Vocação e Eleição
00:09 Joel Nunes dos Santos No comments
As eleições se aproximam. Por isso convém cercar o voto de prudência, virtude que é definida como “a arte de bem aconselhar-se”.
Uma coisa puxa outra: quanto pior a escolha, pior para as vocações. Pois sabemos que o homem é um ser eminentemente de relação, quer dizer, é criatura que comunica e assimila saberes praticamente o tempo todo. Prevenindo para que esta comunicação não fosse um mero papaguear, Deus concedeu que cada homem fosse dotado de vocação específica: para comunicar saberes abstratos, práticos, criasse coisas, idéias e imagens; e pudesse enxergar como suas próprias as dores alheias. As vocações não dão verdadeiros e adequados frutos automaticamente, mas exigem de cada pessoa – e do conjunto delas – que se permaneça dentro dos limites da justiça, isto é, dentro do propósito de dar a cada um o que é seu.
O Bispo Dom Fernando Arêas Rifan, em seu artigo para a Folha do dia 23 de maio de 2012, nos relembra o que a Igreja nos diz a respeito das coisas relativas à política (na qual se inserem as eleições):
A relação eleição-vocação se torna visível ao retomarmos um pouco do que é, para o santo doutor Tomás de Aquino, uma sociedade justa.
Nos comentários à Política de Aristóteles, Santo Tomás de Aquino relembra que “justiça é não reter nem tomar o que ao outro pertence”. Pertence ao próximo o direito de ser bem informado quanto à verdade, pois não existe direito sem dever. Jesus impôs como dever aos apóstolos que evangelizassem, que pregassem o evangelho até os confins da terra. Evangelizar é falar de Jesus; falar de Jesus é falar a verdade, pois Jesus, que é Deus, disse de si que Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 5). Se impôs aos apóstolos e seus sucessores (os bispos) este dever, é porque sua contrapartida compõe-se das pessoas em geral, que têm o direito de serem evangelizadas. Pois, como foi dito, não há dinheiro sem dever e vice-versa.
Como dizia, Santo Tomás de Aquino comentou o livro A Política de Aristóteles. Lá mostra que há seis formas possíveis de governo: duas de um homem só (uma boa, voltada ao bem dos governados; e uma ruim, voltada ao bem do governante), duas de poucos homens e duas de muitos homens. O governo de um só homem configura ou a monarquia (a forma boa) ou a tirania (a forma ruim); de poucos homens, a aristocracia (“governo dos melhores”, dos homens virtuosos) ou a oligarquia (“governo dos homens ricos” e não virtuosos); de muitos homens, a república (sistema bom) ou a democracia (no sentido, por exemplo, de “ditadura do proletariado” ou “governo das massas”).
Vale dizer que a forma republicana tem a vantagem de permitir que a deficiência de uns seja compensada pela proficiência de outros, o que garante a possibilidade de a administração da coisa pública dar-se em benefício dos governados. A democracia, enquanto o império da suposta vontade maioria (representada por uma elite que fala em seu nome, como nos governnos comunistas), não permite o mesmo equilíbrio, uma vez que os tais representantes acabam governando em benefício próprio e em detrimento dos governados. Daí ocorrer de os países onde se instalou a democracia (no sentido em que Aristóteles tomava esta denominação) darem a si mesmos a denominação de “república”, como em “República Popular da China”. Deste modo esconde-se da percepção imediata das pessoas, o verdadeiro significado contido na idéia de “governo popular”, ou democrático, prometido antes de a revolução comunista chegar a êxito. Na república, o cidadão é garantido (e protegido) por instituições dotadas da autonomia em relação ao Estado devido à força das leis; na democracia, império da “maioria”, as instituições não possuem força suficiente para garantirem e protegerem o cidadão contra o poder do Estado.
À luz desses critérios, percebe-se que a Igreja reúne as boas qualidades inerentes ao governo de um, de poucos e de muitos – governos voltados ao bem dos governados. Pois nela há o Papa, os bispos, os padres, homens e mulheres de vida consagrada, e os leigos, todos vivendo sob a presunção da virtude, uma vez que para ser Papa é preciso antes ser bispo; antes deste, ser padre; antes deste, ser jovem que cultiva a virtude. E para a ordenação do sacerdote vale o ensino de São Paulo a Timóteo (I Tim 5, 22): “Não te apresses a impor as mãos a ninguém, e não te faças participante dos pecados dos outros.” Ao que se soma o comentário de São João Crisóstomo (Hom. 16 in Tim.): “Dos pecados dele, tanto passados, como futuros, terás também que sofrer a pena, que lhe deste a dignidade.”
