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    domingo, 29 de abril de 2012

    CACHOEIRA, “VEJA” E A VERDADE SOBRE O GOVERNO PARALELO DE JOSÉ DIRCEU NUM QUARTO DE HOTEL. OU: ACABOU A FARSA, ZÉ! TENTE OUTRA VEZ!


    Blogs e Colunistas

    José Dirceu

    28/04/2012
    às 18:54

    CACHOEIRA, “VEJA” E A VERDADE SOBRE O GOVERNO PARALELO DE JOSÉ DIRCEU NUM QUARTO DE HOTEL. OU: ACABOU A FARSA, ZÉ! TENTE OUTRA VEZ!

    O subjornalismo a serviço de José Dirceu e da escória do mensalão mudou um pouquinho de tom. Teve de revelar a sua real face. O objetivo é mesmo proteger aquele que é chamado de “chefe de quadrilha” pelo Procurador Geral da República.
    Muito bem! Até ontem, a escória fazia marola na rede: “O jornalista da VEJA fez isso e aquilo; está de conluio com Cachoeira…” O inquérito, agora tornado público, deixa claro o que as pessoas decentes já sabiam: o profissional da VEJA atua em busca de informações que interessam ao público. Tanto não estava a serviço de Cachoeira que reportagem da revista sobre a Delta preocupa o grupo. Diálogos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres flagram os dois se articulando para abafar a repercussão da notícia. SABEM QUEM ESTAVA, NA PRÁTICA, QUERENDO OU NÃO, ATUANDO EM FAVOR DE CACHOEIRA? AQUELES QUE IGNORARAM A REPORTAGEM DA VEJA.
    Nota à margem: pessoalmente, sou favorável ao fim do sigilo de justiça em inquéritos por uma razão simples: sempre há vazamento, e quem opera para isso fica impune. Como não se conhece o conteúdo do inquérito, alguns canalhas escrevem o que bem entendem. O que há mesmo lá contra a VEJA? Nada! Só há coisas a favor. Ou então vamos ver.
    1: José Dirceu é ex-deputado, cassado por corrupção.
    2: José Dirceu é acusado de chefe de quadrilha em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
    3: José Dirceu é “consultor” de empresa privadas nacionais e estrangeiras.
    4: José Dirceu é chefão informal — não tem nem cargo na Executiva — do PT.
    Muito bem! Se alguém com esse currículo está se encontrando, de forma clandestina, com autoridades dos Poderes Legislativo e Executivo em quartos de hotel, em meio à crise que resultou na queda do chefe da Casa Civil, pergunta-se:
    a) isso é ou não é notícia?
    b) isso deve ou não vir a público?
    Nota: nem Dilma Rousseff sabia das atividades clandestinas de Dirceu, que atraía para seu cafofo também subordinados da presidente. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e seus esbirros no subjornalismo a soldo tentam agora, inutilmente, transformar em crime a divulgação da notícia.
    No inquérito que já vazou na íntegra, a turma de Cachoeira comemora a notícia, sugere que está na origem da divulgação da fita — fita, notem bem!, que é do circuito interno do hotel. Não foi especialmente produzida por ninguém. Isso é apenas um fato! SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM SANTO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE. SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM BANDIDO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE.
    “Aquele, qual, Reinaldo?”
    Este: um deputado cassado por corrupção, lobista de empresas privadas, acusado de ser “chefe de quadrilha”, mantendo encontros secretos com autoridades do Legislativo e do Executivo.
    VEJA publicou? Publicou e fez muito bem! Folha, Estadão, O Globo e Época, para citar alguns veículos, agiriam da mesma forma. Qualquer veículo tomaria essa decisão? Não! Aqueles que dependem da boa vontade de terceiros para sobreviver usariam o material para fazer negócio. Os que precisam da ajudinha do governo federal e das estatais para existir também a esconderiam. E haveria certamente quem se visse tentando a usar o material para fazer chantagem.
    “Pôr fogo na República”
    “Ah, mas Cachoeira e sua turma dizem que a fita iria pôr fogo na República…” E daí? Que dissessem que iria incendiar o mundo! Cada um usa as metáforas e as hipérboles que forem do seu gosto. Os diálogos deixam claro que ele é chegado, com frequência, a afetar um poder que não tem, o que certamente despertava a admiração dos seus subordinados. Isso é irrelevante. Atenção para o que vai em caixa alta. Depois, dirijo uma pergunta aos petistas: SEMPRE QUE ALGUÉM CASSADO POR CORRUPÇÃO, LOBISTA DE EMPRESA PRIVADA E ACUSADO DE SER CHEFE DE QUADRILHA ESTIVER SE ENCONTRANDO COM AUTORIDADES DA REPÚBLICA, A OBRIGAÇÃO DA IMPRENSA, SE SABE DO FATO E TEM A PROVA, É DENUNCIAR.
    O resto é conversa de criminosos e de seus assalariados — TODOS ELES, INVARIAVELMENTE, PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO OU DE ESTATAIS — para tentar esconder os próprios crimes.
    A pergunta aos petistas
    Venham cá: se Dirceu estava lá, no seu cafofo, recebendo autoridades do Executivo e do Legislativo para tratar apenas de assuntos republicanos e do interesse do país, por que tanto drama? Por que haveria, nas palavras do contraventor, o risco de se “pôr fogo no país”? Aquilo tudo não era, na visão de vocês, legítimo, correto, moralmente aceitável? Da próxima, sugiro que reuniões desse tipo sejam noticiadas no site do PT. Assim:

    “Ontem, no Hotel X, o companheiro José Dirceu se encontrou com o ministro do Desenvolvimento Industrial e com o líder do governo na Câmara, demonstrando que continua a ser um dos homens mais influentes do PT e da República. Perseguido pela imprensa burguesa, o agora mediador dos interesses entre o trabalho e o capital discutiu com as autoridades uma pauta que é do interesse (…)”
    Essa gente perdeu a noção do ridículo e ficou sem discurso. Está comprovado: o único interesse é mesmo defender o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e… a quadrilha.
    Para encerrar - Alguns cretinos estão tentando ressuscitar a mentira comprovada de que um repórter da VEJA tentou invadir o santuário de José Dirceu naquele hotel. O Ministério Público nem sequer aceitou a denúncia porque não se conseguiu nem mesmo apresentar um indício de que isso tenha acontecido.
    A esperança de Lula e da quadrilha do mensalão era a de que o inquérito sobre Demóstenes desmoralizasse a imprensa, contribuindo para livrar a cara dos quadrilheiros. Se o STF vai livrar ou não, isso eu não sei! O que resta comprovado é que foi para o brejo mais essa tentativa do PT de matar o jornalismo para restar como única instância da verdade no país.
    Imaginem, meus senhores, a verdade a cargo de José Dirceu. Quando menos, ela teria duas caras.
    PS - Ah, sim, independentemente de você ser professor de Educação Moral e Cívica ou não: caso tenha alguma fita que mostre José Dirceu ou outro qualquer mantendo reuniões suspeitas com autoridades da República, faça a fita chegar à imprensa digna desse nome. Isso é do interesse público e tem de ser conhecido pelo público.
    PS2 - A propósito: quem vinha vazando a conta-gotas o conteúdo do inquérito sobre Demóstenes? Quem o vazou agora na íntegra? Nao me digam que foi uma freira do convento das Carmelitas Descalças… A farsa desmoronou, Zé! Tente outra vez!
    PS3 - E cumpre jamais esquecer as palavras tornadas históricas por Carlinhos Cachoeira e Jairo, um de seus auxiliares. Relembro:
    CACHOEIRA - Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…
    JAIRO - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!
    PS4 - Fantasia final
    Consta lá no inquérito que a fita teria sido cedida à VEJA em troca de uma reportagem sobre bingo eletrônico. A canalha a soldo repete isso por aí.
    Cadê a reportagem?
    Onde foi publicada?
    Quando foi publicada?
    Essa gente não cansa de se desmoralizar?
    Por Reinaldo Azevedo
    25/04/2012
    às 22:11

    Eita mundo pequeno! Advogado de Cavendish, dono da Delta, é o mesmo que cuida da defesa de José Dirceu no mensalão

    É claro que é tudo coincidência. E como coincidências acontecem em certo mundo — ou mundinho!!! Fernando Cavendish, dono da Delta, já escolheu o escritório de advocacia que vai defendê-lo nesta fase difícil: é o “Oliveira Lima, Hungria, Dall’Acqua & Furrier Advogados”, liderado por José Luís de Oliveira Lima. Esse profissional tem vários clientes famosos. Um dele é justamente José Dirceu, que já foi “consultor” da… Delta! É quem cuida dos interesses do “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República) no processo do mensalão. Oliveira Lima, como se diz nos bastidores, é muito apreciado por algumas figuras públicas porque teria “penetração da mídia” — fala facilmente com alguns jornalistas. E isso, em alguns casos, pode ser um ativo importante.
    Segundo informa o Estadão, a defesa de Cavendish já o alertou para o risco de que tenha a prisão preventiva decretada sob a justificativa de que, em liberdade, ele pode obstruir a investigação de irregularidades. Por isso, foi orientado a se afastar formalmente da direção da empresa.
    Por Reinaldo Azevedo
    23/04/2012
    às 16:47

    Qual foi mesmo a atuação do “chefe de quadrilha” no mensalão?

