segunda-feira, 12 de maio de 2014

[ZP140512] O mundo visto de Roma


Campanha de doações : Necessita-se de AÇÃO URGENTE!


Pedimos à generosidade de todos os leitores que ainda não puderam responder com sua contribuição.

ZENIT verdadeiramente é uma agência conduzida por seus leitores. Não tem nenhuma outra fonte substancial de recursos para cobrir os gastos anuais: o único meio com que contamos é a generosidade dos leitores que possam nos apoiar.
Se não conseguirmos nos aproximar da meta de 70.000 dólares, ou seja, 170.000 Reais aproximadamente (52.000 Euros) para a edição em português, não poderemos garantir a continuidade do serviço.

Por favor, se você tem condições, não deixe de participar desta campanha de doações!
Se está pensando ou em algum momento pensou em sustentar ZENIT, este é o momento: envie sua doação agora mesmo!

É possível enviar sua doação com cartão de crédito, cheque ou transferência bancária.

Todas as informações para enviar uma doação se encontram em: http://zenit.org/portuguese/doacao.html

Agradecemos de coração pela ajuda que cada um possa nos dar!
ZENIT
O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 12 de Maio de 2014
Pensamento do dia, segunda- feira, 12 de maio


"Não é de admirar se a soberba gera a separação, a caridade, a unidade." Santo Agostinho de Hipona (354-430) 


Papa Francisco 
"Não se cansem nunca de serem misericordiosos!" 
Homilia do Papa na Missa de ordenação de 13 presbíteros 
O Papa, no dia 1° de Junho, com a Renovação no Espírito Santo: "Um fato histórico e inédito 
O pontífice vai participar, das 17 às 18h30, na XXXVII Convocação no Estádio Olímpico com o tema: "Arrependei-vos ! Crede! Recebei o Espírito Santo! Para uma Igreja "em saída" missionária" 
Santa Sé 
Assinados falsos contratos de trabalho no Vaticano: a denúncia é do Governatorato 
Em um comunicado, o Governatorato pede para que se relate tais episódios para as autoridades italianas competentes, enviando cópia da denúncia para a Gendarmeria Vaticana 
Igreja e Religião 
Mons. Tomasi à ONU sobre os abusos, a expulsão de 848 sacerdotes e ações capilares. Entrevista à ZENIT 
Esta chaga na sociedade deve fazer que nos perguntemos como trabalhar com a força do Evangelho 
São João Paulo II, padroeiro da Polônia? 
De acordo com uma pesquisa realizada pelo semanário católico "Niedzela", 83% dos poloneses têm esse desejo 
Dom Manuel Clemente é reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa 
Patriarca de Lisboa guiará Igreja de Portugal por mais três anos 
Venezuela: a Igreja recupera a Universidade Católica de Caracas 
Em 2004, tinha perdido o controle. O sacerdote Boully é o novo reitor, por decisão publicada no Diário Oficial 
Documento sobre questão agrária é aprovado na 52ª Assembleia dos Bispos 
Dom Enemésio Lazarris pretende levar discussão para esfera federal e estadual 
Cultura e Sociedade 
STJ de Portugal reconhece personalidade jurídica do nascituro 
O nascituro não é uma simples massa orgânica (...) mas um ser humano, com dignidade de pessoa humana, afirma decisão dos magistrados 
Comunicar a fé hoje 
Biblioteca digital da nova evangelização 
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais. 
Homens e Mulheres de Fé 
Monges Cistercienses de São José do Rio Pardo (III) 
História da vida monástica de São José do Rio Pardo, SP 
Familia e Vida 
Editora católica lança livro sobre a ética do aborto 
Direitos das mulheres, vida humana e a questão da justiça 
Brasil diz não retumbante à ideologia de gênero 
Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo. 
Mundo 
Vandalismo anticristão 
Comunicado das Escolas Católicas de Israel 
The Economist: Papa Francisco é estudo de caso na Harvard Business School 
Surpreendente do ponto de vista empresarial pelo êxito alcançado em tão curto espaço de tempo. Com aprovação de 85% dos americanos 
China: na internet a Bíblia supera o Livrinho Vermelho e o Papa ultrapassa o premier 
Análise do Weibo, serviço de microblogging utilizado por 300 milhões de pessoas, mostra que o conteúdo cristão supera os ligados ao Partido Comunista 
Entrevistas 
"Eu tomei a minha vida e transformei em uma obra-prima" 
Irmã Cristina Acquistapace, portadora de síndrome de Down, afirma "ser uma mulher feliz e ralizada, com uma missão especial" 
Entrevista com o Custódio da Terra Santa: "Jerusalém é a casa de Pedro" 
O pe. Pierbattista Pizzaballa fala da espera pela visita pastoral do papa Francisco 
Espiritualidade 
Maria é Medianeira de Todas As Graças? 
Até hoje não foi definido pela Igreja e há poucos elementos explícitos sobre esse tema na Sagrada Escritura e na Tradição. 
Análise 
As condições da liberdade religiosa no mundo 
O 15° relatório anual do USCIFR revela dados alarmantes 
«Regina Caeli» 
Papa pede orações pelos Pastores, vocações e pelas mães 
As palavras do Pontífice no Regina Coeli 



Papa Francisco
"Não se cansem nunca de serem misericordiosos!" 
Homilia do Papa na Missa de ordenação de 13 presbíteros

Por Redacao


CIDADE DO VATICANO, 12 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Na manhã deste domingo, 11, Papa Francisco celebrou a Santa Missa na Basílica Vaticana e ordenou 13 novos sacerdotes. Como homilia, o Papa pronunciou as palavras sugeridas pelo Rito da Ordenação dos Presbíteros, fazendo uma pausa para destacar algumas passagens. Eis o texto na íntegra:

Queridos irmãos, estes nossos filhos e irmãos foram chamados à ordem do sacerdócio. Como vocês bem sabem, o Senhor Jesus é o único sumo sacerdote do Novo Testamento; mas Nele também todo o povo santo de Deus foi constituído povo sacerdotal. No entanto, entre todos os seus discípulos, o Senhor Jesus quer escolher alguns em particular, para que exercitando publicamente na Igreja e em seu nome o ofício sacerdotal em favor de todos os homens, continuassem a sua missão pessoal de mestre, sacerdote e pastor.

Depois de madura reflexão, nós estamos para elevar à ordem dos presbíteros estes nossos irmãos, para que a serviço de Cristo mestre, sacerdote e pastor cooperem para edificar o corpo de Cristo, que é a Igreja, no povo de Deus e templo santo do Espírito.

Esses serão, de fato, configurados a Cristo sumo e eterno sacerdote, ou seja, serão consagrados como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento e com este título, que os une no sacerdócio ao seu bispo, serão pregadores do Evangelho, pastores do povo de Deus e presidirão as ações de culto, especialmente nas celebrações do sacrifício do Senhor.

Quanto a vocês, irmãos e filhos amados, que estão para receberem a ordem do sacerdócio, considerem que exercitando o ministério da sagrada doutrina vocês serão participantes da missão de Cristo, único mestre. Distribuam a todos aquela Palavra, que vocês mesmos receberam com alegria de vossas mães, de vossas catequistas. Leiam e meditem assiduamente a palavra do Senhor para acreditar naquilo que leram, ensinar o que aprenderam na fé, viver o que ensinaram. Seja, portanto, alimento para o povo de Deus a vossa doutrina, que não é vossa: vocês não são patrões da doutrina! É a doutrina do Senhor e vocês devem ser fiéis à doutrina do Senhor! Seja, portanto, alimento para o povo de Deus a vossa doutrina, alegria e apoio aos fiéis de Cristo o perfume da vossa vida, para que com a palavra e o exemplo edifiquem a casa de Deus, que é a Igreja.

E assim vocês continuarão a obra santificadora de Cristo. Mediante o vosso ministério, o sacrifício espiritual dos fiéis se torna perfeito, porque unido ao sacrifício de Cristo, que pelas vossas mãos em nome de toda a Igreja vem oferecido de modo incruento no altar na celebração dos santos mistérios.

Reconheçam, então, aquilo que fazem, imitem aquilo que celebram, para que participando do mistério da morte e ressurreição do Senhor levem a morte de Cristo em vossos membros e caminhem com Ele em novidade de vida.

Com o Batismo, vocês agregarão novos fiéis ao povo de Deus; com o sacramento da Penitência, perdoarão os pecados em nome de Cristo e da Igreja. E aqui quero parar e pedir a vocês, pelo amor de Jesus Cristo: não se cansem nunca de serem misericordiosos! Por favor! Tenham aquela capacidade de perdão que tinha o Senhor, que não veio para condenar, mas para perdoar! Tenham misericórdia, tanta! E se vem a dúvida de ser "perdoador" demais, pensem naquele santo padre do qual vos falei, que ficava diante do tabernáculo e dizia: "Senhor, perdoa-me se perdoei demais. Mas foi tu mesmo que me destes o mau exemplo!". E eu vos digo, verdadeiramente: a mim causa tanta dor quando encontro gente que não vai mais se confessar porque foi repreendida. Sentiram que as igrejas lhes bateram a porta na cara. Por favor, não façam isso: misericórdia, misericórdia! O bom pastor entra pela porta e a porta da misericórdia são as chagas do Senhor: se vocês não entram no vosso ministério pelas chagas do Senhor, não serão bons pastores.

Com o óleo santo, vocês darão alívio aos enfermos; celebrando os ritos sagrados e elevando nas várias horas do dia a oração de louvor e de súplica, vocês darão voz ao povo de Deus e de toda a humanidade.

Conscientes de terem sido escolhidos entre os homens e constituídos em favor deles para atender às coisas de Deus, exerçam com alegria e caridade sincera a obra sacerdotal de Cristo, unicamente intencionados a agradar a Deus, não a vocês mesmos.

E pensem naquilo que dizia Santo Agostinho dos pastores que procuravam agradar a si mesmos, que usavam as ovelhas do Senhor como alimento e para vestir-se, para usar a majestade de um ministério que não se sabia se era de Deus. Enfim, participando da missão de Cristo, mestre e pastor, em comunhão filial com o vosso bispo, se empenhem em unir os fiéis em uma única família, para conduzi-los a Deus Pai por meio de Cristo no Espírito Santo. Tenham sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e para procurar e salvar o que estava perdido.

