IDOLATRIA E FILIAÇÃO DIVINA
A Liturgia da Palavra de hoje 3 de Abril A, baseada nos Mandamentos e em Moisés, e no Discurso de Jesus, ao chamar-se Filho de Deus e Senhor do Sábado, pretende chamar a nossa atenção, dentro deste tempo da Quaresma, para nos acautelarmos contra a Idolatria e cumprirmos os Mandamentos que nos mandam Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
A Idolatria é o acto pelo qual se presta a uma pessoa ou objecto, o culto que é devido só a Deus.
A Idolatria é sempre um pecado grave, porque implicitamente põe Deus numa linha de igualdade com as criaturas e nega a sua posição de Criador e Senhor de todas as coisas do Universo.
A Idolatria é o mais grave dos pecados porque implicitamente nega o papel da graça e a íntima comunicação de Deus.
Viola não apenas o amor que é devido a Deus, como também a obrigação que nós temos de O amar e de Lhe prestar o culto que é devido só ao Criador.
Assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica :
2113. - A Idolatria não diz respeito apenas aos falsos cultos do paganismo. Continua a ser uma tentação constante para a fé. A Idolatria consiste em divinizar o que não é Deus. Há Idolatria desde o momento em que o homem honra e reverencia uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou de demónios (exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos antepassados, do Estado, do dinheiro, etc. "Vós não podereis servir a Deus e ao dinheiro", diz Jesus (Mt.6/24). Muitos mártires foram mortos por não adorarem "a Besta", recusando-se mesmo a simularem-lhe o culto. A Idolatria não aceita Deus como único Senhor, sendo, portanto, incompatível com a comunhão divina.
- "Eu sou o Senhor, este é o Meu nome, a ninguém darei a Minha glória, nem aos Ídolos a Minha honra". (Is. 42/8).
O Concílio Vaticano II no seu Decreto sobre o Apostolado dos Leigos, falando da Idolatria das coisas temporais, diz :
- Também em nossos dias, não poucos, confiando em excesso no progresso das ciências naturais e da técnica, caem numa espécie de Idolatria das coisas materiais, das quais, em vez de senhores se tornam escravos. (AA 7).
Entre os pecados que mereciam uma penitência pública nos primeiros séculos da Igreja, está em primeiro lugar a Idolatria, conforme nos recorda o Catecismo da Igreja Católica :
1447. - Durante os primeiros séculos, a reconciliação dos cristãos, que tinham cometido pecados particularmente graves depois do Baptismo (por exemplo: a Idolatria, o homicídio ou o adultério), estava ligada a uma disciplina muito rigorosa, segundo a qual os penitentes tinham de fazer penitência pública pelos seus pecados, muitas vezes, durante longos anos, antes de receberem a reconciliação.
No Antigo Testamento, muitas vezes encontramos atitudes de Idolatria do povo :
- "Vamos construir uma cidade e uma torre cuja extremidade atinja os céus. Assim tornar-nos-emos famosos para evitar que nos dispersemos por toda a face da terra". (Gn.11/4).
Refere-se à Torre de Babel.
Talvez a maior Idolatria do Antigo Testamento seja a do Bezerro de ouro de que nos fala o Livro do Êxodo :
- "Vamos! Façamos para nós um Deus que caminhe à nossa frente, pois a Moisés, a esse homem que nos persuadiu a sair do Egipto, não sabemos o que lhe teria acontecido". (Ex.32/1).
- "Fizeram um bezerro, um ídolo fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram : "Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egipto". (Ex.32/8).
No Novo Testamento são muitas as referências aos Ídolos, Idolatrias e Idólatras, citadas pelos vários Livros do Novo Testamento.
No Evangelho de hoje, nós piodemos ler :
-"Este era mais um motivo para os Judeus O quererem matar, não só por violar o sábado, mas também porque dizia que Deus era Seu Pai, fazendo-se igual a Deus".(Jo.5,18)
Jesus tinha curado o paralítico da piscina de Betsaida mas nem mesmo assim, os judeus incrédulos ou idólatras por conveniência, queriam acreditar que Jesus, ao fazer milagres, usava de um poder que só se podia atribuir a Deus, e que, portanto, Jesus agia com um poder divino pelo qual podia chamar a Deus Seu Pai.
Talvez ainda hoje haja quem pretenda adorar outros deuses como aconteceu no Monte Sinai, logo depois de Deus ter dado a Moisés as tábuas da Lei.
Numa idolatria tão pecaminosa que levou Moisés a repudiar, atirando contra ela as tábuas da Lei.
Assim acontece ainda hoje, cada vez que, numa atitude contra a Lei de Deus, se façam e aprovem algumas leis humanas que, sob o pretexto de que são em favor dos homens, são sobretudo contra as leis de Deus, numa atitude de idolatria com outros nomes.
Parece que precisamos de "Amortizar o mundo", porque amortizar o mundo é mais do que tomar o mundo como simples objecto do nosso amor.
Amortizar o mundo é fazer dele uma incarnação do verdadeiro amor, daquele mundo que o próprio Deus Pai amou de tal modo que lhe entregou o Seu Filho ; aquele mundo que é, antes de mais, a humanidade inteira que Jesus amortizou pela sua Páscoa, e desse modo, antecipou, na sua Pessoa, a reconciliação dos homens com o Amor que é o nome de Deus. e por isso a humanidade foi glorificada nos novos Céus e na nova Terra.
Todos nós, os possuídos por esse Amor, tornamo-nos sensíveis ao mistério mais fundo de todas as coisas e de todas as pessoas que consiste em sermos morada e re-presentação desse mesmo Amor.
Quem é que o não quer ser ?
É por Ele que podemos refazer o tecido humano da comunhão e, mais ainda, edificar o novo Corpo de Cristo que já não é apenas Jesus de Nazaré, mas o Corpo Místico de que Ele é a própria Cabeça e nós os membros.
O que caracteriza esse Corpo é o Amor que o habita e que o torna capaz de "amortizar todo o Universo.
Deus é Aquele que é, que subsiste por Si mesmo e não há outro igual a Ele.
Nascimento
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