    A canalha petralha que fica gritando na rede, organizada pelo JEG, que é alimentado por dinheiro público (o crime continua…) quer fazer de conta que o mensalão não passou, assim, de uma impressão, de algo vago, de um preconceito. Se você clicar aqui, terá acesso às 136 páginas da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República ao STF. Ali está uma síntese da tramoia do mensalão. Destaco abaixo apenas alguns trechos em que aparece o nome do que foi designado como “chefe da quadrilha”: José Dirceu.
    É importante relembrar os crimes cometidos e do que essa gente foi acusada, especialmente agora, quando os larápios usam as lambanças de Carlinhos Cachoeiras — muito mais presente no governo federal do que eles admitem — para tentar declarar inocência. Leiam alguns trechos.
    José Dirceu, o chefe
    Com a base probatória colhida, pode-se afirmar que José Genoíno, até pelo cargo partidário ocupado, era o interlocutor político visível da organização criminosa, contando com o auxílio direto de Sílvio Pereira, cuja função primordial na quadrilha era tratar de cargos a serem ocupados no Governo Federal. Delúbio Soares, por sua vez, era o principal elo com as demais ramificações operacionais da quadrilha (Marcos Valério e Rural), repassando as decisões adotadas pelo núcleo central. Tudo sob as ordens do denunciado José Dirceu, que tinha o domínio funcional de todos os crimes perpetrados, caracterizando-se, em arremate, como o chefe do organograma delituoso.
    (…)
    Merece destaque, para o completo entendimento de todos os mecanismos de funcionamento do esquema, a relevância do papel desempenhado por José Dirceu no Governo Federal. De fato, conforme foi sistematicamente noticiado pela imprensa após o início do Governo atual, José Dirceu inegavelmente era a segunda pessoa mais poderosa do Estado brasileiro, estando abaixo apenas do Presidente da República. Assim, a atuação voluntária e consciente do ex Ministro José Dirceu no esquema garantiu às instituições financeiras, empresas privadas e terceiros envolvidos que nada lhes aconteceria, como de fato não aconteceu até a eclosão do escândalo, e também que seriam beneficiados pelo Governo Federal em assuntos de seu interesse econômico, como de fato ocorreu.
    Dinheiro para o PTB e as teles
    Trata-se da execução do acordo estabelecido entre o núcleo central da quadrilha e o PTB, um dos Partidos que teve seu apoio político adquirido pela organização. Nos termos relatados pelo seu ex Presidente, Roberto Jefferson, parte dos recursos referentes aos R$ 20 milhões que iam ser transferidos pelo PT ao PTB seriam obtidos em transação referente à aquisição da empresa TELEMIG pela Brasil Telecom, operação acompanhada diretamente pelo ex Ministro José Dirceu.
    O uso do dinheiro público
    Desta forma, Marcos Valério, já contando com o apoio operacional dos dirigentes do Banco Rural, ofereceu a sua estrutura a José Dirceu, José Genoíno, Sílvio Pereira e Delúbio Soares, além de outros integrantes do Governo ou do Partido dos Trabalhadores, com a finalidade de desviar recursos públicos e transferir valores não contabilizados para compra de apoio político e pagamento (pretérito e futuro) de campanhas eleitorais. Em seus depoimentos na Polícia Federal e na Procuradoria Geral da República, Marcos Valério deixou bem claro que as empresas de publicidade vinculadas aos grupos políticos vencedores das eleições são beneficiadas nos contratos com a administração pública. Nesse contexto, apurou-se que Marcos Valério, cujas empresas de publicidade já mantinham contratos com o Banco do Brasil, Ministério do Trabalho e Eletronorte, logrou êxito, a partir do seu relacionamento com o Partido dos Trabalhadores, em renovar essas avenças, o que seria pouco provável caso fosse um publicitário desconhecido de integrantes da cúpula do Governo ou do Partido, como por ele próprio declarado.
    Também manteve a contratação com o Ministério dos Esportes firmada em 2001 e agregou uma das contas de publicidade dos Correios (licitação ocorrida em 2003).
    Em dezembro de 2003, o seu relacionamento com José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, entre outros, rendeu-lhe resultados mais positivos ainda, pois obteve a importante conta de publicidade da Câmara dos Deputados, que se encontrava sob a Presidência do Deputado Federal João Paulo Cunha, cuja campanha à Presidência desse órgão foi realizada por uma das empresas dos denunciados Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino.
    Até assuntos pessoais
    Marcos Valério também confirmou que se valeu da sua influência junto aos Bancos Rural e BMG para solucionar problema enfrentado pela ex-esposa do então Ministro José Dirceu, que pretendia vender o seu imóvel, obter um empréstimo e arrumar um emprego. Marcos Valério e Rogério Tolentino resolveram todas as três pendências acima, o que evidencia a troca de favores no esquema. O Diretor do Banco BMG ouvido pela CPMI no dia 20/09/2006, Ricardo Guimarães, confirmou que, a pedido de Marcos Valério, a ex esposa de José Dirceu, Sra. Maria Ângela Saragoza, foi contratada em novembro de 2003 pelo Banco BMG34.
    Por Reinaldo Azevedo
    20/04/2012
    às 22:16

    Filho de Zé Dirceu, que já foi consultor da Delta, não assinou requerimento para CPÌ do Cachoeira

    O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do deputado cassado por corrupção José Dirceu — chamado de chefe de quadrilha pela Procuradoria Geral da República —, vejam que coisa!, não assinou o requerimento em favor da CPI do Cachoeira. Por que será?
    O Zé, de início, achou que a gritaria em favor da CPI lhe era útil. Saiu gritando “Fogo, fogo na floresta! CPI já!” E tentou engolfar a imprensa na sua pantomima. Aí a construtora Delta, da qual o Zé foi “consultor”, passou a ser um dos principais alvos da investigação.
    E o filho do Zé não assinou o requerimento…
    Por Reinaldo Azevedo
    19/04/2012
    às 20:00

    Segundo a imprensa portuguesa, grupo que comprou parte do iG está em crise em Portugal… No Brasil, há um padrinho forte

    A Ongoing, grupo português que comprou as áreas de conteúdo e publicidade do portal iG, tem no Brasil um grande, como posso chamar?, “defensor”: chama-se José Dirceu. Escrevi ontem a respeito. Pois bem: em fevereiro, o jornal português “Público” trouxe uma reportagem a respeito do grupo, de que reproduzo um trecho.
    O curioso é que, segundo o Público, a Ongoing está enfrentando severas dificuldades em seu país. Não obstante, conseguiu comprar parte da operação do iG no Brasil. É bem verdade que tem por aqui a simpatia de um renomado “consultor”: o chefe de quadrilha (segundo a PGR) José Dirceu.
    Segue um trecho da reportagem. A íntegra está aqui.
    *
    O projecto de Rafael Mora e Nuno Vasconcellos para criar um grande grupo de telecomunicações, media e tecnologias pode ter entrado em agonia. A crise mundial pôs em evidência as fragilidades da Ongoing. A PT [Portugal Telecom], que tem sido a sua bomba de oxigénio, já anunciou que será menos generosa com os accionistas. Mora, considerado o estratego, afastou-se dos holofotes. Vasconcellos continua a dar a cara pelo projecto.
    Nuno Vasconcellos e Rafael Mora têm sido aves migratórias: ora estão em Lisboa, ora estão em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A seguir rumam a Madrid. E já foram a Pequim. São o símbolo de uma época, marcada pelo culto da imagem e do dinheiro fácil, pela busca de influência. Os bastidores da actividade da Ongoing (que detém o Diário Económico) sempre despertaram curiosidade. Começou por ser um veículo do BES na Portugal Telecom, mas, com o tempo, foi escapando à sua órbita. Nos últimos meses, surgiu envolvida em polémicas que juntam partidos, maçonaria e ex-espiões. Bem ao estilo de Mário Conde, que, nos anos 1980, “fascinou toda uma sociedade durante sete anos”, como se lê em O Banqueiro de Rapina, crónica secreta de Mário Conde, de Ernesto Ekaiser.
    É verdade que as influências criam solidariedades, mas não resolvem os problemas. A ambição pode ser traiçoeira? Os amigos desvalorizam as críticas. Outros sorriem quando o tema é a Ongoing. Um financeiro considera: “A montanha pariu um rato.”
    O estilo de actuação de Mora e Vasconcellos ou afasta ou aproxima. Quando estão em causa os seus interesses, fazem sair a artilharia pesada. Implacáveis.
    Para este retrato da empresa, o PÚBLICO tentou várias vezes obter esclarecimentos de Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, presidente e vice-presidente da Ongoing, que não se mostraram disponíveis.
    Ao longo de vários meses, para compreender a sua ascendência meteórica, o PÚBLICO interrogou amigos, colaboradores, personalidades que, por diferentes razões, com eles se cruzaram. António Ramalho, José Galamba de Oliveira, Eduardo Catroga, Alípio Dias, Cunha Vaz, Carlos Barbosa, Filipe Pinhal, Joe Berardo, Alfredo Casimiro, Raul Mascarenhas, Miguel Relvas foram alguns dos que aceitaram prestar declarações. Houve quem declinasse. O padrinho de casamento de Mora, Luís Sá Couto, à frente da Andersen Consulting nos anos 1990, foi contactado, mas não atendeu o telefone. Outros não compareceram a encontros.
    Antes de começar a desfiar as contas deste rosário, há que recuar até ao final da década de 1980.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    18/04/2012
    às 19:23

    Seria isso o tal “controle social da mídia”, tão defendido pelo chefe de quadrilha (segundo a PGR) e deputado cassado por corrupção?