(Trad.:Canção Nova)


Go to top
O Papa, no dia 1° de Junho, com a Renovação no Espírito Santo: "Um fato histórico e inédito 
O pontífice vai participar, das 17 às 18h30, na XXXVII Convocação no Estádio Olímpico com o tema: "Arrependei-vos ! Crede! Recebei o Espírito Santo! Para uma Igreja "em saída" missionária"

Por Redacao


ROMA, 07 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Os membros da Renovação no Espírito Santo estão ansiosos: Papa Francisco estará presente na XXXVII Convocação do Movimento que acontecerá em Roma no Estádio Olímpico, dos dias 1 a 2 de junho de 2014 com o tema: "Arrependei-vos! Crede! Recebei o Espírito Santo! (Cf. Atos 2, 38-40). Para uma Igreja "em saída" missionária". Especificamente, o Santo Padre vai falar na Convocação, domingo 1° de junho, das 17 às 18h30.

"Vai ser um momento extraordinário – está escrito em um comunicado do movimento – para invocar junto com o Papa Francisco uma renovada efusão do Espírito Santo. 90 minutos para um programa maravilhoso de boas-vindas, oração, cantos, testemunhos, diálogo e a escuta! A presença de um Papa em uma Convocação do Movimento será um fato histórico e inédito. Será, além do mais, a primeira vez que um Papa entrará em um estádio, em um dos lugares-símbolo da Capital, protagonista de um momento de espiritualidade".

A contagem regressiva já começou, os preparativos estão a todo vapor para este grande evento de oração e de evangelização que envolve o Movimento carismático a nível internacional. Diretamente envolvidos na preparação da iniciativa promovida pela Renovação no Espírito Santo, são também os dois organismos de ligação da Renovação Carismática Católica no mundo: ICCRS (International Catholic Charismatic Renewal Services) e CFCCCF (Catholic Fraternity of Charismatic Covenant Communities and Fellowships).

Espera-se a chegada de cerca de 3.000 estrangeiros dos cinco continentes, que se juntarão aos mais de 50 mil italianos provenientes de todas as regiões da Itália: cerca de 55.000 peregrinos vão mudar o rosto da Capital entre o final de maio e começo de junho. Roma e província, junto com as províncias vizinhas do Lazio, estarão comprometidas para receber os participantes na Convocação, com um total de mais de 800 hotéis e acomodações ocupadas para o evento, patrocinado pela Roma Capital.

Na XXXVII Convocação da Renovação, além do Papa Francisco, discursarão: o card. Angelo Comastri, vigário do Papa para a Cidade do Vaticano; o card. Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese de Roma; o card. Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; Padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia e "embaixador" da Renovação no mundo.

Também estarão presentes: Ir. Briege McKenna, religiosa envolvida no ministério de cura; Padre Kevin Scallon, ministério de cura; Ralph Martin, testemunha das origens da Renovação e conhecido pelo seu ministério de pregação; Patty Gallagher Mansfield, testemunha as origens da Renovação e ministério de intercessão; Michelle Moran, presidente do ICCRS (International Catholic Charismatic Renewal Services), Gilberto Gomes Barbosa, presidente da CFCCCF (Catholic Fraternity of Charismatic Covenant Communities and Fellowships); Salvatore Martinez, presidente da Renovação no Espírito Santo.

(Trad.TS)


Go to top



Santa Sé
Assinados falsos contratos de trabalho no Vaticano: a denúncia é do Governatorato 
Em um comunicado, o Governatorato pede para que se relate tais episódios para as autoridades italianas competentes, enviando cópia da denúncia para a Gendarmeria Vaticana

Por Redacao


ROMA, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - "Nestes últimos dias apareceram preocupantes relatos de Companhias que, inventando cargos oficiais recebidos pelo Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, elaboraram falsos contratos de trabalho para o Governatorato ou para algumas das sociedades que prestam serviços no Estado".

Em um comunicado o Governatorato denunciou tal procedimento e pediu para "desconfiar de qualquer um que prometa empregos desse tipo". "Os procedimentos para a seleção de pessoal nunca são realizados por empresas de terceiros, e também, neste momento, não há previsões de novas contratações", diz a nota, manifestando também desagrado ao verificar "que exista quem se aproveite da boa fé de tantos jovens e das suas famílias, especialmente neste momento de crise".

Informando desta situação, o Governatorato pede para se "relatar tais episódios às autoridades italianas competentes, enviando cópia da denúncia à Gendarmaria do Vaticano, e manifesta a esperança de que acabem estes graves comportamentos".

(Trad.TS)


Go to top



Igreja e Religião
Mons. Tomasi à ONU sobre os abusos, a expulsão de 848 sacerdotes e ações capilares. Entrevista à ZENIT 
Esta chaga na sociedade deve fazer que nos perguntemos como trabalhar com a força do Evangelho

Por Sergio Mora


ROMA, 09 de Maio de 2014 (Zenit.org) - A Santa Sé respondeu em duas sessões ao comitê da ONU sobre a tortura, como o fazem todos os países que aderem a esta convenção da Organização das Nações Unidas. Nas perguntas sobre o tema foram abordados também os casos de abusos de menores por sacerdotes. A Santa Sé, nesta segunda-feira, respondeu que a territorialidade que lhe compete é aquela do Estado Cidade do Vaticano, porque os crimes cometidos em outros Países estão sob a jurisdição desses Estados.

Há três dias atrás, terça-feira, o Observador Permanente da Santa Sé em Genebra, Mons. Silvano Tomasi apresentou outras respostas, indicando as medidas 'quase capilares' que a Igreja implementou nos últimos anos, e revelando que entre o 2004 e 2013 foram expulsos 848 sacerdotes, foram tomadas medidas nos seminários para formar adequadamente os futuros sacerdotes, e que ações empreendidas marcaram uma forte diminuição dos casos de pedofilia no clero e na Igreja.

ZENIT conversou com Mons. Tomasi em Genebra, o qual indicou como o objetivo final destas medidas tomadas é a proteção das crianças, para garantir o seu crescimento saudável e sereno, para que sejam pessoas construtivas para a sociedade na qual vivem.

Indicou que todos devem pensar nas crianças, porque de acordo com a Organização Mundial da Saúde, existem mais "de 40 milhões de abusos anuais e muitas vezes em família, em associações ou na escola. E convidou a perguntar-se sobre como a força do Evangelho hoje pode obrar para transformar esta cultura e reforçar a normalidade da vida, e o desenvolvimento saudável da sociedade.

ZENIT: Não será que o comitê da ONU se confunda um pouco ao misturar a tortura com os casos de abuso?

Mons. Tomasi: Alguns membros da Comissão da CAT transformaram um pouco a situação apelando a um artigo da Convenção contra a Tortura, o artigo 16, onde se fala de comportamento cruel, humilhante e desumano, e, portanto, considerando que a violação sexual é uma ação deste tipo abriram a porta para colocar in iter estas questões, que entre outras são muito tentadoras para os meios de comunicação.

ZENIT: A Santa Sé não entrou em discussão se os abusos são tortura ou não, mas deu dados sobre o trabalho desenvolvido para combater a pedofilia

Mons. Tomasi: A definição de "tortura" na Convenção é muito precisa e a sua extensão para incluir o abuso sexual não é aceita neste momento pelas autoridades em direitos humanos. Naturalmente, a Igreja Católica rejeita qualquer ação que viola a dignidade humana. Mas talvez houvesse outro objeto nesta discussão. Além disso, muitas vezes vários meios de comunicação repetem que a Igreja impediu ou continua a impedir a ação contra os clérigos e padres que cometeram crimes contra menores, ou que ignora esta realidade ou que não tem tomado medidas consistentes.

ZENIT: Então, você respondeu apresentando os números

Mons. Tomasi: Fornecendo estes dados estatísticos, se documenta claramente que nos últimos dez anos a Igreja fez realmente uma ação quase capilar, diria, de limpeza da casa procurando não somente punir os culpados do ponto de vista canônico, mas também com as sanções dos Estados dos quais são cidadãos ou residentes. E criou as condições para prevenir este tipo de crime tomando medidas específicas na formação dos futuros sacerdotes e com a instituição, por parte do Papa Francisco, da Comissão para a proteção dos menores.

ZENIT: E as vítimas?

Mons. Tomasi: A Igreja tem procurado sempre, na medida do possível, ressarcir as vítimas. Fê-lo com a ajuda financeira, por exemplo, dando nos Estados Unidos mais "de US $ 2,5 bilhões de dólares. Mas fê-lo também, oferecendo apoio moral, dando conselhos e apoio espiritual para facilitar a sua integração na sociedade e sua retomada de uma vida normal.

ZENIT: Foram expulsos 848 sacerdotes da Igreja em dez anos, certo?

Mons. Tomasi: É um dado de fato, esta é a realidade. É necessário ter em conta que a maior parte dos casos de pedofilia conhecidos, aconteceram nos anos 60, 70, 80. Assim, mesmo que os casos relatados à Congregação para a Doutrina da Fé sejam recentes, não significa que eles ocorreram quando foram relatadas ao tribunal civil ou eclesiástico, mas também muito tempo antes.

ZENIT: E qual é a tendência hoje?

Mons. Tomasi: Nós temos que levar em conta que a tendência dos últimos anos é a de diminuição dos casos de pedofilia no clero. Parece-me que este é um sinal de que as medidas tomadas são eficazes e que uma nova cultura entrou na Igreja e nos círculos próximos a ela, ou seja, de denunciar imediatamente quaisquer casos que surjam, seja às autoridades civis seja à eclesiástica. É claro, a melhor maneira é fazer todo o possível para viver a nossa vida sacerdotal e de serviço à Igreja no caminho certo.

O Comitê de tortura da ONU somente questionou o Vaticano sobre os abusos, ou também questionou outros Países?

Mons. Tomasi: Sim, também a outros Países foi colocada a questão sobre os abusos sexuais de menores pela Comissão da Convenção contra a tortura. Parece-me que há duas observações a serem feitas a respeito. A primeira é que a atenção dos meios de comunicação se concentra na Igreja e colocou todos os holofotes nela, porque se entende que o pessoal da Igreja deve ser de extrema confiança e quando se cometem crimes contra menores não só se comete um crime, mas há também a quebra de uma relação de confiança que deve ser assegurada.

