ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 22 de Abril de 2014
<!-- news indexPapa Francisco
- Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal na Noite Santa
Basílica Vaticana, Sábado Santo, 19 de Abril - Mensagem Urbi et orbi do Santo Padre Francisco
Sacada Central da Basílica Vaticana, domingo, 20 de Abril - Francisco não fará discurso na Via Crucis do Coliseu
Hoje à noite milhares de fiéis acompanharão, de todas as partes do mundo, a Via Crucis que o Santo Padre verá do terraço do Palatino - Francisco: o lavatório dos pés é uma herança que Jesus nos deixa
O Santo Padre lavou e beijou os pés de doze pacientes de um centro romano para portadores de deficiências - Francisco na audiência de quarta-feira: olhar para a cruz e ver que Jesus fez tudo por mim
Catequese prévia à Quinta-Feira Santa: o papa fala da paixão de Jesus e diz que a ressurreição não é um "final feliz" como o dos filmes, e sim a obra de Deus - Francisco: a história é um instrumento para discernir o hoje na Igreja
O Santo Padre recebe o Pontifício Comitê de Ciências Históricas, que completa 60 anos de fundação
Santa Sé
- Santa Sé apresenta em maio Relatório sobre Convenção contra tortura
Junto com o Vaticano: Chipre, Lituânia, Guiné, Montenegro, Serra Leoa, Tailândia, Uruguai. Padre Lombardi: "Procedimento normal ao qual se aderem todos os Estados parte da Convenção
Igreja e Religião
- Texto completo da pregação da sexta-feira santa do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap.
Pregação na Basílica de São Pedro. O pregador da casa pontifícia reflete na traição de Judas. - A misericórdia de Deus supera até mesmo a traição
Padre Raniero Cantalamessa explica a traição de Judas com a idolatria do dinheiro, mas Judas também poderia ter sido perdoado pela infinita misericórdia de Deus - O Rabino de Roma felicita o Papa pela Páscoa
Di Segni, também fala da canonização de João XXIII e João Paulo II, "dois grandes papas" - Bergoglio: Wojtyla nos ensinou a sofrer e a morrer, isso é heróico
Declaração de 2005 do Cardeal Bergoglio para a causa de beatificação e canonização de João Paulo II - O papa nomeia novo bispo auxiliar de Caracas
Dom José Trinidad Fernández Angulo era reitor do seminário maior Santa Rosa de Lima - O Papa Bento XVI celebra 87 anos, Francisco telefona para parabeniza-lo
É o segundo aniversário do Papa emérito depois da renúncia. Papa Francisco assegurou-lhe que tinha orado por ele durante a Santa Missa - A carícia do Papa para o mundo do sofrimento
As doze pessoas com deficiência às quais o Santo Padre lavará os pés por ocasião da Missa in Coena Domini no Centro Santa Maria da Providência - Papa Francisco recebe centenas de cartas escritas por crianças e idosos
Entregues pelos alunos da Univ. O Pontífice lhes convidou a pensar na dor de Jesus e a agradecê-lo - Costa Rica: João Paulo II fortaleceu a vocação do serviço no país
Embaixador costarriquenho junto à Santa Sé concede entrevista sobre a fé impulsionada na Costa Rica pela beatificação do papa polonês - Vaticano denuncia intensas perseguições contra os cristãos no mundo atual
Durante missa organizada pela comunidade de Santo Egídio, o secretário de Estado recorda a situação dramática dos cristãos perseguidos - Francisco doa 1200 evangelhos para uma prisão romana
O Esmoler do Papa se encarregará da entrega, o arcebispo Konrad Krajewski, que visitará nesta quarta-feira os presos - Pontifício Conselho Cor Unum apresenta seus números
Mais de 300 projetos apoiados em 2013 em 28 países da América Latina e da África, com enfático apoio humanitário na Síria - Cuba: televisão estatal transmitirá pela primeira vez a Paixão de Cristo
Raúl Castro declara feriado na Sexta-Feira Santa: milhares de cubanos poderão participar da via-crúcis nas ruas históricas de Havana - "Descobrindo o Vaticano": Seis dvd's para contar as maravilhas e segredos
Apresentado hoje aos Museus Vaticanos a série de DVDs que serão distribuídos nas próximas seis quartas-feiras como anexo no jornal "La Repubblica". - Cavaleiros poloneses participarão da canonização de João Paulo II com trajes medievais
Proposta é repetir a viagem a cavalo feita por governantes prussianos há 800 anos
Cultura e Sociedade
- A fraternidade é compatível com a luta política
Presidente dos Focolares, Maria Voce, e co-presidente Giancarlo Faletti, se encontram com duzentos membros do Movimento Político pela Unidade no Brasil
Comunicar a fé hoje
- Catequese para Adultos: Formação de catequistas (II)
Não basta boa vontade, é preciso atualização dinâmica - Biblioteca digital da nova evangelização
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais
Familia e Vida
- Ideologia de gênero deve ser combatida, pois visa destruir a família
No campo político põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação
Mundo
- A Tanzânia precisa de comida e não de contraceptivos
O Population Research Institute denuncia que os Estados Unidos investem em controle demográfico contra a vontade das mulheres e ignorando os problemas reais - Telegrama do papa às vítimas do incêndio no Chile
Fugindo ao controle no sábado passado, as chamas castigaram a cidade de Valparaíso
Entrevistas
- Misericórdia, "lei suprema" da Igreja
Entrevista com o "ministro da misericórdia" do Papa, cardeal Mauro Piacenza, penitenciário maior do Tribunal da Penitenciária Apostólica
Espiritualidade
- Sacerdotes, arautos da caridade
Reflexões do Cardeal Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Audiência de quarta-feira
- Audiência Geral: Nesta semana, será bom olhar para o crucifixo
Texto completo da catequese do Papa Francisco
Testemunho
- A conversão de Barrabás
Um olhar mudou a vida do ator Pietro Sarubbi, que interpretou o papel de bandido no filme 'A Paixão de Cristo' de Mel Gibson
Papa Francisco
Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal na Noite Santa
Basílica Vaticana, Sábado Santo, 19 de Abril
Por Redacao
ROMA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo começa referindo o caminho das mulheres para o sepulcro, ao alvorecer do dia depois do sábado. Querem honrar o corpo do Senhor e vão ao túmulo, mas encontram-no aberto e vazio. Um anjo majestoso diz-lhes: «Não tenhais medo!» (Mt 28, 5). E ordena-lhes que levem esta notícia aos discípulos: «Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia» (28, 7). As mulheres fogem de lá imediatamente, mas, ao longo da estrada, sai-lhes ao encontro o próprio Jesus que lhes diz: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão» (28, 10). «Não tenhais medo», «Não temais»: essa é uma voz que encoraja a abrir o coração para receber este anúncio.
Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado; a sua fé quebrantara-se, tudo parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperanças. Mas agora, aquele anúncio das mulheres, embora incrível, chegava como um raio de luz na escuridão. A notícia espalha-se: Jesus ressuscitou, como predissera... E de igual modo a ordem de partir para a Galileia; duas vezes a ouviram as mulheres, primeiro do anjo, depois do próprio Jesus: «Partam para a Galileia. Lá Me verão». «Não temais» e «ide para a Galileia».
A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começara! Trata-se de voltar lá, voltar ao lugar da primeira chamada. Jesus passara pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a consertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No» (cf. Mt 4, 18-22).
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória; sem medo, «não temais». Reler tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os entusiasmos e as deserções, até a traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo início, a partir deste supremo acto de amor.
Também para cada um de nós há uma «Galileia», no princípio do caminho com Jesus. «Partir para a Galileia» significa uma coisa estupenda, significa redescobrirmos o nosso Baptismo como fonte viva, tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para a Galileia significa antes de tudo retornar lá, àquele ponto incandescente onde a Graça de Deus me tocou no início do caminho. É desta fagulha que posso acender o fogo para o dia de hoje, para cada dia, e levar calor e luz aos meus irmãos e às minhas irmãs. A partir daquela fagulha, acende-se uma alegria humilde, uma alegria que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa.
Na vida do cristão, depois do Baptismo, há também outra «Galileia», uma «Galileia» mais existencial: a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para O seguir e participar na sua missão. Neste sentido, voltar à Galileia significa guardar no coração a memória viva desta chamada, quando Jesus passou pela minha estrada, olhou-me com misericórdia, pediu-me para O seguir; voltar para Galileia significa recuperar a lembrança daquele momento em que os olhos d'Ele se cruzaram com os meus, quando me fez sentir que me amava.
Hoje, nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Trata-se de fazer memória, ir de encontro à lembrança. Onde é a minha Galileia? Lembro-me dela? Ou esqueci-a? Procura e a encontrarás! Ali o Senhor te espera. Andei por estradas e sendas que ma fizeram esquecer. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu quero voltar lá para Vos encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. Não tenhais medo, não temais, voltai para a Galileia!
O Evangelho é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado e tornar-se testemunha da sua ressurreição. Não é voltar atrás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro amor, para receber o fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins da terra. Voltai para a Galileia sem medo.
«Galileia dos gentios» (Mt 4, 15; Is 8, 23): horizonte do Ressuscitado, horizonte da Igreja; desejo intenso de encontro... Ponhamo-nos a caminho!
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Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado; a sua fé quebrantara-se, tudo parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperanças. Mas agora, aquele anúncio das mulheres, embora incrível, chegava como um raio de luz na escuridão. A notícia espalha-se: Jesus ressuscitou, como predissera... E de igual modo a ordem de partir para a Galileia; duas vezes a ouviram as mulheres, primeiro do anjo, depois do próprio Jesus: «Partam para a Galileia. Lá Me verão». «Não temais» e «ide para a Galileia».
A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começara! Trata-se de voltar lá, voltar ao lugar da primeira chamada. Jesus passara pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a consertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No» (cf. Mt 4, 18-22).
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória; sem medo, «não temais». Reler tudo – a pregação, os milagres, a nova comunidade, os entusiasmos e as deserções, até a traição – reler tudo a partir do fim, que é um novo início, a partir deste supremo acto de amor.
Também para cada um de nós há uma «Galileia», no princípio do caminho com Jesus. «Partir para a Galileia» significa uma coisa estupenda, significa redescobrirmos o nosso Baptismo como fonte viva, tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Voltar para a Galileia significa antes de tudo retornar lá, àquele ponto incandescente onde a Graça de Deus me tocou no início do caminho. É desta fagulha que posso acender o fogo para o dia de hoje, para cada dia, e levar calor e luz aos meus irmãos e às minhas irmãs. A partir daquela fagulha, acende-se uma alegria humilde, uma alegria que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa.
Na vida do cristão, depois do Baptismo, há também outra «Galileia», uma «Galileia» mais existencial: a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, que me chamou para O seguir e participar na sua missão. Neste sentido, voltar à Galileia significa guardar no coração a memória viva desta chamada, quando Jesus passou pela minha estrada, olhou-me com misericórdia, pediu-me para O seguir; voltar para Galileia significa recuperar a lembrança daquele momento em que os olhos d'Ele se cruzaram com os meus, quando me fez sentir que me amava.
Hoje, nesta noite, cada um de nós pode interrogar-se: Qual é a minha Galileia? Trata-se de fazer memória, ir de encontro à lembrança. Onde é a minha Galileia? Lembro-me dela? Ou esqueci-a? Procura e a encontrarás! Ali o Senhor te espera. Andei por estradas e sendas que ma fizeram esquecer. Senhor, ajudai-me! Dizei-me qual é a minha Galileia. Como sabeis, eu quero voltar lá para Vos encontrar e deixar-me abraçar pela vossa misericórdia. Não tenhais medo, não temais, voltai para a Galileia!
O Evangelho é claro: é preciso voltar lá, para ver Jesus ressuscitado e tornar-se testemunha da sua ressurreição. Não é voltar atrás, não é nostalgia. É voltar ao primeiro amor, para receber o fogo que Jesus acendeu no mundo, e levá-lo a todos até aos confins da terra. Voltai para a Galileia sem medo.
«Galileia dos gentios» (Mt 4, 15; Is 8, 23): horizonte do Ressuscitado, horizonte da Igreja; desejo intenso de encontro... Ponhamo-nos a caminho!
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Mensagem Urbi et orbi do Santo Padre Francisco
Sacada Central da Basílica Vaticana, domingo, 20 de Abril
Por Redacao
ROMA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Amados irmãos e irmãs, boa e santa Páscoa!
Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28, 5-6).
Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.
Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.
Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!
Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.
Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.
Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.
Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.
Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.
Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.
Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!
Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.
Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.
Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.
Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.
Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.
Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!
Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!
Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!
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Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.
Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.
Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!
Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.
Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.
Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.
Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.
Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.
Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.
Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!
Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.
Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.
Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.
Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.
Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.
Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!
Saudação
Queridos irmãos e irmãs,Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!
Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!
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Francisco não fará discurso na Via Crucis do Coliseu
Hoje à noite milhares de fiéis acompanharão, de todas as partes do mundo, a Via Crucis que o Santo Padre verá do terraço do Palatino
Por Redacao
ROMA, 18 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O Santo Padre presidirá a tradicional Via Crucis no Coliseu, hoje à noite, às 21h15. Mas desta vez ele permanecerá em oração no final da Via Crucis, sem pronunciar nenhum discurso, e, ao finalizar, abençoará os fiéis, foi o que afirmou o Pe. Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, em uma coletiva de imprensa nesta manhã sobre as celebrações da Páscoa do Papa.
Ao estar prevista uma grande participação dos fieis, foram instalados ecrãs gigantes na região dos Fóruns Imperiais. Além disso, estima-se que pelo menos 50 países acompanharão ao vivo a celebração através das emissoras.
Este ano os textos das meditações e orações para cada estação são de autoria de monsenhor Giancarlo Maria Bregantini, Arcebispo de Campobasso - Boiano, a pedido do Papa.
Um trabalhador junto com um empresário, dois estrangeiros, duas pessoas em um centro de reabilitação, duas pessoas sem-teto, uma família, dois presos, duas mulheres, dois enfermos, duas crianças, dois anciãos, guardiões da Terra Santa, duas religiosas, e o cardeal Vallini – na primeira e na última -, serão os encarregados de levar a cruz em cada uma das estações. O papa Francisco acompanhará o rito da Via Sacra, como é tradicional, em oração desde o terraço do Palatino. Mas, neste ano, não haverá discurso final, só uma benção. "Por enquanto, o Papa não pensou em falar ao finalizar a Via Sacra, não pensa fazer um discurso, muito menos improvisado, mas permanecer em silêncio e dar a benção. Esta é a informação que recebi. Depois, deixemos ao Espírito e à liberdade do Papa ver se deseja dizer algo ou não".
A Via Sacra do Coliseu durará aproximadamente uma hora e 45 minutos (meia hora a mais do que no ano passado), de tal forma que terminará por volta das 23hs. As meditações, escritas por monsenhor Bregantini, serão lidas pela atriz italiana Virna Lisi e pelo jornalista Orazio Coclite. A voz guia da oração será de Simona De Santis. As pessoas que levarão a Cruz não a acompanham em procissão desde o início, mas a esperarão em cada estação.
Por outro lado, o padre Lombardi informou que, durante a vigília pascal serão batizados pelo Papa 10 catecúmenos: 5 da Itália, e os outros da Bielorussia, Senegal, Líbano, França e Vietnã. Sobre a Missa de Páscoa, lembrou o Porta-voz da Santa Sé que como é normal nesta solenidade, o Papa celebrará só e não está prevista homilia, só a mensagem antes da benção "Urbi et Orbi", sem saudações em outras línguas. Sobre isso, o padre Lombardi destacou que "neste ano haverá canções dos Stichi e Stichirá orientais que se fazem quando a celebração da páscoa coincide para os latinos e para os orientais. Portanto, também para recordar este momento de comunhão na celebração da Páscoa está este elemento particular do rito que é uma tradição que – como recordareis – acontece a cada três ou quatro anos".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Ao estar prevista uma grande participação dos fieis, foram instalados ecrãs gigantes na região dos Fóruns Imperiais. Além disso, estima-se que pelo menos 50 países acompanharão ao vivo a celebração através das emissoras.
Este ano os textos das meditações e orações para cada estação são de autoria de monsenhor Giancarlo Maria Bregantini, Arcebispo de Campobasso - Boiano, a pedido do Papa.
Um trabalhador junto com um empresário, dois estrangeiros, duas pessoas em um centro de reabilitação, duas pessoas sem-teto, uma família, dois presos, duas mulheres, dois enfermos, duas crianças, dois anciãos, guardiões da Terra Santa, duas religiosas, e o cardeal Vallini – na primeira e na última -, serão os encarregados de levar a cruz em cada uma das estações. O papa Francisco acompanhará o rito da Via Sacra, como é tradicional, em oração desde o terraço do Palatino. Mas, neste ano, não haverá discurso final, só uma benção. "Por enquanto, o Papa não pensou em falar ao finalizar a Via Sacra, não pensa fazer um discurso, muito menos improvisado, mas permanecer em silêncio e dar a benção. Esta é a informação que recebi. Depois, deixemos ao Espírito e à liberdade do Papa ver se deseja dizer algo ou não".
A Via Sacra do Coliseu durará aproximadamente uma hora e 45 minutos (meia hora a mais do que no ano passado), de tal forma que terminará por volta das 23hs. As meditações, escritas por monsenhor Bregantini, serão lidas pela atriz italiana Virna Lisi e pelo jornalista Orazio Coclite. A voz guia da oração será de Simona De Santis. As pessoas que levarão a Cruz não a acompanham em procissão desde o início, mas a esperarão em cada estação.
Por outro lado, o padre Lombardi informou que, durante a vigília pascal serão batizados pelo Papa 10 catecúmenos: 5 da Itália, e os outros da Bielorussia, Senegal, Líbano, França e Vietnã. Sobre a Missa de Páscoa, lembrou o Porta-voz da Santa Sé que como é normal nesta solenidade, o Papa celebrará só e não está prevista homilia, só a mensagem antes da benção "Urbi et Orbi", sem saudações em outras línguas. Sobre isso, o padre Lombardi destacou que "neste ano haverá canções dos Stichi e Stichirá orientais que se fazem quando a celebração da páscoa coincide para os latinos e para os orientais. Portanto, também para recordar este momento de comunhão na celebração da Páscoa está este elemento particular do rito que é uma tradição que – como recordareis – acontece a cada três ou quatro anos".
[Trad.TS]
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Francisco: o lavatório dos pés é uma herança que Jesus nos deixa
O Santo Padre lavou e beijou os pés de doze pacientes de um centro romano para portadores de deficiências
Por Rocio Lancho García
ROMA, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Nesta Quinta-Feira Santa, o Santo Padre lavou os pés de doze pessoas que sofrem de diversos tipos de deficiências e necessidades especiais. O lugar escolhido pelo papa foi o Centro Santa Maria da Providência, da Fundação Dom Carlo Gnocchi, onde ele celebrou, às 17h30 de Roma, a missa "in Coena Domini", que rememora a Última Ceia e o gesto de Jesus de lavar os pés dos doze apóstolos. Ainda como cardeal, Bergoglio já tinha o costume de celebrar a missa da Quinta-Feira Santa em algum presídio, hospital ou residência para pobres e marginalizados.
Uma multidão de fiéis recebeu Francisco com entusiasmo na entrada da igreja. Ele parou para conversar um pouco e abençoá-los. Dentro da igreja, o papa saudou as pessoas que estavam de ambos os lados do corredor central. Na celebração, participaram os pacientes acompanhados pelos familiares, trabalhadores, voluntários e os profissionais responsáveis pelo centro. A celebração foi animada por violões e instrumentos de percussão, além do coro, do qual fazem parte alguns dos pacientes.
Numa breve e improvisada homilia, o Santo Padre falou do gesto de Jesus de lavar os pés como uma herança que Ele nos deixou. Francisco recordou que Jesus "é Deus e se fez servo, servidor nosso, e esta é a herança". "Vocês também devem ser servidores uns dos outros".
Jesus, disse o papa, "trilhou este caminho por amor. Vocês também devem se amar e ser servidores no amor". O gesto de lavar os pés "é simbólico: era feito pelos escravos". Jesus "faz um trabalho de servo e deixa isso como herança para nós". Por isso, "temos que ser servidores uns dos outros" e pensar "no amor que Jesus nos pede para ter pelos outros, no quanto podemos servir melhor às outras pessoas".
O Santo Padre se aproximou então dos doze pacientes deficientes, ajoelhou-se e, com ternura, verteu água em um pé de cada um deles e os lavou, secou e beijou.
Os doze pacientes do Centro da Fundação Dom Gnocchi que participaram do lava-pés têm de 16 a 86 anos. Alguns apresentam deficiências temporárias e outros crônicas. Entre eles, 9 são de nacionalidade italiana e 3 estrangeiros, um deles de religião muçulmana.
Ao terminar a eucaristia, o Santo Padre levou as formas consagradas até o sacrário e rezou durante alguns instantes.
O primeiro papa que visitou a Fundação Dom Gnochhi foi Paulo VI, em 1963. Também esteve ali João Paulo II, em 1990. No Vaticano e em Castel Gandolfo, Pio XII, João XXIII e Bento XVI receberam delegações e grupos da fundação em diversas ocasiões.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Uma multidão de fiéis recebeu Francisco com entusiasmo na entrada da igreja. Ele parou para conversar um pouco e abençoá-los. Dentro da igreja, o papa saudou as pessoas que estavam de ambos os lados do corredor central. Na celebração, participaram os pacientes acompanhados pelos familiares, trabalhadores, voluntários e os profissionais responsáveis pelo centro. A celebração foi animada por violões e instrumentos de percussão, além do coro, do qual fazem parte alguns dos pacientes.
Numa breve e improvisada homilia, o Santo Padre falou do gesto de Jesus de lavar os pés como uma herança que Ele nos deixou. Francisco recordou que Jesus "é Deus e se fez servo, servidor nosso, e esta é a herança". "Vocês também devem ser servidores uns dos outros".
Jesus, disse o papa, "trilhou este caminho por amor. Vocês também devem se amar e ser servidores no amor". O gesto de lavar os pés "é simbólico: era feito pelos escravos". Jesus "faz um trabalho de servo e deixa isso como herança para nós". Por isso, "temos que ser servidores uns dos outros" e pensar "no amor que Jesus nos pede para ter pelos outros, no quanto podemos servir melhor às outras pessoas".
O Santo Padre se aproximou então dos doze pacientes deficientes, ajoelhou-se e, com ternura, verteu água em um pé de cada um deles e os lavou, secou e beijou.
Os doze pacientes do Centro da Fundação Dom Gnocchi que participaram do lava-pés têm de 16 a 86 anos. Alguns apresentam deficiências temporárias e outros crônicas. Entre eles, 9 são de nacionalidade italiana e 3 estrangeiros, um deles de religião muçulmana.
Ao terminar a eucaristia, o Santo Padre levou as formas consagradas até o sacrário e rezou durante alguns instantes.
O primeiro papa que visitou a Fundação Dom Gnochhi foi Paulo VI, em 1963. Também esteve ali João Paulo II, em 1990. No Vaticano e em Castel Gandolfo, Pio XII, João XXIII e Bento XVI receberam delegações e grupos da fundação em diversas ocasiões.
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Francisco na audiência de quarta-feira: olhar para a cruz e ver que Jesus fez tudo por mim
Catequese prévia à Quinta-Feira Santa: o papa fala da paixão de Jesus e diz que a ressurreição não é um "final feliz" como o dos filmes, e sim a obra de Deus
Por Rocio Lancho García
CIDADE DO VATICANO, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A um dia do início das celebrações do Tríduo Pascal, uma Praça de São Pedro lotada recebeu o papa Francisco para escutar a sua catequese semanal. Milhares de pessoas, vindas de todas as partes do mundo, esperavam a chegada do Santo Padre para saudá-lo e demonstrar o seu carinho. O pontífice abençoou as crianças, sorrindo, cumprimentando e até assinando alguns cartões que um grupo de fiéis trouxe consigo na tentativa de conseguir uma dedicatória de Francisco. Acostumado a ver os peregrinos lhe oferecendo bandeiras dos seus países, camisetas e artigos religiosos, o papa viu hoje um menino bastante original: ele deu a Francisco o que tinha em mãos, que era um saco de batatas fritas! Algumas crianças puderam hoje subir ao papamóvel e passar alguns instantes ao lado do papa.
Em meio aos gritos de "Esta é a juventude do papa!" e "Francisco, nós te amamos!", o pontífice argentino começou a audiência semanal.
Na semana passada, o papa iniciou uma série de catequeses sobre os dons do Espírito Santo, mas hoje a interrompeu para falar da paixão de Jesus, da sua cruz e da sua dor.
No resumo da catequese, o Santo Padre disse:
"Hoje, na metade da Semana Santa, a liturgia nos apresenta o triste fato da traição de Judas. Judas vai até as autoridades e simplesmente lhes pergunta: 'Quanto vocês me pagam se eu o entregar?'. '30 moedas!'. E Jesus tem preço, como qualquer mercadoria num mercado. E Jesus aceita essa humilhação até a morte de cruz. No seu sofrimento e na sua morte, nós podemos ver a dor da humanidade, a dor dos nossos pecados e a resposta de Deus para esse mistério do poder do mal. Deus toma sobre si o mal do mundo para vencê-lo. Sua paixão não acontece por erro. É a maneira de nos mostrar o seu amor infinito. Nessa paixão de Jesus, contemplamos a sua grandeza e o seu amor. Nesta Semana Santa, fará bem ao nosso espírito olhar para o crucifixo, beijar as chagas de Jesus e agradecer a Ele. Porque Ele fez isso por cada um de nós. Mas Deus sempre intervém no momento em que não esperamos, e Jesus ressuscita. A ressurreição de Jesus não é o "final feliz" de um conto de fadas, não é o "happy end" de um filme, mas a prova de que Deus age no momento mais difícil, no momento mais escuro. A noite é sempre muito escura um pouco antes de amanhecer. Não vamos descer da cruz antes do tempo! E não nos esqueçamos, nesta semana, de beijar muitas vezes o crucifixo".
A seguir, o papa saudou os peregrinos dos países latino-americanos, dizendo: "Convido todos vocês a viver esta Páscoa com a certeza de que, em Jesus, Deus nos ama e nos perdoa. Peço à Virgem Maria, nossa Mãe, que nos acompanhe no caminho da cruz e do amor que Cristo nos mostra. Muito obrigado".
Ao terminar as saudações nos diversos idiomas, o Santo Padre dedicou um pensamento especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados, como tem feito em todas as audiências: "Queridos jovens, reflitam sobre o preço do sangre pago por nosso Senhor para a nossa salvação", pediu Francisco, recordando em seguida aos doentes que "a Sexta-Feira Santa nos ensina a ter paciência nos momentos de cruz". Aos recém-casados, o papa exortou a "encher as paredes domésticas com a alegria da ressurreição".
Uma pequena brincadeira do papa no final da audiência provocou as risadas de todos. Quando o apresentador italiano anunciava a oração do pai-nosso e a bênção do papa, uma forte tosse o obrigou a interromper a leitura. O Santo Padre lhe disse: "Esta saúde... Você está envelhecendo! Pode ir tranquilo!".
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Em meio aos gritos de "Esta é a juventude do papa!" e "Francisco, nós te amamos!", o pontífice argentino começou a audiência semanal.
Na semana passada, o papa iniciou uma série de catequeses sobre os dons do Espírito Santo, mas hoje a interrompeu para falar da paixão de Jesus, da sua cruz e da sua dor.