    Não deixa de ser curioso que a banda, digamos “heavy metal” do petismo fale tanto em “controlar a mídia”. O grupo português OnGoing, por exemplo, chegou ao Brasil pelas mãos de José Dirceu. Oficialmente, é dona de menos de 30% das ações de uma empresa que detém quatro jornais no país (post anterior). Os outros 70,1%, oficialmente ao menos, pertencem a uma brasileira nata — só que casada com o português que preside a OnGoing…
    Dirceu é tido em Brasília (ler post anterior) como muito influente no jornal “Brasil Econômico”, por exemplo, do qual é colunista e onde sua namorada é uma das mandachuvas. Agora, como se lê acima, os portugueses de Dirceu vão controlar justamente a parte de conteúdo e publicidade do Portal iG.
    Seria isso o chamado “controle social” da mídia, tão defendido pelo chefe de quadrilha (segundo a PGR) e deputado cassado por corrupção?
    Por Reinaldo Azevedo
    18/04/2012
    às 19:04

    Grupo português ligado a José Dirceu, “chefe de quadrilha” (segundo a PGR), assume o controle de conteúdo e publicidade do Portal iG

    Vamos lá. O grupo português OnGoing comprou parte do Portal iG, que é controlado pela Oi. Passam para os portugueses as áreas de conteúdo e publicidade. As de serviço digital e acesso à internet continuam com a empresa de telefonia. A Yahoo! e o Grupo RBS também haviam demonstrado interesse, mas perderam a parada para a OnGoing, que já estão no Brasil: é acionista minoritária (29,1%) da empresa Ejesa, que edita os jornais “Brasil Econômico”, “O Dia”, “Marca” e “Meia Hora”.
    A acionista majoritária (70,1%) é a brasileira nata Maria Alexandra Vasconcellos. Ocorre que ela é casada com o português Nuno Vasconcellos, presidente do grupo OnGoing. A lei proíbe que veículos de comunicação sejam controlados por estrangeiros. A questão já chegou a ser discutida em uma comissão da Câmara dos Deputados, mas ficou por isso mesmo.
    Algo mais deve ser dito a respeito da OnGoing. Trata-se de um grupo de comunicação que tem uma forte influência do chefe de quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República) e deputado cassado por corrupção José Dirceu (PT). Nos bastidores de Brasília, ele é tratado como sócio — e alguns chegam a dizer “dono” — do jornal “Brasil Econômico”, do qual é colunista. Todos negam.
    Evanise Santos, namorada do “chefe de quadrilha” (segundo a PGR), é diretora de marketing do jornal e da própria Ejesa. Dirceu tem muitos interesses e vínculos em Portugal. Em setembro do ano passado, a revista portuguesa “Visão” publicou uma reportagem de 12 páginas sobre as ligações algo obscuras de Miguel Relvas, político do país, com empresários brasileiros. Um dos protagonistas do enredo é Dirceu. Reproduzo trechos (em azul):
    Dirceu está inelegível até 2015 e é o principal visado no caso que começará a ser julgado este ano e conta 36 acusados [mensalão]. Prova de que ainda mexe - e muito -, Dirceu foi capa da revista VEJA esta semana. A revista chama-lhe “O Poderoso Chefão”, título brasileiro para a saga de “Dom Corleone, O Padrinho” e uma forma de ilustrar a sua teia de influências no governo e nas empresas. Dirceu, agora consultor de multinacionais, conhece bem Portugal. E Miguel Relvas. O ministro português recorda tê-lo conhecido “por intermédio de amigos comuns”, sem relações empresariais pelo meio. “Encontrei-o ocasionalmente”, diz.
    A “Visão” lembra de uma viagem que Dirceu fez a Portugal em 2007, onde viveu dias de nababo. No aeroporto de Lisboa, um brasileiro o saudou: “Tem ladrão na fila”. Segue mais um trecho da reportagem.
    À espera de Dirceu [em Portugal] estava João Serra, dono da construtora Abrantina e sócio do escritório de advogados Lima, Serra, Fernandes e Associados. Da sociedade fazem parte Fernando Fernandes, ex-administrador da SLN (BPN) e atual grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), organização maçônica a que estará ligado Relvas. Outro sócio que acompanhou Dirceu na estada na capital portuguesa foi Antônio Lamego, ex-advogado de José Braga Gonçalves no caso Moderna. Segundo Dirceu, Lamego era amigo do general João de Matos, ex-chefe do Estado-Maior do Exército angolano. Na época, os três combinaram encontrar-se na Costa do Sauípe, no Brasil, para tratar de negócios.
    Nesses dias lisboetas, Dirceu ficou hospedado no Pestana Palace. Andou de Jaguar preto, jantou no Vela Latina, bebeu Pera Manca e disse querer investir em Angola. “Meu interesse é infraestrutura: rodovias, telefones, telecomunicações.” O consultor do milionário mexicano Carlos Slim e do magnata russo Berezevosky, falou também da sua atividade: promover negócios de portugueses no Brasil e de brasileiros em Angola. No dia da partida de Lisboa, Dirceu adormeceu e teve de correr para o aeroporto: “Lamentava ter comido muito e bebido duas garrafas de vinho na noite anterior em companhia do deputado Miguel Relvas, seu amigo há décadas” (…).
    No Brasil, apontam a Dirceu ligações à Ongoing. Um dos links é Evanise Santos, a namorada. Também referida no “mensalão”, é diretora de marketing do Brasil Econômico, jornal do grupo e da Ejesa, empresa da mulher do líder da Ongoing. Amiga da presidente Dilma, Evanise foi coordenadora de relações públicas no Palácio do Planalto no tempo de Lula. Dirceu escreve no jornal. A investida da Ongoing no Brasil foi atribuída às influências de Dirceu, mas o grupo desmente. Reinaldo Azevedo, da Veja, não cai. “No meio político, o ‘Brasil Econômico’ é chamado “aquele jornal do Dirceu”, escreveu.
    O ex-ministro é visto como um símbolo do pior que o País tem. (…)”Nada mudou depois do mensalão. A promiscuidade do Governo com seus aliados persiste”, afirma Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado. Para Fernão Lara Mesquita, jornalista e atual administrador do jornal O Estado de S. Paulo, mistério é coisa que não existe: “Se viesse um dia a cair no Brasil, Sherlock Holmes ficaria desempregado. Não há nada para descobrir. É tudo ’sexo explícito’”, refere. Segundo ele, Dirceu “é o especialista nos trabalhos sujos. Tudo o que é realmente grande na roubalheira geral está a cargo dele”. Fernão Mesquita inclui na polêmica o caso Ongoing, grupo que considera o “cavalo de troia” da estratégia para o domínio multimédia no universo lusófono.
    Num momento em que “o Brasil é o maior exemplo histórico de execução de um projeto de tomada de poder pelo controle dos meios de difusão da cultura ‘burguesa’”, a Ongoing “e os banqueiros por trás dela vieram a calhar”, aponta. A Ongoing, acionista da PT [Portugal Telecom], da Impresa e da Zon, é liderada, no Brasil, por Agostinho Branquinho, que não quis falar à VISÃO, invocando o seu “período de jejum” da política portuguesa. É amigo e companheiro de partido de Relvas.
    O ministro tem em mãos a privatização da RTP e saberá do interesse da Cofina e da Ongoing no canal. No Brasil, o grupo viu arquivada uma queixa por alegada violação da lei relativamente às origens estrangeiras do seu capital. “A verdade prevalece, apesar das campanhas de alguma concorrência”, diz um porta-voz da empresa. Fernão Mesquita não ficou convencido. “Nunca superamos, vocês e nós, o sistema feudal. Seguimos vivendo sob um rei e seus barões. Não há poderes independentes.”
    Por Reinaldo Azevedo
    17/04/2012
    às 18:22

    A CPI E OS MEDOS DE CADA UM - No mundo do crime, não importa a origem dos ratos, o importante é que eles se organizem para comer os gatos

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve na Câmara dos Deputados nesta terça para participar da cerimônia de lançamento do documentário “A Construção de Fernando Henrique”, do diretor Roberto Stefanelli. E falou sobre a CPI, segundo informa o Portal G1: “Eu acho que o Brasil precisa passar a limpo as questões com serenidade. Nós cansamos de ver o grau de corrupção existente que, infelizmente, atinge a quase todos os partidos. Acho que o Brasil cansou, então, talvez, seja o momento de o Congresso crescer, fazermos uma CPI que vá à raiz da questão. O Congresso, nesse momento, tem que fazer [a CPI]“.
    É isso mesmo! Só que há um porém nessa história toda. A CPI mista do caso Cachoeira contará com 30 membros — 15 deputados e 15 senadores. É tal a desproporção de poder entre governo e oposição que a base aliada indicará 24 membros, e os oposicionistas, apenas 6. Esse espírito ao qual apela FHC — o Congresso, como um Poder, empreender uma investigação republicana — está mais no terreno da fantasia do que no da realidade.
    O espírito que inicialmente moveu a criação da comissão não tem nada a ver com justiça, investigação, apuração, punição de culpados, nada disso… Lembrem-se do vídeo gravado por Rui Falcão, presidente do PT; lembrem-se da operação desencadeada por José Dirceu no JEG; lembrem-se da interferência direta de Lula na articulação da comissão. A ideia é usar os 24 para esmagar os 6. A banda podre do PT quer esconder seus próprios vínculos com o esquema Cachoeira e usar a comissão como palco para destruir o que resta de oposição. Não por acaso, Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara, já saiu em defesa do deputado Rubens Otoni (PT-PR), o único parlamentar, até agora, que é protagonista de um vídeo, junto com Cachoeira, em que se discute caixa dois de campanha. Parece que o bicheiro é chegado em documentar suas peripécias. Deve haver outros. Mas o que está na praça, por ora, é este. E os petistas já estão dizendo que isso não tem a menor importância.
    Há um ano, reportagem de VEJA informava o fantástico crescimento da construtora Delta, que saltou para o centro do caso Cachoeira. Segundo os empresários José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, que foram sócios de Fernando Cavendish (chefão da Delta) num empreendimento, José Dirceu foi um dos magos dessa milagrosa evolução. Pergunta óbvia para resposta que também parece ser tristemente óbvia: os dois empresários e Dirceu serão convocados para depor?
    Operação arriscada
    Mesmo com maioria tão esmagadora, no entanto, a Operação Esmagamento imaginada por Lula, Dirceu e banda podre petista não deixa de ser tarefa arriscada. Já deu para perceber que a malha de influências de Carlinhos Cachoeira não obedece a um desenho convencional, não tem uma trama regular. Nunca se sabe que parte do tecido cada um dos fios soltos move. Pegue-se o caso do tal Idalberto Matias Araújo, o notório Dadá.
    Não há tramoia, espionagem ou falcatrua envolvendo o mundo das sombras e da espionagem em que ele não esteja presente: 1) atuava como homem graduado no esquema de Cachoeira, 2) apareceu prestando serviços aos petitas que tentaram montar um dossiê fajuto contra o tucano José Serra em 2010 e 3) colaborou com as ilegalidades praticadas por Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha. A quantos senhores, afinal de contas, ele prestava serviços? Vai saber…
    O que quero dizer com isso? O sonho lulo-dirceuzista de passar o trator sobre a oposição e provar que todos são canalhas para livrar a cara da canalha mensaleira pode não dar assim tão certo, como já percebeu o Planalto. No mundo dos Cachoeiras e dos Dadás, as clivagens partidárias ou ideológicas não têm a menor importância. Para eles, não importa a origem dos ratos, o importante é que eles se unam para comer os gatos.
    Por Reinaldo Azevedo
    16/04/2012
    às 19:47

