Thais publicou: "Michel Quoist, em seu clássico "Construir o homem e o mundo", diz que "a beleza da matéria depende da quantidade de espírito que penetra". A Pietá de Michelangelo é bela porque a beleza da arte espiritual a moldou. Mas, nós somos materiais, e a natureza d"
Responda a este post respondendo acima desta linha
Nova publicação em Kerigma, A proclamação da Palavra
POR QUE A QUARESMA?
by Thais
Michel Quoist, em seu clássico "Construir o homem e o mundo", diz que "a beleza da matéria depende da quantidade de espírito que penetra". A Pietá de Michelangelo é bela porque a beleza da arte espiritual a moldou. Mas, nós somos materiais, e a natureza decaída pelo pecado é atraída pela matéria que sufoca o espírito, fazendo-nos agonizar. Sem o espírito livre a matéria nos escraviza e o homem corre risco. John Spalding disse que "as civilizações e os homens não perecem por falta de bens e de saber, mas por falta de força moral". Segundo o livro dos Provérbios, "Vale mais um homem que domina a si mesmo do que aquele que conquistou uma cidade".
Certa vez, perguntaram a Mahatma Gandhi quais os fatores que destruíam os seres humanos. Ele respondeu: "A política, sem princípios; o prazer, sem compromisso; a riqueza, sem trabalho; a sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a ciência, sem humanidade; a oração, sem caridade".
Esses quarenta dias de Quaresma, inspirados nos quarenta dias de Jesus no deserto, enfrentando a tentação do espírito do mal, com jejum e oração, tem a finalidade de "colocar o espírito acima da matéria"; a alma dominando o corpo; a alegria superando o prazer.
Olhando para a tentação de Cristo no deserto, os 40 dias de Noé na Arca e Moisés vagando por 40 anos no deserto do Sinai com aquele povo de "cabeça dura", a Igreja estabeleceu a Quaresma, que vai da quarta-feira de Cinzas até a Missa do Lava-Pés, como determinou Paulo VI. No tempo de São Gregório Magno (590-604), Roma já observava os 40 dias da Quaresma.
É um tempo de reflexão e penitência; a Igreja chama o jejum, a esmola e a oração de "remédios contra o pecado", propícios para este tempo, para a conversão; isto é, para que o espiritual domine a nossa vida. Saint Exupéry disse que "o mais importante é invisível aos olhos!"
Essas práticas espirituais não são "um fim em si mesmas", mas apenas "meios" que nos ajudam a "fazer a vontade de Deus"; este é o objetivo. O Código de Direito Canônico recomenda que se faça alguma penitência toda sexta-feira (Cân. 1250-1252). Mas, qual a penitência que eu devo fazer? Ora, aquela que você precisa. Qual o remédio que o médico prescreve? Aquele que cada doente precisa; não são todos iguais.
Assim, cada um deve fazer a mortificação que mais precisa. Se você é maledicente, então feche a boca; se você é glutão, então jejue; se você é apegado aos bens e ao dinheiro, então dê esmolas; se você não gosta de rezar; ponha-se de joelhos, vá a Igreja mais vezes; se você é orgulhoso, se cale e se esconda; se você é irado, perdoe com mais vontade... Entendeu? Cada um deve perguntar a si mesmo, diante de Deus; que pecados eu tenho? Que penitência eu preciso fazer?
Esse tempo de reflexão é recordado pela liturgia: as vestes e os paramentos usados são da cor roxa; o Glória não é cantado ou rezado; a aclamação do "Aleluia" também não é feita; não se enfeitam os templos com flores; o uso de instrumentos musicais torna-se moderado. Tudo isso para nos concentrar na meditação, e não na tristeza.
São Paulo insistia: "Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20); "exortamos-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2).
Quaresma é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado. Quais? O orgulho, a vaidade, a arrogância, a ganância, a pornografia, o sexo fora do plano de Deus, a gula, a ira, a inveja, a preguiça, a mentira, a maledicência, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: "Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca".
Não é um "tempo de tristeza", ao contrário, a alma fica mais leve e feliz livre dos seus males. Santo Agostinho dizia: "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria". A verdadeira alegria brota no bojo da virtude.
Prof. Felipe Aquino
Thais | 28/03/2014 às 12:58 am | Tags: Quaresma, tempo, tempo queresmal | Categorias: Uncategorized | URL: http://wp.me/p3yA87-18y
Cancele a assinatura para não receber mais posts de Kerigma, A proclamação da Palavra.
Altere as configurações do seu e-mail em Gerenciar Assinaturas.
Problemas para clicar? Copie e cole esta URL no seu navegador:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]