No resumo da catequese, o Santo Padre disse:
"Hoje, na metade da Semana Santa, a liturgia nos apresenta o triste fato da traição de Judas. Judas vai até as autoridades e simplesmente lhes pergunta: 'Quanto vocês me pagam se eu o entregar?'. '30 moedas!'. E Jesus tem preço, como qualquer mercadoria num mercado. E Jesus aceita essa humilhação até a morte de cruz. No seu sofrimento e na sua morte, nós podemos ver a dor da humanidade, a dor dos nossos pecados e a resposta de Deus para esse mistério do poder do mal. Deus toma sobre si o mal do mundo para vencê-lo. Sua paixão não acontece por erro. É a maneira de nos mostrar o seu amor infinito. Nessa paixão de Jesus, contemplamos a sua grandeza e o seu amor. Nesta Semana Santa, fará bem ao nosso espírito olhar para o crucifixo, beijar as chagas de Jesus e agradecer a Ele. Porque Ele fez isso por cada um de nós. Mas Deus sempre intervém no momento em que não esperamos, e Jesus ressuscita. A ressurreição de Jesus não é o "final feliz" de um conto de fadas, não é o "happy end" de um filme, mas a prova de que Deus age no momento mais difícil, no momento mais escuro. A noite é sempre muito escura um pouco antes de amanhecer. Não vamos descer da cruz antes do tempo! E não nos esqueçamos, nesta semana, de beijar muitas vezes o crucifixo".
A seguir, o papa saudou os peregrinos dos países latino-americanos, dizendo: "Convido todos vocês a viver esta Páscoa com a certeza de que, em Jesus, Deus nos ama e nos perdoa. Peço à Virgem Maria, nossa Mãe, que nos acompanhe no caminho da cruz e do amor que Cristo nos mostra. Muito obrigado".
Ao terminar as saudações nos diversos idiomas, o Santo Padre dedicou um pensamento especial aos jovens, aos doentes e aos recém-casados, como tem feito em todas as audiências: "Queridos jovens, reflitam sobre o preço do sangre pago por nosso Senhor para a nossa salvação", pediu Francisco, recordando em seguida aos doentes que "a Sexta-Feira Santa nos ensina a ter paciência nos momentos de cruz". Aos recém-casados, o papa exortou a "encher as paredes domésticas com a alegria da ressurreição".
Uma pequena brincadeira do papa no final da audiência provocou as risadas de todos. Quando o apresentador italiano anunciava a oração do pai-nosso e a bênção do papa, uma forte tosse o obrigou a interromper a leitura. O Santo Padre lhe disse: "Esta saúde... Você está envelhecendo! Pode ir tranquilo!".
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Francisco: a história é um instrumento para discernir o hoje na Igreja
O Santo Padre recebe o Pontifício Comitê de Ciências Históricas, que completa 60 anos de fundação
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 14 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Os membros do Pontifício Comitê de Ciências Históricas foram recebidos hoje no Vaticano pelo papa Francisco, por ocasião do 60º aniversário da instituição fundada pelo papa Pio XII.
O Santo Padre reiterou que "é sempre válida a célebre afirmação de Cícero em 'De Oratore', parcialmente retomada pelo beato João XXIII, um apaixonado pelos estudos de história, no discurso de abertura do Concílio Vaticano II: 'Historia vero testis temporum, lux veritatis, vita memoriae, magistra vitae'. O estudo da história representa, de fato, um dos caminhos para a busca apaixonada da verdade, que, desde sempre, está no íntimo do homem".
Aos presentes na audiência realizada no Palácio Apostólico, o Santo Padre afirmou: "Em seus estudos e no seu ensino, vocês podem confrontar, em particular, os fatos da Igreja que caminha no tempo, com a sua história gloriosa de evangelização, de esperança, de luta cotidiana, de vida utilizada no servir, de constância no trabalho pesado, como também de infidelidade, de rejeições, de pecados".
Francisco destacou o trabalho da comissão no contexto da Igreja de hoje: "Estas pesquisas, marcadas por autêntica paixão eclesial e pelo amor sincero da verdade, podem ajudar muito os que têm a tarefa de discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja de hoje".
"O Comitê de Ciências Históricas se insere há tempos no diálogo e na cooperação com instituições culturais e centros acadêmicos de muitas nações e é acolhido com respeito no âmbito mundial dos estudos históricos", porque é "no encontro e na colaboração com os pesquisadores de cada cultura e religião que podemos oferecer uma contribuição específica ao diálogo entre a Igreja e o mundo contemporâneo".
"Entre as iniciativas programadas, eu penso em particular no congresso internacional do centenário do início da Primeira Guerra Mundial, que apresentará os mais recentes resultados dos estudos sobre as iniciativas diplomáticas da Santa Sé durante aquele trágico conflito, além da ajuda dos católicos e de outros cristãos para socorrer os feridos, refugiados, órfãos e viúvas. E também na busca dos desaparecidos e na reconstrução de um mundo dilacerado depois do período que Bento XV chamou de 'inútil massacre'".
O papa Francisco terminou assegurando que "hoje ressoa mais atual do que nunca o seu profundo apelo: 'Com a paz, nada se perde; com a guerra tudo pode ser perdido'. Quando escutamos estas palavras proféticas, percebemos que a história é realmente 'magistra vitae'".
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O Santo Padre reiterou que "é sempre válida a célebre afirmação de Cícero em 'De Oratore', parcialmente retomada pelo beato João XXIII, um apaixonado pelos estudos de história, no discurso de abertura do Concílio Vaticano II: 'Historia vero testis temporum, lux veritatis, vita memoriae, magistra vitae'. O estudo da história representa, de fato, um dos caminhos para a busca apaixonada da verdade, que, desde sempre, está no íntimo do homem".
Aos presentes na audiência realizada no Palácio Apostólico, o Santo Padre afirmou: "Em seus estudos e no seu ensino, vocês podem confrontar, em particular, os fatos da Igreja que caminha no tempo, com a sua história gloriosa de evangelização, de esperança, de luta cotidiana, de vida utilizada no servir, de constância no trabalho pesado, como também de infidelidade, de rejeições, de pecados".
Francisco destacou o trabalho da comissão no contexto da Igreja de hoje: "Estas pesquisas, marcadas por autêntica paixão eclesial e pelo amor sincero da verdade, podem ajudar muito os que têm a tarefa de discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja de hoje".
"O Comitê de Ciências Históricas se insere há tempos no diálogo e na cooperação com instituições culturais e centros acadêmicos de muitas nações e é acolhido com respeito no âmbito mundial dos estudos históricos", porque é "no encontro e na colaboração com os pesquisadores de cada cultura e religião que podemos oferecer uma contribuição específica ao diálogo entre a Igreja e o mundo contemporâneo".
"Entre as iniciativas programadas, eu penso em particular no congresso internacional do centenário do início da Primeira Guerra Mundial, que apresentará os mais recentes resultados dos estudos sobre as iniciativas diplomáticas da Santa Sé durante aquele trágico conflito, além da ajuda dos católicos e de outros cristãos para socorrer os feridos, refugiados, órfãos e viúvas. E também na busca dos desaparecidos e na reconstrução de um mundo dilacerado depois do período que Bento XV chamou de 'inútil massacre'".
O papa Francisco terminou assegurando que "hoje ressoa mais atual do que nunca o seu profundo apelo: 'Com a paz, nada se perde; com a guerra tudo pode ser perdido'. Quando escutamos estas palavras proféticas, percebemos que a história é realmente 'magistra vitae'".
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Santa Sé
Santa Sé apresenta em maio Relatório sobre Convenção contra tortura
Junto com o Vaticano: Chipre, Lituânia, Guiné, Montenegro, Serra Leoa, Tailândia, Uruguai. Padre Lombardi: "Procedimento normal ao qual se aderem todos os Estados parte da Convenção
Por Redacao
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - No próximo mês de maio a Santa Sé apresentará o seu Relatório Inicial sobre a Convenção contra a Tortura (Cat) ao relativo Comitê. Juntamente com o Vaticano, estarão Chipre, Lituânia, Guiné, Montenegro, Serra Leoa, Tailândia, Uruguai, anunciou hoje o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, depois de algumas perguntas dos jornalistas.
"Trata-se do procedimento normal ao qual se aderem todos os 'Estados membro" da Convenção – explicou o porta-voz do Vaticano - Levando-se em conta o tipo de obrigações previstas pela Convenção, a Santa Sé aderiu, em 2002, a tal Convenção exclusivamente em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano".
Por esta razão, o Pe. Lombardi concluiu, "a Santa Sé continua a implementar as obrigações assumidas em nome do Estado da Cidade do Vaticano e a apresentar os relatórios periódicos, de acordo com os procedimentos previstos na Convenção".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online "Trata-se do procedimento normal ao qual se aderem todos os 'Estados membro" da Convenção – explicou o porta-voz do Vaticano - Levando-se em conta o tipo de obrigações previstas pela Convenção, a Santa Sé aderiu, em 2002, a tal Convenção exclusivamente em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano".
Por esta razão, o Pe. Lombardi concluiu, "a Santa Sé continua a implementar as obrigações assumidas em nome do Estado da Cidade do Vaticano e a apresentar os relatórios periódicos, de acordo com os procedimentos previstos na Convenção".
[Trad.TS]
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Igreja e Religião
Texto completo da pregação da sexta-feira santa do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap.
Pregação na Basílica de São Pedro. O pregador da casa pontifícia reflete na traição de Judas.
Por Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap
ROMA, 18 de Abril de 2014 (Zenit.org) - "Estava com eles também Judas, o traidor"
Pregação da sexta-feira santa de 2014, na Basílica de São Pedro
Dentro da história divino-humana da paixão de Jesus existem muitas pequenas histórias de homens e de mulheres que entraram no raio da sua luz ou da sua sombra. A mais trágica delas é a de Judas Iscariotes. É um dos poucos fatos comprovados, com igual destaque, por todos os quatro Evangelhos e pelo resto do Novo Testamento. A primitiva comunidade cristã tem refletido muito sobre ele e nós faríamos mal se não fizéssemos o mesmo. Ela tem muito a nos dizer.
Judas foi escolhido desde a primeira hora para ser um dos doze. Ao incluir o seu nome na lista dos apóstolos o evangelista Lucas escreve "Judas Iscariotes, que se tornou" (egeneto) o traídor" (Lc 6, 16). Portanto, Judas não tinha nascido traidor e não o era quando foi escolhido por Jesus; tornou-se! Estamos diante de um dos dramas mais obscuros da liberdade humana. Por que se tornou? Em anos não distantes, quando estava de moda a tese do Jesus "revolucionário", tentou-se dar a seu gesto motivações ideais. Alguém viu no seu apelido "Iscariotes" uma deformação de "sicariota", ou seja, pertencente ao grupo de zelotes extremistas que atuavam como "sicários" contra os romanos; outros pensaram que Judas estivesse desapontado com a maneira em que Jesus realizou a sua ideia do "reino de Deus" e que quisesse força-lo a agir no plano político contra os pagãos. É o Judas do famoso musical "Jesus Christ Superstar" e de outros espetáculos e novelas recentes. Um Judas muito semelhante a um outro célebre traidor do próprio benfeitor: Brutus, que matou Júlio César para salvar a República!
São reconstruções que devem ser respeitadas quando contém alguma dignidade literária ou artística, mas não têm nenhuma base histórica. Os Evangelhos - as únicas fontes confiáveis que temos sobre a personagem – falam de um motivo muito mais terra-terra: o dinheiro. Judas tinha a responsabilidade da bolsa comum do grupo; na ocasião da unção em Betânia havia protestado contra o desperdício do perfume precioso derramado por Maria aos pés de Jesus, não porque se preocupasse pelos pobres, assinala João, mas porque "era um ladrão e, como tinha a bolsa, tirava o que se colocava dentro"(Jo 12, 6). A sua proposta aos chefes dos sacerdotes é explícita: "Quanto estão dispostos a dar-me, se vo-lo entregar? E eles fixaram a soma de trinta moedas de prata" (Mt 26, 15).
***
Mas por que maravilhar-se desta explicação e achar que ela é banal? Não foi quase sempre assim na história e não é ainda assim hoje em dia? Mamona, o dinheiro, não é um dos muitos ídolos; é o ídolo por excelência; literalmente, "o ídolo de metal fundido" (cf. Ex 34, 17). E se entende o motivo. Quem é, objetivamente, se não subjetivamente (ou seja, nos fatos, não nas intenções), o verdadeiro inimigo, o rival de Deus, neste mundo? Satanás? Mas nenhum homem decide servir, sem motivo, a Satanás. Se o faz, é porque acredita que vai ter algum poder ou algum benefício temporal. Quem é, nos fatos, o outro patrão, o anti-Deus, Jesus no-lo diz claramente: "Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a Deus e a Mamona" (Mt 6, 24). O dinheiro é o "deus visível[1]", em oposição ao verdadeiro Deus que é invisível.
Mamona é o anti-Deus, porque cria um universo espiritual alternativo, muda o objeto das virtudes teologais. Fé, esperança e caridade não são mais colocados em Deus, mas no dinheiro. Ocorre uma sinistra inversão de todos os valores. "Tudo é possível ao que crê", diz a Escritura (Mc 9, 23); mas o mundo diz: "Tudo é possível para quem tem dinheiro". E, em certo sentido, todos os fatos parecem dar-lhe razão.
"O apego ao dinheiro – diz a Escritura – é a raiz de todos os males" (1 Tm 6,10). Por trás de todo o mal da nossa sociedade está o dinheiro, ou pelo menos está também o dinheiro. Esse é o Moloch de bíblica memória, ao qual foram imolados jovens e crianças (cf. Jer 32, 35), ou o deus Azteca, ao qual era preciso oferecer diariamente um certo número de corações humanos. O que está por trás do tráfico de drogas que destrói tantas vidas humanas, a exploração da prostituição, o fenômeno das várias máfias, a corrupção política, a fabricação e comercialização de armas, e até mesmo - coisa horrível de se dizer - a venda de órgãos humanos removidos das crianças? E a crise financeira que o mundo atravessou e que este país ainda está atravessando, não é, em grande parte, devida à "deplorável ganância por dinheiro", o auri sacra fames[2], de alguns poucos? Judas começou roubando um pouco de dinheiro da bolsa comum. Isso não diz nada para certos administradores do dinheiro público?
Mas sem pensar nesses modos criminosos de ganhar dinheiro, por acaso, já não é escandaloso que alguns recebam salários e pensões cem vezes maiores do que daqueles que trabalham nas suas casas, e que já levantem a voz só com a ameaça de ter que renunciar a algo, em vista de uma maior justiça social?
Nos anos 70 e 80, para explicar, na Itália, diante as imprevistas mudanças políticas, os jogos ocultos de poder, o terrorismo e os mistérios de todo tipo que atormentava a convivência civil, foi-se afirmando a ideia, quase mítica, da existência de um "grande Velho": um personagem muito sagaz e poderoso que dos bastidores teria movido as fileiras de tudo, para finalidades somente conhecidas por ele. Este "grande Velho" existe realmente, não é um mito; chama-se Dinheiro!
Como todos os ídolos, o dinheiro é "falso e mentiroso": promete a segurança e, em vez disso, a tira; promete a liberdade e, em disso, a destrói. São Francisco de Assis descreve, com uma severidade incomum, o fim de uma pessoa que viveu somente para aumentar o seu "capital". Aproxima-se a morte; chamam o sacerdote. Ele pergunta ao moribundo: "Queres o perdão de todos os teus pecados?", e ele responde que sim. E o sacerdote: "Estás preparado para satisfazer os erros cometidos com os demais?". E ele: "Não posso". "Por que não podes?". "Porque já deixei tudo nas mãos dos meus parentes e amigos". E assim ele morre impenitente e, apenas morto, os parentes e amigos dizem entre si: "Maldita a sua alma! Podia ganhar mais e deixar-nos, e não o fez![3]".
Quantas vezes, nestes tempos, tivemos que refletir naquele grito dirigido por Jesus ao rico da parábola que tinha acumulado muitos bens e se sentia seguro pelo resto da vida: "Tolo, esta mesma noite a tua alma te será pedida; e o que tens acumulado, de quem será?" (Lc 12, 20). "Homens colocados em cargos de responsabilidade que não sabiam mais em qual banco ou paraíso fiscal acumular os proventos da sua corrupção encontraram-se no banco dos réus, ou na cela de uma prisão, justamente quando estavam pra dizer a si mesmos: "Agora goza, minha alma". Para quem o fizeram? Valia a pena? Fizeram realmente o bem dos filhos e da família, ou do partido, se é isso que procuravam? Ou não acabaram destruindo a si mesmos e os demais? O deus dinheiro se encarrega de punir, ele mesmo, os seus adoradores.
***
A traição de Judas continua na história e o traído é sempre ele, Jesus. Judas vendeu o chefe, os seus seguidores vendem o seu corpo, porque os pobres são membros de Cristo. "Tudo aquilo que fizestes a um só destes meus irmãos pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25, 40). Mas a traição de Judas não continua somente nos casos clamorosos aos quais me referi. Seria cômodo para nós pensar assim, mas não é assim. Ficou famosa a homilia que pronunciou numa Quinta-feira Santa o padre Primo Mazzolari sobre "Nosso irmão Judas". "Deixem, dizia aos poucos paroquianos que tinha diante, que eu pense por um momento no Judas que tenho dentro de mim, no Judas que talvez vocês também tenham dentro".
É possível trair Jesus também por outros tipos de recompensa que não sejam as trinta moedas de prata. Trai a Cristo quem trai a própria esposa ou o próprio marido. Trai a Jesus o ministro de Deus infiel ao seu estado, ou que, em vez de apascentar o rebanho apascenta a si mesmo. Trai a Jesus quem trai a própria consciência. Posso traí-lo até mesmo eu, neste momento – e isso me faz tremer – se enquanto prego sobre Judas me preocupo pela aprovação do auditório mais do que de participar da imensa pena do Salvador. Judas tinha um atenuante que nós não temos. Ele não sabia quem era Jesus, considerava-o somente "um homem justo"; não sabia que era o Filho de Deus, nós sim. Como a cada ano, na iminência da Páscoa, quis reescutar a "Paixão segundo S. Mateus" de Bach. Há um detalhe que cada vez me faz estremecer. No anúncio da traição de Judas, ali, todos os apóstolos perguntam a Jesus: "Porventura sou eu, Senhor?" Herr, bin ich's?". Antes, porém, de fazer-nos ouvir a resposta de Cristo, anulando toda distância entre o evento e a sua comemoração, o compositor insere um coro que começa assim: "Sou eu, sou eu o traidor! Eu tenho que fazer penitência!", "Ich bin's, ich sollte büßen". Como todos os coros daquela obra, esse expressa os sentimentos do povo que escuta; é um convite também a nós, de fazermos a nossa confissão de pecado.
***
O Evangelho descreve o fim horrível de Judas: "Judas, que o havia traído, vendo que Jesus tinha sido condenado, se arrependeu, e devolveu as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: pequei, entregando-vos sangue inocente. Mas eles disseram: O que nos importa? O problema é seu. E ele, jogando as moedas no templo, partiu e foi enforcar-se" ( Mt 27 , 3-5). Mas não julguemos apressadamente. Jesus nunca abandonou a Judas e ninguém sabe onde ele caiu quando se jogou da árvore com a corda no pescoço: se nas mãos de Satanás ou naquelas de Deus. Quem pode dizer o que aconteceu na sua alma naqueles últimos instantes? "Amigo", foi a última palavra que Jesus lhe disse no horto e ele não podia tê-la esquecido, como não podia ter esquecido o seu olhar.
É verdade que, falando ao Pai dos seus discípulos, Jesus tinha falado de Judas: "Nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição" (Jo 17, 12), mas aqui, como em tantos outros casos, ele fala na perspectiva do tempo, não da eternidade. Mesmo a outra palavra terrível referida a Judas: "Seria melhor para esse homem nunca ter nascido" (Mc 14, 21 ) é explicada pela enormidade do fato, sem a necessidade de se pensar em um erro eterno. O destino eterno da criatura é um segredo inviolável de Deus. A Igreja nos garante que um homem ou uma mulher proclamados santos estão na bem-aventurança eterna; mas de ninguém a Igreja sabe com certeza que esteja no inferno.
Dante Alighieri, que, na sua Divina Comédia, coloca Judas nas profundezas do inferno, fala da conversão, no último momento, de Manfred, filho de Federico II e rei da Sicília, que todos na sua época acreditavam que tinha sido condenado excomungado. Mortalmente ferido em batalha, ele confia ao poeta que, no último momento da vida, se arrependeu chorando àquele "que voluntariamente perdoa" e que do Purgatório envia para a terra esta mensagem que vale também para nós:
Terríveis foram os meus pecados,
mas a bondade infinita com seus grandes braços
sempre acolhe aquele que se arrepende[4].
***
É a isso que deve levar-nos a história do nosso irmão Judas: a render-nos àquele que voluntariamente perdoa, a jogar-nos também nós, nos grandes braços do crucifixo. A coisa mais importante na história de Judas não é a sua traição, mas a resposta que Jesus dá a ela. Ele sabia bem o que estava amadurecendo no coração do seu discípulo; mas não o expôs, quis dar-lhe a chance até o último momento de voltar atrás, quase o protege. Sabe por que veio, mas não rejeita, no horto das oliveiras, o seu beijo gélido e até o chama de amigo (Mt 26, 50). Da mesma forma que procurou o rosto de Pedro depois de sua negação para dar-lhe o seu perdão, terá procurado também o de Judas em algum momento da sua via crucis! Quando da cruz reza: "Pais, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23 , 34), não exclui certamente deles a Judas.
Então, o que faremos, portanto, nós? Quem seguiremos, Judas ou Pedro? Pedro teve remorso pelo que ele tinha feito, mas também Judas teve remorso, tanto que gritou: "Eu traí sangue inocente!", e devolveu as trinta moedas de prata. Onde está, então, a diferença? Em apenas uma coisa: Pedro teve confiança na misericórdia de Cristo, Judas não! O maior pecado de Judas não foi ter traído Jesus, mas ter duvidado da sua misericórdia.
Se nós o imitamos, quem mais quem menos, na traição, não o imitemos nesta sua falta de confiança no perdão. Existe um sacramento no qual é possível fazer uma experiência segura da misericórdia de Cristo: o sacramento da reconciliação. Como é belo este sacramento! É doce experimentar Jesus como mestre, como Senhor, mas ainda mais doce experimentá-lo como Redentor: como aquele que te tira para fora do abismo, como Pedro do mar, que te toca, como fez com o leproso, e te diz: "Eu quero, seja curado!" (Mt 8, 3).
A confissão nos permite experimentar em nós o que a Igreja diz sobre o pecado de Adão no Exultet pascal: "Ó feliz culpa que mereceu tal Redentor!" Jesus sabe fazer de todas as culpas humanas, uma vez que nos tenhamos arrependido, "felizes culpas", culpas que não são mais lembradas a não ser pela experiência da misericórdia e pela ternura divina da qual foram ocasião!
Tenho um desejo para mim e para todos vós, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs: que na manhã da Páscoa possamos acordar e sentir ressoar no nosso coração as palavras de um grande convertido do nosso tempo, o poeta e dramaturgo Paul Claudel:
"Deus meu, ressuscitei e ainda estou com você!
Dormia e estava deitado como um morto na noite.
Deus disse: "Seja feita a luz" e eu despertei como se dá um grito! […]
Meu Pai, que me gerou antes da aurora,
coloco-me na tua presença.
O meu coração está livre e a minha boca está limpa, o corpo e o espírito estão de jejum.
Sou absolvido de todos os meus pecados
que confessei um por um.
O anel das núpcias está no meu dedo e o meu rosto está limpo.
Sou como um ser inocente na graça
Que tu me concedestes[5].
Isso é o que nos pode fazer a Páscoa de Cristo.
[Tradução do original italiano por Thácio Siqueira / ZENIT]
[1] W. Shakespeare, Timão de Atenas, ato IV, sc. 3.
[2] Virgílio, Eneida, 3. 56-57
[3] Cf. S. Francisco, Carta a todos os fieis 12 (Fontes Franciscanas, 205).
[4] Purgatório, III, 118-123.
[5] P. Claudel, Prière pour le Dimanche matin, in Œuvres poétiques, Gallimard, Paris, 1967, p. 377.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Pregação da sexta-feira santa de 2014, na Basílica de São Pedro
Dentro da história divino-humana da paixão de Jesus existem muitas pequenas histórias de homens e de mulheres que entraram no raio da sua luz ou da sua sombra. A mais trágica delas é a de Judas Iscariotes. É um dos poucos fatos comprovados, com igual destaque, por todos os quatro Evangelhos e pelo resto do Novo Testamento. A primitiva comunidade cristã tem refletido muito sobre ele e nós faríamos mal se não fizéssemos o mesmo. Ela tem muito a nos dizer.
Judas foi escolhido desde a primeira hora para ser um dos doze. Ao incluir o seu nome na lista dos apóstolos o evangelista Lucas escreve "Judas Iscariotes, que se tornou" (egeneto) o traídor" (Lc 6, 16). Portanto, Judas não tinha nascido traidor e não o era quando foi escolhido por Jesus; tornou-se! Estamos diante de um dos dramas mais obscuros da liberdade humana. Por que se tornou? Em anos não distantes, quando estava de moda a tese do Jesus "revolucionário", tentou-se dar a seu gesto motivações ideais. Alguém viu no seu apelido "Iscariotes" uma deformação de "sicariota", ou seja, pertencente ao grupo de zelotes extremistas que atuavam como "sicários" contra os romanos; outros pensaram que Judas estivesse desapontado com a maneira em que Jesus realizou a sua ideia do "reino de Deus" e que quisesse força-lo a agir no plano político contra os pagãos. É o Judas do famoso musical "Jesus Christ Superstar" e de outros espetáculos e novelas recentes. Um Judas muito semelhante a um outro célebre traidor do próprio benfeitor: Brutus, que matou Júlio César para salvar a República!
São reconstruções que devem ser respeitadas quando contém alguma dignidade literária ou artística, mas não têm nenhuma base histórica. Os Evangelhos - as únicas fontes confiáveis que temos sobre a personagem – falam de um motivo muito mais terra-terra: o dinheiro. Judas tinha a responsabilidade da bolsa comum do grupo; na ocasião da unção em Betânia havia protestado contra o desperdício do perfume precioso derramado por Maria aos pés de Jesus, não porque se preocupasse pelos pobres, assinala João, mas porque "era um ladrão e, como tinha a bolsa, tirava o que se colocava dentro"(Jo 12, 6). A sua proposta aos chefes dos sacerdotes é explícita: "Quanto estão dispostos a dar-me, se vo-lo entregar? E eles fixaram a soma de trinta moedas de prata" (Mt 26, 15).
***
Mas por que maravilhar-se desta explicação e achar que ela é banal? Não foi quase sempre assim na história e não é ainda assim hoje em dia? Mamona, o dinheiro, não é um dos muitos ídolos; é o ídolo por excelência; literalmente, "o ídolo de metal fundido" (cf. Ex 34, 17). E se entende o motivo. Quem é, objetivamente, se não subjetivamente (ou seja, nos fatos, não nas intenções), o verdadeiro inimigo, o rival de Deus, neste mundo? Satanás? Mas nenhum homem decide servir, sem motivo, a Satanás. Se o faz, é porque acredita que vai ter algum poder ou algum benefício temporal. Quem é, nos fatos, o outro patrão, o anti-Deus, Jesus no-lo diz claramente: "Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a Deus e a Mamona" (Mt 6, 24). O dinheiro é o "deus visível[1]", em oposição ao verdadeiro Deus que é invisível.
Mamona é o anti-Deus, porque cria um universo espiritual alternativo, muda o objeto das virtudes teologais. Fé, esperança e caridade não são mais colocados em Deus, mas no dinheiro. Ocorre uma sinistra inversão de todos os valores. "Tudo é possível ao que crê", diz a Escritura (Mc 9, 23); mas o mundo diz: "Tudo é possível para quem tem dinheiro". E, em certo sentido, todos os fatos parecem dar-lhe razão.
"O apego ao dinheiro – diz a Escritura – é a raiz de todos os males" (1 Tm 6,10). Por trás de todo o mal da nossa sociedade está o dinheiro, ou pelo menos está também o dinheiro. Esse é o Moloch de bíblica memória, ao qual foram imolados jovens e crianças (cf. Jer 32, 35), ou o deus Azteca, ao qual era preciso oferecer diariamente um certo número de corações humanos. O que está por trás do tráfico de drogas que destrói tantas vidas humanas, a exploração da prostituição, o fenômeno das várias máfias, a corrupção política, a fabricação e comercialização de armas, e até mesmo - coisa horrível de se dizer - a venda de órgãos humanos removidos das crianças? E a crise financeira que o mundo atravessou e que este país ainda está atravessando, não é, em grande parte, devida à "deplorável ganância por dinheiro", o auri sacra fames[2], de alguns poucos? Judas começou roubando um pouco de dinheiro da bolsa comum. Isso não diz nada para certos administradores do dinheiro público?