ZENIT: E a segunda observação?

É preciso colocar estes fatos que aconteceram na Igreja, no contexto da situação mundial, global, porque a Organização Mundial da Saúde fala de mais de 40 milhões de casos de pedofilia por ano e a grande maioria desses casos ocorre na família e em outras categorias de pessoas envolvidas, como professores de escolas públicas, profissionais de todo tipo ou instituições, desde escoteiros, aos Cascos azuis, ao Parlamento britânico, como relatado pela imprensa .

ZENIT: Os dados da OMS, de cerca de 40 milhões de casos de pedofilia por ano é enorme.

Mons. Tomasi: Por isso, quando se fala da Igreja é preciso um senso de perspectiva para compreender que o problema vai além dela e que de parte de todos deve-se sentir a exigência de proteger as crianças: o objetivo final é a sua proteção e garantir o seu crescimento saudável e sereno, de modo que as pessoas possam ser pessoas construtivas para a sociedade na qual devem viver.

ZENIT: Qual cultura está na raiz destes fatos

Mons. Tomasi: Parece-me que a raiz do fenômeno da pedofilia está numa cultura baseada em formas extremas de individualismo que buscam justificar qualquer comportamento e fazer de qualquer desejo e ambição um direito humano. Em vez disso, a cultura que se baseia na tradição cristã promove a dignidade da pessoa e da sua abertura à transcendência e suporta um conceito de liberdade que está relacionado com a responsabilidade das ações que possam surgir.

Temos duas culturas que se movem em diferentes vias. Para nós, cristãos, levanta-se a questão de como o poder do evangelho hoje possa agir para transformar a cultura do individualismo extremo e ser fermento de vida para o desenvolvimento saudável da sociedade.

(Trad.TS)


Go to top
São João Paulo II, padroeiro da Polônia? 
De acordo com uma pesquisa realizada pelo semanário católico "Niedzela", 83% dos poloneses têm esse desejo

Por Don Mariusz Frukacz


CRACóVIA, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Nos dias seguintes à canonização de João Paulo II, o semanário católico mais popular na Polônia, Niedzela, com sede em Czestochowa, publicou em seu site (www.niedziela.pl ) uma pesquisa em que perguntou aos seus leitores se, na sua opinião, o novo Papa santo deveria ser elevado a Padroeiro da Polônia ao lado de figuras como santo Estanislau e São Adalberto.

De acordo com os resultados, o 83% dos leitores da revista querem que João Paulo II torne-se o santo padroeiro da Polônia. O 12% mostrou-se contrário e somente 5% não expressaram a sua opinião sobre o assunto.

O semanário católico Niedzela voltou à ser impresso no início do pontificado de João Paulo II, após 28 anos de encerramento obrigatório imposto pelo regime comunista. Durante todo o Grande pontificado de Karol Wojtyla, o semanário desempenhou uma grande função de serviço. Um sinal dessa ligação são as muitas entrevistas privadas que o Papa João Paulo II concedeu aos jornalistas de Niedzela.

Durante a audiência geral de 1° de Outubro de 2003, João Paulo II dirigiu uma saudação especial ao grupo de jornalistas de Niedziela presentes: "Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua polaca. De modo especial saúdo a redação do semanário Niedziela. Agradeço-vos pelo serviço da palavra e confio os vossos criativos esforços à Rainha de Jasna Góra para que lhes alcance muitas graças e boas inspirações", disse João Paulo II.

(Trad.TS)


Go to top
Dom Manuel Clemente é reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa 
Patriarca de Lisboa guiará Igreja de Portugal por mais três anos

Por Lilian da Paz


BRASíLIA, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Dom Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, foi reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no fim de abril. Com ele estarão, até 2017, dom Antônio Marto, como vice-presidente, e o padre dehoniano Manuel Joaquim Gomes Barbosa, como secretário geral do episcopado. 

A Assembleia Plenária da Conferência também elegeu como vogais (pessoas com direito a voto em Assembleia) do Conselho Permanente da CEP dom Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, dom António Francisco dos Santos, bispo do Porto, dom José Alves, arcebispo de Évora, dom Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, e dom Virgílio Antunes, bispo de Coimbra.

A CEP tem representação no Conselho das Conferências dos Bispos da Europa (CCEE) e na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (Comece).

Dom Manuel Clemente

Nascido em São Pedro e São Tiago, Concelho de Torres Vedras, no dia 16 de julho de 1948, dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente ingressou no Seminário Maior dos Olivais, em 1973. Em 1979, se licenciou em Teologia, pela Universidade Católica Portuguesa, obtendo doutorado em Teologia Histórica, em 1992.

A ordenação sacerdotal veio em 29 de junho de 1979. Já a ordenação episcopal foi em 6 de novembro de 1999, aos 51 anos, para se tornar auxiliar do Patriarcado de Lisboa. No começo de 2013 se tornou o 17º patriarca da capital portuguesa.

É autor de livros e estudos sobre temas das áreas de História, Teologia e Pastoral, publicados em edições e revistas especializadas.

Composição da CEP

Confira como ficará a composição para o próximo triênio:

Presidência da CEP

- Presidente: Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, patriarca de Lisboa.

- Vice Presidente: Dom António Augusto dos Santos Marto, bispo de Leiria Fátima.

- Secretário Geral: Padre Manuel Joaquim Gomes Barbosa, sacerdote dehoniano.

Vogais do Conselho Permanente

- Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, arcebispo de Braga.

- Dom António Francisco dos Santos, bispo do Porto.

- Dom José Francisco Sanches Alves, arcebispo de Évora.

- Dom Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira, bispo de Viana do Castelo.

- Dom Virgílio do Nascimento Antunes, bispo de Coimbra.

Presidentes das Comissões Episcopais

- Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé: Dom Manuel Pelino Domingues, bispo de Santarém.

- Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana: Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, arcebispo primaz de Braga.

- Presidente da Comissão do Laicado e Família: Dom Antonino Eugénio Fernandes Dias, bispo de Portalegre Castelo Branco.

- Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais: Dom Pio Gonçalo Alves de Sousa, bispo auxiliar do Porto.

- Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios: Dom Virgílio do Nascimento Antunes, bispo de Coimbra.

- Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade: Dom José Manuel Garcia Cordeiro, bispo de Bragança Miranda.

- Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização: Dom Manuel da Silva Rodrigues Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança.

Delegados da CEP

- Delegado para as relações Bispos/Vida Consagrada: Dom Manuel Neto Quintas, bispo do Algarve.

- Delegado para a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE): Dom António Augusto dos Santos Marto, bispo de Leiria Fátima.


Go to top
Venezuela: a Igreja recupera a Universidade Católica de Caracas 
Em 2004, tinha perdido o controle. O sacerdote Boully é o novo reitor, por decisão publicada no Diário Oficial

Por Sergio Mora


ROMA, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - A Igreja venezuelana recuperou o controle da Universidade Católica de Santa Rosa (Ucsar), depois de nomear como novo reitor o sacerdote Carlos Boully, é o que indica a resolução 0128 publicada no Diário Oficial 40.405, do 6 de maio, na qual o ministro da Educação Superior, Ricardo Menéndez, nomeou o reitor da Ucsar.

A informação apareceu na mídia local ontem à noite garantindo que na entrega da universidade teve um papel importante a gestão do atual Núncio Apostólico, Aldo Giordano, pouco antes da viagem do atual secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, que, de acordo com fontes do Governo deve ser iminente.

Desde 2004, existe a controvérsia porque o ex-reitor e ex-padre Martin Zapata, tinha modificado os estatutos da fundação que administra a universidade. De fato, dessa forma, conseguiu controlar a universidade até a sua morte em 2012. O novo reitor foi Alí Ramón Rojas .

A Arquidiocese de Caracas tomou medidas legais para recuperar o controle da instituição, sem alcançar progressos. A Ucsar foi fundada em 1999 com a transformação das instalações de um dos seminários.

A Conferência Episcopal da Venezuela pediu várias vezes ao Governo a devolução da mesma. E agora verificou-se que até mesmo o próprio Papa Francisco pediu ao presidente Nicolás Maduro, quando foi recebido no ano passado em audiência no Vaticano, para avançar no tema.

(Trad.TS)


Go to top
Documento sobre questão agrária é aprovado na 52ª Assembleia dos Bispos 
Dom Enemésio Lazarris pretende levar discussão para esfera federal e estadual

Por Lilian da Paz


BRASíLIA, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Após uma semana de discussões na 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi aprovado o documento sobre a questão agrária no país. O processo de amadurecimento do texto base já durava cinco anos.

Em 2013, a Conferência lançou um texto de estudo para a contribuição de todas as (arqui)dioceses. Agora, com as modificações feitas e a aprovação, dom Enemésio Lazarris, presidente da Comissão Pastoral da Terra, pretende que os governantes se atentem para a questão.

O bispo explica que a Igreja cobra do poder público uma posição. "Acreditamos que esse documento seja apresentado aos candidatos aos governos estaduais e federal, dizendo qual é a posição da Igreja em relação à questão agrária, e sobretudo sobre a função social da terra e da propriedade", afirmou em coletiva de imprensa da Conferência.

Divido em três partes, o documento contextualiza a questão no Brasil abrangendo as demandas sociais dos povos indígenas, quilombolas, pescadores e extrativistas. Também há uma reflexão sobre o uso e posse de terras. Por fim, são destacados desafios referentes ao trabalho escravo e meio ambiente. O documento ainda traz caminhos para ação pastoral. 

Diretório de Comunicação

A Conferência também lançou o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil. É o segundo no mundo – o outro foi criado na Itália. A expectativa dos bispos era muito grande para o lançamento, já que o trabalho de sistematização do documento 99 (como é chamado) durou 13 anos e tem uma importância fundamental para a evangelização no Brasil.

O Diretório será apresentado no 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação, realizado entre 24 e 27 de julho, também em Aparecida (SP). O documento já está disponível para aquisição nas Edições CNBB e nas livrarias católicas de todo o Brasil. 


