MÊS DE MAIO DE 2014
MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA
(09) RETRATO DE JACINTA Continuação
10 Resistência da família.
Entretanto. A notícia do acontecimento tinha-se espalhado.
Minha Mãe começava a afligir-se e queria, a todo o custo, que eu me desdissesse.
Um dia, antes que saísse com o rebanho, quis obrigar-me a confessar que tinha mentido.
Não poupou, para isso, carinhos, ameaças, nem mesmo o cabo da vassoura.
Não conseguindo obter outra resposta que um mudo silêncio ou a confirmação do que já tinha dito, mandou-me abrir o rebanho, dizendo que pensasse bem, durante o dia; que, se nunca tinha consentido uma mentira nos seus filhos, muito menos consentia agora uma daquela espécie; que, à noite, me obrigaria a ir junto daquelas pessoas a quem tinha enganado, confessar que tinha mentido e pedir perdão.
Lá fui com as minhas ovelhinhas; e nesse dia já os meus companheiros me esperavam.
Ao verem-me a chorar, correram a perguntar-me a causa.
Contei-lhes o que se tinha passado e acrescentei :
- Agora, digam-me como vou fazer ?! Minha Mãe quer, a todo o custo, que diga que menti; e como vou dizê-lo ?
Então o Francisco diz para a Jacinta :
- Vês ? Tu é que tens a culpa ! Para que o foste dizer ?
A pobre criança, chorando, põe-se de joelhos, com as mãos postas, a pedir-nos perdão.
- Fiz mal dizia, chorando mas eu nunca maisdigo nada a ninguém !
Agora, perguntará V. Ex.cia : Quem lhe ensinou a fazer esse acto de humildade?!
- Não sei. Talvez por ver seus irmãozinhos pedir perrdão a seus pais, na véspera de comungar; ou porque a Jacinta foi, segundo me parece, aquela a quem a Santíssima Virgem comunicou maior abundância de graça, conhecimento de Deus e da virtude.
Quando, algum tempo depois, o Senhor Prior nos mandou chamar, para nos interrogar, a Jacinta baixou a cabeça e a custo sua Rev.cia conseguiu obter dela apenas duas ou três palavras.
Quando viemos embora, perguntei-lhe :
- Porque não querias responder ao Senhor Prior ?
- Porque prometi não dizer mais nada a ninguém !
Um dia perguntou :
- Porque não podemos dizer que aquela Senhora nos disse para fazermos sacrifícios pelos pecadores ?
- Para que não nos perguntem que sacrifícios fazemos.
Minha Mãe afligia-se cada vez mais com o progresso dos acontecimentos.
Empregou, por isso, mais um esforço para me obrigar a confessar que tinha mentido.
Um dia, pela manhã,, chama-me e diz que me vai levar a casa do Senhor Prior.
- Quando lá chegares, pões-te de joelhos, dizes-lhe que mentiste e pedes-lhe perdão.
Ao passar por casa da minha Tia, minha Mãe entrou uns minutos.
Aproveitei a ocasião para contar à Jacinta o que se passava.
Ao ver-me aflita, deixou cair algumas lágrimas e disse-me :
- Vou-me já levantar e vou chamar o Francisco. Vamos para o teu poço rezar. Quando voltares, vai lá ter.
À volta, corri ao poço e lá estavam os dois, de joelhos, a rezar.
Logo que me viram, a Jacinta correu a abraçar-me e a perguntar como tinha feito.
Depois disse-me :
- Vês ? Não devemos ter medo de nada ! Aquela Senhora ajuda-nos sempre. É tão nossa amiga !
Desde que Nossa Senhora nos ensinou a oferecer a Jesus os nossos sacrifícios, sempre que combinávamos fazer algum ou que tínhamos alguma prova a sofrer, a Jacinta perguntava :
- Já disseste a Jesus que é por Seu amor ?
Se lhe dizia que não...
- Então digo-Lho eu.
E punha s mãozinhas, levantava os olhos ao Céu e dizia :
- Ó Jesus, é por Vosso amor e pela conversão dos pecadores.
Nascimento
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Enviado por: "John A. Nascimento" <nascimentoja@Shaw.ca>
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]