Mas sem pensar nesses modos criminosos de ganhar dinheiro, por acaso, já não é escandaloso que alguns recebam salários e pensões cem vezes maiores do que daqueles que trabalham nas suas casas, e que já levantem a voz só com a ameaça de ter que renunciar a algo, em vista de uma maior justiça social?
Nos anos 70 e 80, para explicar, na Itália, diante as imprevistas mudanças políticas, os jogos ocultos de poder, o terrorismo e os mistérios de todo tipo que atormentava a convivência civil, foi-se afirmando a ideia, quase mítica, da existência de um "grande Velho": um personagem muito sagaz e poderoso que dos bastidores teria movido as fileiras de tudo, para finalidades somente conhecidas por ele. Este "grande Velho" existe realmente, não é um mito; chama-se Dinheiro!
Como todos os ídolos, o dinheiro é "falso e mentiroso": promete a segurança e, em vez disso, a tira; promete a liberdade e, em disso, a destrói. São Francisco de Assis descreve, com uma severidade incomum, o fim de uma pessoa que viveu somente para aumentar o seu "capital". Aproxima-se a morte; chamam o sacerdote. Ele pergunta ao moribundo: "Queres o perdão de todos os teus pecados?", e ele responde que sim. E o sacerdote: "Estás preparado para satisfazer os erros cometidos com os demais?". E ele: "Não posso". "Por que não podes?". "Porque já deixei tudo nas mãos dos meus parentes e amigos". E assim ele morre impenitente e, apenas morto, os parentes e amigos dizem entre si: "Maldita a sua alma! Podia ganhar mais e deixar-nos, e não o fez![3]".
Quantas vezes, nestes tempos, tivemos que refletir naquele grito dirigido por Jesus ao rico da parábola que tinha acumulado muitos bens e se sentia seguro pelo resto da vida: "Tolo, esta mesma noite a tua alma te será pedida; e o que tens acumulado, de quem será?" (Lc 12, 20). "Homens colocados em cargos de responsabilidade que não sabiam mais em qual banco ou paraíso fiscal acumular os proventos da sua corrupção encontraram-se no banco dos réus, ou na cela de uma prisão, justamente quando estavam pra dizer a si mesmos: "Agora goza, minha alma". Para quem o fizeram? Valia a pena? Fizeram realmente o bem dos filhos e da família, ou do partido, se é isso que procuravam? Ou não acabaram destruindo a si mesmos e os demais? O deus dinheiro se encarrega de punir, ele mesmo, os seus adoradores.
***
A traição de Judas continua na história e o traído é sempre ele, Jesus. Judas vendeu o chefe, os seus seguidores vendem o seu corpo, porque os pobres são membros de Cristo. "Tudo aquilo que fizestes a um só destes meus irmãos pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25, 40). Mas a traição de Judas não continua somente nos casos clamorosos aos quais me referi. Seria cômodo para nós pensar assim, mas não é assim. Ficou famosa a homilia que pronunciou numa Quinta-feira Santa o padre Primo Mazzolari sobre "Nosso irmão Judas". "Deixem, dizia aos poucos paroquianos que tinha diante, que eu pense por um momento no Judas que tenho dentro de mim, no Judas que talvez vocês também tenham dentro".
É possível trair Jesus também por outros tipos de recompensa que não sejam as trinta moedas de prata. Trai a Cristo quem trai a própria esposa ou o próprio marido. Trai a Jesus o ministro de Deus infiel ao seu estado, ou que, em vez de apascentar o rebanho apascenta a si mesmo. Trai a Jesus quem trai a própria consciência. Posso traí-lo até mesmo eu, neste momento – e isso me faz tremer – se enquanto prego sobre Judas me preocupo pela aprovação do auditório mais do que de participar da imensa pena do Salvador. Judas tinha um atenuante que nós não temos. Ele não sabia quem era Jesus, considerava-o somente "um homem justo"; não sabia que era o Filho de Deus, nós sim. Como a cada ano, na iminência da Páscoa, quis reescutar a "Paixão segundo S. Mateus" de Bach. Há um detalhe que cada vez me faz estremecer. No anúncio da traição de Judas, ali, todos os apóstolos perguntam a Jesus: "Porventura sou eu, Senhor?" Herr, bin ich's?". Antes, porém, de fazer-nos ouvir a resposta de Cristo, anulando toda distância entre o evento e a sua comemoração, o compositor insere um coro que começa assim: "Sou eu, sou eu o traidor! Eu tenho que fazer penitência!", "Ich bin's, ich sollte büßen". Como todos os coros daquela obra, esse expressa os sentimentos do povo que escuta; é um convite também a nós, de fazermos a nossa confissão de pecado.
***
O Evangelho descreve o fim horrível de Judas: "Judas, que o havia traído, vendo que Jesus tinha sido condenado, se arrependeu, e devolveu as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: pequei, entregando-vos sangue inocente. Mas eles disseram: O que nos importa? O problema é seu. E ele, jogando as moedas no templo, partiu e foi enforcar-se" ( Mt 27 , 3-5). Mas não julguemos apressadamente. Jesus nunca abandonou a Judas e ninguém sabe onde ele caiu quando se jogou da árvore com a corda no pescoço: se nas mãos de Satanás ou naquelas de Deus. Quem pode dizer o que aconteceu na sua alma naqueles últimos instantes? "Amigo", foi a última palavra que Jesus lhe disse no horto e ele não podia tê-la esquecido, como não podia ter esquecido o seu olhar.
É verdade que, falando ao Pai dos seus discípulos, Jesus tinha falado de Judas: "Nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição" (Jo 17, 12), mas aqui, como em tantos outros casos, ele fala na perspectiva do tempo, não da eternidade. Mesmo a outra palavra terrível referida a Judas: "Seria melhor para esse homem nunca ter nascido" (Mc 14, 21 ) é explicada pela enormidade do fato, sem a necessidade de se pensar em um erro eterno. O destino eterno da criatura é um segredo inviolável de Deus. A Igreja nos garante que um homem ou uma mulher proclamados santos estão na bem-aventurança eterna; mas de ninguém a Igreja sabe com certeza que esteja no inferno.
Dante Alighieri, que, na sua Divina Comédia, coloca Judas nas profundezas do inferno, fala da conversão, no último momento, de Manfred, filho de Federico II e rei da Sicília, que todos na sua época acreditavam que tinha sido condenado excomungado. Mortalmente ferido em batalha, ele confia ao poeta que, no último momento da vida, se arrependeu chorando àquele "que voluntariamente perdoa" e que do Purgatório envia para a terra esta mensagem que vale também para nós:
Terríveis foram os meus pecados,
mas a bondade infinita com seus grandes braços
sempre acolhe aquele que se arrepende[4].
***
É a isso que deve levar-nos a história do nosso irmão Judas: a render-nos àquele que voluntariamente perdoa, a jogar-nos também nós, nos grandes braços do crucifixo. A coisa mais importante na história de Judas não é a sua traição, mas a resposta que Jesus dá a ela. Ele sabia bem o que estava amadurecendo no coração do seu discípulo; mas não o expôs, quis dar-lhe a chance até o último momento de voltar atrás, quase o protege. Sabe por que veio, mas não rejeita, no horto das oliveiras, o seu beijo gélido e até o chama de amigo (Mt 26, 50). Da mesma forma que procurou o rosto de Pedro depois de sua negação para dar-lhe o seu perdão, terá procurado também o de Judas em algum momento da sua via crucis! Quando da cruz reza: "Pais, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23 , 34), não exclui certamente deles a Judas.
Então, o que faremos, portanto, nós? Quem seguiremos, Judas ou Pedro? Pedro teve remorso pelo que ele tinha feito, mas também Judas teve remorso, tanto que gritou: "Eu traí sangue inocente!", e devolveu as trinta moedas de prata. Onde está, então, a diferença? Em apenas uma coisa: Pedro teve confiança na misericórdia de Cristo, Judas não! O maior pecado de Judas não foi ter traído Jesus, mas ter duvidado da sua misericórdia.
Se nós o imitamos, quem mais quem menos, na traição, não o imitemos nesta sua falta de confiança no perdão. Existe um sacramento no qual é possível fazer uma experiência segura da misericórdia de Cristo: o sacramento da reconciliação. Como é belo este sacramento! É doce experimentar Jesus como mestre, como Senhor, mas ainda mais doce experimentá-lo como Redentor: como aquele que te tira para fora do abismo, como Pedro do mar, que te toca, como fez com o leproso, e te diz: "Eu quero, seja curado!" (Mt 8, 3).
A confissão nos permite experimentar em nós o que a Igreja diz sobre o pecado de Adão no Exultet pascal: "Ó feliz culpa que mereceu tal Redentor!" Jesus sabe fazer de todas as culpas humanas, uma vez que nos tenhamos arrependido, "felizes culpas", culpas que não são mais lembradas a não ser pela experiência da misericórdia e pela ternura divina da qual foram ocasião!
Tenho um desejo para mim e para todos vós, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs: que na manhã da Páscoa possamos acordar e sentir ressoar no nosso coração as palavras de um grande convertido do nosso tempo, o poeta e dramaturgo Paul Claudel:
"Deus meu, ressuscitei e ainda estou com você!
Dormia e estava deitado como um morto na noite.
Deus disse: "Seja feita a luz" e eu despertei como se dá um grito! […]
Meu Pai, que me gerou antes da aurora,
coloco-me na tua presença.
O meu coração está livre e a minha boca está limpa, o corpo e o espírito estão de jejum.
Sou absolvido de todos os meus pecados
que confessei um por um.
O anel das núpcias está no meu dedo e o meu rosto está limpo.
Sou como um ser inocente na graça
Que tu me concedestes[5].
Isso é o que nos pode fazer a Páscoa de Cristo.
[Tradução do original italiano por Thácio Siqueira / ZENIT]
[1] W. Shakespeare, Timão de Atenas, ato IV, sc. 3.
[2] Virgílio, Eneida, 3. 56-57
[3] Cf. S. Francisco, Carta a todos os fieis 12 (Fontes Franciscanas, 205).
[4] Purgatório, III, 118-123.
[5] P. Claudel, Prière pour le Dimanche matin, in Œuvres poétiques, Gallimard, Paris, 1967, p. 377.
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A misericórdia de Deus supera até mesmo a traição
Padre Raniero Cantalamessa explica a traição de Judas com a idolatria do dinheiro, mas Judas também poderia ter sido perdoado pela infinita misericórdia de Deus
Por Antonio Gaspari
ROMA, 18 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Por que Judas traiu a Cristo? E porque, diferente dos outros, se suicidou? A traição e a idolatria do dinheiro é um pecado que condena de forma eterna? Ou a misericórdia de Deus sempre salva, mesmo os pecados mais graves?
Estas e outras perguntas foram respondidas pelo Pe. Raniero Cantalamessa, durante a a pregação da sexta-feira santa que pronunciou hoje à tarde na basílica de São Pedro em Roma.
O, pregador da casa Pontifícia lembrou que Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, "se tornou o traidor" (Lc 6, 16).
Não o era originalmente, mas foi se transformando por causa da idolatria do dinheiro.
O Evangelho nos diz que Judas "era um ladrão e, como tinha a bolsa, tirava o que nela se colocava" (Jo 12, 6).
Padre Cantalamessa acrescentou que "o dinheiro, não é um dos tantos; é o ídolo por excelência; literalmente, "o ídolo de metal fundido" (cf. Ex 34, 17).
"O apego ao dinheiro, diz a Escritura, é a raiz de todos os males" (1 Tm 6, 10).
De acordo com o pregador da Casa Pontifícia, "Por trás de cada mal da nossa sociedade, está o dinheiro, ou, pelo menos, também o dinheiro. Ele é o Moloch de bíblica memória, ao qual se imolavam jovens e crianças (cf. Jer 32, 35).
A este respeito, o padre Cantalamessa disse que por trás de atos desumanos, como o tráfico de drogas, a prostituição, o fenômeno das várias máfias, a corrupção política, fabricação e comercialização de armas, a venda de órgãos humanos retirados de crianças... há um "grande Velho" que existe realmente, não é um mito; "chama-se Dinheiro!".
"Como todos os ídolos , - explicou - o dinheiro é 'falso e mentiroso': promete segurança e, em vez disso, a tira; promete liberdade e em vez disso a destrói".
Referindo-se às muitas vítimas desta idolatria e à morte de Judas que se enforcou, padre Cantalamessa repetiu: "Por quem o fizeram? Valia a pena? Fizeram realmente o bem dos filhos e da família, ou do partido, se é isso procuravam? Ou, pelo contrário, destruíram a si mesmos e os outros? O deus dinheiro se encarrega de punir, ele mesmo, os seus próprios adoradores".
"Mas Jesus - disse o pregador - nunca abandonou a Judas e ninguém sabe onde ele caiu quando se jogou da árvore com a corda no pescoço: se nas mãos de Satanás ou de Deus".
Na Divina Comédia, Dante Alighieri fala de Manfred, filho de Frederico II e rei da Sicília, que na sua época todos acreditavam que tinha sido condenado porque morto excomungado.
Na Divina Comédia, Manfred moribundo confia ao poeta 'que voluntariamente perdoa' e do Purgatório escreve: "Terríveis foram os meus pecados, mas a bondade infinita com seus grandes braços sempre acolhe aquele que se arrepende"
Para o padre Cantalemessa a história de Judas deveria levar-nos a "jogar-nos também nós aos braços abertos do crucifixo" porque a questão mais importante "não é a sua traição, mas a resposta que Jesus dá a isso".
Ao contrário de Pedro, que teve confiança na misericórdia de Deus, continuou o pregador, "o maior pecado de Judas não foi ter traído a Jesus, mas ter duvidado da sua misericórdia".
Jesus é misericordioso porque "procurou o rosto de Pedro depois de sua negação para dar-lhe o seu perdão" e orou na Cruz: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23 , 34).
Para garantir a experiência da Misericórdia – destacou Pe. Cantalamessa – existe o sacramento da reconciliação. A confissão - acrescentou - nos permite experimentar em nós misericórdia e a ternura de Deus.
Para explicar o que pode fazer a Páscoa em cada um de nós o pregador da Casa Pontifícia concluiu repetindo as palavras do poeta Paul Claudel:
"Deus meu, ressuscitei e ainda estou com você!
Dormia e estava deitado como um morto na noite.
Deus disse: "Seja feita a luz" e eu despertei como se dá um grito! […]
Meu Pai, que me gerou antes da aurora,
coloco-me na tua presença.
O meu coração está livre e a minha boca está limpa, o corpo e o espírito estão de jejum.
Sou absolvido de todos os meus pecados
que confessei um por um.
O anel das núpcias está no meu dedo e o meu rosto está limpo.
Sou como um ser inocente na graça
Que tu me concedestes".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Estas e outras perguntas foram respondidas pelo Pe. Raniero Cantalamessa, durante a a pregação da sexta-feira santa que pronunciou hoje à tarde na basílica de São Pedro em Roma.
O, pregador da casa Pontifícia lembrou que Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, "se tornou o traidor" (Lc 6, 16).
Não o era originalmente, mas foi se transformando por causa da idolatria do dinheiro.
O Evangelho nos diz que Judas "era um ladrão e, como tinha a bolsa, tirava o que nela se colocava" (Jo 12, 6).
Padre Cantalamessa acrescentou que "o dinheiro, não é um dos tantos; é o ídolo por excelência; literalmente, "o ídolo de metal fundido" (cf. Ex 34, 17).
"O apego ao dinheiro, diz a Escritura, é a raiz de todos os males" (1 Tm 6, 10).
De acordo com o pregador da Casa Pontifícia, "Por trás de cada mal da nossa sociedade, está o dinheiro, ou, pelo menos, também o dinheiro. Ele é o Moloch de bíblica memória, ao qual se imolavam jovens e crianças (cf. Jer 32, 35).
A este respeito, o padre Cantalamessa disse que por trás de atos desumanos, como o tráfico de drogas, a prostituição, o fenômeno das várias máfias, a corrupção política, fabricação e comercialização de armas, a venda de órgãos humanos retirados de crianças... há um "grande Velho" que existe realmente, não é um mito; "chama-se Dinheiro!".
"Como todos os ídolos , - explicou - o dinheiro é 'falso e mentiroso': promete segurança e, em vez disso, a tira; promete liberdade e em vez disso a destrói".
Referindo-se às muitas vítimas desta idolatria e à morte de Judas que se enforcou, padre Cantalamessa repetiu: "Por quem o fizeram? Valia a pena? Fizeram realmente o bem dos filhos e da família, ou do partido, se é isso procuravam? Ou, pelo contrário, destruíram a si mesmos e os outros? O deus dinheiro se encarrega de punir, ele mesmo, os seus próprios adoradores".
"Mas Jesus - disse o pregador - nunca abandonou a Judas e ninguém sabe onde ele caiu quando se jogou da árvore com a corda no pescoço: se nas mãos de Satanás ou de Deus".
Na Divina Comédia, Dante Alighieri fala de Manfred, filho de Frederico II e rei da Sicília, que na sua época todos acreditavam que tinha sido condenado porque morto excomungado.
Na Divina Comédia, Manfred moribundo confia ao poeta 'que voluntariamente perdoa' e do Purgatório escreve: "Terríveis foram os meus pecados, mas a bondade infinita com seus grandes braços sempre acolhe aquele que se arrepende"
Para o padre Cantalemessa a história de Judas deveria levar-nos a "jogar-nos também nós aos braços abertos do crucifixo" porque a questão mais importante "não é a sua traição, mas a resposta que Jesus dá a isso".
Ao contrário de Pedro, que teve confiança na misericórdia de Deus, continuou o pregador, "o maior pecado de Judas não foi ter traído a Jesus, mas ter duvidado da sua misericórdia".
Jesus é misericordioso porque "procurou o rosto de Pedro depois de sua negação para dar-lhe o seu perdão" e orou na Cruz: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23 , 34).
Para garantir a experiência da Misericórdia – destacou Pe. Cantalamessa – existe o sacramento da reconciliação. A confissão - acrescentou - nos permite experimentar em nós misericórdia e a ternura de Deus.
Para explicar o que pode fazer a Páscoa em cada um de nós o pregador da Casa Pontifícia concluiu repetindo as palavras do poeta Paul Claudel:
"Deus meu, ressuscitei e ainda estou com você!
Dormia e estava deitado como um morto na noite.
Deus disse: "Seja feita a luz" e eu despertei como se dá um grito! […]
Meu Pai, que me gerou antes da aurora,
coloco-me na tua presença.
O meu coração está livre e a minha boca está limpa, o corpo e o espírito estão de jejum.
Sou absolvido de todos os meus pecados
que confessei um por um.
O anel das núpcias está no meu dedo e o meu rosto está limpo.
Sou como um ser inocente na graça
Que tu me concedestes".
[Trad.TS]
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O Rabino de Roma felicita o Papa pela Páscoa
Di Segni, também fala da canonização de João XXIII e João Paulo II, "dois grandes papas"
Por Redacao
ROMA, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O rabino de Roma, Riccardo Di Segni, enviou suas felicitações ao Papa Francisco, por ocasião da Páscoa, retornando assim a mensagem enviada recentemente pelo Pontífice para a Páscoa judaica.
Além do mais, indica que "a antiga festa da primavera, à qual nossas tradições acrescentaram significados históricos e religiosos, é estímulo para a renovação e para a reflexão sobre a nossa tarefa neste mundo". Na mensagem do Rabino é possível ler que "a frequente coincidência das nossas festas nestes dias é, na nossa geração, uma lembrança dos valores comuns e compartilhados, em primeiro lugar a fé na presença divina na nossa história que promove a libertação do homem da opressão e compromete os homens nesta tarefa".
Depois, referindo-se à próxima canonização de João XXIII e João Paulo II, a quem o rabino define como "dois grande Papa que mudaram positivamente a história das relações da Igreja com o Judaísmo, e isso é um sinal para todos de esperança". Além disso, e para terminar, Di Segni recorda a iminente visita do Papa Francisco à Terra Santa: "nossa oração é que possa contribuir significativamente para uma paz política e religiosa".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Além do mais, indica que "a antiga festa da primavera, à qual nossas tradições acrescentaram significados históricos e religiosos, é estímulo para a renovação e para a reflexão sobre a nossa tarefa neste mundo". Na mensagem do Rabino é possível ler que "a frequente coincidência das nossas festas nestes dias é, na nossa geração, uma lembrança dos valores comuns e compartilhados, em primeiro lugar a fé na presença divina na nossa história que promove a libertação do homem da opressão e compromete os homens nesta tarefa".
Depois, referindo-se à próxima canonização de João XXIII e João Paulo II, a quem o rabino define como "dois grande Papa que mudaram positivamente a história das relações da Igreja com o Judaísmo, e isso é um sinal para todos de esperança". Além disso, e para terminar, Di Segni recorda a iminente visita do Papa Francisco à Terra Santa: "nossa oração é que possa contribuir significativamente para uma paz política e religiosa".
[Trad.TS]
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Bergoglio: Wojtyla nos ensinou a sofrer e a morrer, isso é heróico
Declaração de 2005 do Cardeal Bergoglio para a causa de beatificação e canonização de João Paulo II
Por Redacao
ROMA, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - "Deponho por ciência direta e, portanto, abordarei qual tem sido a minha experiência pessoal do Servo de Deus João Paulo II". Com estas palavras começa a declaração de 2005, que o Papa Francisco, então arcebispo de Buenos Aires, deu para o processo romano de beatificação e canonização de João Paulo II e publicada hoje pelo jornal italiano Avvenire.
A investigação diocesana, que começou em 2005, poucos meses após a morte do papa polonês, foi fechada dois anos depois, em 2 de abril de 2007. E no processo, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio foi chamado para testemunhar no tribunal da diocese de Roma no início do processo, no outono de 2005. De fato, trata-se do segundo dos testemunhos na lista dos textos interrogados. O interrogatório segue a prática de um formulário estabelecido que prevê perguntas sobre o conhecimento pessoal do Servo de Deus, sobre a sua vida, o exercício das virtudes teologais e cardeais, sobre a piedade e a sua fama de santidade em vida, em morte e post mortem.
Bergoglio narra como conheceu ao Papa Wojtyla: "Conheci pessoalmente a João Paulo II, em dezembro do ano em que o cardeal Martini foi nomeado arcebispo de Milão. Tenho esta referência porque não lembro exatamente o ano. Nessa circunstância rezei o Terço guiado pelo Servo de Deus e tive a clara impressão de que ele 'rezava a sério'". Fala também de um segundo encontro com o Papa em 1986-87, "por ocasião da segunda viagem que fez na Argentina, e o núncio quis que encontrasse o Servo de Deus na nunciatura com um grupo de cristãos de várias denominações. Tive uma breve conversa com o Santo Padre e, particularmente, me tocou desta vez, o seu olhar, que era um bom homem".
O terceiro encontro aconteceu em 1994, "quando era bispo auxiliar de Buenos Aires e fui escolhido pela Conferência Episcopal Argentina para participar do Sínodo dos Bispos sobre a Vida Consagrada, que aconteceu em Roma. Tive a alegria de almoçar com ele, junto com um grupo de prelados. Gostei muito da sua afabilidade, cordialidade e capacidade de escutar a cada um".
E assim vai narrando outros encontros, onde "tive a oportunidade de apreciar mais ainda a sua grande capacidade de escuta em relação aos outros". E acrescenta que "nos colóquios pessoais que mantive ao longo do tempo com o Servo de Deus, tive confirmação do seu desejo de escutar o interlocutor sem fazer perguntas, alguma vez ao final, e especialmente demonstrava claramente não ter nenhum preconceito".
O então cardeal de Buenos Aires, continua explicando que outro aspecto que sempre o comoveu do Santo Padre "era a sua memória, diria quase sem limites, porque lembrava lugares, pessoas, situações das que tinha sabido também durante as viagens, sinal de que prestava a máxima atenção em cada circunstância e especialmente nas situações das pessoas que encontrava". Bergoglio narra um episódio especial em que experimentou isso: "ele não perdia tempo normalmente, mas gastava bastante tempo quando, por exemplo, recebia os bispos. Posso dizer isso porque como bispo de Buenos Aires tive encontros pessoais privados com o Servo de Deus, e eu, sendo um pouco tímido e reservado, pelo menos em uma ocasião, depois de ter falado das coisas que eram objeto dessa audiência, fiz o gesto de levantar-me para não fazê-lo perder tempo, como eu imaginava, mas ele me segurou por um braço, me convidou a sentar-me novamente e me disse: não, não, não! Fique', para continuar a conversar".
Da mesma forma relembra sua maneira particular de se preparar para a celebração eucarística. "Ele estava ajoelhado em sua capela privada em oração e vi que de vez em quando lia algo numa folha que tinha diante e apoiava a testa nas mãos e estava claro que rezava com muita intensidade por isso que, acho que era uma intenção que ele tinha escrito nessa folha, depois relia alguma outra coisa na mesma folha e retomava a atitude de oração e assim sucessivamente até terminar, então se levantava para colocar-se os paramentos", explica Bergoglio.
No que diz respeito à vida do Servo de Deus, o cardeal de Buenos Aires acrescenta que "no que se refere ao último período de sua vida é sabido por todos, até porque eles não colocaram limites aos meios de comunicação e de informação, como ele soube aceitar as próprias doenças e sublimá-las colocando-as no seu plano de realizar a vontade de Deus". Da mesma forma salienta que "João Paulo II nos ensinou, não escondendo nada aos outros, a sofrer e a morrer, e isso, na minha opinião, é heroico".
Em seguida, o então papa Francisco expressa a sua opinião sobre as virtudes e a piedade do papa polonês. "Nas breves lembranças que narrei anteriormente sobre o meu conhecimento do Servo de Deus, referi instintivamente as minhas impressões sobre as várias circunstâncias, destacando substancialmente o exercício das virtudes humanas e cristãs por sua parte. Não se esquece a sua particular devoção à Nossa Senhora, que tenho que dizer que influenciou também a minha piedade".
Para concluir, o cardeal Bergoglio refere-se à sua fama de santidade, onde afirma que "não tenho conhecimento de dons particulares, dons carismáticos, de fatos sobrenaturais ou fenômenos extraordinários do Servo de Deus em vida. Eu sempre considerei a João Paulo II um homem de Deus em vida a, dessa forma, a maior parte das pessoas que de alguma forma estavam em contato com ele". E finalizava o purpurado de Buenos Aires: "sua morte, como já disse, tem sido heroica e esta percepção, acho que é universal, basta pensar nas manifestações de carinho e veneração dos fiéis" e observa que "depois da sua morte a fama de santidade se confirmou pela decisão do Santo Padre Bento XVI de remover a espera dos cinco anos prescrita pelas normas canônicas, permitindo início imediato de sua causa de canonização. Outro sinal é a contínua peregrinação ao túmulo, de pessoas de todas as classes sociais e de todas as religiões".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A investigação diocesana, que começou em 2005, poucos meses após a morte do papa polonês, foi fechada dois anos depois, em 2 de abril de 2007. E no processo, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio foi chamado para testemunhar no tribunal da diocese de Roma no início do processo, no outono de 2005. De fato, trata-se do segundo dos testemunhos na lista dos textos interrogados. O interrogatório segue a prática de um formulário estabelecido que prevê perguntas sobre o conhecimento pessoal do Servo de Deus, sobre a sua vida, o exercício das virtudes teologais e cardeais, sobre a piedade e a sua fama de santidade em vida, em morte e post mortem.
Bergoglio narra como conheceu ao Papa Wojtyla: "Conheci pessoalmente a João Paulo II, em dezembro do ano em que o cardeal Martini foi nomeado arcebispo de Milão. Tenho esta referência porque não lembro exatamente o ano. Nessa circunstância rezei o Terço guiado pelo Servo de Deus e tive a clara impressão de que ele 'rezava a sério'". Fala também de um segundo encontro com o Papa em 1986-87, "por ocasião da segunda viagem que fez na Argentina, e o núncio quis que encontrasse o Servo de Deus na nunciatura com um grupo de cristãos de várias denominações. Tive uma breve conversa com o Santo Padre e, particularmente, me tocou desta vez, o seu olhar, que era um bom homem".
