna-se sacramento de Amor Divino.
- Por Ele o amor é a celebração de Aliança para a eternidade.
- Por Ele o amor é a maior garantia a que podemos aspirar.
Pelo amor que Jesus ensinou aos seus discípulos :
- Nós aprendemos a amar os outros e a valorizar a nossa própria vida.
- Nós aprendemos a desapropriar-nos de todas as nossas realidades pessoais e existenciais a que chamamos nossas.
- Nós compreendemos que o amor não aprisiona.
- Nós aprendemos que o amor apenas cria aliança para a liberdade.
- Nós aprendemos que cada um deve crescer ao encontro d'Aquele que é Senhor e Pai de todos.
É um dilema de que não podemos fugir :
-"Que aproveita ao homem ganhar o mundio inteiro e perder a sua alma/".(Mc.8,36).
Na verdade nós vemos tanta gente a correr atrás da riqueza, da fama e da popularidade deste mundo por todos os meios ao seu alcance - sem se preocuparem com a salvação da sua alma para toda a eternidade; parece que se matam com o esforço que fazem para viver.
Então, e só então na hora da verdade, experiementaremos que o Amor de Deus é fonte donde jorra para todos a vida e a libertação, a alegria e o encontro, o crescimento e aquela plenitude que nos garante a possibilidade de estar incluído no plano da História da Salvação.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]