Go to top



Cultura e Sociedade
STJ de Portugal reconhece personalidade jurídica do nascituro 
O nascituro não é uma simples massa orgânica (...) mas um ser humano, com dignidade de pessoa humana, afirma decisão dos magistrados

Por Lilian da Paz


BRASíLIA, 06 de Maio de 2014 (Zenit.org) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de Portugal, última instância do judiciário do país, reconheceu a personalidade jurídica do nascituro em um julgamento finalizado no começo de abril. Este entendimento surgiu a partir da vivência de um drama que vinha passando uma família portuguesa, formada por pai, mãe e dois filhos, estando o bebê ainda no ventre materno.

Envolvido em um acidente de carro, o pai perdeu a vida e deixou os entes sem nenhum sustento financeiro. A mãe, que é dona de casa, estava grávida durante o ocorrido e cuidava do filho mais velho. Apenas 18 dias após a morte do marido nasceu o segundo filho do casal: uma menina. Sofrendo com as dificuldades financeiras, a mãe resolveu buscar, para ela e para os filhos, indenização por danos materiais e morais.

Recorrendo à Justiça, a dona de casa teve reconhecido os danos materiais para os três, mas esbarrou no Artigo 66º do Código Civil português para o julgamento dos danos morais da filha recém nascida:

ARTIGO 66º

(Começo da personalidade)
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento

De acordo com a interpretação deste artigo, feita pelo tribunal de segunda instância, uma pessoa só pode ter personalidade jurídica a partir do nascimento. O caso foi parar no STJ e recebeu um entendimento diferente dos magistrados. Baseados em uma doutrina menos literal do Direito Civil, discorrendo sobre as teorias concepcionistas, o Supremo tomou a seguinte decisão:

O nascituro não é uma simples massa orgânica, uma parte do organismo da mãe, ou, na clássica expressão latina, uma 'portio viscerum matris', mas um ser humano, com dignidade de pessoa humana, independentemente de as ordens jurídicas de cada Estado lhe reconhecerem ou não personificação jurídica.

O nascituro tem um direito próprio a ser indenizado pelo fato de não ter podido conhecer o pai, ou de ter ficado prematuramente privado da sua companhia ao longo da vida, já que isso representa uma grande privação, que se traduzirá numa constante mágoa, dor ou sofrimento.

Com esta interpretação, os magistrados concluíram que existe sim um ser humano com personalidade jurídica a partir do momento da concepção. Desta maneira, abriu possibilidades para busca de reparação por danos morais ao nascituro, já que a concepção é o início da vida de uma pessoa e o nascimento é mais um marco.

Por fim, o STJ ainda afirmou que negar a indenização por danos morais à filha do casal seria discriminação injusta por considerar que a Constituição portuguesa garante igualdade de direitos entre todos os filhos de um casal.

Veja aqui a decisão completa do Supremo.

Com informações do site Conjur


Go to top



Comunicar a fé hoje
Biblioteca digital da nova evangelização 
Leitor, sua sugestão é muito importante para nossa equipe. Projeto de livros digitais.

Por Redacao


ROMA, 09 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Leitor(a), pedimos sua sugestão sobre qual temática, dentre as várias já publicadas em nosso site você acharia mais relevante para se ter em formato de livro em sua biblioteca digital. Você pode votar nesses temas abaixo ou dar a sua sugestão de tema:

Tema 1 - O Papa Francisco - Um ano de Pontificado

Tema 2 - Catequese para Crianças

Tema 3 - Preparação ao Matrimônio

Tema 4 - A Defesa da Vida no Mundo

Tema 5 - Vocação e vida religiosa

Tema 6 - Entrevistas temáticas

Tema 7 - Outro: Qual sua sugestão? 

Sua sugestão é parte de um novo projeto que ZENIT vai apresentar-lhe em breve. Por isso, para enviar sua sugestão e solicitar maiores informações deste novo projeto envie um email para: thacio.siqueira@zenitteam.org, colocando no Assunto da mensagem as palavras: Livros Digitais. 

Vários leitores já enviaram sugestões! Participe você também!


Go to top



Homens e Mulheres de Fé
Monges Cistercienses de São José do Rio Pardo (III) 
História da vida monástica de São José do Rio Pardo, SP

Por Vanderlei de Lima


AMPARO, 06 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Descrita a vida de oração e o seu significado teológico, nos dois artigos anteriores, outro aspecto importante a ser destacado é o de que todos os monges – sacerdotes e irmãos – trabalham.

Isso poderia parecer irrelevante, pois um leitor objetaria dizendo que, na vida do dia a dia, todos os cidadãos honestos trabalham a fim de poderem sustentar a si mesmos e às suas famílias. Está correto. Contudo, realçar o trabalho dos monges é importante por duas razões: demonstrar que não estão ali na ociosidade e evidenciar que o trabalho é uma extensão da oração. Portanto, longe de ser um apêndice ou mera luta por sustento material, ele faz parte da vocação monástica ao lado da oração. Daí se cumprir o que São Bento de Núrcia, grande codificador das regras monacais no Ocidente, propunha em seus ensinamentos sintetizados pelo ora et labora, ou seja, reza e trabalha!

É por esta razão que a Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, em São José do Rio Pardo, não possui um empregado sequer. Todo trabalho é feito pelos monges. E isso é importante na vida monástica, conforme escreve Dom Estevão Bettencourt, OSB, em reforço ao que até aqui afirmamos: o monge tem o seu trabalho como extensão da oração e encaminhamento para ela, centro da vida monástica. E mais: "Esse trabalho pode ser de tipos bem diferentes; um mosteiro pode realizar tarefas diversas dentro da moldura da oração: estudo, ensino, vida sacerdotal ou trabalho manual; São Bento queria mesmo que os seus mosteiros tivessem em seu recinto todas as oficinas e dependências necessárias para atender ao sustento da comunidade: horta, padaria, alfaiataria etc." (Dom Estevão T. Bettencourt, OSB. Vida monástica. São Paulo: Lux vita, 1954, p. 14).

Não se pense, contudo, que o mosteiro visa um resultado imediato para o qual tivesse sido fundado, ou seja, para se destacar neste ou naquele ponto. Não. Ele existe, única e exclusivamente, para que os seus membros sirvam a Deus pela renúncia a tudo e, por conseguinte, pela dependência de um Abade (Abba = Pai), de modo que o serviço mais brilhante aos olhos humanos tem o mesmo valor do que aquele pouco vistoso para os homens. Ambos, diante de Deus, possuem valor máximo se realizados por obediência à Santa Regra e aos Superiores.

Dois ensinamentos podem ser aqui relembrados a fim de realçarem, no campo da fé, único a dar sentido maior à vida monástica, o valor da obediência e do trabalho nela realizado.

O primeiro conta que "quatro cetiotas (habitantes do deserto de Cétia), revestidos de peles, foram falar com o grande abade Pambo. Cada qual indicou a principal virtude de seus companheiros. Um deles jejuava muitíssimo; o segundo nada possuía; o terceiro era dotado de muita caridade. Do quarto, porém, disseram que havia vinte e dois anos que perseverava na obediência a um ancião. Respondeu-lhes o Abade Pambo: 'Digo-vos que a virtude deste último é a maior, pois cada um de vós, por sua própria vontade alcançou a virtude em que se distingue; este, porém, tendo amputado a própria vontade, obedece à vontade de outrem. Sem dúvida tais homens são confessores, caso mantenham até o fim essa observância" (Apoftegmas PG 65, 730).

O segundo relata o seguinte: o Abade João Curto retirou-se para o deserto a fim de morar junto de um ancião tebano (de Tebas). "Ora, o ancião, tomando um lenho seco, plantou-o e mandou-lhe: 'Rega este lenho com um cântaro de água todos os dias até que dê fruto'. A água se achava longe dele de modo que (para ir buscá-la) saia à tarde e voltava de manhã. Finalmente, após três anos o lenho reviveu, tornou-se verde, deu fruto. O ancião tendo colhido este fruto, levou-o à igreja e disse aos irmãos: 'Tomai e comei o fruto da obediência'." (Apoftegmas PG 65, 203).

Importa notar ainda que os mosteiros, verdadeiros oásis de paz e contemplação, são procurados como reconhecidos sustentáculos e baluartes da fé e dos bons costumes no seu serviço ao povo de Deus. Isso não é – e nem poderia ser – diferente em São José do Rio Pardo, cujos dois primeiros Abades, hoje, servem à Igreja de um modo especial: Dom Orani João Tempesta é Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) e Dom Edmilson Amador Caetano é Bispo da grande Diocese de Guarulhos (SP).

Além de tudo isso, é preciso dizer que leigos, leigas e sacerdotes diocesanos podem, sem deixar a lícita realidade em que vivem, usufruir da riqueza espiritual do Mosteiro como irmão(ã) dos monges na condição de oblatos(as) seculares. Estes fazem, após a devida preparação, a oferta (oblação) de suas vidas a Deus para serem uma extensão da espiritualidade monástica na sociedade do século XXI.

Contudo, todas as pessoas que sabem, realmente, o valor da oração desses homens de Deus para a Igreja podem ajudar o Mosteiro em suas necessidades, com doações materiais, uma vez que há gastos com energia elétrica, remédios, manutenção da construção que tem partes a serem terminadas e outras reformadas com certa urgência etc. Todos os dias os monges rezam nos Ofícios e em uma Missa mensal pelos benfeitores.

Os dados bancários para os interessados em ofertarem suas preciosas ajudas são: Associação Brasileira Cisterciense de São José do Rio Pardo (CNPJ 44.842.326/0001-31). Banco Bradesco. Agência 536. Conta Corrente 15270-6.

Eis um pouco do muito que ainda se pode conhecer da Abadia de Nossa Senhora de São Bernardo, localizada em São José do Rio Pardo, SP, cujos contatos – para hospedagem ou discernimento vocacional – devem ser feitos pelo telefone (19) 3608 4675, de segunda a sexta-feira no horário das 8h às 11h e das 14h15 às 16h. Correio: Abadia Nossa Senhora de São Bernardo, Caixa postal 71, CEP 13720-000, São José do Rio Pardo-SP. E-mail: domabade@hotmail.com. Facebook: Dom Abade Paulo Celso Demartini. Twitter: AbadeDomosteiro. YouTube: Dom Abade Paulo Celso Demartini. Site: abadia.org.br.