O terceiro encontro aconteceu em 1994, "quando era bispo auxiliar de Buenos Aires e fui escolhido pela Conferência Episcopal Argentina para participar do Sínodo dos Bispos sobre a Vida Consagrada, que aconteceu em Roma. Tive a alegria de almoçar com ele, junto com um grupo de prelados. Gostei muito da sua afabilidade, cordialidade e capacidade de escutar a cada um".
E assim vai narrando outros encontros, onde "tive a oportunidade de apreciar mais ainda a sua grande capacidade de escuta em relação aos outros". E acrescenta que "nos colóquios pessoais que mantive ao longo do tempo com o Servo de Deus, tive confirmação do seu desejo de escutar o interlocutor sem fazer perguntas, alguma vez ao final, e especialmente demonstrava claramente não ter nenhum preconceito".
O então cardeal de Buenos Aires, continua explicando que outro aspecto que sempre o comoveu do Santo Padre "era a sua memória, diria quase sem limites, porque lembrava lugares, pessoas, situações das que tinha sabido também durante as viagens, sinal de que prestava a máxima atenção em cada circunstância e especialmente nas situações das pessoas que encontrava". Bergoglio narra um episódio especial em que experimentou isso: "ele não perdia tempo normalmente, mas gastava bastante tempo quando, por exemplo, recebia os bispos. Posso dizer isso porque como bispo de Buenos Aires tive encontros pessoais privados com o Servo de Deus, e eu, sendo um pouco tímido e reservado, pelo menos em uma ocasião, depois de ter falado das coisas que eram objeto dessa audiência, fiz o gesto de levantar-me para não fazê-lo perder tempo, como eu imaginava, mas ele me segurou por um braço, me convidou a sentar-me novamente e me disse: não, não, não! Fique', para continuar a conversar".
Da mesma forma relembra sua maneira particular de se preparar para a celebração eucarística. "Ele estava ajoelhado em sua capela privada em oração e vi que de vez em quando lia algo numa folha que tinha diante e apoiava a testa nas mãos e estava claro que rezava com muita intensidade por isso que, acho que era uma intenção que ele tinha escrito nessa folha, depois relia alguma outra coisa na mesma folha e retomava a atitude de oração e assim sucessivamente até terminar, então se levantava para colocar-se os paramentos", explica Bergoglio.
No que diz respeito à vida do Servo de Deus, o cardeal de Buenos Aires acrescenta que "no que se refere ao último período de sua vida é sabido por todos, até porque eles não colocaram limites aos meios de comunicação e de informação, como ele soube aceitar as próprias doenças e sublimá-las colocando-as no seu plano de realizar a vontade de Deus". Da mesma forma salienta que "João Paulo II nos ensinou, não escondendo nada aos outros, a sofrer e a morrer, e isso, na minha opinião, é heroico".
Em seguida, o então papa Francisco expressa a sua opinião sobre as virtudes e a piedade do papa polonês. "Nas breves lembranças que narrei anteriormente sobre o meu conhecimento do Servo de Deus, referi instintivamente as minhas impressões sobre as várias circunstâncias, destacando substancialmente o exercício das virtudes humanas e cristãs por sua parte. Não se esquece a sua particular devoção à Nossa Senhora, que tenho que dizer que influenciou também a minha piedade".
Para concluir, o cardeal Bergoglio refere-se à sua fama de santidade, onde afirma que "não tenho conhecimento de dons particulares, dons carismáticos, de fatos sobrenaturais ou fenômenos extraordinários do Servo de Deus em vida. Eu sempre considerei a João Paulo II um homem de Deus em vida a, dessa forma, a maior parte das pessoas que de alguma forma estavam em contato com ele". E finalizava o purpurado de Buenos Aires: "sua morte, como já disse, tem sido heroica e esta percepção, acho que é universal, basta pensar nas manifestações de carinho e veneração dos fiéis" e observa que "depois da sua morte a fama de santidade se confirmou pela decisão do Santo Padre Bento XVI de remover a espera dos cinco anos prescrita pelas normas canônicas, permitindo início imediato de sua causa de canonização. Outro sinal é a contínua peregrinação ao túmulo, de pessoas de todas as classes sociais e de todas as religiões".
[Trad.TS]
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O papa nomeia novo bispo auxiliar de Caracas
Dom José Trinidad Fernández Angulo era reitor do seminário maior Santa Rosa de Lima
Por Redacao
CIDADE DO VATICANO, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O papa nomeou como bispo auxiliar da arquidiocese de Caracas, na Venezuela, dom José Trinidad Fernández Angulo, sacerdote da arquidiocese de Mérida e reitor do seminário maior Santa Rosa de Lima, em Caracas.
Dom José Trinidad Fernández Angulo nasceu em 24 de maio de 1964 na cidade de Mérida e lá foi ordenado padre em 30 de julho de 1989. Fez seus estudos no seminário menor da arquidiocese de Mérida e depois passou para o seminário maior, onde cursou o triênio filosófico. Para os estudos de teologia, Fernández se transferiu para o Instituto Universitário Eclesiástico Santo Tomás de Aquino, na diocese de San Cristóbal. Mais tarde, licenciou-se em filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma.
Em Mérida foi professor no seminário menor, assessor arquidiocesano para a pastoral juvenil e vocacional, diretor de estudos do seminário maior e vice-diretor do mesmo seminário.
Já em Caracas, desempenhou os cargos de vice-diretor do seminário San José, vice-diretor de filosofia do seminário maior Santa Rosa de Lima, diretor de pesquisas na Universidade Santa Rosa de Lima, formador e vice-diretor do seminário maior Santa Rosa de Lima e, desde 2009, reitor deste mesmo seminário.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Dom José Trinidad Fernández Angulo nasceu em 24 de maio de 1964 na cidade de Mérida e lá foi ordenado padre em 30 de julho de 1989. Fez seus estudos no seminário menor da arquidiocese de Mérida e depois passou para o seminário maior, onde cursou o triênio filosófico. Para os estudos de teologia, Fernández se transferiu para o Instituto Universitário Eclesiástico Santo Tomás de Aquino, na diocese de San Cristóbal. Mais tarde, licenciou-se em filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma.
Em Mérida foi professor no seminário menor, assessor arquidiocesano para a pastoral juvenil e vocacional, diretor de estudos do seminário maior e vice-diretor do mesmo seminário.
Já em Caracas, desempenhou os cargos de vice-diretor do seminário San José, vice-diretor de filosofia do seminário maior Santa Rosa de Lima, diretor de pesquisas na Universidade Santa Rosa de Lima, formador e vice-diretor do seminário maior Santa Rosa de Lima e, desde 2009, reitor deste mesmo seminário.
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O Papa Bento XVI celebra 87 anos, Francisco telefona para parabeniza-lo
É o segundo aniversário do Papa emérito depois da renúncia. Papa Francisco assegurou-lhe que tinha orado por ele durante a Santa Missa
Por Redacao
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A ligação entre os dois Papas, reinante e emérito, ocorreu hoje através do cabo telefônico. No aniversário de 87 anos do Papa Bento XVI, de fato, o Papa Francisco chamou-o para cumprimentá-lo assegurando-lhe de ter orado por ele de maneira especial esta manhã na celebração da Santa Missa.
Conforme anunciado pela Assessoria de Imprensa do Vaticano, o Papa emérito decidiu passar o dia do seu aniversário no habitual clima de meditação e oração, próprio da Semana Santa, sem formas especiais de celebração.
Joseph Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, uma pequena cidade da Baviera, está vivendo o seu segundo aniversário após a renúncia. Até no ano passado, quando ele ainda estava em Castel Gandolfo, recebeu um telefonema do Papa Francisco, que já o tinha recordado durante a Missa diária celebrada na Casa Santa Marta. "O Senhor esteja com ele, conforte-o e lhe dê muito conforto", tinha dito o pontífice.
É precisamente na residência de Castel Gandolfo que, no dia 23 de março de 2013, pela primeira vez se encontraram o Papa Francisco e o Papa Bento XVI. Os dois, depois do histórico abraço, ajoelharam-se em oração diante de uma imagem de Nossa Senhora de Czestochowa.
Depois do 2 de maio de 2013, terminado período passado em Castel Gandolfo, Bento XVI foi morar no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Desde essa data, tem aparecido em público duas vezes: 5 de julho, por ocasião da inauguração de uma estátua de São Miguel Arcanjo nos jardins do Vaticano, e 22 de Fevereiro deste ano, quando, a convite de Francisco, participou do primeiro consistório para a criação de novos cardeais.
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Conforme anunciado pela Assessoria de Imprensa do Vaticano, o Papa emérito decidiu passar o dia do seu aniversário no habitual clima de meditação e oração, próprio da Semana Santa, sem formas especiais de celebração.
Joseph Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, uma pequena cidade da Baviera, está vivendo o seu segundo aniversário após a renúncia. Até no ano passado, quando ele ainda estava em Castel Gandolfo, recebeu um telefonema do Papa Francisco, que já o tinha recordado durante a Missa diária celebrada na Casa Santa Marta. "O Senhor esteja com ele, conforte-o e lhe dê muito conforto", tinha dito o pontífice.
É precisamente na residência de Castel Gandolfo que, no dia 23 de março de 2013, pela primeira vez se encontraram o Papa Francisco e o Papa Bento XVI. Os dois, depois do histórico abraço, ajoelharam-se em oração diante de uma imagem de Nossa Senhora de Czestochowa.
Depois do 2 de maio de 2013, terminado período passado em Castel Gandolfo, Bento XVI foi morar no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Desde essa data, tem aparecido em público duas vezes: 5 de julho, por ocasião da inauguração de uma estátua de São Miguel Arcanjo nos jardins do Vaticano, e 22 de Fevereiro deste ano, quando, a convite de Francisco, participou do primeiro consistório para a criação de novos cardeais.
[Trad.TS]
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A carícia do Papa para o mundo do sofrimento
As doze pessoas com deficiência às quais o Santo Padre lavará os pés por ocasião da Missa in Coena Domini no Centro Santa Maria da Providência
Por Redacao
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A carícia do Papa aos sofredores. Os doze assistidos da Fundação Don Gnocchi a quem o Santo Padre dedicará o gesto do lava-pés, por ocasião da Missa in coena domini de amanhã, quinta-feira santa, no Centro "Santa Maria ala Provvidenza" de Roma são o símbolo – cada um no seu próprio calvário de lágrimas e de dor e na própria necessidade de proximidade e esperança – das velhas e novas formas de fragilidades nas quais a comunidade cristã está chamada a reconhecer o Cristo sofredor e a dedicar atenção, solidariedade e caridade.
Os doze pacientes aos quais o papa Francisco lavará os pés são afetados por deficiências – para alguns crônica e para outros temporária – com a qual se enfrentam desde o nascimento ou desde que eram muito jovens. Com idades entre os 16 e os 86 anos (nove italianos e três estrangeiros, dos quais um de fé muçulmana), estão sofrendo de doenças de invalidez de caráter ortopédicas, neurológicas e oncológicas.
O mais novo se chama Osvaldinho e é natural de Cabo Verde, embora residindo em Roma. Em Agosto do ano passado, um mergulho banal no mar destruiu a sua adolescência. A água muito baixa e o impacto violento lhe causou um trauma vértebro-medular obrigando-o a ficar em uma cadeira de rodas.
Há também uma mulher romana, Orietta, 51 anos, atingida há dois anos pela varíola que lhe causou encefalite. Aos 3 anos, no entanto, Samuel, hoje sessenta e seis, foi atingido pela poliomielite, doença que naquela época dizimava as crianças e às quais Pe. Gnocchi se dedicou depois que tinha passado a exigência dos aleijados.
A um jovem de 19 anos chamado Marcos, proveniente da Sabaudia (LT), foi encontrado em outubro passado um tumor cerebral. Vem da província de Latina (da vila de Maendy) também Angelica, 86, que em 1988 sofreu a primeira cirurgia no quadril esquerdo, o início de um calvário que teve o último capítulo em agosto do ano passado: queda com fraturas do quadril já operado e de várias costelas .
E também Daria, 39, sofre de tetraplegia espástica neonatal; Pedro, 86 anos, que sofre de deficiência do equilíbrio e do caminhar e hipotonotrofia muscular; Gianluca, 36 anos, que desde a idade dos 14 anos passou por várias operações para meningiomas; Stefano, 49 anos, sofre de oligophrenia grave e espasticidade nos resultados de cerebropatia neonatal; Hamed, 75, muçulmano líbio, que sofreu graves danos neurológicos como resultado de um acidente de carro; Giordana, 27, da Etiópia, que sofre de tetraplegia espástica, escreve poemas e cuida com outros deficientes do Centro para a emissora web "Radio Don Gnocchi". Finalmente, Walter, de 59 anos, que sofre de síndrome de Down.
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Os doze pacientes aos quais o papa Francisco lavará os pés são afetados por deficiências – para alguns crônica e para outros temporária – com a qual se enfrentam desde o nascimento ou desde que eram muito jovens. Com idades entre os 16 e os 86 anos (nove italianos e três estrangeiros, dos quais um de fé muçulmana), estão sofrendo de doenças de invalidez de caráter ortopédicas, neurológicas e oncológicas.
O mais novo se chama Osvaldinho e é natural de Cabo Verde, embora residindo em Roma. Em Agosto do ano passado, um mergulho banal no mar destruiu a sua adolescência. A água muito baixa e o impacto violento lhe causou um trauma vértebro-medular obrigando-o a ficar em uma cadeira de rodas.
Há também uma mulher romana, Orietta, 51 anos, atingida há dois anos pela varíola que lhe causou encefalite. Aos 3 anos, no entanto, Samuel, hoje sessenta e seis, foi atingido pela poliomielite, doença que naquela época dizimava as crianças e às quais Pe. Gnocchi se dedicou depois que tinha passado a exigência dos aleijados.
A um jovem de 19 anos chamado Marcos, proveniente da Sabaudia (LT), foi encontrado em outubro passado um tumor cerebral. Vem da província de Latina (da vila de Maendy) também Angelica, 86, que em 1988 sofreu a primeira cirurgia no quadril esquerdo, o início de um calvário que teve o último capítulo em agosto do ano passado: queda com fraturas do quadril já operado e de várias costelas .
E também Daria, 39, sofre de tetraplegia espástica neonatal; Pedro, 86 anos, que sofre de deficiência do equilíbrio e do caminhar e hipotonotrofia muscular; Gianluca, 36 anos, que desde a idade dos 14 anos passou por várias operações para meningiomas; Stefano, 49 anos, sofre de oligophrenia grave e espasticidade nos resultados de cerebropatia neonatal; Hamed, 75, muçulmano líbio, que sofreu graves danos neurológicos como resultado de um acidente de carro; Giordana, 27, da Etiópia, que sofre de tetraplegia espástica, escreve poemas e cuida com outros deficientes do Centro para a emissora web "Radio Don Gnocchi". Finalmente, Walter, de 59 anos, que sofre de síndrome de Down.
[Trad.TS]
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Papa Francisco recebe centenas de cartas escritas por crianças e idosos
Entregues pelos alunos da Univ. O Pontífice lhes convidou a pensar na dor de Jesus e a agradecê-lo
Por Redacao
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Às 10h30 de hoje, cerca de 3.000 jovens, que participam na 47 ª edição do encontro Univ se reuniram na Praça de São Pedro, na audiência geral, para encontra-se com o Papa Francisco.
O Santo Padre ao final da audiência cumprimentou os alunos participantes do Congresso Internacional Univ promovido pela Prelatura pessoal do Opus Dei. Pouco antes tinha recordado: "amanhã começa o Tríduo Pascal, coração do ano litúrgico. Caros jovens, reflitam no preço de sangue que o Senhor pagou para a nossa salvação".
Durante a audiência geral, o Papa explicou: "Nesta semana pensamos tanto na dor de Jesus e dizemos a nós mesmos: 'Isso é por mim. Ainda que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele o teria feito. O fez por mim'. E beijamos o Crucifixo e dizemos: 'Por mim. Obrigado Jesus. Por mim".
Ao final da audiência, uma delegação de universitários do Forum Univ 2014 entregou ao papa Francisco centenas de cartas escritas por pessoas anciãs e crianças órfãs de todos os cinco continentes. Os jovens, quando voltem para seus países de origem, entregarão aos idosos terços e crucifixos abençoados pelo Papa.
São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, dizia aos jovens que as intervenções humanitárias "não poderão nunca substituir a eficácia da relação direta, pessoal, com os outros: com aquele pobre do próprio bairro, com aquele doente que vive a sua dor no grande hospital; ou com aquela outra pessoa que tem necessidade de ter uma conversa amigável, uma amizade cristã para a sua solidão, uma ajuda espiritual que resolve as suas dúvidas e o seu ceticismo".
Por esta razão, o fundador, desde o início, exortava os jovens a participar em visitas a pessoas necessitadas, para certificar-se de manter "impulsos de justiça e de caridade".
As cartas entregues ao Papa são provenientes destes encontros dos jovens: da Índia, Estados Unidos, Austrália , Canadá, Quênia , China, etc . Alguns são de Jerusalém, escritas em árabe ou francês por idosos e deficientes que residem na Home Notre Dame des Doleurs e que esperam com alegria a próxima visita de Francisco na Terra Santa.
Muitos dos remetentes pedem ao Papa uma oração pela paz e unidade no mundo. Uma mulher de 88 anos - Gloria Herráiz, da casa para os idosos El Parador de Cuenca (Espanha) - envia suas saudações em nome de seus companheiros. Adelina, 87, agradece ao Papa pelo "carinho com que nos tratam na residência" e "pela proximidade que ele sempre demonstra com os idosos".
Entre as cartas enviadas ao Papa, têm também umas quarenta de um orfanato da Colômbia e apresentam diversos tipos de cabeçalhos: "Para o papai Francisco", escreve o pequeno Daniel Caro; "Com todo o coração e afeto da Colômbia", lê-se em um escrito da pequena Valentina Carillo; "ao Señor Papa", aparece na carta de Pedro José, que começa com as palavras "Eu quero pedir-lhe para vir à Colômbia".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O Santo Padre ao final da audiência cumprimentou os alunos participantes do Congresso Internacional Univ promovido pela Prelatura pessoal do Opus Dei. Pouco antes tinha recordado: "amanhã começa o Tríduo Pascal, coração do ano litúrgico. Caros jovens, reflitam no preço de sangue que o Senhor pagou para a nossa salvação".
Durante a audiência geral, o Papa explicou: "Nesta semana pensamos tanto na dor de Jesus e dizemos a nós mesmos: 'Isso é por mim. Ainda que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele o teria feito. O fez por mim'. E beijamos o Crucifixo e dizemos: 'Por mim. Obrigado Jesus. Por mim".
Ao final da audiência, uma delegação de universitários do Forum Univ 2014 entregou ao papa Francisco centenas de cartas escritas por pessoas anciãs e crianças órfãs de todos os cinco continentes. Os jovens, quando voltem para seus países de origem, entregarão aos idosos terços e crucifixos abençoados pelo Papa.
São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, dizia aos jovens que as intervenções humanitárias "não poderão nunca substituir a eficácia da relação direta, pessoal, com os outros: com aquele pobre do próprio bairro, com aquele doente que vive a sua dor no grande hospital; ou com aquela outra pessoa que tem necessidade de ter uma conversa amigável, uma amizade cristã para a sua solidão, uma ajuda espiritual que resolve as suas dúvidas e o seu ceticismo".
Por esta razão, o fundador, desde o início, exortava os jovens a participar em visitas a pessoas necessitadas, para certificar-se de manter "impulsos de justiça e de caridade".
As cartas entregues ao Papa são provenientes destes encontros dos jovens: da Índia, Estados Unidos, Austrália , Canadá, Quênia , China, etc . Alguns são de Jerusalém, escritas em árabe ou francês por idosos e deficientes que residem na Home Notre Dame des Doleurs e que esperam com alegria a próxima visita de Francisco na Terra Santa.
Muitos dos remetentes pedem ao Papa uma oração pela paz e unidade no mundo. Uma mulher de 88 anos - Gloria Herráiz, da casa para os idosos El Parador de Cuenca (Espanha) - envia suas saudações em nome de seus companheiros. Adelina, 87, agradece ao Papa pelo "carinho com que nos tratam na residência" e "pela proximidade que ele sempre demonstra com os idosos".
Entre as cartas enviadas ao Papa, têm também umas quarenta de um orfanato da Colômbia e apresentam diversos tipos de cabeçalhos: "Para o papai Francisco", escreve o pequeno Daniel Caro; "Com todo o coração e afeto da Colômbia", lê-se em um escrito da pequena Valentina Carillo; "ao Señor Papa", aparece na carta de Pedro José, que começa com as palavras "Eu quero pedir-lhe para vir à Colômbia".
[Trad.TS]
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Costa Rica: João Paulo II fortaleceu a vocação do serviço no país
Embaixador costarriquenho junto à Santa Sé concede entrevista sobre a fé impulsionada na Costa Rica pela beatificação do papa polonês
Por Sergio Mora
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II como uma grande festa nacional, já que foi uma costarriquenha a beneficiada pelo milagre que levará o papa Wojtyla aos altares. Várias centenas de peregrinos do pequeno país centro-americano irão a Roma para o evento. A embaixada da Costa Rica perante a Santa Sé preparou uma série de atividades, como nos conta o embaixador Fernando Sánchez Campos. O diplomata afirma que o santo polonês revitalizou na população da Costa Rica o desejo de não ficar de fora da história, de se transformar em testemunhas e em agentes do futuro no país e na comunidade dos países centro-americanos.
Confira a entrevista.
Como a Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II?
Sánchez: É uma grande festa nacional. De alguma forma, como na primeira e única viagem que um papa fez à Costa Rica, João Paulo II está levantando de novo o ânimo nacional. Muitos jovens descobriram uma vocação ao serviço. A Costa Rica entende que tem um papel importante na pacificação da América Central, que ela não pode se fechar em si mesma. Agora, com este milagre, o ânimo nacional se reergueu. A fé na Costa Rica está viva, madura, e o povo se sente orgulhoso dela. O país foi privilegiado novamente por João Paulo II. Ele foi o único papa que nos visitou e agora escolheu uma costarriquenha para o milagre que o levará aos altares.
Desde quando vem acontecendo tudo isso com os costarriquenhos?
Sánchez: Desde as primeiras especulações [sobre a canonização]. A Sra. Floribeht Mora, com quem eu falei algumas vezes, já está sentindo um pouco do peso desse interesse todo que ela ocasionou e de ter se tornado uma porta-voz do nosso país no mundo, por conta do que aconteceu com ela. E nós, na embaixada, estamos muito ocupados, porque, obviamente, se a canonização de João XXIII e João Paulo II já implicaria muito trabalho por causa da vinda de tantos costarriquenhos, agora que o milagre aconteceu na Costa Rica, mais ainda.
Quais são as atividades preparadas?
Sánchez: A primeira é no dia 24 de abril, na igreja polonesa, com o postulador da causa, dom Oder. É uma atividade entre a Costa Rica e a Polônia, para todos que quiserem voltar a escutar os dois protagonistas desta história: a Sra. Floribeth e João Paulo II. Vai ser apresentado também um documentário sobre os fatos do milagre, que a televisão nacional produziu. No dia 26, que é a véspera da canonização, vamos ter um momento muito especial na paróquia de Santa Ana, no Vaticano: a entronização de Nossa Senhora dos Anjos, que é a padroeira da Costa Rica. Vai ser a primeira imagem de Maria como padroeira de um país que é colocada na igreja de Santa Ana, que é uma igreja dentro do Vaticano, acessível diretamente pela rua. Para nós, é mais um sinal das boas relações e do apreço do Vaticano pelo nosso país. E no fim da tarde vamos ter outra missa para os peregrinos da Costa Rica na igreja de Santiago de Monserrat. Nos dois eventos vão estar presentes os fiéis, a Sra. Floribeth Mora e os bispos da Costa Rica.
Os eventos organizados pela Costa Rica terminam com a canonização?
Sánchez: Não. Depois da canonização, nos dias 27, 28 e 29, nós vamos a San Giovanni Rotondo. Por quê? Porque na Costa Rica existe uma grande devoção pelo padre Pio e por João Paulo II. E já que os dois santos eram amigos e João Paulo II foi duas vezes a Monte Rotondo, a Sra. Floribeth quis unir os dois santos que despertam mais fé em nosso país e dar o testemunho dela e rezar diante do túmulo do padre Pio. Ela quer visitar também a Casa Alívio do Sofrimento, com a qual a Costa Rica acaba de firmar um convênio. Enfim, tudo tem relações formais importantes entre o país e a Santa Sé.
O senhor comentou que os atuais dirigentes da Costa Rica foram muito influenciados por João Paulo II...
Sánchez: Sim, foi muito interessante que, a partir do anúncio do milagre, muita gente começou a se lembrar, a comentar "onde é que eu estava quando João Paulo II visitou o país". E foi muito importante escutar testemunhos de atuais dirigentes do país, dirigentes econômicos, políticos, dos meios de comunicação social, que, naquela visita, fossem jovens ou crianças, membros do coral ou das pastorais sociais juvenis, estavam todos lá, no Estádio Nacional. E todos eles sentiram uma grande vocação de serviço ao escutar João Paulo II, que pedia para todos nós construirmos a civilização do amor.
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Como a Costa Rica está vivendo a canonização de João Paulo II?
Sánchez: É uma grande festa nacional. De alguma forma, como na primeira e única viagem que um papa fez à Costa Rica, João Paulo II está levantando de novo o ânimo nacional. Muitos jovens descobriram uma vocação ao serviço. A Costa Rica entende que tem um papel importante na pacificação da América Central, que ela não pode se fechar em si mesma. Agora, com este milagre, o ânimo nacional se reergueu. A fé na Costa Rica está viva, madura, e o povo se sente orgulhoso dela. O país foi privilegiado novamente por João Paulo II. Ele foi o único papa que nos visitou e agora escolheu uma costarriquenha para o milagre que o levará aos altares.
Desde quando vem acontecendo tudo isso com os costarriquenhos?
Sánchez: Desde as primeiras especulações [sobre a canonização]. A Sra. Floribeht Mora, com quem eu falei algumas vezes, já está sentindo um pouco do peso desse interesse todo que ela ocasionou e de ter se tornado uma porta-voz do nosso país no mundo, por conta do que aconteceu com ela. E nós, na embaixada, estamos muito ocupados, porque, obviamente, se a canonização de João XXIII e João Paulo II já implicaria muito trabalho por causa da vinda de tantos costarriquenhos, agora que o milagre aconteceu na Costa Rica, mais ainda.
Quais são as atividades preparadas?
Sánchez: A primeira é no dia 24 de abril, na igreja polonesa, com o postulador da causa, dom Oder. É uma atividade entre a Costa Rica e a Polônia, para todos que quiserem voltar a escutar os dois protagonistas desta história: a Sra. Floribeth e João Paulo II. Vai ser apresentado também um documentário sobre os fatos do milagre, que a televisão nacional produziu. No dia 26, que é a véspera da canonização, vamos ter um momento muito especial na paróquia de Santa Ana, no Vaticano: a entronização de Nossa Senhora dos Anjos, que é a padroeira da Costa Rica. Vai ser a primeira imagem de Maria como padroeira de um país que é colocada na igreja de Santa Ana, que é uma igreja dentro do Vaticano, acessível diretamente pela rua. Para nós, é mais um sinal das boas relações e do apreço do Vaticano pelo nosso país. E no fim da tarde vamos ter outra missa para os peregrinos da Costa Rica na igreja de Santiago de Monserrat. Nos dois eventos vão estar presentes os fiéis, a Sra. Floribeth Mora e os bispos da Costa Rica.
Os eventos organizados pela Costa Rica terminam com a canonização?