    Haddad diz que não esconderá apoio de José Dirceu

    Por Bernando Mello Franco, na Folha. Volto depois:
    O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (16) que não esconderá o apoio do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, acusado pelo Ministério Público de ser o “chefe da quadrilha” do mensalão.
    O presidente eleito do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Carlos Ayres Britto, declarou no fim de semana que pretende julgar o caso até junho.
    “Não podemos esconder as pessoas que nos apoiam. Elas têm direito de cidadania, de expressar sua opinião sobre o melhor para São Paulo”, disse Haddad sobre Dirceu.
    “O julgamento ainda não aconteceu. Por todas as declarações que ouvi, ele [Dirceu] é o mais interessado no desfecho desse caso. Quer ser julgado com base nas provas apresentadas, o que eu acho justo”, acrescentou.
    (…)
    Voltei
    “Esconder apoio”? E como poderia? Dirceu participa da montagem do grupo que cuida da pré-campanha. É peça-chave no esquema. Ademais, não há razão nenhuma para alguém como Haddad não se orgulhar da companhia de alguém como Dirceu.
    Por Reinaldo Azevedo
    13/04/2012
    às 5:51

    Dirceu está hoje empenhado em contaminar, com a sua biografia pessoal, o governo Dilma, e Lula quer deixá-lo do tamanho do seu ódio. E uma exortação a Lewandowski

    O lobo troca de pelo, mas não de vício. José Dirceu já mudou de cara, mas não de espírito. Quando na oposição, tentava inviabilizar governos eleitos democraticamente. Quando no governo, tentou — e tenta ainda — inviabilizar a democracia. Sob sua inspiração e com o apoio de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, a Executiva Nacional do PT aprovou ontem um documento em que acusa a associação de setores da imprensa com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e pede “marco regulatório” para a mídia — entenda-se: censura à imprensa.
    Eles nunca desistiram desse propósito. A ameaça estava no Plano Nacional dos Direitos Humanos e jamais deixou de frequentar as ilusões dos petistas. Repudiada pela sociedade, a proposta é agora ressuscitada, com o apoio de Lula, o frenético trabalho daquele que o Procurador Geral da República chama “chefe de quadrilha” e a propaganda da rede na Internet financiada com dinheiro público. É a formação de quadrilha contra a liberdade de imprensa.
    Podem espernear à vontade. Não deixaremos que cobrem propina por aquilo que a Constituição nos dá de graça: a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a liberdade de informação. De graça hoje! Mas essas conquistas custaram o esforço de gerações de brasileiros que lutaram pela democracia. Não é o caso de Dirceu! Não é o caso de alguns de seus companheiros. Sonhavam e sonham com a ditadura do partido único, com um país tutelado pelos companheiros, com um regime infenso aos controles que só a democracia proporciona, com uma Justiça independente e uma imprensa vigilante.
    Pouco antes de deixar o poder, Lula anunciou que se dedicaria à tarefa de demonstrar que o mensalão tinha sido uma invenção da oposição para desestabilizar o seu governo — a velha tese do “golpe”, criada por intelectuais do PT, vigaristas em essência. Intelectual da academia que tem partido é como juiz de futebol que torce por um dos times em jogo; é um farsante. Adiante. Eis aí. O caso Cachoeira, tudo indica, estava sendo gestado de longa data — tanto é assim que o senador Demóstenes Torres vinha sendo monitorado havia muito tempo. Mas eis que surge um bom momento para detonar a crise.
    Ocorre que ela pega em cheio algumas figuras graúdas do PT, como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz — já defendido por Dirceu do modo como Dirceu sabe defender as suas causas: com unhas e dentes. Tenho pra mim que, a esta altura, Lula está disposto, se preciso, a entregar Agnelo na bandeja se achar que pode ganhar a guerra da opinião pública e fazer com que se volte contra o que resta de oposição no país. É parte, em suma, do trabalho de construção do Partido Único. Se tiver que ceder um peão, para usar a linguagem do Apedeuta (e de Hitler… Que coincidência!), tudo bem!
    Na guerra suja, vale tudo. Não é por acaso que um dos alvos seja a imprensa. Não chega nem sequer a ser original. Neste momento, estão empenhados nessa mesma luta os governos da Venezuela, do Equador, da Bolívia, da Argentina, da Nicarágua… Todos eles, com mais ou menos ênfase orbitando em torno dos mesmos valores, cuja síntese pode ser esta: em vez de uma sociedade que controle o estado, como é próprio das democracias, um estado que controle a sociedade, como é próprio das ditaduras.
    Mas, afinal de contas, o que quer essa gente? É simples! Roubar dinheiro público sem ser incomodada por ninguém. E só me resta assegurar: continuarão a ser incomodados enquanto o Brasil for uma democracia!
    Foi Roberto Jefferson, então uma das cabeças coroadas da base governista, quem denunciou o mensalão, em junho de 2005. A partir de algumas informações que ele forneceu em entrevista à Folha, a imprensa deu início a um trabalho de investigação, também empreendido pela ala honesta da CPI. O que se revelou foi a maior teia criminosa jamais montada no país para assaltar os cofres, mas também, atenção!, para fraudar os fundamentos do estado de direito. Nem o dinheiro que pagou o marqueteiro de Lula era limpo, é bom lembrar!
    Esses patriotas não se conformam que suas tramoias para fabricar dossiês sejam denunciadas; que o bunker montado por Erenice Guerra na Casa Civil tenha sido violado; que as consultorias de Antonio Palocci tenham sido trazidas à luz; que a roubalheira no Ministério dos Transportes tenha sido evidenciada; que as lambanças no Ministério do Esporte tenham sido detalhadas; que a rataiada entocada no Ministério da Agricultura tenha sido encontrada; que os descalabros no Ministério do Trabalho tenham sido escancarados; que a governo paralelo do “chefe de quadrilha” que se esgueira em hotéis, numa espécie de exploração do lenocínio político, tenha sido desmascarado.
    Imaginem quanto dinheiro público a imprensa ajudou a preservar da fúria desses rapaces rapazes… O jornalismo independente prejudica seus negócios, cria óbices a suas vigarices, obriga-os a ter cuidados redobrados, deixa-os tensos! É preciso pôr um freio na liberdade de imprensa para que os larápios possam, então, roubar sem freios.
    O “paradoxo” da popularidade de Dilma
    O PT, é bem verdade, na “hora h”, sempre se junta. É perda de tempo apostar num racha importante do partido enquanto Lula estiver dando as cartas. Mas isso não quer dizer que não exista guerra interna, de posições; isso não quer dizer que os vários grupos abrigados no partido não tenham suas dissensões e não lutem para garantir seu espaço na legenda — e isso significa poder; poder de fato mesmo: grana!
    Dilma não governa o país no melhor momento do crescimento econômico. Não se pode dizer, como cochicham os próprios petistas, que seja um governo realizador. Não obstante, a popularidade da presidente está em alta — PARA DESESPERO, ATENTEM PARA ISTO!, DE SETORES DO PRÓPRIO PETISMO, ESPECIALMENTE AQUELES QUE SONHAVAM COM A VOLTA DE LULA. A que se deve? As dificuldades da economia ainda não chegaram na ponta, nos mais pobres, e a presidente soube construir a imagem de austera, de intolerante com a corrupção — que ela chamou de “malfeito”. Já escrevi isto aqui e repito: quem lhe deu essa agenda (afinal, que outra?) foi a grande imprensa, esta que Lula e Dirceu querem censurar.
    Tivesse a presidente seguido o conselho do Apedeuta e de alguns setores do PT, teria agasalhado todos os corruptos, acolhido publicamente o “malfeito” (como Lula fazia…) e visto, creio, a sua popularidade em curva descendente. Uma clareza ao menos Dilma sempre teve: ela não é ele. O trabalho da imprensa livre, para melancolia moral (não a do bolso, claro!) do JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista), fez mais bem do que mal à presidente. Ainda que ela reclame, por dever de ofício, da expressão “faxina ética”, sabe que  funcionou como marketing positivo.
    Não que fosse este o propósito — porque a imprensa livre não tem propósito nenhum no que concerne à conquista ou manutenção do poder —, mas o fato é que essa imprensa que o PT quer, mais uma vez, censurar ajudou a plasmar a imagem de Dilma Rousseff. Tanto é assim, podem fazer uma pesquisa nos arquivos, que os lulistas foram os primeiros a reclamar da tal “faxina”. Dava a entender, alegavam, que havia sujeira no governo Lula. É mesmo, é?
    Seria o ódio do PT o ódio do governo?
    O ódio que esses setores do petismo devotam o jornalismo — de que foram as principais fontes quando o partido estava na oposição —, intuo, não é compartilhado pelo governo. Pela simples e óbvia razão, falo com base na lógica elementar, de que não há motivos para isso. Ao contrário: Dilma pode ser politicamente inexperiente, mas não é burra. No geral, as medidas adotadas pelo governo têm encontrado uma recepção positiva na imprensa.
    Dirceu e sua turma não se conformam com isso. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) luta bravamente para sujar, com a sua biografia pessoal, o governo Dilma. É ele quem está em guerra com a imprensa. Lula, por sua vez, aposta todas as fichas num trabalho de, se me permitem, “inocentação” em massa no STF porque entende que uma condenação será uma mácula em seu governo.
    Só por isso assoberbou-se e atropelou as próprias lideranças do governo, num esforço frenético para ver instalada a “CPI do Cachoeira”, com a qual, está certo, vai aniquilar a oposição, manchar a reputação da imprensa e tornar verossímil a mentira de que o mensalão nunca passou de uma tramoia da oposição. Comissões de inquérito costumam parar o Congresso. A realidade política passa a girar em torno de suas descobertas, de depoimentos, dos documentos que sempre acabam vazando, das chantagens trocadas…
    Num conto do vigário — até agora ao menos! — a imprensa não caiu, e só por isso Rui Gobbels Falcão resolveu dar o seu grito de guerra: o caso Cachoeira não é um problema só da oposição. Por enquanto, Demóstenes à parte, Agnelo é o homem público que passou o maior vexame: em menos de 24 horas teve de se desmentir. Anteontem, anunciou no Jornal Nacional que jamais estivera com Carlinhos Cachoeira. Ontem, mandou um estafeta dizer que não era bem assim: havia se encontrado uma vez, uma vezinha só! Novas gravações vindas a público trazem membros da gangue do bicheiro tratando abertamente de contribuições ilegais de campanha que teriam sido feitas pela construtora Delta para a campanha de Agnelo.
    Dirceu com sua biografia e Lula com seu ódio tentam arrastar o governo Dilma para uma briga na lama. Atenção! Poucas pessoas perceberam que isso a que assistimos é, sim, expressão da luta do PT para a aniquilar as oposições, mas é também um guerra interna. Lula e Dirceu tentam amarrar o governo a suas respectivas agendas — o que é, evidentemente, ruim para ela e bom para eles.
    Encerrando com Lewandowski
    Acredito haver, sim, motivos suficientes para uma CPI. Só que ela tem a obrigação de apurar o tamanho da rede de influências de Cachoeira no Congresso, no governo federal e em governos estaduais. Dirceu e Lula têm outra intenção: querem um atestado de inocência para os mensaleiros. O que uma coisa tem a ver com outra? Nada!
    Quem pode contribuir para diminuir o vale-tudo é o ministro Ricardo Lewandowski, o revisor do processo do mensalão. Ninguém hoje em dia vê motivos razoáveis para que ele não entregue o seu trabalho e permita, então, o início do julgamento. Se os juízes entenderem que o “formador de quadrilha” (segundo a PGR) José Dirceu e a sua, bem…, quadrilha são inocentes, muito bem! Se avaliarem que são culpados, que cumpram a pena que for estabelecida.
    O esforço de defesa de José Dirceu não pode parar o pais nem criar obstáculos à punição de outros larápios.
    O PT quer o controle da mídia porque quer controlar a sociedade. Chegou a hora de pôr esses aloprados sob o controle da democracia e do estado de direito.
    Como posso encerrar? Assim: NÃO PASSARÃO!!!
    Por Reinaldo Azevedo
    09/04/2012
    às 14:01