Artigos anteriores:




Go to top



Familia e Vida
Editora católica lança livro sobre a ética do aborto 
Direitos das mulheres, vida humana e a questão da justiça

Por Redacao


SãO PAULO, 09 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Edições Loyola leva às livrarias A ética do aborto – Direitos das mulheres, vida humana e a questão da justiça, do professor de filosofia Christopher Kaczor, autor de numerosas publicações sobre questões de ética, filosofia e religião. Composta de nove capítulos, esta obra foi traduzida pelo padre jesuíta Antonio José Maria de Abreu, que é pesquisador do CIAS-Ibrades (Centro de Investigação e Ação Social – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento), de Brasília-DF, mestre em Economia pela Universidade de Michigan, licenciado em Teologia pela Universidade de Innsbruck e coordenador de ministérios em meio popular.

O autor, Christopher Kaczor, avalia criticamente os principais fundamentos que negam personalidade ao feto, incluindo a visão dos que defendem não só o aborto, mas também o infanticídio. Além disso, oferece vários fundamentos (não teológicos) para a conclusão de que todo ser humano, principalmente o que está no útero, deve ser respeitado como pessoa.

Esta obra examina ainda situações difíceis tanto para os pró-vida, como o aborto em caso de estupro ou para salvar a vida da mãe, quanto para os defensores do aborto, como em caso de seleção sexual ou diante da posição "pessoalmente contra", mas publicamente a favor do aborto.

Respondendo aos argumentos dos defensores do aborto, este livro proporciona fundamento bem-arrazoado para a visão de que todo aborto voluntário é moralmente errado e de que médicos e enfermeiras que fazem objeção ao aborto não deveriam ser obrigados a agir contra a própria consciência.

No prefácio da obra, o médico católico afirma: "Nesta obra, estou lidando com a questão da admissibilidade moral, não da legalidade do aborto. A questão da legalidade é extremamente importante; mas para compor um livro de tamanho e escopo manejáveis foquei a ética do aborto. Portanto, quando falo de 'direitos' neste livro quero dizer direitos morais, não legais; a não ser que o contexto indique claramente o contrário. Mesmo deixando de lado os pontos legais envolvidos, o tópico é mais complexo do que o bastante para uma obra só. Na verdade, poder-se-ia ver uma obra assim como uma investigação preliminar necessária para enfrentar várias questões legais".



Go to top
Brasil diz não retumbante à ideologia de gênero 
Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo.

Por Prof. Hermes Rodrigues Nery


SãO PAULO, 09 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Foi mais uma batalha bem sucedida em defesa da família no Congresso Nacional, em que diversos grupos atuaram no sentido de evitar a inclusão da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação.

Mesmo que muitos aspectos desta terrível ideologia antifamília já esteja disseminada nas escolas, o PT queria era constá-la no PNE, justamente para dar legalidade ao que já vendo sendo feito, de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Direitos Humanos, versão 3.

Mesmo assim, as feministas ficaram surpreendidas com a mobilização conservadora, e apesar da pressão que fizeram sobre os deputados da base governista, perderam nesta matéria. Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo.

O Brasil, mais uma vez, mostra aos ideólogos da cultura da morte, que aqui não está tão fácil como eles imaginaram, enfiar goela abaixo o pacote anárquico do feminismo radical, antivida, antifamília e anticristão. 

O fato é que houve conscientização e mobilização: tanto no Senado, quanto na Câmara, os deputados e senadores receberam informações e entenderam o que estava por trás dos eufemismos e retóricas, pois em nome da não-discriminação, o que se quer é garantir a ênfase no igualitarismo, para aí sim, discriminar os cristãos e todos aqueles que divergem do anarco-feminismo, Uma minoria que deseja impor à maioria, estilos de vida que atentam contra a dignidade da pessoa humana. Dignidade esta garantida pela Constituição Federal, e que por isso mesmo, de modo democrático, os grupos pró-família, procuraram assegurar. 

Aceitar a ideologia de gênero seria discriminar também as mulheres, no direito humano delas serem mães, pois tal ideologia - como afirma Francisco Javier Errázuris Ossa - "aprofunda tal discriminação, restringindo a missão da mulher na família e na sociedade e discriminando os filhos, os casais e a família do qual fazem parte".

Com a ideologia de gênero, a família é subestimada, diminuída, desvalorizada e desprotegida. E com isso, fica desamparada a pessoa humana, vulnerável à angústia, a violência e a solidão; pois estas são as conseqüências quando não se vive a família em sua estrutura natural, quando se distorce o sentido da família, buscando querer o mesmo significado (dando direitos iguais) a outras formas de família, que na verdade não são formas de família, mas contrárias à família, travestidas de simulacro, de falsa aparência, de escapismo e, portanto, de ilusão. 

Por isso, nos países desenvolvidos, em que o Estado se voltou contra a estrutura natural da família (fazendo apologia da idelogia de gênero), são mais perceptíveis as conseqüência dos danos sociais e as patologias decorrentes. O que se vê agora neste países é que cresce o número daqueles que querem revogar tais legislações, que deram legalidade a "estranhos morais" e abominações que aviltam o ser humano, em muitos aspectos. 

O Brasil, ao recusar a ideologia de gênero em seu Plano Nacional de Educação, deu mais um passo decisivo na afirmação da cultura da vida, para ser um país realmente desenvolvido, como nação pujante que é, mas como quem - gigante por natureza - quer se afirmar na vanguarda da cultura da vida. Por isso, a vitória pró-família no Congresso Nacional, inédita no mundo, foi altamente relevante.


O Prof. Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, especialista em Bioética (pela PUC-RJ), membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e da Associação Guadalupe.


Go to top



Mundo
Vandalismo anticristão 
Comunicado das Escolas Católicas de Israel


NAZARé, 08 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Nesta segunda-feira, 05 de maio, o Patriarcado Latino de Jerusalém publicou a tradução do comunicado redigido em Árabe, pelo Secretário-Geral das Escolas Católicas em Israel, depois dos actos de vandalismo e das ameaças que atingiram a população cristã do país. Eis o texto na íntegra:

Queridos directores, professores, funcionários e estudantes,

No decorrer de uma reunião realizada hoje, 30 de Abril de 2014, a Administração do Secretariado Geral denunciou veementemente os actos de violência, lembrando, nomeadamente, os factos que se seguem.

Que os actos recentemente cometidos pelos fundamentalistas contra as nossas igrejas, os nossos lugares santos nos deixam profundamente consternados e nos fazem questionar – mas que educação receberam estes fundamentalistas?

Entre outros actos, lembramo-nos do que teve lugar na Abadia de Latroun, depois no Mosteiro de Deir Rafat e, agora, os que tiveram como alvo as igrejas de Tabgha e de Bassa, sem esquecer a carta de intimidação enviada a S.E. o Bispo Boulos Marcuzzo, ameaçando cada cristão, cada homem de uma consciência viva.

Em resposta a tudo isto e sempre dentro do espírito de caridade que incutimos nas nossas escolas, afirmamos que não temos medo, pois Deus está connosco. Não temos medo de ninguém, no entanto temos medo por cada um. E levamos a sério esta ameaça porque tememos pelos nossos filhos e é por esta razão que nós nos dirigimos aos responsáveis civis para que sejam tomadas as medidas necessárias.

Fazemos também saber que o primeiro tempo lectivo do dia 5 de Maio, (data anunciada na carta de ameaças), será consagrado a um curso de educação e sensibilização para os nossos alunos. Os professores poderão discutir com os alunos estes últimos acontecimentos e como gerir a situação com bom senso.

Pedimos assim a cada director de escola que envie uma carta queixa ao comissariado de polícia da zona da sua escola, para que assegure a protecção dos nossos queridos alunos.

Afirmamos também que os nossos símbolos religiosos continuarão a ser vistos nas nossas regiões e na nossa pátria, e confiantes em Deus repetimos:

"Não temo nenhum mal, pois Tu estás comigo"

Juntamos assim a nossa voz à dos Ordinários Católicos da Terra Santa que publicaram um comunicado.

Com as nossas melhores saudações, amor e respeito.

P. Abdelmassih Fahim, OFM

Secretário-geral das escolas Católicas em Israel.


Go to top
The Economist: Papa Francisco é estudo de caso na Harvard Business School 
Surpreendente do ponto de vista empresarial pelo êxito alcançado em tão curto espaço de tempo. Com aprovação de 85% dos americanos

Por Jorge Henrique Mújica


ROMA, 07 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Na linguagem empresarial "CEO" é a figura dirigente ou preside da instituição. Também conhecido como "Managing Director" (MD). Devido a importância deste papel na empresa, é compreensível que as escolas de negócios dediquem estudos àqueles que no mundo empresarial são figuras de sucesso. Nessa direção o The Economist indica o Papa Francisco como um estudo de caso para a "Harvard Business School" (cf. "The pope as a turnaround CEO, 2014/04/19 ) .

A proposta faz uma analogia da Igreja como "a mais antiga multinacional do mundo". The Economist destaca mais do que o sucesso mundial de Jorge Mario Bergoglio, o êxito alcançado em pouco tempo. A partir de uma suposta crise da Igreja recorda os obstáculos que Papa Francisco gradualmente superou: se posicionar novamente (The Economist faz uma relação com os pentecostais), buscar novamente os "clientes" que se afastaram depois dos escândalos dos últimos anos, etc.

O artigo evidencia a popularidade do Papa Francisco: nos Estados Unidos, um país bastante crítico, o Papa tem 85% de aprovação. E afirma que a Igreja tem uma visibilidade positiva cada vez maior e melhor a nível mundial. Neste contexto questiona: como um septuagenário argentino conseguiu tudo isso? The Economist aponta três princípios de gestão.

O primeiro princípio é descrito como lição clássica: se concentrar na própria missão. Francisco assim o fez, colocou os pobres novamente ao centro. Essa abordagem, segundo a revista, fez com que menos força fosse gasta em questões secundárias. Além disso, permite alcançar os "mercados emergentes", fazendo referência aos países com economias emergentes, onde o crescimento do catolicismo pode ser maior.

Como segundo fator fala-se de um reposicionamento da marca. Neste ponto The Economist reconhece que o Papa "continua a apoiar o ensino tradicional sobre o aborto e o casamento gay, mas menos censurador".