Sánchez: Não. Depois da canonização, nos dias 27, 28 e 29, nós vamos a San Giovanni Rotondo. Por quê? Porque na Costa Rica existe uma grande devoção pelo padre Pio e por João Paulo II. E já que os dois santos eram amigos e João Paulo II foi duas vezes a Monte Rotondo, a Sra. Floribeth quis unir os dois santos que despertam mais fé em nosso país e dar o testemunho dela e rezar diante do túmulo do padre Pio. Ela quer visitar também a Casa Alívio do Sofrimento, com a qual a Costa Rica acaba de firmar um convênio. Enfim, tudo tem relações formais importantes entre o país e a Santa Sé.
O senhor comentou que os atuais dirigentes da Costa Rica foram muito influenciados por João Paulo II...
Sánchez: Sim, foi muito interessante que, a partir do anúncio do milagre, muita gente começou a se lembrar, a comentar "onde é que eu estava quando João Paulo II visitou o país". E foi muito importante escutar testemunhos de atuais dirigentes do país, dirigentes econômicos, políticos, dos meios de comunicação social, que, naquela visita, fossem jovens ou crianças, membros do coral ou das pastorais sociais juvenis, estavam todos lá, no Estádio Nacional. E todos eles sentiram uma grande vocação de serviço ao escutar João Paulo II, que pedia para todos nós construirmos a civilização do amor.
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Vaticano denuncia intensas perseguições contra os cristãos no mundo atual
Durante missa organizada pela comunidade de Santo Egídio, o secretário de Estado recorda a situação dramática dos cristãos perseguidos
Por Sergio Mora
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Ainda hoje, "em diversos contextos, há muitíssimos irmãos e irmãs nossos que são objeto de ódio anticristão", declarou ontem à tarde o secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolín, durante a missa celebrada na basílica de Santa Maria in Trastevere, organizada pela Comunidade de Santo Egídio. Parolín recordou os novos mártires do nosso tempo.
A comunidade de Santo Egídio já tinha recordado este ano, com uma oração ecumênica da qual participaram representantes das Igrejas e das comunidades cristãs de diversas confissões, as perseguições que acontecem em diversos países, "nos quais o testemunho desarmado e não violento dos cristãos é visto como um escândalo diante da violência, da corrupção e do terror. São lugares em que matam as pessoas porque elas vão à missa, em que igrejas e escolas cristãs são queimadas, em que ameaçam, intimidam e assassinam quem educa os jovens e os tira das quadrilhas de bandidos".
Parolín recordou que as testemunhas da fé no século XXI são pessoas como nós, que têm os nossos mesmos medos e fraquezas e que, mesmo assim, parecem "heróis distantes dos nossos limites e das nossas contradições".
O cardeal citou uma famosa homilia do papa Francisco que, no ano passado, declarou: "No século XXI, a nossa Igreja é uma Igreja de mártires". O secretário de Estado vaticano acrescentou que, "em diversos contextos, muitíssimos irmãos e irmãs nossos são objeto de ódio anticristão. Não são perseguidos por terem algum poder mundano ou político, econômico ou militar, mas porque são testemunhas tenazes de outra visão da vida, feita de serviço, de liberdade, baseada na fé". A geografia das perseguições envolve países como a Nigéria, o Paquistão, a Indonésia, o Iraque, o Quênia, a Tanzânia e a República Centro-Africana.
E não são apenas os católicos que suportam o peso da coerência vivida em nome de Jesus, mas também os ortodoxos, evangélicos e anglicanos. O cardeal citou João Paulo II para recordar que "as testemunhas da fé não levam em conta o próprio bem-estar, a própria sobrevivência, mas os valores maiores da fidelidade ao Evangelho".
Parolín agradeceu aos perseguidos por perseverarem naqueles lugares perigosos "apesar das ameaças e intimidações", a fim de "dar testemunho, em todo lugar, do nome do Senhor Jesus, verdadeira origem da globalização do amor".
Missas e atos similares aconteceram nas cidades italianas de Milão, Nápoles, Gênova e Turim, além de países como a Argentina, a Alemanha, a Bélgica, a Espanha e a Holanda.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A comunidade de Santo Egídio já tinha recordado este ano, com uma oração ecumênica da qual participaram representantes das Igrejas e das comunidades cristãs de diversas confissões, as perseguições que acontecem em diversos países, "nos quais o testemunho desarmado e não violento dos cristãos é visto como um escândalo diante da violência, da corrupção e do terror. São lugares em que matam as pessoas porque elas vão à missa, em que igrejas e escolas cristãs são queimadas, em que ameaçam, intimidam e assassinam quem educa os jovens e os tira das quadrilhas de bandidos".
Parolín recordou que as testemunhas da fé no século XXI são pessoas como nós, que têm os nossos mesmos medos e fraquezas e que, mesmo assim, parecem "heróis distantes dos nossos limites e das nossas contradições".
O cardeal citou uma famosa homilia do papa Francisco que, no ano passado, declarou: "No século XXI, a nossa Igreja é uma Igreja de mártires". O secretário de Estado vaticano acrescentou que, "em diversos contextos, muitíssimos irmãos e irmãs nossos são objeto de ódio anticristão. Não são perseguidos por terem algum poder mundano ou político, econômico ou militar, mas porque são testemunhas tenazes de outra visão da vida, feita de serviço, de liberdade, baseada na fé". A geografia das perseguições envolve países como a Nigéria, o Paquistão, a Indonésia, o Iraque, o Quênia, a Tanzânia e a República Centro-Africana.
E não são apenas os católicos que suportam o peso da coerência vivida em nome de Jesus, mas também os ortodoxos, evangélicos e anglicanos. O cardeal citou João Paulo II para recordar que "as testemunhas da fé não levam em conta o próprio bem-estar, a própria sobrevivência, mas os valores maiores da fidelidade ao Evangelho".
Parolín agradeceu aos perseguidos por perseverarem naqueles lugares perigosos "apesar das ameaças e intimidações", a fim de "dar testemunho, em todo lugar, do nome do Senhor Jesus, verdadeira origem da globalização do amor".
Missas e atos similares aconteceram nas cidades italianas de Milão, Nápoles, Gênova e Turim, além de países como a Argentina, a Alemanha, a Bélgica, a Espanha e a Holanda.
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Francisco doa 1200 evangelhos para uma prisão romana
O Esmoler do Papa se encarregará da entrega, o arcebispo Konrad Krajewski, que visitará nesta quarta-feira os presos
Por Redacao
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Os internos da prisão romana Regina Coeli receberão como dom pascal do papa Francisco mil e duzentas cópias do Evangelho, que o arcebispo Konrad Krajewski, esmoler papal, entregará amanhã durante uma visita a esta instituição penitenciária. Trata-se da edição de bolso que o Santo Padre presenteou aos fieis presentes na Praça de São Pedro na hora do Angelus do passado domingo, 6 de abril e durante a missa que celebrou nessa mesma tarde na paróquia romana de São Gregório Magno na Magliana.
Em um artigo publicado no L' Osservatore Romano, o prelado polonês explicou que este presídio, que foi construído entre 1881 e 1884, na área anteriormente ocupada por dois mosteiros, sempre foi a primeira estrutura de acolhimento da cidade. Também refere-se à grande presença de estrangeiros na prisão, cerca de 65 por cento dos reclusos.
A média do detidos é de mil pessoas, enquanto que os novos ingressos ao longo do ano sobem a cinco mil. Os presos ficam ali até o processo de primeiro grau. E a cada quinze ou vinte dias, o Ministério dispõe as transferências dos presos para outros centros da região.
Um dos maiores desafios é o cuidado pastoral que, a partir do período pós -Segunda Guerra Mundial, é confiado ao Frades Menores Conventuais da Província de Roma. Atualmente, a capelania é atendita pelos franciscanos Vittorio Trani e Ernesto Piacentini, com os quais colaboram quatorze sacerdotes voluntários e um grupo de catequistas neocatecumenais.
No domingo são celebradas três missas: na Rotunda, no Centro Clínico e na seção VIII. Além disso, outros agentes de pastoral cuidam dos cristãos de outras línguas. Os católicos de língua espanhola contam com a assistência semanal de um sacerdote espanhol, que, uma vez por mês, recebe o apoio de vários catequistas. Há também um sacerdote que atende os prisioneiros poloneses e alguns catequistas que cuidam dos prisioneiros da área Africana e romena.
Note-se que, por ocasião da Páscoa deste ano, as celas dos presos serão abençoadas e durante a Semana Santa na Rotunda central será celebrada Via Crucis, a cargo dos presos dos vários setores.
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Em um artigo publicado no L' Osservatore Romano, o prelado polonês explicou que este presídio, que foi construído entre 1881 e 1884, na área anteriormente ocupada por dois mosteiros, sempre foi a primeira estrutura de acolhimento da cidade. Também refere-se à grande presença de estrangeiros na prisão, cerca de 65 por cento dos reclusos.
A média do detidos é de mil pessoas, enquanto que os novos ingressos ao longo do ano sobem a cinco mil. Os presos ficam ali até o processo de primeiro grau. E a cada quinze ou vinte dias, o Ministério dispõe as transferências dos presos para outros centros da região.
Um dos maiores desafios é o cuidado pastoral que, a partir do período pós -Segunda Guerra Mundial, é confiado ao Frades Menores Conventuais da Província de Roma. Atualmente, a capelania é atendita pelos franciscanos Vittorio Trani e Ernesto Piacentini, com os quais colaboram quatorze sacerdotes voluntários e um grupo de catequistas neocatecumenais.
No domingo são celebradas três missas: na Rotunda, no Centro Clínico e na seção VIII. Além disso, outros agentes de pastoral cuidam dos cristãos de outras línguas. Os católicos de língua espanhola contam com a assistência semanal de um sacerdote espanhol, que, uma vez por mês, recebe o apoio de vários catequistas. Há também um sacerdote que atende os prisioneiros poloneses e alguns catequistas que cuidam dos prisioneiros da área Africana e romena.
Note-se que, por ocasião da Páscoa deste ano, as celas dos presos serão abençoadas e durante a Semana Santa na Rotunda central será celebrada Via Crucis, a cargo dos presos dos vários setores.
[Trad.TS]
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Pontifício Conselho Cor Unum apresenta seus números
Mais de 300 projetos apoiados em 2013 em 28 países da América Latina e da África, com enfático apoio humanitário na Síria
Por Sergio Mora
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A fundação Populorum Progressio para a América Latina e a Fundação João Paulo II para o Sahel, com orçamento de 3,6 milhões de dólares anuais, conseguem realizar mais de 300 projetos de desenvolvimento em 28 países. Esta informação foi divulgada pelo secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, dom Giovanni Dal Toso, em reunião com jornalistas que participaram dos cursos de atualização sobre a Igreja, na universidade romana da Santa Cruz.
A quantidade de pequenos projetos de desenvolvimento é enorme diante da quantidade de dinheiro disponível. Os recursos provêm em grande parte das conferências episcopais da Alemanha e da Itália e conseguem ser muito bem aproveitados graças à não existência dos custos altíssimos de intermediação, comuns em diversas outras entidades internacionais. Desde 1992, a Fundação Populorum Progressio realizou 3.834 projetos.
Dom Dal Toso recordou que João Paulo II instituiu a fundação para o Sahel em 1984 para lutar contra a desertificação daquela parte da África. Em 1992, ele criou a Populorum Progressio para ajudar as populações rurais da América Latina e do Caribe, confiando as suas tarefas ao dicastério Cor Unum. Os responsáveis pelo Pontifício Conselho Cor Unum são seu presidente, o cardeal Robert Sarah, o secretário, dom Dal Toso, e o subsecretário, Segundo Tejado Muñoz. O orçamento total do Cor Unum é de 4 milhões de dólares.
Dal Toso lembrou ainda que existem dois secretariados para atender as fundações, um na capital de Burkina Faso, Ouagadougou, e o outro na capital da Colômbia, Bogotá, para onde são enviadas as propostas de projetos. As propostas são avaliadas e, se aprovadas, passam a ser fiscalizadas por uma equipe de especialistas. As duas fundações são geridas por bispos locais, nove no Sahel e seis na América Latina.
O Sahel, lembro o secretário do Cor Unum, é a região africana composta por seis países da África equatorial: Burkina Faso, Cabo Verde, Chade, Gâmbia, Guiné Bissau, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal.
Os projetos apoiados pelas fundações "demostram a atenção tangível que a Igreja oferece a esses países" e favorecem o diálogo inter-religioso, já que, na África, os destinatários mais numerosos dos projetos são muçulmanos. Além disso, revelam a proximidade do Santo Padre para com as pessoas em dificuldade.
Dal Toso destacou também outro aspecto das fundações: depois de 30 anos de trabalho, elas "se tornaram não somente centros de financiamento, mas também lugares de intercâmbio de experiências"; por isso, elas "realizam cursos de formação que ensinam a preparar os projetos".
Durante a conversa com os jornalistas, o secretário do Cor Unum destacou que a filosofia de ambas as fundações é realizar projetos comunitários e não de tipo pessoal. Em alguns casos, o dinheiro é emprestado e retorna pouco a pouco à fundação, que poderá, assim, criar novos projetos.
Entre as propostas que mais o impressionaram, Dal Toso destacou: "Uma foi para a inclusão profissional de 91 jovens com deficiências mentais. Mas há muitos outros projetos importantes, como os de irrigação por gotejamento, de escavação de poços e muitos de formação da mulher, particularmente na África".
Da América Latina, ele citou "um banco de alimentos que custou 100 mil dólares" e "um curso de formação e inserção profissional para mães de menores de cinco anos, em Arequipa, no Peru". Dal Toso reconhece que os custos nos países em desenvolvimento são muito menores que no mundo desenvolvido: "Já vi a construção de uma escola com apenas 5 mil euros".
Ao encerrar, o secretário recordou que, nos projetos de cooperação, é necessário manter viva a ideia da promoção integral: "Este é um grande desafio no mundo humanitário". A pergunta a ser feita não é apenas sobre o tipo de ajuda em questão, mas, principalmente, sobre o quanto esses projetos promovem a autonomia e a liberdade da pessoa beneficiada. "A Igreja reitera sempre a centralidade da pessoa. Isto significa promover todas as suas dimensões, com ênfase na liberdade, para que elas mesmas tenham a capacidade de decidir", superando modelos como os da década de 1970, que propunham ajudar primeiro nas necessidades materiais e depois no âmbito cultural. Hoje, privilegia-se a ideia de um desenvolvimento integral.
Síria
Sobre a situação da Síria, dom Dal Toso declarou que "o Cor Unum, hoje, por vontade do papa Francisco, está dando prioridade a esse país. A presença da Igreja acontece através da assistência e da promoção do direito humanitário. Os esforços da Igreja na Síria são enormes, em pessoal e em ajudas", com um trabalho muito importante também na coordenação. As ações cobrem quase todo o território sírio, apesar das "muitíssimas limitações e da escassez de meios", e se apoiam numa estrutura capilar.
"No dia 6 de dezembro, numa reunião com os bispos da região em Beirute, eles comentaram que as pessoas nos procuram porque não sabem para onde ir. Elas entendem que o bispo é também um pai".
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A quantidade de pequenos projetos de desenvolvimento é enorme diante da quantidade de dinheiro disponível. Os recursos provêm em grande parte das conferências episcopais da Alemanha e da Itália e conseguem ser muito bem aproveitados graças à não existência dos custos altíssimos de intermediação, comuns em diversas outras entidades internacionais. Desde 1992, a Fundação Populorum Progressio realizou 3.834 projetos.
Dom Dal Toso recordou que João Paulo II instituiu a fundação para o Sahel em 1984 para lutar contra a desertificação daquela parte da África. Em 1992, ele criou a Populorum Progressio para ajudar as populações rurais da América Latina e do Caribe, confiando as suas tarefas ao dicastério Cor Unum. Os responsáveis pelo Pontifício Conselho Cor Unum são seu presidente, o cardeal Robert Sarah, o secretário, dom Dal Toso, e o subsecretário, Segundo Tejado Muñoz. O orçamento total do Cor Unum é de 4 milhões de dólares.
Dal Toso lembrou ainda que existem dois secretariados para atender as fundações, um na capital de Burkina Faso, Ouagadougou, e o outro na capital da Colômbia, Bogotá, para onde são enviadas as propostas de projetos. As propostas são avaliadas e, se aprovadas, passam a ser fiscalizadas por uma equipe de especialistas. As duas fundações são geridas por bispos locais, nove no Sahel e seis na América Latina.
O Sahel, lembro o secretário do Cor Unum, é a região africana composta por seis países da África equatorial: Burkina Faso, Cabo Verde, Chade, Gâmbia, Guiné Bissau, Mali, Mauritânia, Níger e Senegal.
Os projetos apoiados pelas fundações "demostram a atenção tangível que a Igreja oferece a esses países" e favorecem o diálogo inter-religioso, já que, na África, os destinatários mais numerosos dos projetos são muçulmanos. Além disso, revelam a proximidade do Santo Padre para com as pessoas em dificuldade.
Dal Toso destacou também outro aspecto das fundações: depois de 30 anos de trabalho, elas "se tornaram não somente centros de financiamento, mas também lugares de intercâmbio de experiências"; por isso, elas "realizam cursos de formação que ensinam a preparar os projetos".
Durante a conversa com os jornalistas, o secretário do Cor Unum destacou que a filosofia de ambas as fundações é realizar projetos comunitários e não de tipo pessoal. Em alguns casos, o dinheiro é emprestado e retorna pouco a pouco à fundação, que poderá, assim, criar novos projetos.
Entre as propostas que mais o impressionaram, Dal Toso destacou: "Uma foi para a inclusão profissional de 91 jovens com deficiências mentais. Mas há muitos outros projetos importantes, como os de irrigação por gotejamento, de escavação de poços e muitos de formação da mulher, particularmente na África".
Da América Latina, ele citou "um banco de alimentos que custou 100 mil dólares" e "um curso de formação e inserção profissional para mães de menores de cinco anos, em Arequipa, no Peru". Dal Toso reconhece que os custos nos países em desenvolvimento são muito menores que no mundo desenvolvido: "Já vi a construção de uma escola com apenas 5 mil euros".
Ao encerrar, o secretário recordou que, nos projetos de cooperação, é necessário manter viva a ideia da promoção integral: "Este é um grande desafio no mundo humanitário". A pergunta a ser feita não é apenas sobre o tipo de ajuda em questão, mas, principalmente, sobre o quanto esses projetos promovem a autonomia e a liberdade da pessoa beneficiada. "A Igreja reitera sempre a centralidade da pessoa. Isto significa promover todas as suas dimensões, com ênfase na liberdade, para que elas mesmas tenham a capacidade de decidir", superando modelos como os da década de 1970, que propunham ajudar primeiro nas necessidades materiais e depois no âmbito cultural. Hoje, privilegia-se a ideia de um desenvolvimento integral.
Síria
Sobre a situação da Síria, dom Dal Toso declarou que "o Cor Unum, hoje, por vontade do papa Francisco, está dando prioridade a esse país. A presença da Igreja acontece através da assistência e da promoção do direito humanitário. Os esforços da Igreja na Síria são enormes, em pessoal e em ajudas", com um trabalho muito importante também na coordenação. As ações cobrem quase todo o território sírio, apesar das "muitíssimas limitações e da escassez de meios", e se apoiam numa estrutura capilar.
"No dia 6 de dezembro, numa reunião com os bispos da região em Beirute, eles comentaram que as pessoas nos procuram porque não sabem para onde ir. Elas entendem que o bispo é também um pai".
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Cuba: televisão estatal transmitirá pela primeira vez a Paixão de Cristo
Raúl Castro declara feriado na Sexta-Feira Santa: milhares de cubanos poderão participar da via-crúcis nas ruas históricas de Havana
Por Ivan de Vargas
MADRI, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A televisão estatal cubana transmitirá nesta quarta-feira, pela primeira vez, a encenação da Paixão de Cristo, representada nesta segunda-feira na catedral de Havana. Nos últimos anos, o executivo da ilha tem permitido que, ocasionalmente, a Igreja tenha acesso aos meios de comunicação governamentais.
Raúl Castro também declarou feriado nesta Sexta-Feira Santa.
Depois da visita de Bento XVI à ilha, em março de 2012, o presidente fez o mesmo "em caráter excepcional". Agora, a Assembleia Nacional do Poder Popular aprovou a Lei 116, que estabelece que a Sexta-Feira Santa passa a ser dia de recesso laboral todos os anos.
A lei entrará em vigor em 1º de junho, mas o Ministério do Trabalho e da Segurança Social emitiu a Resolução 13, de 2014, que determina: "Na sexta-feira 18 de abril de 2014 interrompem-se as atividades laborais, com exceção das relacionadas com a safra açucareira e com outros trabalhos agropecuários urgentes, indústrias de processo de produção contínua, trabalhos urgentes de carga e descarga, serviços de transporte e sua segurança técnica indispensável, serviços hospitalares e assistenciais, farmácias e postos de gasolina, funerárias, jardins vinculados com estas e cemitérios, serviços de hospedagem, comunicações, transmissões de rádio e televisão, centros de recreação e atrações turísticas, distribuição de leite e demais serviços públicos básicos, e atividades de pesca e outras autorizadas pela lei".
Graças a esta medida, milhares de cubanos poderão participar, na noite da Sexta-Feira Santa, das tradicionais procissões da Semana Santa na ilha, entre elas a via-crúcis pelas ruas da "Habana Vieja", encabeçada pelo cardeal Jaime Ortega. Estas manifestações religiosas fora das igrejas foram autorizadas em 1998 pelo governo do então presidente Fidel Castro, após a visita de João Paulo II a Cuba.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Raúl Castro também declarou feriado nesta Sexta-Feira Santa.
Depois da visita de Bento XVI à ilha, em março de 2012, o presidente fez o mesmo "em caráter excepcional". Agora, a Assembleia Nacional do Poder Popular aprovou a Lei 116, que estabelece que a Sexta-Feira Santa passa a ser dia de recesso laboral todos os anos.
A lei entrará em vigor em 1º de junho, mas o Ministério do Trabalho e da Segurança Social emitiu a Resolução 13, de 2014, que determina: "Na sexta-feira 18 de abril de 2014 interrompem-se as atividades laborais, com exceção das relacionadas com a safra açucareira e com outros trabalhos agropecuários urgentes, indústrias de processo de produção contínua, trabalhos urgentes de carga e descarga, serviços de transporte e sua segurança técnica indispensável, serviços hospitalares e assistenciais, farmácias e postos de gasolina, funerárias, jardins vinculados com estas e cemitérios, serviços de hospedagem, comunicações, transmissões de rádio e televisão, centros de recreação e atrações turísticas, distribuição de leite e demais serviços públicos básicos, e atividades de pesca e outras autorizadas pela lei".
Graças a esta medida, milhares de cubanos poderão participar, na noite da Sexta-Feira Santa, das tradicionais procissões da Semana Santa na ilha, entre elas a via-crúcis pelas ruas da "Habana Vieja", encabeçada pelo cardeal Jaime Ortega. Estas manifestações religiosas fora das igrejas foram autorizadas em 1998 pelo governo do então presidente Fidel Castro, após a visita de João Paulo II a Cuba.
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"Descobrindo o Vaticano": Seis dvd's para contar as maravilhas e segredos
Apresentado hoje aos Museus Vaticanos a série de DVDs que serão distribuídos nas próximas seis quartas-feiras como anexo no jornal "La Repubblica".
Por Redacao
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Seis dvd's para narrar as maravilhas e segredos do Vaticano. Dos jardins recentemente abertos ao público pelo Papa Francisco, à Capela Sistina e aos Quartos de Rafael, até o Arquivo Secreto e a Biblioteca Apostólica. Tudo isso o público mundial poderá admirar na série de seis dvd's intitulados "Alla scoperta del Vaticano" (Descobrindo o Vaticano), co- produzido pelo Centro Televisivo Vaticano e pela RAI, e distribuído na Itália como anexo do jornal "La Repubblica" nas próximas quartas-feiras.
O trabalho foi apresentado esta manhã na Sala de Conferências dos Museus Vaticanos. Cada DVD representa uma viagem inédita e fascinante que, movendo-se entre arte, religião, natureza e cotidianidade, acompanhará o espectador na descoberta de um rico patrimônio feito de história, beleza, mas também de vida cotidiana e curiosidade.
Nas diversas etapas será possível, de fato, percorrer os 44 hectares que compõem o menor Estado do mundo, descobrindo aspectos novos e pouco conhecidos. Portanto, não somente os lugares históricos e as belezas artísticas, mas também as estruturas, os serviços e as pessoas, como a Gendarmerie e os Guardas Suíços, que garantem o bom funcionamento da vida cotidiana.
Quem está como guia, por trás das câmeras, é o célebre jornalista Alberto Angela, presente hoje na Coletiva de Imprensa; ao seu lado, Antonio Paolucci, diretor dos Museus Vaticanos, Gregorio Botta, vice-diretor do jornal La Repubblica, Luigi De Siervo, diretor comercial Rai, Nicola Salvi e Elisabetta Sola, administradores do Departamento de Comunicação. O Moderador da coletiva foi o diretor do CTV, mons. Dario Edoardo Viganò. (SC/Trad.TS)
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O trabalho foi apresentado esta manhã na Sala de Conferências dos Museus Vaticanos. Cada DVD representa uma viagem inédita e fascinante que, movendo-se entre arte, religião, natureza e cotidianidade, acompanhará o espectador na descoberta de um rico patrimônio feito de história, beleza, mas também de vida cotidiana e curiosidade.
Nas diversas etapas será possível, de fato, percorrer os 44 hectares que compõem o menor Estado do mundo, descobrindo aspectos novos e pouco conhecidos. Portanto, não somente os lugares históricos e as belezas artísticas, mas também as estruturas, os serviços e as pessoas, como a Gendarmerie e os Guardas Suíços, que garantem o bom funcionamento da vida cotidiana.
Quem está como guia, por trás das câmeras, é o célebre jornalista Alberto Angela, presente hoje na Coletiva de Imprensa; ao seu lado, Antonio Paolucci, diretor dos Museus Vaticanos, Gregorio Botta, vice-diretor do jornal La Repubblica, Luigi De Siervo, diretor comercial Rai, Nicola Salvi e Elisabetta Sola, administradores do Departamento de Comunicação. O Moderador da coletiva foi o diretor do CTV, mons. Dario Edoardo Viganò. (SC/Trad.TS)
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Cavaleiros poloneses participarão da canonização de João Paulo II com trajes medievais
Proposta é repetir a viagem a cavalo feita por governantes prussianos há 800 anos
Por Redacao
MADRI, 14 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Um grupo de cavaleiros da Irmandade de Bratian, sediada no norte da Polônia, viajará a cavalo até Roma para participar da cerimônia de canonização dos beatos João Paulo II e João XXIII. Os ginetes usarão vestes tradicionais que incluem a armadura dos cavaleiros medievais.
A comitiva formada por nove cavaleiros, além de uma equipe técnica de seis pessoas com reboques especiais para os animais, partirá em 19 de abril e deverá cobrir cerca de 300 quilômetros por dia até chegar à Cidade Eterna no dia 25 ou 26. Os cavaleiros planejam sair de Bratian e passar por Czestochowa, Bratislava, Treviso, Ravena, Assis e, finalmente, Roma.
A viagem será semelhante à realizada por dois governantes prussianos há 800 anos. Eles aceitaram o conselho do bispo cisterciense que os batizou e compareceram diante de Inocêncio II para oficializar a adoção do cristianismo pelos seus povos. O pontífice os recebeu em audiência e emitiu a bula papal "Terra Lubavia", em 1216, para registrar o fato.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A comitiva formada por nove cavaleiros, além de uma equipe técnica de seis pessoas com reboques especiais para os animais, partirá em 19 de abril e deverá cobrir cerca de 300 quilômetros por dia até chegar à Cidade Eterna no dia 25 ou 26. Os cavaleiros planejam sair de Bratian e passar por Czestochowa, Bratislava, Treviso, Ravena, Assis e, finalmente, Roma.