    Dinheiro público vai financiar encontro de militantes governistas da Internet. Adivinhem quem é convidado de honra…

    Posts abaixo, contesto dois articulistas na abordagem que fazem sobre a corrupção brasileira. De certo modo, têm a mesma tese: o problema do Brasil é “a direita”. É mesmo, é?  Lá vou eu excitar a fúria daquele gente simpática…, que depois sai me satanizando por aí na esgotosfera, na esperança de que eu responda para que recebam alguns leitores, que por lá não ficam, é claro!
    Entre os dias 13 e 15 deste mês, no próximo fim de semana, ocorre em Fortaleza um troço chamado “2º WebFor - Fórum de Comunicação Social”. São três dias de seminário, com debates, palestras, eventos etc. reunindo os que se intitulam “blogueiros progressistas” - o que quer dizer “governistas”.
    Os que mais ascenderam na “organização” já contam hoje com patrocínio do governo federal e de estatais, como sabem. São regiamente pagos com dinheiro público para atacar lideranças da oposição, ministros do Supremo que não sejam do seu agrado e veículos da grande imprensa. É, em suma, o JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista).
    Agora eles vão fazer seu segundo encontro. Quem patrocina? Ora, o dinheiro público de novo: Banco do Nordeste, Governo do Estado do Ceará, Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara Municipal de Fortaleza. Uma das críticas que faz esse bando de Schopenhaures à grande imprensa diz respeito à sua suposta falta de independência. Como se nota, a independência do tal evento já está garantida…
    Ah… O “2º WebFor” tem um convidado de honra, que vai abrir o trabalhos; é o grande herói do encontro: o chefe de quadrilha (segundo a PGR) José Dirceu!
    Entenderam por que decidi fazer picadinho, com a educação habitual, dos textos de Elio Gaspari e Eugênio Bucci? Direita? Ora… Quantos dos antigos admiradores restaram ao lado do senador Demóstenes Torres depois do que foi tornado público? Já a turma de Dirceu ama nele justamente uma das cabeças da hidra, como diria “Egogênio Bucci”.
    Gaspari deveria aproveitar esse encontro e incluí-lo na sua prefiguração. Imaginemos só um país em que um banco público, um governo do estado, uma assembleia legislativa e uma câmara de vereadores financiam um evento de militantes políticos que têm o declarado propósito de defender o governo, atacar a oposição e agredir a imprensa livre. Pior: o grande homem da patuscada é ninguém menos do que um ex-deputado cassado por corrupção e chefão do maior escândalo político havido no país.
    Esse país já existe em 2012, senhor Elio Gaspari!
    Por Reinaldo Azevedo
    08/04/2012
    às 7:07

    Delta, a construtora apontada como parte do esquema de Cachoeira, é uma velha amiga de Zé Dirceu e de Sérgio Cabral. E isso é apenas… fato!

    A memória seletiva de certos setores da imprensa faz lembrar, às vezes, a seletividade dos que estão vazando informações sobre a Operação Monte Carlo. A construtora Delta, a empresa que mais toca obras do PAC, aparece, segundo relatório da Polícia Federal, atuando para o esquema de Carlinhos Cachoeira.
    Delta, Delta, Delta… Esse nome não nos é estranho, certo?
    Como lembrei aqui no dia 2 de dezembro do ano passado, o dono da empresa, Fernando Cavendish, é um homem que tem amigos poderosos. Dois dos mais destacados são Sérgio Cabral, governador do Rio, e José Dirceu, o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR). No Rio, a Delta toca obras de R$ 600 milhões. Pelo menos R$ 164 milhões desse total foram contratados sem licitação. Naquele trágico fim de semana de junho, em que um acidente de helicóptero matou sete pessoas no litoral baiano, incluindo a nora de Cabral, o governador integrava o grupo que estava na Bahia para comemorar o aniversário de Cavendish. Cabral viajou àquele estado no avião particular de outro potentado do setor privado: Eike Batista (se quiser mais sobre o mundo cabralino, clique aqui). Adiante.
    Cavendish cresceu muito durante o governo petista. Teve um “consultor” de peso: Dirceu. No começo de maio do ano passado, VEJA publicou uma reportagem sobre a meteórica ascensão de Cavendish.
    Em entrevista à revista, dois empresários, José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, acusam o ex-ministro e chefão petista de fazer tráfico de influência em favor da Delta. Segundo os dois, Dirceu foi contratado por Cavendish para facilitar seus negócios com o governo federal. E como eles sabem? Eles eram donos da Sigma Engenharia, empresa que foi incorporada pela Delta em 2008; os três se tornariam sócios. O negócio emperrou e foi parar na Justiça. Oficialmente, a Delta contratou Dirceu como consultor para negócios junto ao Mercosul. Receberia modestos R$ 20 mil mensais pelo trabalho. De fato, dizem os denunciantes, a Sigma passou a ser usada por Cavendish para fazer transferências bancárias a Dirceu.
    Um trecho da reportagem informa o desempenho da empresa de Cavendish no governo petista. Seu grande salto se dá a partir de 2009, ano da contratação de Dirceu. Segue trecho daquela reportagem em azul:
    Durante o governo do ex-presidente Lula, a Delta passou de empresa de porte médio a sexta maior empreiteira do país. É, hoje, a que mais recebe dinheiro da União. Sua ascensão vertiginosa chamou a atenção dos concorrentes. Em 2008, a Delta já ocupava a quarta colocação no ranking das maiores fornecedoras oficiais. Em 2009, houve um salto ainda mais impressionante: a empresa dobrou seu faturamento junto ao governo federal. Em 2011, apesar das expectativas de redução da atividade econômica, o faturamento da Delta deve bater os 3 bilhões de reais - puxado por obras estaduais e do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento.”
    Comprando senadores
    Informa ainda a VEJA:
    “Em reunião com os sócios, no fim de 2009, quando discutia exatamente as razões do litígio, o empresário Fernando Cavendish revelou o que pensa da política e dos políticos brasileiros de maneira geral: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c…’. Pode ter certeza disso!”. E disse mais. Com alguns milhões, seria possível até comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo: “Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão!”.
    “Relações promíscuas”
    VEJA publicou uma entrevista com os dois empresários (reproduzo trechos) e volto para encerrar.
    Que tipo de consultoria o ex-ministro José Dirceu realizou para o grupo Delta?