Por fim, como terceiro elemento: o processo de reestruturação. Neste último aspecto cita as várias comissões constituídas pelo Papa Francisco como o Conselho dos oito cardeais, a contratação de McKinsey e KPMG ou organizações para otimização do chamado "Banco do Vaticano" (Instituto para as Obras de Religião-IOR).

A identificação dos princípios deixa em suspenso se, eventualmente, as medidas terão êxito ou serão mantidas. Mas que uma das revistas mais lidas no âmbito diplomático e de negócios dedique um estudo de caso ao Papa Francisco, a partir da perspectiva empresarial, não passa despercebido. É claro que a Igreja não é uma empresa, mas considerando que é apenas uma analogia, resulta válido, e para os entendidos, também útil.

(Trad.:MEM)


Go to top
China: na internet a Bíblia supera o Livrinho Vermelho e o Papa ultrapassa o premier 
Análise do Weibo, serviço de microblogging utilizado por 300 milhões de pessoas, mostra que o conteúdo cristão supera os ligados ao Partido Comunista

Por Redacao


ROMA, 07 de Maio de 2014 (Zenit.org) - A Bíblia bate o Pequeno Livro Vermelho, os cristãos superam os membros do Partido Comunista, o Papa Francisco é mais popular do que Li Keqiang e Jesus mais do que Xi Jinping. São surpreendentes os resultados da análise realizada pela Foreign Policy do Weibo, um serviço de microblogging chinês, relatado pela agência Ásia News. Uma pesquisadora analisou o fluxo de palavras citadas no site, utilizado por cerca de 300 milhões de chineses e compilou um ranking de popularidade.

As citações bíblicas são 17 milhões contra 60 mil atribuídas ao presidente Mao. Os usuários que citam as várias igrejas cristãs são 41,8 milhões, enquanto aqueles que falam do Partido Comunista são 5,3 milhões. Embora esteja presente todos os dias na imprensa nacional, o presidente Xi Jinping é citado em 4 milhões de posts. Jesus Cristo, muito menos presente na mídia nacional, aparece em 18 milhões. Da mesma forma, Bergoglio supera muito o primeiro ministro Li Keqiang.

De acordo com Bethany Allen, que conduziu o estudo, os resultados "são surpreendentes", mas tem uma explicação lógica: cerca de 100 mil funcionários chineses encarregados de censurar a rede tem, de fato, "um grande trabalho", e dado que a censura política é muito mais importante do que a religiosa, eles "tendem a apagar tudo o que está relacionado ao estado, que não provém de fontes oficiais".

Isto, obviamente, não significa que não exista censura contra os cristãos: "Se você procurar posts sobre as igrejas subterrâneas, ou seja, comunidades que se recusam a se registrar junto ao Estado, aparece uma página em branco e uma mensagem que diz "resultados que violam as leis e regulamentos internos". Isto vale também para outros temas sensíveis do ponto de vista religioso.

No entanto, Allen destaca que os dados não são apenas o resultado de uma censura esquizofrênica: "Para o povo chinês, a ideologia comunista não interessa mais, enquanto o cristianismo continua a atrair mais pessoas. Há duas décadas, apesar de tudo, a população e a presença cristã na China continuam a aumentar". 

(Fonte: Asia News/ Trad.:MEM)


Go to top



Entrevistas
"Eu tomei a minha vida e transformei em uma obra-prima" 
Irmã Cristina Acquistapace, portadora de síndrome de Down, afirma "ser uma mulher feliz e ralizada, com uma missão especial"

Por Mary Maset


ROMA, 06 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Há 41 anos de idade nasceu, com síndrome de Down, a Irmã Cristina Acquistapace, vencedora do Prêmio Uma Vida pela Vida conferido pelo Departamento de Bioética da Universidade Regina Apostolorum.

Cristina entra na Ordo Virginum em 2006 aos 33 anos, entregando a sua consagração nas mãos do bispo de Como, Dom Alessandro Maggiolini. A vocação amadureceu com uma experiência missionária na África, realizado com uma tia freira no Quênia.

Quem conversa com ela percebe uma pessoa humilde, gentil, alegre. Cristina é muito mais, é um testemunho vivo do que significa ser enviada ao mundo por Deus.

Durante o dia que antecedeu a Marcha pela Vida, organizado pelo Departamento de Bioética da Regina Apostolorum, entrevistamos a Irmã Cristina.

***

ZENIT: Cristina, você percebe que é um grande exemplo e uma luz que pode iluminar a vida de muitas pessoas?

Eu sou uma simples mulher de 41 anos, que acredita na vida. Eu tive sorte porque minha família não reduziu a minha pessoa à minha doença, mas acreditou no maravilhoso dom de Deus. A vida é um dom e deve ser vivida como um dom. Eu vivi com a minha família uma vida dura, amarga, dolorosa, mas isso não nos impediu de viver a vida como um dom, aceitando os próprios limites e explorando os talentos que o Senhor me deu. Cada um de nós tem requisitos para aceitar as dificuldades. Temos que seguir adiante, apesar das dificuldades. Eu penso muito no esforço que fez nosso Senhor Jesus Cristo e isso me dá coragem para seguir em frente no meu caminho, mantendo os olhos fixos no objetivo que eu tenho que alcançar. A vida é uma viagem à qual todos são chamados, é um caminho para todos e de todos, independentemente de como nasce e vem ao mundo.

ZENIT: Você é uma pessoa feliz?

Sim, eu sou uma mulher feliz, realizada e contente, com uma missão particular. Isso não quer dizer que eu não sofri, mas o sofrimento faz parte da vida. Em 2008 eu fui atacada por um vírus que afetou o meu sistema imunológico. Desde então, tenho lutado para caminhar e eu não tenho mais o controle das minhas pernas.

ZENIT: Você disse que está no mundo com uma missão, você poderia nos dizer qual é?

Viver a vida, apesar de tudo, superando as dificuldades de todos os dias. Eu quero viver a minha vocação dentro da minha família, da minha paróquia e da sociedade.

ZENIT: Como é a sua vida?

Eu continuo a viver com a minha família. Tenho uma irmã casada, que tem dois filhos maravilhosos, e um irmão. Eu trabalhava em uma creche, mas tive que sair por causa de problemas de saúde, mas agora estou um pouco melhor e deixei a cadeira de rodas para começar a andar com uma bengala, mas ainda custa muito. Tenho um cachorro e estou muito feliz por ser capaz de cuidar dele, foi um verdadeiro incentivo para continuar e agora estou planejando um novo trabalho, eu gostaria de iniciar um dog sitter na minha casa.

ZENIT: Cristina, o que você diria para as mulheres que querem interromper a gravidez porque podem ter um filho Down?

Deus não criou a deficiência como algo que poderia nos prejudicar, mas quis dar a alguém a possibilidade de compreender o verdadeiro significado e o verdadeiro valor da vida, através de pessoas muito especiais às quais deu a tarefa de ser luz para o mundo. Eu sou contra o aborto, mas eu não posso julgar as pessoas que o fazem. Na verdade, eu rezo duas vezes por uma mãe que tem a coragem de levar adiante a gravidez, apesar de tudo, e seis vezes mais por uma mãe que não tem essa coragem. Todo mundo tem o direito de nascer, de vir ao mundo, de se fazer conhecer e de mostrar o que eles são capazes de fazer. Somos todos filhos de Deus, apesar de sermos imperfeitos. No final a raça perfeita não existe.

ZENIT: Como a sua vida mudou desde que você se consagrou?

Minha vida não mudou, eu que mudei. Meu coração e minha fé mudaram. Meu interior mudou, o resto permaneceu igual. Mudou a maneira de me relacionar com a vida e de ver as coisas com olhos diferentes, com uma atitude diferente e uma consciência diferente.

ZENIT: Qual é o slogan de Cristina?

O primeiro é a do Papa João Paulo II "Tomai nas mãos a vossa vida e fazei dela uma autêntica e pessoal obra-prima"; o segundo é o meu pessoal: "Eu tropeço, mas não desisto".

(Trad.:MEM)


Go to top
Entrevista com o Custódio da Terra Santa: "Jerusalém é a casa de Pedro" 
O pe. Pierbattista Pizzaballa fala da espera pela visita pastoral do papa Francisco

Por Giorgia Innocenti


JERUSALéM, 06 de Maio de 2014 (Zenit.org) - "Jerusalém é a casa de Pedro: esta realidade precisa ser entendida", afirmou o pe. Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa, ao se aproximar a visita do papa Francisco, que acontecerá de 24 a 26 de maio.

Os franciscanos estão presentes na Terra Santa há mais de sete séculos. Sua presença se inspira no serviço à Igreja, a Deus e ao próximo. A custódia dos lugares santos, o acolhimento dos peregrinos e o cuidado dos cristãos locais são as suas missões principais. ZENIT conversou sobre todos estes aspectos, em Jerusalém, com o padre Pizzaballa.

ZENIT: Como a comunidade católica está vivendo a chegada do Santo Padre à Terra Santa?

Padre Pizzaballa: Há muita efervescência, muita espera. A visita do papa nunca é uma coisa ordinária. E este pontífice é muito popular, além disso. Será uma visita muito breve, e por isso há também um pouco de tristeza porque o Santo Padre não poderá visitar muitas das realidades cristãs. Os momentos de oração, de encontro, os aspectos logísticos estão em plena atividade.

ZENIT: Além de Jerusalém, o Santo Padre visitará também a Jordânia, Belém, a Palestina. Considerando as diversas realidades, qual é a situação dos cristãos nessas terras?

Padre Pizzaballa: São realidades bem diferentes e não convém generalizar. Os cristãos no Oriente Médio vivem em situações sociais diversas Na Jordânia há uma situação econômica muito difícil, que afeta a todos. Do ponto de vista das garantias, a casa real é o ponto de estabilidade da comunidade cristã, uma referência importante para a defesa dos direitos e das garantias da comunidade cristã.

Na Palestina a situação é muito frágil por razões óbvias, relacionadas com o conflito palestino e com a questão política. O problema principal dos cristãos na Terra Santa é o número: sobraram muito poucos, especialmente em Jerusalém, onde eles não chegam a onze mil.