A viagem será semelhante à realizada por dois governantes prussianos há 800 anos. Eles aceitaram o conselho do bispo cisterciense que os batizou e compareceram diante de Inocêncio II para oficializar a adoção do cristianismo pelos seus povos. O pontífice os recebeu em audiência e emitiu a bula papal "Terra Lubavia", em 1216, para registrar o fato.
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Cultura e Sociedade
A fraternidade é compatível com a luta política
Presidente dos Focolares, Maria Voce, e co-presidente Giancarlo Faletti, se encontram com duzentos membros do Movimento Político pela Unidade no Brasil
Por Carla Cotignoli
SãO PAULO, 14 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Sexta-feira passada (11), na Mariápolis Ginetta (Vargem Grande – SP), a Presidente Internacional dos Focolares, Maria Voce e o copresidente, Giancarlo Faletti, se encontraram com aproximadamente duzentos aderentes do Movimento Político pela unidade, no encontro em âmbito nacional.
Entre os aderentes, provenientes do Brasil inteiro, encontravam-se Deputados federais, prefeitos, vereadores e um jovem, que testemunharam a inovação que a prática da fraternidade está trazendo em suas vidas e no ambiente em que se encontram inseridos.
A fraternidade é compatível com a luta política? Segundo a deputada federal Luiza Erundina no tempo da luta contra a ditadura, para ela tempo de juventude, a resposta era "não". Um não que tornou-se "sim" no encontro com Chiara Lubich, por ocasião do início do Movimento Político pela Unidade.
Para o prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, o fato mais importante é o novo despertar da percepção de que somos antes de tudo, membros da única família humana, porque filhos de um único Pai. "Nas assembleias políticas podemos não concordar com um colega, mas isso não pode ser motivo para fazer dele um inimigo", afirmou.
No entanto, quando o muro da inimizade é erguido, não é impossível abatê-lo. "Eu era um ferrenho adversário de Luiza erundina, quando ela era prefeita de São Paulo e eu vereador", declarou Walter Feldman – deputado federal. "Agora, nos falamos quase todos os dias. O diálogo torna-se possível onde os contrários se encontram em função de uma síntese: o bem comum".
O senador Wellington Dias do Estado do Piauí, há quarenta anos em atividade, afirma: "A ação poítica é mais difícil e complexa atualmente, no exercício da democracia, do que nos tempos da ditadura". Ele fala sobre "degeneração da prática política". "É a fraternidade que nos impede de cair na mão do pior inimigo: o ego, que nos impele a aparecer, a nos mostrarmos melhores do que o próximo".
"Decidi tomar o metrô, como todos. É preciso estar entre as pessoas para sintonizar-nos, para sanar a separação entre políticos e sociedade. A mudança começa a partir da prática pessoal". É o que o deputado federal Luis Carlos Hauly afirmou, mostrando o exemplo de Mandela e Gandhi.
Pedro Henrique Fiorelli é um jovem que acompanha a "Escola Civitas", em vista da formação do bom cidadão: condição básica para ser mais tarde um bom político. A lição de fundo: não uma política para vencer as eleições, mas como arte para a transfornação social, privilegiando os esquecidos.
"Esta ação política iluminada, centralizada no valor da relação, da proximidade, começando pelos últimos que gritam o desejo de fraternidade através das próprias carências, é mais do que necessária", afirmou Maria Voce.
E Giancarlo Faletti definiu estes políticos como "especialistas em humanidade", "profetas de um mundo novo", "profetas da esperança".
O encontro se concluiu com um gesto significativo: a entrega da placa de uma rua em Porto Alegre, com o nome de Chiara Lubich. E houve ainda quem compôs uma canção com o título "Amor dos amores", a definição que a fundadora dos Focolares deu à política. Canção que foi assumida como hino do MPpU.
O próximo evento será a nível internacional: um Congresso mundial em Roma, marcado para março de 2015. Foi anunciado por meio de uma mensagem da presidência internacional do MppU a fim de que possa oferecer "a riqueza do pensamento político de Chiara Lubich que, profeticamente , prefigurava um mundo unido através do amor recíproco não apenas entre pessoas, mas também entre os povos".
(Red. TS)
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A fraternidade é compatível com a luta política? Segundo a deputada federal Luiza Erundina no tempo da luta contra a ditadura, para ela tempo de juventude, a resposta era "não". Um não que tornou-se "sim" no encontro com Chiara Lubich, por ocasião do início do Movimento Político pela Unidade.
Para o prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, o fato mais importante é o novo despertar da percepção de que somos antes de tudo, membros da única família humana, porque filhos de um único Pai. "Nas assembleias políticas podemos não concordar com um colega, mas isso não pode ser motivo para fazer dele um inimigo", afirmou.
No entanto, quando o muro da inimizade é erguido, não é impossível abatê-lo. "Eu era um ferrenho adversário de Luiza erundina, quando ela era prefeita de São Paulo e eu vereador", declarou Walter Feldman – deputado federal. "Agora, nos falamos quase todos os dias. O diálogo torna-se possível onde os contrários se encontram em função de uma síntese: o bem comum".
O senador Wellington Dias do Estado do Piauí, há quarenta anos em atividade, afirma: "A ação poítica é mais difícil e complexa atualmente, no exercício da democracia, do que nos tempos da ditadura". Ele fala sobre "degeneração da prática política". "É a fraternidade que nos impede de cair na mão do pior inimigo: o ego, que nos impele a aparecer, a nos mostrarmos melhores do que o próximo".
"Decidi tomar o metrô, como todos. É preciso estar entre as pessoas para sintonizar-nos, para sanar a separação entre políticos e sociedade. A mudança começa a partir da prática pessoal". É o que o deputado federal Luis Carlos Hauly afirmou, mostrando o exemplo de Mandela e Gandhi.
Pedro Henrique Fiorelli é um jovem que acompanha a "Escola Civitas", em vista da formação do bom cidadão: condição básica para ser mais tarde um bom político. A lição de fundo: não uma política para vencer as eleições, mas como arte para a transfornação social, privilegiando os esquecidos.
"Esta ação política iluminada, centralizada no valor da relação, da proximidade, começando pelos últimos que gritam o desejo de fraternidade através das próprias carências, é mais do que necessária", afirmou Maria Voce.
E Giancarlo Faletti definiu estes políticos como "especialistas em humanidade", "profetas de um mundo novo", "profetas da esperança".
O encontro se concluiu com um gesto significativo: a entrega da placa de uma rua em Porto Alegre, com o nome de Chiara Lubich. E houve ainda quem compôs uma canção com o título "Amor dos amores", a definição que a fundadora dos Focolares deu à política. Canção que foi assumida como hino do MPpU.
O próximo evento será a nível internacional: um Congresso mundial em Roma, marcado para março de 2015. Foi anunciado por meio de uma mensagem da presidência internacional do MppU a fim de que possa oferecer "a riqueza do pensamento político de Chiara Lubich que, profeticamente , prefigurava um mundo unido através do amor recíproco não apenas entre pessoas, mas também entre os povos".
(Red. TS)
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Comunicar a fé hoje
Catequese para Adultos: Formação de catequistas (II)
Não basta boa vontade, é preciso atualização dinâmica
Por José Barbosa de Miranda
BRASíLIA, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Quando se fala de formação é preciso conceitua-la dentro das realidades humanas, no processo dinâmico que envolve toda a vida dos indivíduos, não é uma abstração. Não é estática. Nenhum ser humano é um projeto concluso. Ele é dependente de tudo que o envolve. E a evolução de toda história está cercada de novas descobertas onde o novo de ontem, se não deixou de o ser, é enriquecido com fatos novos da vida, numa atualização evangélica.
O APELO É PARA TODOS
Também a catequese, por ser a chave da vida cristã, não pode ser um momento na vida de catequistas. Ela tem que ser permanente e não ocasional. O Papa João Paulo II insiste nesse persistente processo formativo: "É preciso repetir, uma vez mais: ninguém na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber a catequese. Tal imperativo abrange mesmo o caso dos jovens seminaristas e dos jovens religiosos, bem como de todos aqueles que são chamados a desempenhar o múnus de pastores e de catequistas: eles o desempenharão tanto melhor quanto mais souberem aprender com humildade na escola de Jesus, que é a grande catequista e ao mesmo tempo a grande catequisada" (Catechesi Tradendae, n. 45).
É inconcebível catequista autodidata ou aquele conservador, o que sabe demais e o que vem ensinando há tempo não precisa mudar. Não basta também uma única formação, aquela inicial, para ser catequista. Ela é permanente. Há ordens religiosas dando formação catequética para seus noviços. A responsabilidade na educação da fé, do amor e da esperança das pessoas é parecida com a da formação da personalidade. Não se pode transmitir insegurança, mas verdades que marcarão o relacionamento entre Deus e os homens. O catequista ensina em nome da Igreja, e a Igreja é de Cristo, então ele ensina como Cristo se revelou. É por isso que não há exclusão de pessoas na atualização da mensagem catequética nem da formação permanente de catequistas.
A FORMAÇÃO PERMANENTE
Em face das realidades que vivemos, esse aprendizado deve ser constante. O Diretório Nacional da Catequese coloca no mesmo patamar aqueles que cuidam da formação permanente para catequese com os que buscam a maturidade catequética, pois são valores que se completam: "Assumir a missão catequética é cuidar com esmero de sua autoformação. Somos pessoas em processo de crescimento e de aprendizado, desde a infância até a velhice. As ciências teológicas, humanas e pedagógicas estão sempre em evolução e progresso. Daí a necessidade de uma formação permanente, assumida com responsabilidade e com perseverança. A catequese, em qualquer ambiente, precisa de pessoas que buscam preparação e estejam dispostas a aprender sempre mais, para dar um testemunho convincente de fé. Não basta boa vontade, é preciso uma atualização dinâmica. Requer também, uma grande intimidade com a Palavra de Deus, com a doutrina e a reflexão da Igreja" (DNC, 267).
UM PROCESSO ORGÂNICO E SISTÉMICO
Como a formação é permanente e não ocasional, ela deve ser estruturada com um programa de etapas a serem atingidas. Um conteúdo formativo voltado para a maturidade dos catequistas e que atenda as exigências do mundo de hoje. A Palavra de Deus é una, mas não estanque, ela responde os anseios das pessoas de hoje e do amanhã. Entende-se que a formação não é um mosaico de mensagens, palestras avulsas, mas composta de peças que se encaixam e se completam no único corpo, a Igreja cuja cabeça é Cristo. Na programação formativa haja elos que se unam harmonicamente e sem perda de continuidade. Não se pode afastar do que foi lembrado no artigo anterior: aprender, viver, ensinar, que parte do princípio sapiencial: ser, saber, saber fazer. É uma formação que possa ser testada, a partir do conteúdo pragmático, com a verificação de resultados: rever, conferir, completar.
Ainda repisando: "Uma formação orgânica e sistemática da fé. O Sínodo de 1997 sublinhou a necessidade de uma catequese orgânica e bem ordenada, uma vez que o aprofundamento vital e orgânico do mistério de Cristo é aquilo que principalmente distingue a catequese de todas as demais formas de apresentação da Palavra de Deus" (Diretório Geral da Catequese, n. 67). E o DGC continua insistindo que "a formação orgânica é mais do que um ensino: é um aprendizado de toda a vida cristã". O seu sistema é alicerçado nos princípios estabelecidos por Cristo durante sua vida pública. Ela é "ordenada e sistemática à revelação que Deus faz de si mesmo, em Jesus Cristo" (DGC, n. 65).
PENSANDO NA FORMAÇÃO ORGÂNICA
A programação surge da eleição de prioridades. Ela é colegiada. Definida a prioridade e o objetivo a ser atingido, são especificadas as etapas do programa. O passo seguinte é o conteúdo bem detalhado das etapas que não podem ser independentes, desassociadas entre si. É necessária também a inclusão da revisão periódica. Nessa revisão, ser for necessário o aprofundamento de algum tema que não tenha atingido o seu objetivo, ele deve ser revisto para preservar a unidade e integridade na organicidade. A unidade do conteúdo se faz em torno da pessoa de Jesus Cristo.
PARA PARTILHAR:
A catequese com adultos tem atingido seu objetivo quanto ao preparo e comprometimento dos catequistas?Há respostas concretas e positivas da catequese com adultos?
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O APELO É PARA TODOS
Também a catequese, por ser a chave da vida cristã, não pode ser um momento na vida de catequistas. Ela tem que ser permanente e não ocasional. O Papa João Paulo II insiste nesse persistente processo formativo: "É preciso repetir, uma vez mais: ninguém na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber a catequese. Tal imperativo abrange mesmo o caso dos jovens seminaristas e dos jovens religiosos, bem como de todos aqueles que são chamados a desempenhar o múnus de pastores e de catequistas: eles o desempenharão tanto melhor quanto mais souberem aprender com humildade na escola de Jesus, que é a grande catequista e ao mesmo tempo a grande catequisada" (Catechesi Tradendae, n. 45).
É inconcebível catequista autodidata ou aquele conservador, o que sabe demais e o que vem ensinando há tempo não precisa mudar. Não basta também uma única formação, aquela inicial, para ser catequista. Ela é permanente. Há ordens religiosas dando formação catequética para seus noviços. A responsabilidade na educação da fé, do amor e da esperança das pessoas é parecida com a da formação da personalidade. Não se pode transmitir insegurança, mas verdades que marcarão o relacionamento entre Deus e os homens. O catequista ensina em nome da Igreja, e a Igreja é de Cristo, então ele ensina como Cristo se revelou. É por isso que não há exclusão de pessoas na atualização da mensagem catequética nem da formação permanente de catequistas.
A FORMAÇÃO PERMANENTE
Em face das realidades que vivemos, esse aprendizado deve ser constante. O Diretório Nacional da Catequese coloca no mesmo patamar aqueles que cuidam da formação permanente para catequese com os que buscam a maturidade catequética, pois são valores que se completam: "Assumir a missão catequética é cuidar com esmero de sua autoformação. Somos pessoas em processo de crescimento e de aprendizado, desde a infância até a velhice. As ciências teológicas, humanas e pedagógicas estão sempre em evolução e progresso. Daí a necessidade de uma formação permanente, assumida com responsabilidade e com perseverança. A catequese, em qualquer ambiente, precisa de pessoas que buscam preparação e estejam dispostas a aprender sempre mais, para dar um testemunho convincente de fé. Não basta boa vontade, é preciso uma atualização dinâmica. Requer também, uma grande intimidade com a Palavra de Deus, com a doutrina e a reflexão da Igreja" (DNC, 267).
UM PROCESSO ORGÂNICO E SISTÉMICO
Como a formação é permanente e não ocasional, ela deve ser estruturada com um programa de etapas a serem atingidas. Um conteúdo formativo voltado para a maturidade dos catequistas e que atenda as exigências do mundo de hoje. A Palavra de Deus é una, mas não estanque, ela responde os anseios das pessoas de hoje e do amanhã. Entende-se que a formação não é um mosaico de mensagens, palestras avulsas, mas composta de peças que se encaixam e se completam no único corpo, a Igreja cuja cabeça é Cristo. Na programação formativa haja elos que se unam harmonicamente e sem perda de continuidade. Não se pode afastar do que foi lembrado no artigo anterior: aprender, viver, ensinar, que parte do princípio sapiencial: ser, saber, saber fazer. É uma formação que possa ser testada, a partir do conteúdo pragmático, com a verificação de resultados: rever, conferir, completar.
Ainda repisando: "Uma formação orgânica e sistemática da fé. O Sínodo de 1997 sublinhou a necessidade de uma catequese orgânica e bem ordenada, uma vez que o aprofundamento vital e orgânico do mistério de Cristo é aquilo que principalmente distingue a catequese de todas as demais formas de apresentação da Palavra de Deus" (Diretório Geral da Catequese, n. 67). E o DGC continua insistindo que "a formação orgânica é mais do que um ensino: é um aprendizado de toda a vida cristã". O seu sistema é alicerçado nos princípios estabelecidos por Cristo durante sua vida pública. Ela é "ordenada e sistemática à revelação que Deus faz de si mesmo, em Jesus Cristo" (DGC, n. 65).
PENSANDO NA FORMAÇÃO ORGÂNICA
A programação surge da eleição de prioridades. Ela é colegiada. Definida a prioridade e o objetivo a ser atingido, são especificadas as etapas do programa. O passo seguinte é o conteúdo bem detalhado das etapas que não podem ser independentes, desassociadas entre si. É necessária também a inclusão da revisão periódica. Nessa revisão, ser for necessário o aprofundamento de algum tema que não tenha atingido o seu objetivo, ele deve ser revisto para preservar a unidade e integridade na organicidade. A unidade do conteúdo se faz em torno da pessoa de Jesus Cristo.
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Biblioteca digital da nova evangelização
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais
Por Redacao
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Leitor(a), pedimos sua sugestão sobre qual temática, dentre as várias já publicadas em nosso site você acharia mais relevante para se ter em formato de livro em sua biblioteca digital. Você pode votar nesses temas abaixo ou dar a sua sugestão de tema:
Tema 1 - O Papa Francisco - Um ano de Pontificado
Tema 2 - Catequese para Crianças
Tema 3 - Preparação ao Matrimônio
Tema 4 - A Defesa da Vida no Mundo
Tema 5 - Vocação e vida religiosa
Tema 6 - Entrevistas temáticas
Tema 7 - Outro: Qual sua sugestão?
Sua sugestão é parte de um novo projeto que ZENIT vai apresentar-lhe em breve. Por isso, para enviar sua sugestão e solicitar maiores informações deste novo projeto envie um email para: thacio.siqueira@zenitteam.org, colocando no Assunto da mensagem as palavras: Livros Digitais.
Vários leitores já enviaram sugestões! Participe você também!
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Tema 1 - O Papa Francisco - Um ano de Pontificado
Tema 2 - Catequese para Crianças
Tema 3 - Preparação ao Matrimônio
Tema 4 - A Defesa da Vida no Mundo
Tema 5 - Vocação e vida religiosa
Tema 6 - Entrevistas temáticas
Tema 7 - Outro: Qual sua sugestão?
Sua sugestão é parte de um novo projeto que ZENIT vai apresentar-lhe em breve. Por isso, para enviar sua sugestão e solicitar maiores informações deste novo projeto envie um email para: thacio.siqueira@zenitteam.org, colocando no Assunto da mensagem as palavras: Livros Digitais.
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Familia e Vida
Ideologia de gênero deve ser combatida, pois visa destruir a família
No campo político põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação
Por Prof. Hermes Rodrigues Nery
RIO DE JANEIRO, 14 de Abril de 2014 (Zenit.org) - A ideologia de gênero tornou-se uma ferramenta política e "um conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de família", como afirma o monsenhor Juan Cláudio Sanahuja. E mais, ele explica que "a ONU adota a perspectiva de gênero no começo dos anos 90. Assim nos apresenta e quer impor-nos uma visão anti-natural de sexualidade autoconstruída a serviço do prazer". E para isso surtir efeito, a médio prazo, faz-se necessário difundir nas escolas a ideologia de gênero, para quebrar as resistências contra a cultura que quer se impor. A educação sexual então está imbuída fortemente desta ideologia contrária à família, com uma visão reducionista da dimensão da pessoa humana. O fato é que existem somente duas identidades sexuais, daí a realidade humana na distinção "homem e mulher". Institucionalizar uma outra situação fora desta realidade, verdadeiramente humana, é desconhecer com profundidade a essência e a natureza da pessoa humana, e mais ainda: agravar os fatores da violência contra o ser humano, em todos os aspectos. É despessoalizar o ser humano e torná-lo fragilizado e vulnerável a toda e qualquer violência.
A crise da identidade em nosso tempo se explica numa sociedade sempre mais pulverizada na atomização do indivíduo, que se vê perdido na volúpia de uma sociedade consumista, de falsas necessidades, que coloca o prazer como finalidade e aniquila o indivíduo desarraigado e desterritorializado, na lógica do descartável, sem ter ao que se ater, sem contar mais com a família como suporte, porque, com a ideologia de gênero, a família é descaracterizada e diluída, dissolvida enquanto instituição primeira e principal da sociedade. Daí o grande mal-estar de muitos diante dos apelos da anarquia sexual difundida pelos meios de comunicação, na promoção da homossexualidade e de outras perversões e transgressões, que medram mais facilmente na sociedade atomizada, de híper-consumismo. Daí ser necessário por um dique a tudo isso, para salvaguardar a instituição primeira e principal, sem a qual o ser humano não tem como subsistir e se realizar como pessoa.
Todas estas formas de agressão, se não forem contidas, se tornarão grilhões culturais a asfixiar a pessoalidade de cada ser humano. No campo político, a ideologia de gênero põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação, para avançar ainda mais numa agenda que discrimina a família. E mais: visando destruí-la, com a corrosão dos princípios e valores cristãos, que a defendem, por inteiro.
O ideário de gênero (mais uma expressão de idealismo totalmente irreal) proposto então pelo PNDH3, e que se quer agora incluir no PNE, perverte a finalidade social das instituições nascidas para defender a pessoa daquilo que a despessoaliza. Com uma educação sexual assim, a escola se torna um lugar perigoso, um barril de pólvora que certamente irá explodir com danos sociais inimagináveis. Por isso, nos empenhamos no combate em favor da vida e da família, por uma escola que promova verdadeiramente a família como suporte da pessoa humana.
Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (pela PUC-RJ) e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online A crise da identidade em nosso tempo se explica numa sociedade sempre mais pulverizada na atomização do indivíduo, que se vê perdido na volúpia de uma sociedade consumista, de falsas necessidades, que coloca o prazer como finalidade e aniquila o indivíduo desarraigado e desterritorializado, na lógica do descartável, sem ter ao que se ater, sem contar mais com a família como suporte, porque, com a ideologia de gênero, a família é descaracterizada e diluída, dissolvida enquanto instituição primeira e principal da sociedade. Daí o grande mal-estar de muitos diante dos apelos da anarquia sexual difundida pelos meios de comunicação, na promoção da homossexualidade e de outras perversões e transgressões, que medram mais facilmente na sociedade atomizada, de híper-consumismo. Daí ser necessário por um dique a tudo isso, para salvaguardar a instituição primeira e principal, sem a qual o ser humano não tem como subsistir e se realizar como pessoa.
Todas estas formas de agressão, se não forem contidas, se tornarão grilhões culturais a asfixiar a pessoalidade de cada ser humano. No campo político, a ideologia de gênero põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação, para avançar ainda mais numa agenda que discrimina a família. E mais: visando destruí-la, com a corrosão dos princípios e valores cristãos, que a defendem, por inteiro.
O ideário de gênero (mais uma expressão de idealismo totalmente irreal) proposto então pelo PNDH3, e que se quer agora incluir no PNE, perverte a finalidade social das instituições nascidas para defender a pessoa daquilo que a despessoaliza. Com uma educação sexual assim, a escola se torna um lugar perigoso, um barril de pólvora que certamente irá explodir com danos sociais inimagináveis. Por isso, nos empenhamos no combate em favor da vida e da família, por uma escola que promova verdadeiramente a família como suporte da pessoa humana.
Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (pela PUC-RJ) e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.
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Mundo
A Tanzânia precisa de comida e não de contraceptivos
O Population Research Institute denuncia que os Estados Unidos investem em controle demográfico contra a vontade das mulheres e ignorando os problemas reais
Por Redacao
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Um país como a Tanzânia é ameaçado por muitos problemas, mas a superpopulação não é um deles. O revela um estudo do Population Research Institute, que demonstra como o Usaid (a agência federal dos EUA responsável pela ajuda estrangeira) está adotando uma política de intervenção no país Africano totalmente alienada dos problemas reais.
O Population Research Institute denuncia que o Usaid gasta somente 20 centavos na nutrição para cada dólar gasto na contracepção, diante de um 16% de crianças menores de cinco anos na Tanzânia que estão abaixo do peso. E ainda, no País, uma criança em nove morre antes do seu quinto aniversário e uma mulher em vinte e três corre o risco de morrer durante o parto; No entanto, a USAID - a controvérsia do Pri - gasta apenas 36 centavos na saúde materna e infantil para cada dólar gasto em contracepção. Além disso, destaca ainda o centro de pesquisa, em um País onde apenas o 12% da população tem acesso a instalações sanitárias decentes, apenas 23 centavos são gastos pelos Estados-Unidos em matéria de água e serviços de saneamento para cada dólar investido para o controle da população.
"Talvez – lê-se em uma passagem do artigo publicado pela Population Research Institute – o Usaid poderia justificar estes gastos se o povo da Tanzânia pedisse maiores intervenções para a contracepção. Mas não é assim". Em um dos Países mais pobres do mundo (o PIB per capita é de 1.700 dólares por ano), não se entende o motivo de gastar tanto em contracepção com relação ao que é gasto "para a saúde materna, a saúde das crianças, a água, a higiene, a nutrição, e o cuidado das doenças". Especialmente, nota o Pri, as mulheres da Tanzânia demonstram que querem continuar a colocar filhos no mundo, com uma taxa de fertilidade de 5,4 e com uma estatística que diz que pelo menos a metade das mulheres da Tanzânia que já tem cinco filhos gostariam de ter mais ainda.
E destaca, além do mais, que mais de 50% das mulheres casadas e mais de 60% das solteiras pararam de usar contraceptivos. Destas, apenas 1% o fez pelos custos excessivos, enquanto que todas as outras pararam por uma nova gravidez ou porque não gostavam da forma como o próprio corpo reagia a estas medicinas. Portanto, diz o Population Research Institute, que o 70% das mulheres da Tanzânia suspende o uso dos contraceptivos pagos com as contribuições dos "contribuintes americanos desavisados".
Polemicamente, o Pri conclui dizendo que Barack Obama, "que se define a si mesmo como um anti-imperialista", estaria mais em sintonia com os desejos do povo africano se decidisse investir para enviar ajudas concretas, mais do que para defender políticas de controle populacional. "Pelo contrário – escreve o Pri – ele até mesmo aumentou um 'imperialismo reprodutivo', gastando mais dinheiro do que jamais fora gasto antes para incentivar o aborto, esterilização e contracepção entre os africanos (além de que entre os asiáticos e entre os latino-americanos)". A próxima vez que quiser se desculpar de algo – sugerem ao presidente dos Estados Unidos o centro de pesquisa – que o faça para as políticas de aborto, esterilização e contracepção para com aqueles que estão chorando porque não têm água potável para beber, comida, e cuidados médicos básicos".
***
Fonte : http://pop.org/
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online O Population Research Institute denuncia que o Usaid gasta somente 20 centavos na nutrição para cada dólar gasto na contracepção, diante de um 16% de crianças menores de cinco anos na Tanzânia que estão abaixo do peso. E ainda, no País, uma criança em nove morre antes do seu quinto aniversário e uma mulher em vinte e três corre o risco de morrer durante o parto; No entanto, a USAID - a controvérsia do Pri - gasta apenas 36 centavos na saúde materna e infantil para cada dólar gasto em contracepção. Além disso, destaca ainda o centro de pesquisa, em um País onde apenas o 12% da população tem acesso a instalações sanitárias decentes, apenas 23 centavos são gastos pelos Estados-Unidos em matéria de água e serviços de saneamento para cada dólar investido para o controle da população.
"Talvez – lê-se em uma passagem do artigo publicado pela Population Research Institute – o Usaid poderia justificar estes gastos se o povo da Tanzânia pedisse maiores intervenções para a contracepção. Mas não é assim". Em um dos Países mais pobres do mundo (o PIB per capita é de 1.700 dólares por ano), não se entende o motivo de gastar tanto em contracepção com relação ao que é gasto "para a saúde materna, a saúde das crianças, a água, a higiene, a nutrição, e o cuidado das doenças". Especialmente, nota o Pri, as mulheres da Tanzânia demonstram que querem continuar a colocar filhos no mundo, com uma taxa de fertilidade de 5,4 e com uma estatística que diz que pelo menos a metade das mulheres da Tanzânia que já tem cinco filhos gostariam de ter mais ainda.