    Romênio -
    Tráfico de influência. Com certeza, é tráfico de influência. O trabalho era aproximar o Fernando Cavendish de pessoas influentes do governo do PT. Isso, é óbvio, com o objetivo de viabilizar a realização de negócios entre a empresa e o governo federal.
    E os resultados foram satisfatórios?
    Romênio -
    Hoje, praticamente todo o faturamento do grupo Delta se concentra em obras e serviços prestados ao governo.
    A contratação de José Dirceu foi justificada internamente de que maneira?
    Romênio -
    A contratação foi feita por debaixo do pano, através da nossa empresa, sem o nosso conhecimento. Um dia apareceram notas fiscais de prestação de serviços da JD Consultoria. Como na ocasião não sabia do que se tratava, eu me recusei a autorizar o pagamento, o que acabou sendo feito por ordem do Cavendish.
    O que aconteceu depois da contratação da empresa de consultoria do ex-ministro?
    Quintella
    - A Delta começou a receber convites de estatais para realizar obras sem ter a capacidade técnica para isso. A Petrobras é um exemplo. No Rio de Janeiro, a Delta integra um consórcio que está construindo o complexo petroquímico de Itaboraí, uma obra gigantesca. A empresa não tem histórico na área de óleo e gás, o que é uma exigência Ainda assim, conseguiu integrar o consórcio. Como? Influência política.
    A Delta, por ser uma das maiores empreiteiras do país, precisa usar esse tipo de expediente?
    Romênio -
    Usa. E usa em tudo. O caso da reforma do Maracanã é outro exemplo. A Delta está no consórcio que venceu a licitação por 705 milhões. A obra mal começou e já teve o preço elevado para mais de l bilhão de reais. Isso é uma vergonha. O TCU questionou a lisura do processo de licitação. E quem veio a público fazer a defesa da obra? O governador Sérgio Cabral. O Cavendish é amigo último do Sérgio Cabral. A promiscuidade é total.
    Voltei
    É isso aí.
    Depois de tudo, em julho do ano passado, na inauguração do teleférico no Complexo do Alemão, na presença de Dilma, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, celebrou a obra e a “vitória sobre os Ministérios Públicos”, fazendo um agradecimento explícito à Delta (aqui). Em agosto, dois meses depois do acidente, Cabral voltou a celebrar acordos com a Delta sem licitação, no valor de R$ 37,6 milhões. Tudo para “obras emergenciais”.
    A Delta é mesmo a preferida do Rio e de Brasília. É a empresa que mais tem obras do PAC. Parte da de Cumbica, contratada sem licitação, desabou.
    Por Reinaldo Azevedo
    04/04/2012
    às 5:55

    Dirceu vai montar equipe de campanha de Haddad; agora falta chamar Delúbio Soares para ser do caixa!

    Escrevi ontem um texto sobre a reunião que Luiz Inácio Apedeuta da Silva manteve com José Dirceu e Rui Falcão na segunda para tratar da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Apontei a imoralidade intrínseca daquele encontro no ano em que — espera-se, não é, ministro Ricardo Lewandowski? — o caso do mensalão vai ser julgado. Conta-se com um mínimo de compostura de um ex-presidente da República. É claro que pode conversar com o seu colega de partido. Discutir, no entanto, eleições com alguém acusado de ser chefe de quadrilha e que teve o mandato cassado por corrupção vai muito além das longas franjas éticas da política brasileira. É falta de vergonha na cara mesmo. Mas, como se escreveu aqui, ser petista é jamais ter de pedir perdão… Pois é! Ocorre que a informação de que dispunha ali não estava completa, não! A coisa é bem pior!
    Na Folha desta quarta, Catia Seabra informa que o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) vai ser uma das pessoas encarregadas de montar a equipe de campanha de Haddad. Ora, onde quer que o Zé esteja — e isso não deixa de ser um elogio, né? —, ele nunca é “um dos”; ele sempre é “o”!!! Assim, tem-se que Haddad, que já é uma invenção eleitoral de Lula, será agora também um comandado de Dirceu. A sua equipe de campanha obedecerá as ordens do Zé e certamente se pautará pelas balizas éticas desse grande patriota e desse exemplo de ilibada reputação política. Uma coisa é certa: Haddad contará com o apoio entusiasmado daquela turma que digere bobó de camarão com caipirinha.
    No momento em que o país é sacudido pela Operação Monte Carlo, que destruiu uma das figuras mais reluzentes do Senado — por conta de escolhas que ele fez, é bom que se destaque! — e que ameaça arrastar outros tantos (ver posts abaixo), também do PT, a principal personagem daquele que é ainda o pai de todos os escândalos assume o papel de protagonista na disputa pelo comando da principal cidade do país. Ora, deem uma boa razão para que Delúbio Soares não seja convidado para ser o caixa de campanha.
    Se o chefe pode assumir tal papel de destaque, por que não o subordinado? A dupla já é colega de colunismo político. O tesoureiro da campanha de Lula de 2002 foi reintegrado ao partido e recuperou seu antigo prestígio da sigla. Se os petistas já decretaram a inocência de Dirceu, não têm por que não fazer o mesmo com Delúbio. É isto: em nome da justiça e da isonomia, vamos dar início a uma campanha: “Delúbio para caixa de campanha de Haddad”. Se o mensalão levou Dirceu a criar aquela frase de ecos hamletianos —  “Estou cada vez mais convencido da minha inocência” —, a Delúbio a gente deve o eufemismo de inflexão burocratizante para a pilantragem do caixa dois: “recursos não-contabilizados”.
    A certeza da impunidade é de tal sorte; é tão ousada a aposta na memória curta do eleitorado, que o Zé é alçado ao posto de homem mais importante da campanha de Haddad, mesmo com o currículo que exibe — melhor ainda: POR CAUSA DO CURRÍCULO QUE EXIBE. Se fosse dado ao PT escolher entre a vitória em São Paulo e, sei lá, em 200 outros municípios, incluindo muitas capitais, a legenda não hesitaria um segundo: quer a maior cidade do país porque isso é considerado um passo importante para acabar com o PSDB. Os petistas consideram uma pena que não possam lograr esse intento usando a Polícia Federal — se é que vocês me entendem.
    O Zé na área também é a certeza de que vem truculência por aí. O PSDB pode ir se preparando. Não será um jogo de salão. O mensalão, como sabem, foi a escolha de um método. E o homem que comandou aquele bordel político, segundo a Procuradoria Geral da República, foi Dirceu. Ele não mudou. A história demonstra que o tempo tem ressaltado e extremado os aspectos viciosos de sua ação — na hipótese, sou generoso, de que possa haver os virtuosos — um que seja…
    Três semanas de noticiário bastaram para tirar Demóstenes do DEM e para liquidar com sua reputação política. Passados sete anos do mensalão, o Zé continua tão poderoso quanto antes e certamente muito mais rico, dado o dinheiro que ganhou como “consultor de empresas privadas”… Como ele mesmo disse numa entrevista ao repórter Fernando Mello, na revista Playboy, um telefonema seu para o Palácio do Planalto,  ”é um telefonema…”
    Eis aí! Haddad é um títere criado por Lula e agora manipulado por Dirceu.
    Por Reinaldo Azevedo
    03/04/2012
    às 18:55

    Lula e Falcão debatem eleições com ex-deputado, cassado por corrupção e acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Como diria Ideli, faz sentido, “meu amor”!

    O senador Demóstenes Torres (GO) já está fora do DEM e é grande a chance de que perca o mandato. Mesmo que não aconteça, é evidente que sua reputação desmoronou. Já escrevi algumas vezes o quanto isso é ruim para a oposição e também para o país. Os valores que ele encarnava e a parte visível de sua atuação eram impecáveis. Detestável é o que foi revelado pelos grampos da Polícia Federal. Grampos que — sempre é preciso dizer tudo — são empregados com diligência contra políticos da oposição, mas nunca do petismo. Nesse caso, mesmo quando flagrados carregando uma mala de dinheiro, como aconteceu com Hamilton Lacerda, o aloprado que era assessor de Aloizio Mercadante, nada acontece. O inquérito, se bem se lembram, não chegou a lugar nenhum. Mas vamos seguir.
    Tenho apontado aqui a frenética movimentação das franjas daquele troço que pretende se confundir com jornalismo — os blogueiros financiados por administrações petistas (das três esferas) e pelas estatais — para tentar provar que o mensalão nunca existiu. Como a compras da consciência inclui a vergonha na cara, a tese do momento é a de que o mensalão, vejam só!, foi uma invenção de Carlinhos Cachoeira e até de Demóstenes!!! E como isso teria acontecido? Como uma coisa implicaria outra? Bem, para isso, a canalha ainda não tem uma explicação verossímil. Mas nem é necessário. Quem cai nessa conversa não precisa de evidências, só da crença. É como esses malucos que acreditam que ETs visitam a terra e implantam chips no cérebro dos terráqueos: a prova de que é verdade é a ausência de provas, entenderam? Sigamos.
    Demóstenes está fora do DEM e, tudo indica, da política — por muito tempo, se não for para sempre. As pessoas que ele conquistou com o seu discurso e com a sua prática conhecida não aceitam o que ouviram; não sabem explicar aquilo; não admitem aquelas atitudes. Já aquelas que José Dirceu conquistou admiram no seu líder justamente seus métodos! Ele foi cassado pela Câmara, sim, num primeiro momento de indignação da sociedade, mas continuou no PT. Mesmo formalmente fora da direção, é um chefão do partido. Na semana passada, dividiu bobó de camarão e caipirinha (existe Engov para enjoos morais?) com “blogueiros progressistas”. Ontem, informa o Globo, o Zé manteve um encontro mais maiúsculo. Segue informação do Globo. Volto em seguida:
    Lula discute eleições de SP com ex-ministro José Dirceu e Rui Falcão
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira com o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu e com o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão. Discreto, o encontro ocorreu na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, no início da tarde. Na pauta, os petistas discutiram o rumo das eleições municipais deste ano. Lula, que ainda faz tratamento de fonoterapia para melhorar a voz e a deglutição depois de um câncer na laringe, deve começar uma agenda de viagens por todo o país nas próximas semanas, depois de tirar alguns dias de férias com a família.
    Apesar de não ter nenhum cargo na executiva petista desde que se envolveu no escândalo do mensalão, em 2005, Dirceu não deixou de ser um dos principais articuladores políticos do PT, tanto interna quanto externamente. O encontro com o ex-presidente reforça essa imagem, uma vez que Lula tem procurado os dirigentes petistas para se inteirar sobre o quadro eleitoral. Na semana passada, conversou por telefone com o presidente estadual da legenda, o deputado Edinho Silva, para conhecer a situação dos principais municípios paulistas.
    Lula deverá agir para acertar as alianças nos principais municípios do país, mas deve também buscar a pacificação em cidades onde o PT está dividido, como em Recife e Belo Horizonte.
    Voltei
    Parabéns aos eleitores e ex-admiradores do senador Demóstenes Torres (GO), que não engolem as conversas que ele manteve com Carlinhos Cachoeira. Já os que debatem eleições com aquele que a Procuradoria Geral da Repúbica chama “chefe de quadrilha” se autodefinem, não é mesmo?
    Uma coisa é certa: Demóstenes não terá uma rede de “blogueiros progressistas” para defendê-lo. Nem de “blogueiros reacionários”. Nem de “blogueiros”, como é mesmo?, “livres como um táxi”. Tampouco haverá estatais para pagar o salário de uma súcia encarregada de fazer a sua defesa. “Ah, então impunidade para todo mundo, Reinaldo?” Uma ova! Punição para todo mundo! Inaceitável é que o dinheiro público patrocine páginas que fazem a defesa aberta de alguém acusado pela PGR de ser “chefe de quadrilha”. Indefensável é que um ex-presidente da República se dê a tal desfrute.
    Mas, como diria Ideli Salvatti (ver posts abaixo), faz sentido, “meu amor”!!!
    Por Reinaldo Azevedo
    03/04/2012
    às 7:49