ZENIT: Existem os assim chamados "cristãos árabes" e os que chegam de países europeus. Mas também existem os que decidem emigrar. Por que tantos cristãos emigram?

Padre Pizzaballa: Os cristãos, como todos, têm família e sentem o desejo de viver tranquilamente, ter oportunidades profissionais e uma perspectiva de vida tranquila. O Oriente Médio não garante isso de forma automática. Basta olhar ao redor: o que está acontecendo no Egito, as dificuldades econômicas na autonomia palestina, os problemas de identidade em Israel... Todos esses aspectos ajudam as pessoas a pensar que talvez o melhor seja ter uma vida mais tranquila fora daqui.

ZENIT: A visita do Santo Padre pode também ser uma luz, para mostrar as dificuldades dos cristãos e da população no Oriente Médio. O que a comunidade católica faz para proteger os seus membros?

Padre Pizzaballa: Antes de tudo é necessário dizer que nós não podemos resolver todos os problemas: existem problemáticas maiores, que vão além das nossas possibilidades porque não somos nós que tomamos as decisões. Estamos bem integrados no território, mas ainda somos uma realidade muito pequena.

Por isso é necessário trabalhar em diversos âmbitos: o primeiro é o da educação e da formação. A presença cristã tem que ser formada e educada para poder, mesmo sendo pequena, dar uma contribuição positiva para a realidade em que se encontra. Depois, é necessário ser concretos na criação das oportunidades de trabalho; por exemplo, possibilidades para os cristãos conseguirem casas com custos sustentáveis.

ZENIT: Como foram as viagens dos outros pontífices à Terra Santa? Alguma lembrança particular que o senhor gostaria de compartilhar com os leitores?

Padre Pizzaballa: Eu tenho lembranças das viagens dos três últimos papas. Quando veio Paulo VI eu era jovem demais. Foram encontros muito diferentes uns dos outros. Com muito trabalho, do ponto de vista da preparação, e importantes, porque trouxeram uma energia nova para dentro da comunidade. A visita de João Paulo II trouxe energia ao diálogo entre judeus e católicos. Bento XVI trouxe um forte impulso tanto na viagem à Terra Santa quanto na viagem ao Líbano. Em seus discursos, em seus gestos, ele destacou a importância do encontro com a comunidade local. O papa Francisco é muito popular. Sabemos que o impulso dele na comunidade cristã se expressará de alguma outra maneira.

ZENIT: O que o senhor diria ao Santo Padre e aos nossos leitores que talvez não conheçam com precisão os problemas do Oriente Médio?

Padre Pizzaballa: Jerusalém é a casa de Pedro, é o lugar de onde Pedro veio. Eu vou dizer, sem dúvida, que o Santo Padre é muitíssimo bem-vindo, que esta é também a casa dele. A nossa é uma realidade muito complexa, que não deve ser julgada, mas compreendida. É importante vir a Jerusalém não para escolher, mas para estar.


Go to top



Espiritualidade
Maria é Medianeira de Todas As Graças? 
Até hoje não foi definido pela Igreja e há poucos elementos explícitos sobre esse tema na Sagrada Escritura e na Tradição.

Por Pe. Anderson Alves


RIO DE JANEIRO, 07 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Essa é uma pergunta feita pelos cristãos há séculos. Até hoje não foi definido pela Igreja e há poucos elementos explícitos sobre esse tema na Sagrada Escritura e na Tradição. Talvez no futuro seja definido pela Igreja, a qual levará à adesão filial e agradecida dos bons católicos. Entretanto, a questão continua aberta e pode ser livremente discutida. Cremos que possa ser dito que Maria é a medianeira de todas as graças, como alguns santos e doutores da Igreja o fizeram, desde que isso seja bem entendido. Vamos procurar esclarecê-lo aqui.

Em primeiro lugar, diz-se que Maria é "medianeira" para distinguí-la de Cristo, «único mediador entre Deus e os homens» (I Tim. 2, 5)[i]. Maria é medianeira por estar entre Cristo e os homens e por interceder por eles, assim como fez nas bodas de Caná (Jo. 2). Maria no Céu conserva a sua função de medianeira ativa e eficaz (intercessora) para a salvação para os homens. Porém a fé católica é consciente de que Maria está sempre ao lado de Jesus, em dependência dele, embora seja superior a todos os demais membros da Igreja. Foi por graça que ela consentiu com a concepção do Salvador e todos os homens são devedores de Maria em relação a esse fato fundamental da História.

Por causa do lugar privilegiado de Maria entre Jesus Cristo e os homens, a oração cristã apela à intercessão dela, o qual se funda na certeza de que a mediação de Maria continua no Céu. Além disso, a oração cristã não invoca exclusivamente a Maria, mas Deus, Cristo, o Espírito Santo e os outros santos. Por seu lugar especial dentro do Corpo Místico de Cristo (a Igreja), se deduz que nenhuma graça é concedida por Deus sem uma intercessão atual de Maria. São Bernardo de Claraval (1090-1153) diz: «Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos».

E isso não é apenas uma opinião piedosa, ou um exagero, ou uma fantasia infundada, mas sim a consequência da compreensão do justo lugar de Maria na Igreja.

O sentido correto dessa doutrina não diz que não recebamos nenhuma graça sem termos implorado explicitamente a intercessão de Maria. Mas diz que nenhuma das nossas orações é atendida sem o apoio da intercessão de Maria. «Uma exclusão positiva e voluntária desta intercessão na intenção de quem reza deve certamente fazer temer que a prece não seja atendida»[ii].

A dita doutrina tampouco significa que a intercessão de Maria seja universalmente necessária para determinar Cristo a fazer valer sua intercessão por nós, como se ele não estivesse sempre disposto a fazê-lo. Maria não "convence" seu Filho a interceder por nós, pois Ele conhece tudo o que precisamos e nos olha sempre com carinho e atenção. O sentido correto da doutrina diz que, segundo a ordem estabelecida por Deus, o mérito e a intercessão de Cristo não favorecem a ninguém sem que intervenha ao mesmo tempo a intercessão de Maria. 

Há motivos de conveniência para se afirmar a função de Maria como medianeira de todas as graças:

a) A dita função corresponde à dignidade da mãe de Deus, que é repleta de graça e rainha da nova criação. Como disse Santo Tomás de Aquino, «todos os méritos e graças de Maria provém do fato de somente ela e Deus Pai puderam dizer a Jesus Cristo: "meu Filho?"»;

b) Maria é medianeira quanto ao dom da fonte de toda graça, Jesus Cristo. Ela consentiu com a Encarnação, concebendo e dando à luz livremente o Filho único de Deus. Isso indica que Maria é destinada por Deus a comunicar constante e universalmente as efusões da fonte divina como um canal da graça;

c) Maria colaborou na aquisição de todas as graças pela sua participação no sacrifício redentor de Cristo. Ela permaneceu de pé junto à cruz do Senhor, oferecendo o seu Filho ao Pai em benefício de toda a humanidade. Por essa sua colaboração ela se tornou depositária do mérito redentor para toda a humanidade em todos os tempos;

d) Maria colaborou, com suas orações, na obtenção do Espírito Santo para toda a Igreja. E essa sua cooperação prossegue como condição normal de todos os frutos do mérito de Cristo e de todas as graças do Espírito Santo. Com isso ela se tornou mãe espiritual de todos os resgatados. «Como todas as graças da redenção se destinam a gerar, a alimentar e a aperfeiçoar a vida da graça, a colaboração universal e contínua de Maria neste domínio é tão normal como a de uma mãe corporal na alimentação dos seus filhos»[iii].

e) A comunicação da graça redentora está ligada de modo universal à Igreja. De fato, ninguém recebe uma graça sem alguma relação com a Igreja e sem a cooperação ativa dela. A Igreja comunica a graça pela sua oração e obtém como esposa e corpo vivo de Cristo, para os seus filhos, as graças de seu Marido e Mestre. E Maria é um membro excelente da Igreja, de modo que somente ela representa a oração universal da Igreja. Por isso a mediação universal de graças da Igreja não pode ser feita sem Maria como medianeira universal e contínua.

Portanto, dada a posição de Maria no reino da graça e sua colaboração constante com Cristo em toda obra misericordiosa sobre o corpo místico, ela deve ser considerada uma colaboradora tão normal e constante como o coração coopera com a cabeça na sua influência sobre a vida de todos os outros membros. A imagem do coração exprime que a comunicação da graça pela sua atividade própria continua atualmente no Céu.

São Bernardino de Siena aplicava à Maria a imagem do pescoço do Corpo Místico, o qual tem a Cristo como sua cabeça. Essa imagem corresponde à do canal da graça e exprime a completa subordinação de Maria a Cristo na comunicação das graças, bem como a universalidade absoluta desta comunicação e o seu motivo. Maria é um elo que está acima do corpo e se dirige com a cabeça para o Céu. Essa imagem mostra que a intercessão de Maria é um meio comum e necessário para a salvação de todos os homens, o que não ocorre com os outros santos. A invocação de Maria tem um significado diverso da invocação dos santos, é superior a todas elas e está implícita em toda oração cristã.

Por todos esses motivos pode-se afirmar sem medo e com bons motivos teológicos que Maria é a medianeira de todas as graças. De forma que é correto o que disse S. Luiz de Montfort: «Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria. Esse grande Deus tem um tesouro, um depósito riquíssimo, onde encerrou tudo que há de belo, brilhante, raro e precioso, até seu próprio Filho; e este tesouro imenso é Maria, que os anjos chamam tesouro do Senhor, e de cuja plenitude os homens se enriqueceram»[iv].

Bibliografia:

M. J. Scheeben, A Mãe do Senhor, Editorial Aster, 1960.

S. Afonso de Ligório, As glórias de Maria, Ed. Santuário, 2011.

[i] Sobre isso conferir o meu artigo: Pe. Anderson Alves, Se Jesus é o único mediador, por que recorrer à intercessão dos santos? Disponível em: http://www.linkscatolicos.com.br/2012/04/jesus-e-o-unico-mediador-entre-deus-e.html#.U2TbqNywb04

[ii] M. J. Scheeben, A Mãe do Senhor, Editorial Aster, 1960, p. 184.

[iii] Ibid., p. 185.

[iv] S. Luiz de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima, n. 23-25.