E destaca, além do mais, que mais de 50% das mulheres casadas e mais de 60% das solteiras pararam de usar contraceptivos. Destas, apenas 1% o fez pelos custos excessivos, enquanto que todas as outras pararam por uma nova gravidez ou porque não gostavam da forma como o próprio corpo reagia a estas medicinas. Portanto, diz o Population Research Institute, que o 70% das mulheres da Tanzânia suspende o uso dos contraceptivos pagos com as contribuições dos "contribuintes americanos desavisados".
Polemicamente, o Pri conclui dizendo que Barack Obama, "que se define a si mesmo como um anti-imperialista", estaria mais em sintonia com os desejos do povo africano se decidisse investir para enviar ajudas concretas, mais do que para defender políticas de controle populacional. "Pelo contrário – escreve o Pri – ele até mesmo aumentou um 'imperialismo reprodutivo', gastando mais dinheiro do que jamais fora gasto antes para incentivar o aborto, esterilização e contracepção entre os africanos (além de que entre os asiáticos e entre os latino-americanos)". A próxima vez que quiser se desculpar de algo – sugerem ao presidente dos Estados Unidos o centro de pesquisa – que o faça para as políticas de aborto, esterilização e contracepção para com aqueles que estão chorando porque não têm água potável para beber, comida, e cuidados médicos básicos".
***
Fonte : http://pop.org/
[Trad.TS]
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Telegrama do papa às vítimas do incêndio no Chile
Fugindo ao controle no sábado passado, as chamas castigaram a cidade de Valparaíso
Por Sergio Mora
ROMA, 15 de Abril de 2014 (Zenit.org) - O papa Francisco enviou hoje um telegrama ao bispo de Valparaíso, dom Gonzalo Duarte García de Cortázar, manifestando seus pêsames pelas vítimas do incêndio descontrolado que começou no último sábado e avançou sobre bairros da cidade chilena situada a 110 quilômetros de Santiago. Até o momento, a tragédia deixou 16 mortos, destruiu milhares de casas e obrigou a evacuar cerca de 15 mil pessoas. O telegrama, escrito em espanhol, foi enviado através do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolín.
"Diante da triste notícia do terrível incêndio que está atingindo a cidade de Valparaíso, o papa Francisco deseja expressar a sua proximidade espiritual a todos os habitantes, oferecendo sufrágios pelos falecidos neste grave desastre e participando da angústia de quem perdeu o lar e os bens".
"Ao mesmo tempo em que apoia com suas preces os esforços das equipes de socorro, o Santo Padre roga às autoridades e a todo o povo que não se desanimem diante da adversidade, para que, com espírito de solidariedade e caridade fraterna, a ajuda necessária chegue a todos os afetados".
"Sua Excelência tenha a bondade de transmitir ainda aos familiares dos falecidos o mais sentido pêsame de Sua Santidade e expresse aos feridos e danificados a sua paterna solicitude".
"Com estes sentimentos, o Sumo Pontífice oferece uma especial bênção apostólica, como sinal de afeto, a todos os chilenos".
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou estado de exceção para que as Forças Armadas ajudem a combater os focos do incêndio.
O fogo começou na tarde do último sábado e foi se espalhando, devido aos fortes ventos, em direção à área urbana do porto chileno. Foram atingidos os bairros periféricos situados nas colinas, onde as casas são majoritariamente de madeira.
Valparaíso é o maior porto do Chile e também a sede do Congresso Nacional. Apagar totalmente o fogo pode demorar até 20 dias, segundo estimativas locais. A presidente Bachelet pediu aeronaves da vizinha Argentina para ajudar na emergência.
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"Ao mesmo tempo em que apoia com suas preces os esforços das equipes de socorro, o Santo Padre roga às autoridades e a todo o povo que não se desanimem diante da adversidade, para que, com espírito de solidariedade e caridade fraterna, a ajuda necessária chegue a todos os afetados".
"Sua Excelência tenha a bondade de transmitir ainda aos familiares dos falecidos o mais sentido pêsame de Sua Santidade e expresse aos feridos e danificados a sua paterna solicitude".
"Com estes sentimentos, o Sumo Pontífice oferece uma especial bênção apostólica, como sinal de afeto, a todos os chilenos".
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou estado de exceção para que as Forças Armadas ajudem a combater os focos do incêndio.
O fogo começou na tarde do último sábado e foi se espalhando, devido aos fortes ventos, em direção à área urbana do porto chileno. Foram atingidos os bairros periféricos situados nas colinas, onde as casas são majoritariamente de madeira.
Valparaíso é o maior porto do Chile e também a sede do Congresso Nacional. Apagar totalmente o fogo pode demorar até 20 dias, segundo estimativas locais. A presidente Bachelet pediu aeronaves da vizinha Argentina para ajudar na emergência.
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Entrevistas
Misericórdia, "lei suprema" da Igreja
Entrevista com o "ministro da misericórdia" do Papa, cardeal Mauro Piacenza, penitenciário maior do Tribunal da Penitenciária Apostólica
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Conversão e confissão, justiça e pastoralidade, liberdade e verdade. Conceitos da Doutrina da Igreja, que correm o risco de permanecer abstrato se não aplicados à realidade concreta das pessoas, às suas feridas, aos seus pecados. Logo, a questão de todos os tempos: a Igreja deve se adaptar às necessidades dos tempos? Divorciados que buscam a absolvição no confessionário, "duas mães" que querem batizar a própria filha (...). É preciso dar ouvidos a opinião pública? Ou continuar a missão de ser luz para o mundo, proclamar a verdade, mesmo que, muitas vezes, "incomodando"? Aparentemente perguntas retóricas para um católico, ao mesmo tempo, o centro de muitas polemicas, às vezes, dentro da própria Igreja. Uma análise lúcida de tudo isso oferece à ZENIT o cardeal Mauro Piacenza, penitenciário maior da Santa Sé, "ministro da misericórdia" do Papa Francisco, que explica como a Igreja "administra" a misericórdia e como esta "lei suprema" governa, além da lei e da justiça "humana".
Eminência, próxima sexta-feira tem início a Novena da Divina Misericórdia. Qual é o significado desta devoção?
Cardeal Piacenza: Antes de mais nada, próxima sexta-feira será a Sexta-Feira Santa, que é o memorial da Paixão de Jesus Cristo e é particularmente significativo que Santa Faustina Kowalska tenha recebido a designação de "envolver" toda a celebração Pascal com sabor de Misericórdia, que, como o Papa nos recorda, é o próprio nome de Deus. Deus e a Misericórdia desceu sobre a terra em Jesus.
Portanto, não é uma "sobreposição indevida"?
Cardeal Piacenza: Absolutamente não! Eu diria, sobretudo, explanação. Não pode haver uma devoção pessoal que substitua ou se sobreponha à liturgia pública da Igreja. A Divina Misericórdia é uma explicação da mensagem salvífica da Páscoa.
Qual a razão desta forte expressão de fé?
Cardeal Piacenza: Certamente o impulso dado por João Paulo II e a origem sobrenatural da devoção. Provavelmente, essa acolhe e expressa a necessidade de confiar em Jesus, próprio do coração humano. O mundo e os homens têm necessidade infinita da misericórdia, e o Sagrado Coração ferido e aberto é um ícone maravilhoso. Todos nós precisamos daquele abraço e ninguém que se abre a isso é excluído.
Sobre João Paulo II, como era o relacionamento dele com a Divina Misericórdia?
Cardeal Piacenza: Com certeza temos de reconhecer uma relação muito especial com Deus. O Santo Papa era um místico e qualquer um podia contemplar isso, era completamente imerso na oração, mesmo em momentos públicos. João Paulo II foi capaz de manter em equilíbrio a relação entre a Divina Misericórdia e a responsabilidade humana.
A Igreja nos últimos tempos, graças ao Papa Francisco, fala bastante de misericórdia. Mas, na realidade, governa por direito. Seria uma contradição?
Cardeal Piacenza: Para aqueles não familiarizados com a lei ou que se detêm em 'clichês'. Não é como no sistema civil, fundamentado em uma suposta justiça humana, a complicação é desnecessária. O direito, no mistério da Igreja, é garantia de liberdade e moderação no exercício do poder que, devido aos limites e paixões humanas, corre o risco de corromper-se até a arbitrariedade. O Código diz: "A salvação das almas deve ser sempre a lei suprema na Igreja". Mais misericórdia do que isso!
Mas como podem estar juntas a justiça e a misericórdia? O que significa então a pastoralidade?
Cardeal Piacenza: Não é cancelar o Evangelho, ou a Doutrina ou a Tradição da Igreja, autenticamente interpretada pelo Magistério. A pastoralidade é, sobretudo, não iludir os homens deixando-os na sua condição de pecado. Mas eu acho que é profundamente pastoral "descer" às feridas da vida de qualquer um, como fez o Senhor, levando a luz da verdade. A Igreja realmente tem certeza de que "a verdade nos liberta". A Verdade é o único verdadeiro critério de autenticidade para a justiça, a misericórdia e a autentica pastoral. No fundo, todo mundo deseja a liberdade, mas, sem a verdade, não é mais do que a escravidão de sua arbitrariedade subjetiva, que não tem nada a ver com a consciência formada e informada mencionada no Magistério.
Seus primeiros colaboradores são os penitenciários das basílicas romanas. Qual é a mensagem "confessional"?
Cardeal Piacenza: Roma é a cidade escolhida pela providência para ser a Sé de Pedro, chamado a confirmar os seus irmãos na fé. A fé autêntica sempre traz consigo o dom da consciência de suas próprias limitações e pecados. Por esta razão, Pedro exerce particularmente a sua misericórdia através das penitenciárias apostólicos das basílicas papais. É uma porta sempre aberta para receber de Deus o perdão e a paz, para realizar sacramentalmente o convite de Jesus à conversão. Nos reconcilia também com a Igreja reforçando a comunhão fraterna. O que acontece no silêncio dos confessionários também tem um aspecto social, benéfico para todo o corpo da Igreja.
O que é necessário para uma boa confissão?
Cardeal Piacenza: Um penitente convicto é um bom confessor! É necessário que o penitente, tendo feito o exame de consciência, seja realmente humilde para confessar todos os pecados graves cometidos desde a última confissão, olhando para si na transparência de Cristo. A acusação deve ser acompanhada pela dor dos pecados e por uma resoluta vontade de não os cometer novamente, de afastar-se do pecado. O sereno confronto com o confessor, médico e juiz, mestre e pai, irmão e amigo, será de fundamental importância para uma adequada iluminação da consciência pessoal, também através da penitência, que é expressão histórica visível da conversão e ligada ao dom da graça.
Se o senhor tivesse que confessar uma pessoa divorciada que mora com outra pessoa, daria a absolvição?
Cardeal Piacenza: Se quiser ouvir de maneira integral os ensinamentos de Jesus, se compreende que não há pecado que não possa ser revertido quando o pecador ouve a palavra de Jesus que diz: "nem eu te condeno, vai e não peques mais". O "não peques mais" está indissoluvelmente ligado à "nem eu te condeno". Clara é a palavra do Senhor e, consequentemente, claro é o Catecismo da Igreja. Para com essas pessoas, no entanto, reserva-se cuidadosa solicitude, ajudando-os a levar uma vida de fé, sustentada pela oração, animada pelas obras de caridade e empenho na educação cristã dos filhos.
Mas tudo pode mudar. Atualmente é impossível não levar em conta a opinião pública...
Cardeal Piacenza: Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. A opinião pública é outra coisa se comparada ao senso comum da fé. É facilmente condicionada através da mídia, pelo poder dominante, que, no século passado, tornou-se uma ferramenta para impor uma ideologia. A Igreja, em dois mil anos, guiada pelo Espírito Santo, sempre evitou identificar-se ou submeter-se a qualquer ideologia ou poder. A Igreja obedece a Cristo e não ao homem, e não podia fazer outra coisa senão ser Lumen Gentium.
O senhor teve notícias do batismo, na Argentina, de uma criança filha de "duas mães"?
Cardeal Piacenza: O batismo jamais é negado a uma criança! Um bebê é sempre uma criatura de Deus, amado por Ele, e ainda é inocente. Quando eu era vigário paroquial, muitas vezes, recebi casais irregulares, que pediam o batismo; eu simplesmente pedia-lhes a garantia de, pelo menos, uma abertura para a educação cristã dos filhos e também para escolher uma madrinha ou padrinho que cuidasse. É triste que se instrumentalize um Sacramento a tal ponto. Eu acho que devemos rezar muito pelo futuro da criança.
(Trad.:MEM)
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Eminência, próxima sexta-feira tem início a Novena da Divina Misericórdia. Qual é o significado desta devoção?
Cardeal Piacenza: Antes de mais nada, próxima sexta-feira será a Sexta-Feira Santa, que é o memorial da Paixão de Jesus Cristo e é particularmente significativo que Santa Faustina Kowalska tenha recebido a designação de "envolver" toda a celebração Pascal com sabor de Misericórdia, que, como o Papa nos recorda, é o próprio nome de Deus. Deus e a Misericórdia desceu sobre a terra em Jesus.
Portanto, não é uma "sobreposição indevida"?
Cardeal Piacenza: Absolutamente não! Eu diria, sobretudo, explanação. Não pode haver uma devoção pessoal que substitua ou se sobreponha à liturgia pública da Igreja. A Divina Misericórdia é uma explicação da mensagem salvífica da Páscoa.
Qual a razão desta forte expressão de fé?
Cardeal Piacenza: Certamente o impulso dado por João Paulo II e a origem sobrenatural da devoção. Provavelmente, essa acolhe e expressa a necessidade de confiar em Jesus, próprio do coração humano. O mundo e os homens têm necessidade infinita da misericórdia, e o Sagrado Coração ferido e aberto é um ícone maravilhoso. Todos nós precisamos daquele abraço e ninguém que se abre a isso é excluído.
Sobre João Paulo II, como era o relacionamento dele com a Divina Misericórdia?
Cardeal Piacenza: Com certeza temos de reconhecer uma relação muito especial com Deus. O Santo Papa era um místico e qualquer um podia contemplar isso, era completamente imerso na oração, mesmo em momentos públicos. João Paulo II foi capaz de manter em equilíbrio a relação entre a Divina Misericórdia e a responsabilidade humana.
A Igreja nos últimos tempos, graças ao Papa Francisco, fala bastante de misericórdia. Mas, na realidade, governa por direito. Seria uma contradição?
Cardeal Piacenza: Para aqueles não familiarizados com a lei ou que se detêm em 'clichês'. Não é como no sistema civil, fundamentado em uma suposta justiça humana, a complicação é desnecessária. O direito, no mistério da Igreja, é garantia de liberdade e moderação no exercício do poder que, devido aos limites e paixões humanas, corre o risco de corromper-se até a arbitrariedade. O Código diz: "A salvação das almas deve ser sempre a lei suprema na Igreja". Mais misericórdia do que isso!
Mas como podem estar juntas a justiça e a misericórdia? O que significa então a pastoralidade?
Cardeal Piacenza: Não é cancelar o Evangelho, ou a Doutrina ou a Tradição da Igreja, autenticamente interpretada pelo Magistério. A pastoralidade é, sobretudo, não iludir os homens deixando-os na sua condição de pecado. Mas eu acho que é profundamente pastoral "descer" às feridas da vida de qualquer um, como fez o Senhor, levando a luz da verdade. A Igreja realmente tem certeza de que "a verdade nos liberta". A Verdade é o único verdadeiro critério de autenticidade para a justiça, a misericórdia e a autentica pastoral. No fundo, todo mundo deseja a liberdade, mas, sem a verdade, não é mais do que a escravidão de sua arbitrariedade subjetiva, que não tem nada a ver com a consciência formada e informada mencionada no Magistério.
Seus primeiros colaboradores são os penitenciários das basílicas romanas. Qual é a mensagem "confessional"?
Cardeal Piacenza: Roma é a cidade escolhida pela providência para ser a Sé de Pedro, chamado a confirmar os seus irmãos na fé. A fé autêntica sempre traz consigo o dom da consciência de suas próprias limitações e pecados. Por esta razão, Pedro exerce particularmente a sua misericórdia através das penitenciárias apostólicos das basílicas papais. É uma porta sempre aberta para receber de Deus o perdão e a paz, para realizar sacramentalmente o convite de Jesus à conversão. Nos reconcilia também com a Igreja reforçando a comunhão fraterna. O que acontece no silêncio dos confessionários também tem um aspecto social, benéfico para todo o corpo da Igreja.
O que é necessário para uma boa confissão?
Cardeal Piacenza: Um penitente convicto é um bom confessor! É necessário que o penitente, tendo feito o exame de consciência, seja realmente humilde para confessar todos os pecados graves cometidos desde a última confissão, olhando para si na transparência de Cristo. A acusação deve ser acompanhada pela dor dos pecados e por uma resoluta vontade de não os cometer novamente, de afastar-se do pecado. O sereno confronto com o confessor, médico e juiz, mestre e pai, irmão e amigo, será de fundamental importância para uma adequada iluminação da consciência pessoal, também através da penitência, que é expressão histórica visível da conversão e ligada ao dom da graça.
Se o senhor tivesse que confessar uma pessoa divorciada que mora com outra pessoa, daria a absolvição?
Cardeal Piacenza: Se quiser ouvir de maneira integral os ensinamentos de Jesus, se compreende que não há pecado que não possa ser revertido quando o pecador ouve a palavra de Jesus que diz: "nem eu te condeno, vai e não peques mais". O "não peques mais" está indissoluvelmente ligado à "nem eu te condeno". Clara é a palavra do Senhor e, consequentemente, claro é o Catecismo da Igreja. Para com essas pessoas, no entanto, reserva-se cuidadosa solicitude, ajudando-os a levar uma vida de fé, sustentada pela oração, animada pelas obras de caridade e empenho na educação cristã dos filhos.
Mas tudo pode mudar. Atualmente é impossível não levar em conta a opinião pública...
Cardeal Piacenza: Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. A opinião pública é outra coisa se comparada ao senso comum da fé. É facilmente condicionada através da mídia, pelo poder dominante, que, no século passado, tornou-se uma ferramenta para impor uma ideologia. A Igreja, em dois mil anos, guiada pelo Espírito Santo, sempre evitou identificar-se ou submeter-se a qualquer ideologia ou poder. A Igreja obedece a Cristo e não ao homem, e não podia fazer outra coisa senão ser Lumen Gentium.
O senhor teve notícias do batismo, na Argentina, de uma criança filha de "duas mães"?
Cardeal Piacenza: O batismo jamais é negado a uma criança! Um bebê é sempre uma criatura de Deus, amado por Ele, e ainda é inocente. Quando eu era vigário paroquial, muitas vezes, recebi casais irregulares, que pediam o batismo; eu simplesmente pedia-lhes a garantia de, pelo menos, uma abertura para a educação cristã dos filhos e também para escolher uma madrinha ou padrinho que cuidasse. É triste que se instrumentalize um Sacramento a tal ponto. Eu acho que devemos rezar muito pelo futuro da criança.
(Trad.:MEM)
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Espiritualidade
Sacerdotes, arautos da caridade
Reflexões do Cardeal Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Por Card. Dom Orani Tempesta, O.Cist.
RIO DE JANEIRO, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Sempre ouvimos o termo sacerdote e seria muito bom, aproveitando o Tríduo Pascal, refletirmos sobre isso em vista das celebrações da Quinta-feira Santa, com a Instituição do Sacerdócio Ministerial.
Nenhum de nós – que recebemos o sacramento da Ordem em seu segundo ou terceiro graus – tem um sacerdócio próprio, mas somos participantes do único sacerdócio de Cristo, Nosso Senhor (cf. Hb 5,10; 6,20), que é o mediador por excelência entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2,5). Ele santo, inocente e imaculado (cf. Hb 7,16), com sua única oferenda, levou à perfeição, de uma vez por todas, os que Ele santifica (Hb 10,14) pelo sacrifício de sua cruz.
Assim como o sacrifício de Cristo é único – o da cruz –, mas torna-se presente no sacrifício da Igreja pela Santa Missa, o único sacerdócio de Cristo torna-se também presente pelo sacerdócio ministerial sem em nada diminuir a unicidade do sacerdócio de Cristo. Daí, ensinar São Tomás de Aquino que "somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros" (Comentário aos Hebreus 7,4, citado pelo Catecismo da Igreja Católica n. 1545).
Se cada cristão batizado, por meio de seu sacerdócio comum ou batismal, tem a missão de exercitar a diaconia da caridade, muito mais nós, ministros ordenados, devemos exercer, de acordo com o nosso estado de vida, o amor fraterno para com os mais necessitados que se encontram à nossa volta e clamam por nossa ajuda, pois veem em nós, apesar de nossas misérias humanas, homens de Deus e distribuidores de Seu amor.
Aliás, o amor é a tônica ou o diferencial da vida cristã. Foi o próprio Senhor Jesus quem nos disse: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", pois "ninguém tem maior prova de amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,12-13). Esse amor imperava nas primeiras comunidades cristãs, de modo que não havia necessitados entre eles (At. 2,42-47) e, assim, eram um só coração e uma só alma (cf. At 4,32).
O Apóstolo João exalta tanto a prática do amor que afirma que Deus é amor (cf. 1 Jo 4,16) e aquele que diz amar a Deus a quem não vê, mas não ama seu irmão a quem vê é mentiroso (cf. 1Jo 4,20). São Paulo escreve o belo hino da caridade e diz que sem amor somos como o sino que não faz barulho (cf. 1Cor 13), ou seja, não servimos para nada.
Voltando-nos para os ministros ordenados, dentre os quais eu me incluo, devemos pensar nas palavras do Senhor, em outro contexto, a dizer que a quem mais é dado, mais será pedido (cf. Lc 12,48). Quer dizer: se dos que receberam o sacerdócio comum dos fiéis pelo Batismo serão pedidas contas, quais não serão as cobranças exigidas daqueles que receberam, além do Santo Batismo, a ordenação presbiteral a fim de sermos as mãos estendidas de Cristo ao mundo?
Contudo, o que nos motiva a praticarmos o amor-ágape não é o medo da cobrança divina, mas, sim, a responsabilidade da função que assumimos, de servir a Deus por meio dos irmãos, a começar pelos que mais necessitam. Aliás, Jesus deixa claro que não são os que se acham de saúde que carecem de médicos, mas, sim, os doentes (cf. Mc 2,17).
O Papa Bento XVI recordava,em sua Catequesede 29 de abril de2010, avida de São Leonardo Murialdo, enquanto sacerdote exemplar do século XIX, dizendo que ele viveu "ressaltando a grandeza da missão do presbítero, que deve 'continuar a obra da redenção, a grande obra de Jesus Cristo, a obra do Salvador do mundo', ou seja, de 'salvar as almas', São Leonardo recordava sempre a si mesmo e aos irmãos de hábito a responsabilidade de uma vida coerente com o sacramento recebido. Amor de Deus e amor a Deus: foi esta a força do seu caminho de santidade, a lei do seu sacerdócio, o significado mais profundo do seu apostolado entre os jovens pobres e a fonte da sua oração. São Leonardo Murialdo abandonou-se com confiança à Providência, cumprindo generosamente a vontade divina, no contato com Deus e dedicando-se aos jovens pobres. Deste modo, ele uniu o silêncio contemplativo com o ardor incansável da ação, a fidelidade aos deveres de cada dia com a genialidade das iniciativas, a força nas dificuldades com a tranquilidade do espírito. Este é o seu caminho de santidade para viver o mandamento do amor a Deus e ao próximo".
Outro exemplo de caridade sacerdotal, citado por Bento XVI na mesma Catequese, é a de São José de Cottolengo, também santo do século XIX. Este homem de Deus teve sua inspiração para se dedicar mais intensamente à caridade na manhã de domingo, 2 de setembro de 1827, ao encontrar-se, em Turim, com uma família francesa cuja esposa, com cinco filhos, estava em estado de gravidez avançada e com febre alta.
"Depois de ter passado por vários hospitais – diz Bento XVI –, a família encontrou alojamento num dormitório público, mas a situação para a mulher foi-se agravando e algumas pessoas puseram-se em busca de um sacerdote. Por um misterioso desígnio, cruzaram-se com Cottolengo e foi precisamente ele, com o coração amargurado e oprimido, que acompanhou essa jovem mãe até à morte, entre a angústia de toda a família."
"Depois de ter cumprido este doloroso dever, com o sofrimento no coração, foi diante do Santíssimo Sacramento e rezou: 'Meu Deus, por quê? Por que quiseste que eu fosse uma testemunha? O que queres de mim? É necessário fazer algo!' Levantou-se, mandou badalar todos os sinos, acendeu as velas e, recebendo os curiosos na igreja, disse: 'A graça foi concedida! A graça foi concedida!' A partir daquele momento, Cottolengo foi transformado: todas as suas capacidades, especialmente a sua habilidade econômica e organizativa, foram utilizadas para dar vida a iniciativas em defesa dos mais necessitados."
"Ele soube – continua o Papa – empenhar no seu empreendimento dezenas e dezenas de colaboradores e voluntários. Transferindo-se para a periferia de Turim, a fim de ampliar a sua obra, criou uma espécie de povoado, no qual, a cada edifício que conseguiu construir, atribuiu um nome significativo: 'casa da fé', 'casa da esperança', 'casa da caridade'. Pôs em ato o estilo das 'famílias', constituindo verdadeiras comunidades de pessoas, voluntários e voluntárias, homens e mulheres, religiosos e leigos, unidos para enfrentar e superar em conjunto as dificuldades que se apresentavam."
"Cada um, naquela Pequena Casa da Providência Divina, tinha uma tarefa específica: alguns trabalhavam, outros rezavam, uns serviam, alguns educavam e outros ainda administravam. Pessoas sadias e doentes compartilhavam todas o mesmo peso da vida cotidiana. Também a vida religiosa se definiu no tempo, segundo as necessidades e as exigências particulares. Pensou também num seminário próprio, para uma formação específica dos sacerdotes da Obra. Estava sempre pronto a seguir e a servir a Providência Divina, nunca a interrogá-la. Dizia: 'Sou inútil e nem sei o que faço. Porém, a Providência Divina certamente sabe o que quer. Quando a mim, cabe-me apenas secundá-la. Para a frente, in Domino [no Senhor]'. Para os seus pobres e mais necessitados, definir-se-á sempre 'o operário da Providência Divina'."
"Ao lado das pequenas cidadelas, quis fundar também cinco mosteiros de irmãs contemplativas e um de eremitas, e ali considerou entre as realizações mais importantes: uma espécie de 'coração' que devia pulsar por toda a Obra."
Vê-se que ambos os santos sacerdotes caridosos tudo fizeram pelos mais necessitados, sem, contudo, descuidarem, por mínimo que fosse, da vida espiritual alicerçada na oração. Esta é o centro, o cume da caridade, pois por ela falamos com Deus e nos preparamos para, nas pregações, falar de Deus e, na caridade, agir como Cristo, Deus feito homem por amor de nós, agiria se ali estivesse.
Se olharmos para este nosso imenso Brasil, relembrando as nossas paróquias ou as cidades pelas quais já passamos, também encontraremos exemplos caritativos de velhos párocos que foram, a justo título, chamados de "pai dos pobres", tão grande era o seu cuidado para com todos os que os procuravam. Ninguém saía do mesmo modo que chegou.
Engana-se, no entanto, quem imagina que a caridade é só material. Temos as clássicas obras de misericórdia, sendo que sete delas são materiais (dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestir os nus etc.) e sete são espirituais (aconselhar os errantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos etc.), de modo que, mesmo sem recursos financeiros, é possível praticar o amor para com o próximo que bate à nossa porta.
Eis um exemplo não muito distante de nós: um jovem entregue ao vício do álcool, em um momento de sobriedade pediu ajuda por e-mail a Dom Estevão Bettencourt, beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e que muito fez por esta Arquidiocese, e para o qual celebramos missa no sexto aniversário de seu falecimento na semana passada. O monge lhe respondeu aconselhando-o, caridosamente, a deixar a bebida buscando auxílio de seus pais, voltando a estudar (atividade que ele deixara), procurando apoio em um grupo de AA (Alcoólicos Anônimos) e tentando reencontrar o sentido da vida em Deus e nos valores da fé por meio do apoio de um sacerdote.