Pois bem, a proficiência de cada pessoa é resultado de sua vida estar conforme com sua vocação. Na medida em que na sociedade impere a justiça, é fácil dar-se o reconhecimento do valor, bem como da utilidade, do que é vocacional em cada um. Numa sociedade assim, impera o senso de admiração, enquanto numa sociedade desligada da noção de verdadeira justiça, predomina a inveja, a cobiça e a rapina.
Na sociedade justa, cada pessoa é capaz de encontrar no próximo motivo de admiração, como se dissesse no seu íntimo “tal pessoa é tão excelente bancário quanto eu sou excelente músico” e assim por diante. Na outra, injusta, onde predomina a inveja, a equação é do tipo “quanto melhor forem as coisas para o outro, mais deprimido e com raiva me sinto”.
Não é possível sociedade justa com governantes despojados de virtude, ainda que sejam pessoas ricas e poderosas. E o primeiro e mais fundamental modelo de justiça é o cuidado e proteção dos mais inocentes. Assim, uma pessoa que se proponha ao governo – a ser eleito a cargo político – seja a mesma que despreza a vida e a família constituída pela união de homem e mulher da qual resultam filhos, não deve merecer o voto de quem tenha aceito o Evangelho, o conteúdo que Jesus deu por missão aos apóstolos ensinar.
Quem acreditar ser possível o adequado desenvolvimento vocacional numa sociedade governada majoritariamente por indivíduos incapazes de respeitar e acolher a virtude da justiça, porque se engana a respeito daquilo que o homem é. O homem é um ser eminentemente relacional e necessita, para seu pleno desenvolvimento, esforçar-se para desenvolver virtudes, tanto mais fáceis de serem desenvolvidas quanto mais a sociedade em torno as valorize.
Joel Nunes dos Santos, em 02 de junho de 2012.
Uma coisa puxa outra: quanto pior a escolha, pior para as vocações. Pois sabemos que o homem é um ser eminentemente de relação, quer dizer, é criatura que comunica e assimila saberes praticamente o tempo todo. Prevenindo para que esta comunicação não fosse um mero papaguear, Deus concedeu que cada homem fosse dotado de vocação específica: para comunicar saberes abstratos, práticos, criasse coisas, idéias e imagens; e pudesse enxergar como suas próprias as dores alheias. As vocações não dão verdadeiros e adequados frutos automaticamente, mas exigem de cada pessoa – e do conjunto delas – que se permaneça dentro dos limites da justiça, isto é, dentro do propósito de dar a cada um o que é seu.
O Bispo Dom Fernando Arêas Rifan, em seu artigo para a Folha do dia 23 de maio de 2012, nos relembra o que a Igreja nos diz a respeito das coisas relativas à política (na qual se inserem as eleições):
“A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política... não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça... não poderá firmar-se nem prosperar” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 28).
A relação eleição-vocação se torna visível ao retomarmos um pouco do que é, para o santo doutor Tomás de Aquino, uma sociedade justa.
Nos comentários à Política de Aristóteles, Santo Tomás de Aquino relembra que “justiça é não reter nem tomar o que ao outro pertence”. Pertence ao próximo o direito de ser bem informado quanto à verdade, pois não existe direito sem dever. Jesus impôs como dever aos apóstolos que evangelizassem, que pregassem o evangelho até os confins da terra. Evangelizar é falar de Jesus; falar de Jesus é falar a verdade, pois Jesus, que é Deus, disse de si que Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 5). Se impôs aos apóstolos e seus sucessores (os bispos) este dever, é porque sua contrapartida compõe-se das pessoas em geral, que têm o direito de serem evangelizadas. Pois, como foi dito, não há dinheiro sem dever e vice-versa.