    Ainda o caso Demóstenes, a vingança dos imorais e a turma do bobó de camarão com caipirinha

    Esta terça pode ser um dia decisivo para Demóstenes Torres (GO). É o prazo anunciado pelo DEM para que ele apresente as suas “explicações”. Tudo indica que o senador manterá seu silêncio, seguindo a estratégia do advogado que o defende. Se não pedir a desfiliação ou renunciar, é praticamente certo que o DEM o expulse. Há posts abaixo que tratam do assunto. Quero aqui me ater a outro aspecto, que chamo de vingança dos imorais, agora desreprimidos…
    Por que o senador Demóstenes está prestes a ser expulso do DEM e pode perder o mandato? A resposta é simplíssima: porque o que veio a público de suas relações com Carlinhos Cachoeira sugere que ele não vivia conforme o credo que anunciava. Professava em público valores que, segundo indicam as conversas, não eram seguidos à risca pelo próprio arauto. Já escrevi aqui quão ruim isso é para a política e, obviamente, para a oposição.
    Atenção! Não retiro uma linha dos vários elogios que fiz à atuação de Demóstenes no Senado. Ele tinha um desempenho correto e atento. Ou, então, digam por que não! Foi, aliás, o relator da Lei da Ficha Limpa na Casa — com a qual não concordo, mas que goza de grande prestígio. Até parlamentares da base do governo o reconheciam como sério e aplicado, ainda que discordassem dele.
    Mas por que os blogueiros que jantam com José Dirceu na casa de Paulo Henrique Amorim estão em festa? Seria só porque um senador da oposição quebrou a cara? É claro que não! A oposição já é raquítica hoje, com Demóstenes e tudo. O governo Dilma sabe que não tem nada a temer a não ser, eventualmente, os grilhões do PMDB e um ou outro partido menor da base aliada. A turma que divide com o Zé bobó de camarão com caipirinha na casa daquele gigante do progressismo está celebrando outra coisa: “Ora, se até o senador Demóstenes caiu, e de maneira tão avassaladora, está provado que moral política não existe mesmo! Fica evidenciado que todos pecam. Mais ainda: os que mais falam em moral e retidão são os piores”.
    É a vingança da imoralidade, vivendo seu momento de desrepressão. Eles não querem apenas ver Demóstenes morto politicamente. Isso, convenham, já aconteceu. Querem liquidar com a própria moralidade, como se todos os maus passos dados pelo senador na relação com Carlinhos Cachoeira fossem um desdobramento, uma consequência ou um apanágio da sua pregação e de sua atuação. E A VERDADE ESTÁ JUSTAMENTE NO OPOSTO: tudo o que ficamos sabendo dia após dia só nos diz que havia incongruência entre intenção anunciada e gesto. E é isso o que choca.
    Não para a turma do bobó de camarão com caipirinha — aquele gigante não iria servir vinho caro pra “blogueiro progressista”, né? A cada um segundo a sua classe…
    Que o senador Demóstenes arque com as consequências de suas relações com Carlinhos Cachoeira, mas atenção:
    — isso não torna errada a pregação que o notabilizou; ao contrário: porque ela estava certa, ele está pagando um preço muito alto;
    — isso não desculpa ou explica os mensaleiros; ao contrário: isso só nos diz da necessidade de dar andamento rápido àquele processo.
    Pensem bem: que boa razão existe para que políticos da oposição flagrados em delito sejam calcinados com tamanha rapidez, e o processo dos 37 do mensalão se arraste JÁ POR SETE ANOS? Se o ministro Ricardo Lewandowski não agir rapidamente, talvez tenhamos outros sete pela frente…
    Alguém dirá: “Ah, Reinaldo, são coisas diferentes, com ritos processuais distintos…” Oh, sim, eu sei. Sou razoavelmente aplicado na leitura de coisas da área. O problema é que mensaleiros e aloprados, para a sua sorte e infelicidade do país, nunca contaram com uma Polícia Federal diligente para fazer gravações, não é? Até agora, esse é um método que só foi testado com políticos de oposição.
    Contra os fatos
    O mais espantoso é ver que o Jornalismo da Esgotosfera Governista (JEG) vende para os trouxas que caem na sua conversa a falácia de que a imprensa estaria pegando leve com Demóstenes ou sendo menos exigente com o senador do que é com petistas, por exemplo. Mentira! Ao contrário: dado o que já vazou, o senador já não tem mais saída política. O país tem a lamentar, sim! A lamentar o quê? A perda do que se conhecia de sua atuação, não do que se ignorava!
    As pessoas decentes que querem que Demóstenes pague por sua intimidade com Cachoeira o querem porque consideram que sua ação era incompatível com o seu discurso. Os que celebram com Dirceu o bobó de camarão e proclamam a sua inocência o fazem porque acreditam que suas práticas são compatíveis com seu discurso.
    Não vejo ninguém a defender a atuação de Demóstenes — não essa que era desconhecida; uns poucos têm o bom senso de reconhecer que a sua atuação visível era correta, destemida até. Mas se vê a rede organizada que tem a cara de pau — e o bolso de ouro — de defender mensaleiros.
    É a velha moral dessa gente: os adversários serão sempre criminosos, até quando são inocentes; já os da turma serão sempre inocentes, mesmo quando são criminosos. Demóstenes não conta com a sorte de ter admiradores assim. Os valores que ele pregava no Senado, que eram os corretos, não justificam o crime, o desvio ético e a promiscuidade política; os que o admiravam são os primeiros a puni-lo. Já os valores da esquerda, que dão ânimo aos mensaleiros, compõem a essência do próprio crime.
    O caso Demóstenes, pois, não pode ajudar a livrar a cara dos mensaleiros, não! Tem é de colaborar para a punição exemplar.
    Por Reinaldo Azevedo
    02/04/2012
    às 15:11

    “Oi, tudo beeeinnnn, beeeeinnn, beinnnn?” Ou: Um jantar com Dirceu

    Vocês devem imaginar como é dura a vida de blogueiros progressistas. Ajoelhou, tem de… Bem, eles sabem como é duro.
    Na segunda-feira passada, Paulo Henrique Amorim — “Oi, tudo beeeinnnn? Beinnnn, beinnnn, beinnn???” — recebeu cinco dos autodenominados “blogueiros progressistas” para jantar em seu apartamento em Higienópolis, em São Paulo. Ele adora demonizar a cidade e o bairro, que já tratou como um reduto de reacionários. Segundo se entende, o Rio é que vive seu momento de glória. Mas gosta de brindar os paulistanos com sua altitude — sobretudo a moral.
    Amorim é chique no úrtimo!!!. O jantar era servido por garçons. Um grupo de rapazes, num espaço privado, servido por garçons. O socialismo à moda da casa não pode prescindir da elegância.
    Havia um convidado de honra: José Dirceu — sim, o “colunista”, o “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República. É evidente que todos eles tratavam só do interesse público e discutiam maneiras de melhorar o Brasil, que é o que sempre faz o Zé quando janta a rapaziada.
    Alguns vão ficar enciumados. Têm a mesma profissão de Paulo Henrique Amorim, mas sem direito a certas regalias. O prato na noite foi o mensalão e a certeza do Zé de que será absolvido. Ele já está quase totalmente convencido da própria inocência. Os outros já se convenceram plenamente.
    Por Reinaldo Azevedo
    02/04/2012
    às 7:43