Ciente das dificuldades em que o rapaz se encontrava, Dom Estevão lhe falava em certo trecho da mensagem: "Dirá você: e como hei de me aproximar de Deus? Como O acharei, a Ele que é invisível? – Respondo: procure um sacerdote ou um amigo firme na fé, alguém que tenha experiência do convívio com Deus e que lhe possa falar do Eterno com conhecimento de causa. A função do padre é servir aos irmãos e fazer tudo para ajudá-los. Se não encontrar alguém nas suas cercanias, disponha do irmão que lhe escreve (...). Use e abuse de quem o passa a ajudar" (Pergunte e Responderemos n. 448, setembro de 1999, p. 430).
Eis um belo exemplo da caridade sacerdotal que leva ao desprendimento de si para consumir-se, qual chama de uma vela, pelos irmãos que mais carecem de nosso auxílio certo, nas horas incertas de suas vidas a fim de poderem sair de suas "periferias existenciais", como gosta de lembrar o Papa Francisco, e vir para o centro da vida, da família, da comunidade... de onde nunca deveriam ter se afastado.
Como não lembrarmos aqui daquela canção religiosa que diz "Quem vive para si empobrece o seu viver, quem doar a própria vida, vida nova há de colher". Sim, pois o Pai do céu ama quem oferta sem reservas e com alegria (cf. 2Cor 9,7). Este deve ser o caso do sacerdote para quem, a partir do momento de sua entrega vocacional, cujo ápice é a ordenação, nada mais lhe pertence, mas tudo o que Deus lhe deu deve ser colocado a serviço do irmão.
Sem vivermos essa realidade desafiadora, mas, ao mesmo tempo nobre, da nossa missão, corremos o risco de ser como o sino que soa em vão, de nos tornarmos meros "funcionários do sagrado, sem fé e nem amor". Não foi para isso que Cristo chamou e escolheu a nós, seus ministros, mas, sim, para sermos arautos da caridade, uma vez que Ele mesmo deu-nos o exemplo maior, entregando Sua vida por nós quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5,6).
Cientes de tudo isso, peçamos confiantes: Senhor Jesus, dai-nos a graça de viver santamente o meu ministério sacerdotal servindo na caridade os meus irmãos e irmãs, especialmente aqueles que mais necessitam de minha presença junto deles a fim de levar-Vos comigo. Amém!
Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Nenhum de nós – que recebemos o sacramento da Ordem em seu segundo ou terceiro graus – tem um sacerdócio próprio, mas somos participantes do único sacerdócio de Cristo, Nosso Senhor (cf. Hb 5,10; 6,20), que é o mediador por excelência entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2,5). Ele santo, inocente e imaculado (cf. Hb 7,16), com sua única oferenda, levou à perfeição, de uma vez por todas, os que Ele santifica (Hb 10,14) pelo sacrifício de sua cruz.
Assim como o sacrifício de Cristo é único – o da cruz –, mas torna-se presente no sacrifício da Igreja pela Santa Missa, o único sacerdócio de Cristo torna-se também presente pelo sacerdócio ministerial sem em nada diminuir a unicidade do sacerdócio de Cristo. Daí, ensinar São Tomás de Aquino que "somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros" (Comentário aos Hebreus 7,4, citado pelo Catecismo da Igreja Católica n. 1545).
Se cada cristão batizado, por meio de seu sacerdócio comum ou batismal, tem a missão de exercitar a diaconia da caridade, muito mais nós, ministros ordenados, devemos exercer, de acordo com o nosso estado de vida, o amor fraterno para com os mais necessitados que se encontram à nossa volta e clamam por nossa ajuda, pois veem em nós, apesar de nossas misérias humanas, homens de Deus e distribuidores de Seu amor.
Aliás, o amor é a tônica ou o diferencial da vida cristã. Foi o próprio Senhor Jesus quem nos disse: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", pois "ninguém tem maior prova de amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,12-13). Esse amor imperava nas primeiras comunidades cristãs, de modo que não havia necessitados entre eles (At. 2,42-47) e, assim, eram um só coração e uma só alma (cf. At 4,32).
O Apóstolo João exalta tanto a prática do amor que afirma que Deus é amor (cf. 1 Jo 4,16) e aquele que diz amar a Deus a quem não vê, mas não ama seu irmão a quem vê é mentiroso (cf. 1Jo 4,20). São Paulo escreve o belo hino da caridade e diz que sem amor somos como o sino que não faz barulho (cf. 1Cor 13), ou seja, não servimos para nada.
Voltando-nos para os ministros ordenados, dentre os quais eu me incluo, devemos pensar nas palavras do Senhor, em outro contexto, a dizer que a quem mais é dado, mais será pedido (cf. Lc 12,48). Quer dizer: se dos que receberam o sacerdócio comum dos fiéis pelo Batismo serão pedidas contas, quais não serão as cobranças exigidas daqueles que receberam, além do Santo Batismo, a ordenação presbiteral a fim de sermos as mãos estendidas de Cristo ao mundo?
Contudo, o que nos motiva a praticarmos o amor-ágape não é o medo da cobrança divina, mas, sim, a responsabilidade da função que assumimos, de servir a Deus por meio dos irmãos, a começar pelos que mais necessitam. Aliás, Jesus deixa claro que não são os que se acham de saúde que carecem de médicos, mas, sim, os doentes (cf. Mc 2,17).
O Papa Bento XVI recordava,em sua Catequesede 29 de abril de2010, avida de São Leonardo Murialdo, enquanto sacerdote exemplar do século XIX, dizendo que ele viveu "ressaltando a grandeza da missão do presbítero, que deve 'continuar a obra da redenção, a grande obra de Jesus Cristo, a obra do Salvador do mundo', ou seja, de 'salvar as almas', São Leonardo recordava sempre a si mesmo e aos irmãos de hábito a responsabilidade de uma vida coerente com o sacramento recebido. Amor de Deus e amor a Deus: foi esta a força do seu caminho de santidade, a lei do seu sacerdócio, o significado mais profundo do seu apostolado entre os jovens pobres e a fonte da sua oração. São Leonardo Murialdo abandonou-se com confiança à Providência, cumprindo generosamente a vontade divina, no contato com Deus e dedicando-se aos jovens pobres. Deste modo, ele uniu o silêncio contemplativo com o ardor incansável da ação, a fidelidade aos deveres de cada dia com a genialidade das iniciativas, a força nas dificuldades com a tranquilidade do espírito. Este é o seu caminho de santidade para viver o mandamento do amor a Deus e ao próximo".
Outro exemplo de caridade sacerdotal, citado por Bento XVI na mesma Catequese, é a de São José de Cottolengo, também santo do século XIX. Este homem de Deus teve sua inspiração para se dedicar mais intensamente à caridade na manhã de domingo, 2 de setembro de 1827, ao encontrar-se, em Turim, com uma família francesa cuja esposa, com cinco filhos, estava em estado de gravidez avançada e com febre alta.
"Depois de ter passado por vários hospitais – diz Bento XVI –, a família encontrou alojamento num dormitório público, mas a situação para a mulher foi-se agravando e algumas pessoas puseram-se em busca de um sacerdote. Por um misterioso desígnio, cruzaram-se com Cottolengo e foi precisamente ele, com o coração amargurado e oprimido, que acompanhou essa jovem mãe até à morte, entre a angústia de toda a família."
"Depois de ter cumprido este doloroso dever, com o sofrimento no coração, foi diante do Santíssimo Sacramento e rezou: 'Meu Deus, por quê? Por que quiseste que eu fosse uma testemunha? O que queres de mim? É necessário fazer algo!' Levantou-se, mandou badalar todos os sinos, acendeu as velas e, recebendo os curiosos na igreja, disse: 'A graça foi concedida! A graça foi concedida!' A partir daquele momento, Cottolengo foi transformado: todas as suas capacidades, especialmente a sua habilidade econômica e organizativa, foram utilizadas para dar vida a iniciativas em defesa dos mais necessitados."
"Ele soube – continua o Papa – empenhar no seu empreendimento dezenas e dezenas de colaboradores e voluntários. Transferindo-se para a periferia de Turim, a fim de ampliar a sua obra, criou uma espécie de povoado, no qual, a cada edifício que conseguiu construir, atribuiu um nome significativo: 'casa da fé', 'casa da esperança', 'casa da caridade'. Pôs em ato o estilo das 'famílias', constituindo verdadeiras comunidades de pessoas, voluntários e voluntárias, homens e mulheres, religiosos e leigos, unidos para enfrentar e superar em conjunto as dificuldades que se apresentavam."
"Cada um, naquela Pequena Casa da Providência Divina, tinha uma tarefa específica: alguns trabalhavam, outros rezavam, uns serviam, alguns educavam e outros ainda administravam. Pessoas sadias e doentes compartilhavam todas o mesmo peso da vida cotidiana. Também a vida religiosa se definiu no tempo, segundo as necessidades e as exigências particulares. Pensou também num seminário próprio, para uma formação específica dos sacerdotes da Obra. Estava sempre pronto a seguir e a servir a Providência Divina, nunca a interrogá-la. Dizia: 'Sou inútil e nem sei o que faço. Porém, a Providência Divina certamente sabe o que quer. Quando a mim, cabe-me apenas secundá-la. Para a frente, in Domino [no Senhor]'. Para os seus pobres e mais necessitados, definir-se-á sempre 'o operário da Providência Divina'."
"Ao lado das pequenas cidadelas, quis fundar também cinco mosteiros de irmãs contemplativas e um de eremitas, e ali considerou entre as realizações mais importantes: uma espécie de 'coração' que devia pulsar por toda a Obra."
Vê-se que ambos os santos sacerdotes caridosos tudo fizeram pelos mais necessitados, sem, contudo, descuidarem, por mínimo que fosse, da vida espiritual alicerçada na oração. Esta é o centro, o cume da caridade, pois por ela falamos com Deus e nos preparamos para, nas pregações, falar de Deus e, na caridade, agir como Cristo, Deus feito homem por amor de nós, agiria se ali estivesse.
Se olharmos para este nosso imenso Brasil, relembrando as nossas paróquias ou as cidades pelas quais já passamos, também encontraremos exemplos caritativos de velhos párocos que foram, a justo título, chamados de "pai dos pobres", tão grande era o seu cuidado para com todos os que os procuravam. Ninguém saía do mesmo modo que chegou.
Engana-se, no entanto, quem imagina que a caridade é só material. Temos as clássicas obras de misericórdia, sendo que sete delas são materiais (dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestir os nus etc.) e sete são espirituais (aconselhar os errantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos etc.), de modo que, mesmo sem recursos financeiros, é possível praticar o amor para com o próximo que bate à nossa porta.
Eis um exemplo não muito distante de nós: um jovem entregue ao vício do álcool, em um momento de sobriedade pediu ajuda por e-mail a Dom Estevão Bettencourt, beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e que muito fez por esta Arquidiocese, e para o qual celebramos missa no sexto aniversário de seu falecimento na semana passada. O monge lhe respondeu aconselhando-o, caridosamente, a deixar a bebida buscando auxílio de seus pais, voltando a estudar (atividade que ele deixara), procurando apoio em um grupo de AA (Alcoólicos Anônimos) e tentando reencontrar o sentido da vida em Deus e nos valores da fé por meio do apoio de um sacerdote.
Ciente das dificuldades em que o rapaz se encontrava, Dom Estevão lhe falava em certo trecho da mensagem: "Dirá você: e como hei de me aproximar de Deus? Como O acharei, a Ele que é invisível? – Respondo: procure um sacerdote ou um amigo firme na fé, alguém que tenha experiência do convívio com Deus e que lhe possa falar do Eterno com conhecimento de causa. A função do padre é servir aos irmãos e fazer tudo para ajudá-los. Se não encontrar alguém nas suas cercanias, disponha do irmão que lhe escreve (...). Use e abuse de quem o passa a ajudar" (Pergunte e Responderemos n. 448, setembro de 1999, p. 430).
Eis um belo exemplo da caridade sacerdotal que leva ao desprendimento de si para consumir-se, qual chama de uma vela, pelos irmãos que mais carecem de nosso auxílio certo, nas horas incertas de suas vidas a fim de poderem sair de suas "periferias existenciais", como gosta de lembrar o Papa Francisco, e vir para o centro da vida, da família, da comunidade... de onde nunca deveriam ter se afastado.
Como não lembrarmos aqui daquela canção religiosa que diz "Quem vive para si empobrece o seu viver, quem doar a própria vida, vida nova há de colher". Sim, pois o Pai do céu ama quem oferta sem reservas e com alegria (cf. 2Cor 9,7). Este deve ser o caso do sacerdote para quem, a partir do momento de sua entrega vocacional, cujo ápice é a ordenação, nada mais lhe pertence, mas tudo o que Deus lhe deu deve ser colocado a serviço do irmão.
Sem vivermos essa realidade desafiadora, mas, ao mesmo tempo nobre, da nossa missão, corremos o risco de ser como o sino que soa em vão, de nos tornarmos meros "funcionários do sagrado, sem fé e nem amor". Não foi para isso que Cristo chamou e escolheu a nós, seus ministros, mas, sim, para sermos arautos da caridade, uma vez que Ele mesmo deu-nos o exemplo maior, entregando Sua vida por nós quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5,6).
Cientes de tudo isso, peçamos confiantes: Senhor Jesus, dai-nos a graça de viver santamente o meu ministério sacerdotal servindo na caridade os meus irmãos e irmãs, especialmente aqueles que mais necessitam de minha presença junto deles a fim de levar-Vos comigo. Amém!
Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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Audiência de quarta-feira
Audiência Geral: Nesta semana, será bom olhar para o crucifixo
Texto completo da catequese do Papa Francisco
CIDADE DO VATICANO, 16 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 16 de abril, o Santo Padre Francisco destacou em sua catequese a liturgia do dia, que narra a traição de Judas, o início da Paixão de Cristo. Eis o texto na ítegra:
Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, no meio da Semana Santa, a liturgia nos apresenta um episódio triste: a história da traição de Judas, que vai até os líderes do Sinédrio para mercantilizar e entregar a eles o seu Mestre. "Que me dareis se vos entregar Jesus?". Cristo, nesse momento, tem um preço. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um caminho doloroso que Ele escolhe com liberdade absoluta.
Ele mesmo diz claramente: "Eu dou a minha vida… Ninguém a tira de mim; eu a dou por mim mesmo. Eu tenho poder para entregá-la e autoridade para tomá-la novamente"(Jo 10,17-18). E assim, com essa traição, começa o caminho da humilhação, da espoliação de Jesus. Como se ele estivesse no mercado: isso custa trinta moedas de prata… Uma vez no caminho da humilhação e da desapropriação, Jesus o percorre até o fim.
Jesus chega à humilhação completa com a "morte de cruz". Trata-se da pior morte, pois era reservada para escravos e criminosos. Jesus era considerado um profeta, mas morre como um criminoso. Olhando para Ele em Sua Paixão, como podemos ver em um espelho os sofrimentos da humanidade, encontramos a resposta divina para o mistério do mal, da dor, da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e a dor que nos rodeia, e perguntamos: "Por que Deus permite isso?". É uma ferida profunda para nós ver o sofrimento e a morte, especialmente o a dos inocentes! Quando vemos crianças sofrendo, é uma ferida para o coração, é o mistério do mal. Jesus toma todo esse mal, todo esse sofrimento sobre si mesmo. Nesta semana, será bom olhar para o crucifixo, beijar as feridas de Jesus, beijá-Lo no crucifixo. Ele tomou sobre si todo o sofrimento humano e se revestiu desse sofrimento.
Esperamos que Deus, em Sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Em vez disso, Deus nos mostra uma vitória humilde que parece humanamente um fracasso. Podemos dizer que Ele vence no fracasso. O Filho de Deus, de fato, parece na cruz um homem derrotado: sofre, é traído, caluniado e, por fim, morre. Mas Jesus permite que o mal esteja sobre Ele; assim, o toma para si e o vence. Sua Paixão não é um acidente; sua morte – aquela morte – foi "escrita". Realmente, não encontramos muitas explicações. É um mistério desconcertante, o mistério da grande humildade de Deus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único" (Jo 3, 16).
Nesta semana, pensamos tanto na dor de Jesus e dizemos para nós mesmos: isto é por mim. Mesmo que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele o teria feito. Ele fez isso por mim. Beijamos o crucifixo e dizemos: 'Por mim, obrigado Jesus, por mim'.
Quando tudo parece perdido, quando não resta ninguém, porque golpearam o "pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersaram" (Mt 26,31), é aí, então, que Deus intervém com o poder da ressurreição.
A ressurreição de Jesus não é o fim de um conto de fadas feliz, não é o fim feliz de um filme, mas a intervenção de Deus Pai quando a esperança humana estava perdida. No momento em que tudo parece perdido, no momento de dor, no qual muitas pessoas sentem que precisam descer da cruz, é o momento mais próximo da Ressurreição. A noite fica mais escura, pouco antes de começar a manhã, antes de começar a luz. No momento mais sombrio, Deus intervém e ressuscita.
Jesus, que escolheu passar por esse caminho, nos chama a segui-Lo no mesmo caminho de humilhação. Quando em determinados momentos da vida encontramos alguma saída para nossas dificuldades, quando nos afundamos na escuridão mais espessa, é o momento da nossa humilhação e espoliação total, a hora em que nós experimentamos que somos fracos e pecadores. É próprio, neste momento, que não devemos mascarar o nosso fracasso, mas nos abrir, com confiança, à esperança em Deus, como fez Jesus.
Queridos irmãos e irmãs, nesta semana, nos fará bem pegar o crucifixo na mão e beijá-lo muito, muito, e dizer: "Obrigado, Jesus! Obrigado, Senhor!". Que assim seja.
(Trad.: Canção Nova)
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, no meio da Semana Santa, a liturgia nos apresenta um episódio triste: a história da traição de Judas, que vai até os líderes do Sinédrio para mercantilizar e entregar a eles o seu Mestre. "Que me dareis se vos entregar Jesus?". Cristo, nesse momento, tem um preço. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um caminho doloroso que Ele escolhe com liberdade absoluta.
Ele mesmo diz claramente: "Eu dou a minha vida… Ninguém a tira de mim; eu a dou por mim mesmo. Eu tenho poder para entregá-la e autoridade para tomá-la novamente"(Jo 10,17-18). E assim, com essa traição, começa o caminho da humilhação, da espoliação de Jesus. Como se ele estivesse no mercado: isso custa trinta moedas de prata… Uma vez no caminho da humilhação e da desapropriação, Jesus o percorre até o fim.
Jesus chega à humilhação completa com a "morte de cruz". Trata-se da pior morte, pois era reservada para escravos e criminosos. Jesus era considerado um profeta, mas morre como um criminoso. Olhando para Ele em Sua Paixão, como podemos ver em um espelho os sofrimentos da humanidade, encontramos a resposta divina para o mistério do mal, da dor, da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e a dor que nos rodeia, e perguntamos: "Por que Deus permite isso?". É uma ferida profunda para nós ver o sofrimento e a morte, especialmente o a dos inocentes! Quando vemos crianças sofrendo, é uma ferida para o coração, é o mistério do mal. Jesus toma todo esse mal, todo esse sofrimento sobre si mesmo. Nesta semana, será bom olhar para o crucifixo, beijar as feridas de Jesus, beijá-Lo no crucifixo. Ele tomou sobre si todo o sofrimento humano e se revestiu desse sofrimento.
Esperamos que Deus, em Sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Em vez disso, Deus nos mostra uma vitória humilde que parece humanamente um fracasso. Podemos dizer que Ele vence no fracasso. O Filho de Deus, de fato, parece na cruz um homem derrotado: sofre, é traído, caluniado e, por fim, morre. Mas Jesus permite que o mal esteja sobre Ele; assim, o toma para si e o vence. Sua Paixão não é um acidente; sua morte – aquela morte – foi "escrita". Realmente, não encontramos muitas explicações. É um mistério desconcertante, o mistério da grande humildade de Deus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único" (Jo 3, 16).
Nesta semana, pensamos tanto na dor de Jesus e dizemos para nós mesmos: isto é por mim. Mesmo que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele o teria feito. Ele fez isso por mim. Beijamos o crucifixo e dizemos: 'Por mim, obrigado Jesus, por mim'.
Quando tudo parece perdido, quando não resta ninguém, porque golpearam o "pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersaram" (Mt 26,31), é aí, então, que Deus intervém com o poder da ressurreição.
A ressurreição de Jesus não é o fim de um conto de fadas feliz, não é o fim feliz de um filme, mas a intervenção de Deus Pai quando a esperança humana estava perdida. No momento em que tudo parece perdido, no momento de dor, no qual muitas pessoas sentem que precisam descer da cruz, é o momento mais próximo da Ressurreição. A noite fica mais escura, pouco antes de começar a manhã, antes de começar a luz. No momento mais sombrio, Deus intervém e ressuscita.
Jesus, que escolheu passar por esse caminho, nos chama a segui-Lo no mesmo caminho de humilhação. Quando em determinados momentos da vida encontramos alguma saída para nossas dificuldades, quando nos afundamos na escuridão mais espessa, é o momento da nossa humilhação e espoliação total, a hora em que nós experimentamos que somos fracos e pecadores. É próprio, neste momento, que não devemos mascarar o nosso fracasso, mas nos abrir, com confiança, à esperança em Deus, como fez Jesus.
Queridos irmãos e irmãs, nesta semana, nos fará bem pegar o crucifixo na mão e beijá-lo muito, muito, e dizer: "Obrigado, Jesus! Obrigado, Senhor!". Que assim seja.
(Trad.: Canção Nova)
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Testemunho
A conversão de Barrabás
Um olhar mudou a vida do ator Pietro Sarubbi, que interpretou o papel de bandido no filme 'A Paixão de Cristo' de Mel Gibson
Por Redacao
ROMA, 17 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Sendo somente um adolescente, Pietro Sarubbi fugiu de casa e se juntou a uma companhia de circo. Em seguida, continuou a viajar pelo mundo, acreditando que em algum lugar poderia preencher o vazio espiritual que o afligia. Entre viagens e viagens continuava sua carreira de ator que tinha começado aos 18 anos trabalhando em peças de teatro, comerciais e cinema italiano independente. Especializou-se no gênero da comédia, mas sempre sentia uma leve sensação de fracasso, porque o seu desejo era o de dirigir.
Em 2001, Hollywood parecia sorrir para ele com um papel coadjuvante no filme "Capitão Corelli", mas o vazio existencial nunca o abandonou. Meses depois o telefone tocou com uma oferta para colaborar com Mel Gibson. Pensou que seria em um filme de ação, mas foi surpreendido ao saber que o filme narraria a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Nunca imaginou que poderia atuar em uma representação da paixão de Cristo, porque naquele momento estava muito longe da Igreja. Queria encarnar o apóstolo Pedro. Não por algo espiritual, mas porque pagavam melhor por dia de trabalho. Portanto, não escondeu sua decepção quando o diretor disse que o procurava para interpretar a Barrabás.
Poucos dias antes de filmar a cena, teve uma conversa com Mel Gibson, que quis dar-lhe mais detalhes sobre o personagem. Para o cineasta, Barrabás não era simplesmente um bandido que pertencia ao grupo dos Zelotes . Foi preso por muitos anos, foi torturado e levado ao limite. Em seguida, Gibson disse um detalhe que tocou profundamente Sarubbi: Barrabás começou a se converter em um animal sem palavras, que se expressava com o olhar. Por isso escolheu o ator italiano.
Depois de investigar, achou que ele parecia encarnar bem esse animal selvagem e, ao mesmo tempo, refugiar no fundo do seu coração o olhar de um homem bom.
Uma vez no set, Sarubbi ficou absorto contemplando por uns momentos o seu colega Jim Caviezel, que interpretava Jesus. Faltavam poucos minutos para gravar a cena onde o povo perdoava Barrabás e condenava o Messias. Surpreendentemente, o ator e Barrabás se transformaram numa só pessoa. A cena avançou e ele já não atuava, vivia, vibrava com os acontecimentos. "Nõ, a esse não! Barrabás!' Os gritos da multidão tinham alcançado o seu objetivo. Estava livre!
Inflado pela sua boa fortuna, olhava ironicamente para as autoridades e, em seguida, para a multidão. E, finalmente, descendo as escadas, seu olhar se encontrou com o de Jesus. "Foi um grande impacto. Senti como se tivesse uma corrente elétrica entre nós. Eu via o próprio Jesus", diz Pietro Sarubbi. A partir daquele momento, diz ele, tudo em sua vida mudou. Aquela paz que eu tinha procurado por anos, finalmente tinha invadido sua alma.
"Ao olhar nos meus olhos, seus olhos não tinham ódio ou ressentimento, apenas misericórdia e amor". O ator italiano relata assim a sua fulminante conversão no livro "Da Barabba a Gesù - Convertito da uno sguardo" (De Barrabás a Jesus, convertido por um olhar). No texto, Sarubbi também explica como o dom da fé abarca agora todas as facetas da sua vida. E o livro conclui com sua exegese pessoal da história bíblica, onde o ator mostra a razão da sua gratidão com aquele personagem, Barrabás, que ele tinha se resistido a encarnar: "Ele é o homem que Jesus salvou da cruz. É ele que representa toda a humanidade".
[Trad.TS]
Read it online | Envie a um amigo | Comenta online Em 2001, Hollywood parecia sorrir para ele com um papel coadjuvante no filme "Capitão Corelli", mas o vazio existencial nunca o abandonou. Meses depois o telefone tocou com uma oferta para colaborar com Mel Gibson. Pensou que seria em um filme de ação, mas foi surpreendido ao saber que o filme narraria a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Nunca imaginou que poderia atuar em uma representação da paixão de Cristo, porque naquele momento estava muito longe da Igreja. Queria encarnar o apóstolo Pedro. Não por algo espiritual, mas porque pagavam melhor por dia de trabalho. Portanto, não escondeu sua decepção quando o diretor disse que o procurava para interpretar a Barrabás.
Poucos dias antes de filmar a cena, teve uma conversa com Mel Gibson, que quis dar-lhe mais detalhes sobre o personagem. Para o cineasta, Barrabás não era simplesmente um bandido que pertencia ao grupo dos Zelotes . Foi preso por muitos anos, foi torturado e levado ao limite. Em seguida, Gibson disse um detalhe que tocou profundamente Sarubbi: Barrabás começou a se converter em um animal sem palavras, que se expressava com o olhar. Por isso escolheu o ator italiano.
Depois de investigar, achou que ele parecia encarnar bem esse animal selvagem e, ao mesmo tempo, refugiar no fundo do seu coração o olhar de um homem bom.
Uma vez no set, Sarubbi ficou absorto contemplando por uns momentos o seu colega Jim Caviezel, que interpretava Jesus. Faltavam poucos minutos para gravar a cena onde o povo perdoava Barrabás e condenava o Messias. Surpreendentemente, o ator e Barrabás se transformaram numa só pessoa. A cena avançou e ele já não atuava, vivia, vibrava com os acontecimentos. "Nõ, a esse não! Barrabás!' Os gritos da multidão tinham alcançado o seu objetivo. Estava livre!
Inflado pela sua boa fortuna, olhava ironicamente para as autoridades e, em seguida, para a multidão. E, finalmente, descendo as escadas, seu olhar se encontrou com o de Jesus. "Foi um grande impacto. Senti como se tivesse uma corrente elétrica entre nós. Eu via o próprio Jesus", diz Pietro Sarubbi. A partir daquele momento, diz ele, tudo em sua vida mudou. Aquela paz que eu tinha procurado por anos, finalmente tinha invadido sua alma.
"Ao olhar nos meus olhos, seus olhos não tinham ódio ou ressentimento, apenas misericórdia e amor". O ator italiano relata assim a sua fulminante conversão no livro "Da Barabba a Gesù - Convertito da uno sguardo" (De Barrabás a Jesus, convertido por um olhar). No texto, Sarubbi também explica como o dom da fé abarca agora todas as facetas da sua vida. E o livro conclui com sua exegese pessoal da história bíblica, onde o ator mostra a razão da sua gratidão com aquele personagem, Barrabás, que ele tinha se resistido a encarnar: "Ele é o homem que Jesus salvou da cruz. É ele que representa toda a humanidade".
[Trad.TS]
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]