Como dizia, Santo Tomás de Aquino comentou o livro A Política de Aristóteles. Lá mostra que há seis formas possíveis de governo: duas de um homem só (uma boa, voltada ao bem dos governados; e uma ruim, voltada ao bem do governante), duas de poucos homens e duas de muitos homens. O governo de um só homem configura ou a monarquia (a forma boa) ou a tirania (a forma ruim); de poucos homens, a aristocracia (“governo dos melhores”, dos homens virtuosos) ou a oligarquia (“governo dos homens ricos” e não virtuosos); de muitos homens, a república (sistema bom) ou a democracia (no sentido, por exemplo, de “ditadura do proletariado” ou “governo das massas”).
Vale dizer que a forma republicana tem a vantagem de permitir que a deficiência de uns seja compensada pela proficiência de outros, o que garante a possibilidade de a administração da coisa pública dar-se em benefício dos governados. A democracia, enquanto o império da suposta vontade maioria (representada por uma elite que fala em seu nome, como nos governnos comunistas), não permite o mesmo equilíbrio, uma vez que os tais representantes acabam governando em benefício próprio e em detrimento dos governados. Daí ocorrer de os países onde se instalou a democracia (no sentido em que Aristóteles tomava esta denominação) darem a si mesmos a denominação de “república”, como em “República Popular da China”. Deste modo esconde-se da percepção imediata das pessoas, o verdadeiro significado contido na idéia de “governo popular”, ou democrático, prometido antes de a revolução comunista chegar a êxito. Na república, o cidadão é garantido (e protegido) por instituições dotadas da autonomia em relação ao Estado devido à força das leis; na democracia, império da “maioria”, as instituições não possuem força suficiente para garantirem e protegerem o cidadão contra o poder do Estado.
À luz desses critérios, percebe-se que a Igreja reúne as boas qualidades inerentes ao governo de um, de poucos e de muitos – governos voltados ao bem dos governados. Pois nela há o Papa, os bispos, os padres, homens e mulheres de vida consagrada, e os leigos, todos vivendo sob a presunção da virtude, uma vez que para ser Papa é preciso antes ser bispo; antes deste, ser padre; antes deste, ser jovem que cultiva a virtude. E para a ordenação do sacerdote vale o ensino de São Paulo a Timóteo (I Tim 5, 22): “Não te apresses a impor as mãos a ninguém, e não te faças participante dos pecados dos outros.” Ao que se soma o comentário de São João Crisóstomo (Hom. 16 in Tim.): “Dos pecados dele, tanto passados, como futuros, terás também que sofrer a pena, que lhe deste a dignidade.”
Pois bem, a proficiência de cada pessoa é resultado de sua vida estar conforme com sua vocação. Na medida em que na sociedade impere a justiça, é fácil dar-se o reconhecimento do valor, bem como da utilidade, do que é vocacional em cada um. Numa sociedade assim, impera o senso de admiração, enquanto numa sociedade desligada da noção de verdadeira justiça, predomina a inveja, a cobiça e a rapina.
Na sociedade justa, cada pessoa é capaz de encontrar no próximo motivo de admiração, como se dissesse no seu íntimo “tal pessoa é tão excelente bancário quanto eu sou excelente músico” e assim por diante. Na outra, injusta, onde predomina a inveja, a equação é do tipo “quanto melhor forem as coisas para o outro, mais deprimido e com raiva me sinto”.
Não é possível sociedade justa com governantes despojados de virtude, ainda que sejam pessoas ricas e poderosas. E o primeiro e mais fundamental modelo de justiça é o cuidado e proteção dos mais inocentes. Assim, uma pessoa que se proponha ao governo – a ser eleito a cargo político – seja a mesma que despreza a vida e a família constituída pela união de homem e mulher da qual resultam filhos, não deve merecer o voto de quem tenha aceito o Evangelho, o conteúdo que Jesus deu por missão aos apóstolos ensinar.
Quem acreditar ser possível o adequado desenvolvimento vocacional numa sociedade governada majoritariamente por indivíduos incapazes de respeitar e acolher a virtude da justiça, porque se engana a respeito daquilo que o homem é. O homem é um ser eminentemente relacional e necessita, para seu pleno desenvolvimento, esforçar-se para desenvolver virtudes, tanto mais fáceis de serem desenvolvidas quanto mais a sociedade em torno as valorize.
Joel Nunes dos Santos, em 02 de junho de 2012.
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