Go to top



Análise
As condições da liberdade religiosa no mundo 
O 15° relatório anual do USCIFR revela dados alarmantes

Por John Flynn, LC


ROMA, 06 de Maio de 2014 (Zenit.org) - No dia 1° de Maio desse ano, a Comissão sobre a Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos (USCIFR) publicou o seu relatório anual de 2014. O relatório documentou violações em 232 países e estabeleceu uma série de recomendações.

Trata-se do décimo quinto relatório anual da instituição da Comissão e, para marcar o aniversário, o relatório também examinou os arquivos da política do governo dos Estados Unidos sobre o tema da liberdade religiosa.

"Com os abusos contra a liberdade religiosa que ocorrem diariamente em todo o mundo contra as pessoas de todos os credos e contra aqueles que não têm fé, os Estados Unidos, em palavras e gestos, terá que se posicionar de forma solidária com os perseguidos", disse o presidente do USCIFR, Robert P. George .

O relatório indica os piores violadores como Countries of Particular Concern (CPC), ou seja, países de especial preocupação. A Comissão recomenda que o Secretário de Estado mantenha na "lista negra" os países já existentes que são Birmânia, China, Eritreia, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão e Uzbequistão.

O relatório, além do mais, solicita que o Governo inclua no CPC também o Egito, Iraque, Nigéria, Paquistão, Síria, Tajiquistão, Turcomenistão e Vietnã.

Há também um segundo grupo de países, que não fazem parte dos padrões dos CPC, mas, onde, no entanto, encontram-se graves violações da liberdade religiosa . Estes últimos são chamados de Tier 2, onde os CPC também são chamados de Tier 1. Entre estes últimos estão Afeganistão, Cuba, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Laos , Malásia, Rússia e Turquia.

Entre os muitos detalhes sobre cada um dos países mencionados acima, alguns apresentam implicações especialmente graves. Na China, por exemplo, o relatório destaca que são "violações particularmente graves da liberdade religiosa".

As relações entre Pequim e o Vaticano continuam problemáticas, observa o relatório, com dezenas de membros do clero presos, incluindo três bispos.

Há muitas notícias sobre o Egito, com relação às violações dos direitos e, se por um lado o relatório reconhece os progressos obtidos com a nova Constituição, por outro alerta sobre o fato de como tem sido implementada. Além do mais, permanecem em pé várias leis discriminatórias.

No que diz respeito ao Irã, o relatório observa que o governo "continua a exercer sistemáticas, contínuas e flagrantes violações à liberdade religiosa, entre as quais prolongadas prisões, torturas e execuções baseadas principalmente na religião do acusado".

De acordo com o USCIFR, desde 2010 as autoridades detiveram e prenderam arbitrariamente cerca de 400 cristãos.

Segundo informa o relatório, no Iraque, em 2013, cresceu o nível de violência motivada por religião: isso acontece particularmente nas regiões setentrionais do país que no passado recente eram relativamente seguras para as minorias.

A Nigéria é outro país com sérios problemas de violência com motivação religiosa e o relatório, diz que o governo, apesar de não exercer perseguições religiosas, termina com o "tolerar graves violações por meio da sua falha de entregar à justiça os responsáveis de sistemáticas, contínuas e explícitas violações, mas também evitando prevenir ou conter a violência".

O Paquistão, diz o relatório, representa a pior situação mundial em matéria de liberdade religiosa, no contexto dos países não designados como CPC.

No último ano as condições chegaram a um nível crítico jamais registrado, e de acordo com o que diz o relatório, "as leis que reprimem a blasfêmia e as leis anti-Ahmadi são amplamente utilizadas para violar as liberdades religiosas e fomentar um clima de impunidade".

As leis contra a blasfêmia não precisam nem mesmo de prova de dolo ou evidências que devam ser apresentadas junto com as acusações feitas.

Uma novidade no 15º aniversário do relatório é o monitoramento do quão bem o governo agiu com as políticas internacionais em defesa da liberdade religiosa. O USCIFR expôs uma série de sugestões ao governo para melhorar seu desempenho.

Em primeiro lugar solicita intervenções de alto nível do Presidente, do Secretário de Estado e dos membros do Congresso. Além do mais, o relatório argumenta em favor de uma ação de mais alto grau que deve ser tomada contra os CPC e de mais recursos para se dedicar à promoção do tema da religião da forma que se merece.

O relatório invoca também uma intervenção do Congresso, no caso em que os funcionários do Governo não ajam em favor da liberdade religiosa. Isso reflete a insatisfação expressa no relatório sobre como a posição do embaixador para a Liberdade Religiosa Internacional tenha sido rebaixada e que os números de funcionários do Departamento Internacional para a Liberdade Religiosa tenham sido cortados.

Outra questão controversa mencionada pela USCIFR é a relutância do governo em adotar as recomendações no que respeita à CPC. Ao mesmo tempo, mesmo quando os países são rotulados como tais, não se faz muito contra eles. De fato, agora mesmo, explica o relatório, não existem ações punitivas contra nenhum CPC.

Devemos reconhecer, diz o relatório, "que as preocupações pela liberdade religiosa são frequentemente ignoradas ou subestimadas na política externa dos EUA".

A liberdade religiosa deveria ser parte integrante da política externa norte-americana, solicita o relatório. Há também a necessidade de um repensar as medidas que podem ser implementadas a fim de pressionar os países para que cessem as violações da liberdade.

Aqueles que estão interessados ​​em defender a liberdade religiosa só podem esperar que as muitas recomendações feitas no relatório recebam uma real atenção.

(Trad.TS)


Go to top



«Regina Caeli»
Papa pede orações pelos Pastores, vocações e pelas mães 
As palavras do Pontífice no Regina Coeli

Por Redacao


ROMA, 12 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas neste domingo (11) aos fiéis reunidos na Praça São Pedro para rezar com ele a oração mariana do Regina Coeli.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O evangelista João nos apresenta, neste quarto domingo do tempo pascal, a imagem de Jesus Bom Pastor. Contemplando esta página do Evangelho, podemos compreender o tipo de relação que Jesus tinha com os seus discípulos: uma relação baseada na ternura, no amor, no conhecimento recíproco e na promessa de um dom imensurável: "Eu vim – disse Jesus – para que tenham vida e tenham vida em abundância" (Jo 10, 10). Tal relação é o modelo das relações entre os cristãos e das relações humanas.

Muitos, também hoje, como nos tempos de Jesus, propõem-se como "pastores" das nossas existências; mas só o Ressuscitado é o verdadeiro Pastor, que nos dá a vida em abundância. Convido todos a terem confiança no Senhor que nos guia. Mas não só nos guia: Ele nos acompanha, caminha conosco. Escutemos com mente e coração abertos a sua Palavra, para alimentar a nossa fé, iluminar a nossa consciência e seguir os ensinamentos do Evangelho.

Neste domingo, rezemos pelos Pastores da Igreja, por todos os bispos, incluindo o Bispo de Roma, por todos os sacerdotes, por todos! Em particular rezemos pelos novos sacerdotes da diocese de Roma, que ordenei agora há pouco, na Basílica de São Pedro. Uma saudação a estes 13 novos sacerdotes! O Senhor ajude nós pastores a sermos sempre fiéis ao Mestre e guias sábios e iluminados do povo de Deus a nós confiado. Também a vocês, por favor, peço que nos ajudem: ajudem-nos a sermos bons pastores. Uma vez li uma coisa belíssima de como o povo de Deus ajuda os bispos e os sacerdotes a serem bons pastores. É um escrito de São Cesário de Arles, um padre dos primeiros séculos da Igreja. Ele explicava como o povo de Deus deve ajudar o pastor e dava este exemplo: quando o bezerrinho tem fome, vai até a vaca, até a mãe, para tomar o leite. A vaca, porém, não o dá de imediato: parece que o retém para si. E o que faz o bezerrinho? Bate com o seu nariz na mama da vaca, para que venha o leite. É uma bela imagem! "Assim vocês – diz este santo – devem ser com os pastores: bater sempre às suas portas, aos seus corações, para que vos deem o leite da doutrina, o leite da graça e o leite da orientação". E vos peço, por favor, para importunarem os pastores, para perturbarem os pastores, todos nós pastores, para que possamos dar a vocês o leite da graça, da doutrina e da orientação. Importunar! Pensem naquela bela imagem do bezerrinho, como importuna a mãe para que lhe dê de comer.

À imitação de Jesus, cada Pastor "às vezes se colocará diante para indicar o caminho e para apoiar a esperança do povo – o pastor deve estar à frente às vezes – às vezes estará simplesmente em meio a todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e em algumas circunstâncias deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que ficaram para trás" (Exort. Apos. Evangelii gaudium, 31). Que todos os Pastores sejam assim! Mas vocês, importunem os pastores, para que deem a orientação da doutrina e da graça.

Neste domingo, acontece o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Na mensagem deste ano, recordei que "cada vocação requer em todo caso um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho" (n. 2). Por isto o chamado a seguir Jesus é ao mesmo tempo entusiasmante e desafiador. Para que se realize, é necessário sempre entrar em profunda amizade com o Senhor para poder viver Dele e para Ele.

Rezemos para que também neste tempo tantos jovens ouçam a voz do Senhor, que tem sempre o risco de ser sufocada entre tantas outras vozes. Rezemos pelos jovens: talvez aqui na Praça há alguém que escuta esta voz do Senhor que o chama ao sacerdócio; rezemos por ele, se está aqui, e por todos os jovens que são chamados.

(Trad.: Canção Nova)


Go to top

ZENIT é uma agência internacional de informação

Visite nossa página: http://www.zenit.org

Para assinatura / cancelar assinatura visite: http://www.zenit.org/portuguese/subscribe.html

To make a donation to support ZENIT: http://www.zenit.org/portuguese/doacaos.html

Para presentear ZENIT, sem nenhum custo: http://www.zenit.org/portuguese/presente.html

Please send press releases using: http://www.zenit.org/portuguese/noticias.html

* * * * * * * * * * * * * * * *

This edition is protected by U.S. copyright Laws and by international copyright laws

A reprodução dos serviço de ZENIT necessitam da permissão expressa do editor: http://www.zenit.org/portuguese/permissao.html

(c) Innovative Media Inc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]