    O destino de Demóstenes e a safadeza oportunista

    Ainda que a defesa do senador Demótenes Torres (DEM-GO) consiga anular em juízo as evidências colhidas contra ele pela Polícia Federal — já que só poderia ter sido investigado com autorização do STF —, dificilmente conseguirá manter o mandato. Se não renunciar, a chance de que venha a ser cassado é gigantesca. O conteúdo de suas conversas com Carlinhos Cachoeira, que vieram a público, é incompatível com sua função, e ele certamente sabe disso. Até porque é quem é e construiu uma reputação no Senado de inimigo da corrupção — e também porque é um dos nomes mais visíveis da oposição —, o “caso pegou”. Não há como ele encontrar uma explicação virtuosa para o que se ouviu e se leu até agora. É evidente que não deixa de ser irônico, quase um escárnio, ver um José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, a afirmar que a situação do colega é muito difícil. Mas assim são as coisas.
    É evidente que a proximidade de Demóstenes — e, veremos em breve, de muitos outros políticos — com Carlinhos Cachoeira era desconhecida. Os sites e blogs financiados pelo oficialismo petista e por estatais gritam suas ridicularias, afirmando que ele era protegido pela imprensa. Mentem para tentar proteger um chefe de quadrilha (já volto a esse ponto). Ora, por que eles próprios, tão íntimos dos sistemas de informação e de setores da “polícia política”, não denunciaram Demóstenes antes? Porque, como toda gente, também ignoravam as evidências que têm vindo a público. Ou alguém acredita que os esbirros do petismo teriam permitido que o senador fustigasse o governo, como de hábito fazia, se conhecessem suas ligações perigosas?
    E isso explica por que afirmo que Demóstenes está politicamente liquidado ainda que mantenha seu mandato.  Mesmo o senador de reputação ilibada de há pouco mais de um mês jamais cairia do gosto do eleitorado que pende do petismo para a esquerda. Ele havia se tornado — e por bons motivos (os públicos) — uma referência, sim, para os que iam, no espectro ideológico, do centro para a direita. E essas pessoas, felizmente, repudiam o que conhecem agora.
    É evidente que o episódio é péssimo para uma oposição parlamentar já raquítica. Exceção feita a alguns destemidos — e se acreditava que Demóstenes estivesse entre eles —, os verdadeiros oposicionistas do governo Dilma, convenham, estão mesmo é no PMDB. São eles que criam dificuldades para a governanta. Mas voltemos. O caso é ruim, sim, para a oposição, mas não deixa de revelar um traço saudável de parcela importante da opinião pública. A esmagadora maioria do eleitorado de Demóstenes e aqueles que ele conquistou com sua firme atuação no Senado — A PARTE CONHECIDA DESSA ATUAÇÃO — não votariam mais nele. Hoje ele não seria eleito nem por petistas (obviamente) nem por antipetistas. Já muitos “companheiros” que se identificam com o PT não teriam o menor pudor em votar em José Dirceu, por exemplo. NUNCA SE ESQUEÇAM, SENHORES! OS PETISTAS FIZERAM DO MENSALEIRO JOÃO PAULO CUNHA PRESIDENTE DO “CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR” DA CÂMARA!!!
    Compreenderam como são as coisas? Um mensaleiro petista é presidente o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados! Nada menos!!! Por vontade, obviamente, do PT. Duvido que haja democracia no planeta que indicasse para tal função alguém que está sendo processado pela corte suprema do país. Mas acontece no Brasil. José Genoino,  presidente do PT no tempo do mensalão, é assessor especial do… Ministério da Defesa!!! Sim, Genoino comandava o partido quando se tomou a decisão, por exemplo, de pagar a campanha eleitoral de Lula com dinheiro de origem ilegal, em dólar, no exterior. E qualificou-se para dar palpites justamente na área de… Defesa!!!
    Analfabetos morais
    Os analfabetos morais — estimulados pelos esbirros do poder, que ficaram ricos mamando nas tetas públicas —, quando leem algo assim, acham que estou tentando pegar leve com Demóstenes. Não! É justamente o contrário! Que seja punido com a máxima severidade por aquilo que tiver feito. Mas e os outros? A minha pergunta permanece: quando esse método de acumular gravações — e depois vazá-las — vai contemplar também os “companheiros”? A moral de duas casacas dessa gente é um troço asqueroso. Já escrevi aqui: SAUDÁVEIS SÃO OS ANTIGOS ADMIRADORES E O ELEITORADO  DE DEMÓSTENES, QUE NÃO O PERDOAM. DOENTES, OU COISA PIOR, SÃO  OS ADMIRADORES E O ELEITORADO  DE ZÉ DIRCEU. Não veem a hora de que recupere seus direitos políticos para votar nele. Psicopatia. Sociopatia. Esquerdopatia.
    Operação Mensalão
    Carlinhos Cachoeira está no lugar certo por tudo o que se sabe de suas atividades: a cadeia. O senador Demóstenes Torres, dado o que veio a público sobre suas ligações subterrâneas com o contraventor, está conhecendo o inferno político — e sabe que dificilmente encontrará defensores entre seus antigos admiradores. A questão realmente intrigante é outra: QUE DIABOS ISSO TUDO TEM A VER COM O MENSALÃO, COMO BERRAM EM UNÍSSONO OS BLOGS E SITES DO JORNALISMO DA ESGOTOSFERA GOVERNISTA? A resposta é claríssima: NADA!!!
    Trata-se apenas da tentativa de pegar carona no episódio para lançar uma grande sombra de suspeição sobre episódios que caracterizaram uma verdadeira operação criminosa: o mensalão! A síntese é mais ou menos esta: “Se Demóstenes é culpado, então somos todos inocentes”. Daqui a pouco alguém vai dizer que a tramoia dos aloprados, em 2006, também foi uma conspiração das oposições, da imprensa e de Carlinhos Cachoeira!!!
    Todo mundo faz muito bem em exigir que Demóstenes pague por sua ligações com Cachoeira, tenham a extensão que tiverem. Mas isso não faz de Dirceu um não-Dirceu. Isso não faz de Delúbio um não-Delúbio. O país que rejeita o que se descobriu da atuação de Demóstenes é uma país saudável. O que aproveita o episódio para aplaudir aquele que a PGR chama de “chefe de quadrilha” e para proclamar a sua grandeza é doente ou safado.
    Por Reinaldo Azevedo
    01/04/2012
    às 7:39

    A rede suja na Internet e a tentativa de melar o processo do mensalão e livrar a cara de José Dirceu

    Ontem, os blogueiros de aluguel e assemelhados — o JEG, que vive de dinheiro público, como se sabe à farta — atuaram como ordem unida. Todos eles anunciavam, cada um segundo o seu estilo: “O mensalão nunca existiu! Foi tudo uma conspiração”! Um sustenta a tese com aquele amontoado de orações coordenadas que revela uma estirpe de analfabetos. O outro, coitado!, para não variar, atropela o bom gosto e o bom senso nas subordinadas, expondo outro veio do analfabetismo. Um terceiro é boçal e analfabeto moral pura e simplesmente. Mas a tese era uma só! E, obviamente, não lhes faltam alguns leitores que vão lá buscar o que já sabem que vão encontrar.
    A tropa de choque está furiosa. E parte dessa fúria foi dirigida contra mim. Compreendo os motivos. São todos ex-jornalistas. Cada um deles, num dado momento, foi banido da grande imprensa porque não soube distinguir o certo do errado, o lícito do ilícito, o virtuoso do criminoso. Deixaram de trabalhar para o veículo que represetavam e passaram a operar para a fonte, por motivos muito convincentes. Não é gente, lá vai a palavra de novo!, da estirpe de Policarpo Junior, sobre quem Carlinhos Cachoeira lamenta: “O Policarpo Nunca vai ser nosso! Ele é foda!” Não vai mesmo! Os que se aproveitam agora dos vazamentos das gravações para dizer que o mensalão nunca existiu “não são foda”, não! E sabem que “são de alguém”. Recorram à Internet, e vocês saberão a mão que balança o berço.
    Eles estão bravos porque as gravações feitas pela Polícia Federal — como se isso fosse necessário … — evidenciam a honestidade de Policarpo, não o contrário. Adiante, que isso já é matéria vencida.
    Eles querem enrolar. Eu desenrolo
    Qual é a conexão, o liame, a ligação do caso Cachoeira com o mensalão? Quase nada! E explico o “quase”. Fica por conta de um único evento, importante, sim, mas irrelevante no que respeita à essência do maior escândalo de corrupção da República. Foi a VEJA que trouxe a reportagem sobre a cobrança de propina nos Correios, aquela em que Maurício Marinho, homem do PTB na empresa, aparecia recebendo propina. Sim, reportagem de Policarpo Júnior! Que grande mal faz este rapaz à República… dos larápios, não?
    A revista começou a chegar aos leitores no dia 14 de maio de 2005!!! No dia 6 de julho daquele ano, o então deputado Roberto Jefferson (RJ), chefão do PTB, botava a boca no trombone numa entrevista à Folha e expunha as entranhas do modo petista de governar. Estava descontente com o modo como José Dirceu conduzia o, como chamarei?, condomínio de partidos e entendeu que ele e seu partido estavam sendo fritados.
    Só para registro: Jefferson, o que denunciou o mensalão — e parte substancial de sua denúncia se mostrou verdadeira —, não gosta da revista VEJA. Tanto é que também a critica em seu blog, o que não deixa de ser interessante. As duas personagens que polarizaram os embates em 2005, Jefferson e Dirceu, criticam a revista. Faz sentido. O primeiro porque a reportagem apontou o cancro nos Correios; o outro…, bem, o outro pelo conjunto da obra, não é? O evento mais recente que lhe diz respeito foi o estouro do bunker montado num hotel, em que ele “despachava” com autoridades da República, como se fosse, assim, um superministro sem pasta. O Zé detestar a VEJA, a exemplo de uma meia-dúzia, é dessas coisas, entendo, que têm de ser alardeadas: “VEJA, A REVISTA QUE O DIRCEU DETESTA. MAS LÊ!”. Ok. Eles que vão dizendo mentiras sobre a revista, que ela continuará a dizer verdades sobre eles — e os demais.
    O que a desgraça em que caiu o senador Demóstenes Tores (DEM-GO) e as atividades ilegais de Carlinhos Cachoeira têm a ver com as lambanças de Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério? Em que negam, relativizam ou põem sob nova perspectiva os empréstimos fraudulentos, a dinheirama sacada na boca do caixa, a mala de dinheiro repassada ao PTB (o próprio Jefferson o confessou) e ao então PL, o dinheiro depositado no exterior na conta de Duda Mendonça? Bem, vocês façam aí o elenco de memória da montanha de irregularidades cometidas. A resposta é esta: NADA!
    Tentativa de desmoralizar o Judiciário e a imprensa
    Que Cachoeira pague pelo que fez!
    Que Demóstenes pague pelo que fez!
    Mas o que tem a ver o que ambos fizeram com o que fez José Dirceu?
    O que tem a ver o que ambos fizeram com o que fez José Genoino?
    O que tem a ver o que ambos fizeram com o que fez Delúbio Soares?
    RESPOSTA: NADA!!!
    A turma, no entanto, está assanhada. O objetivo é jogar lama na imprensa e no Judiciário para reforçar a tese de que o mensalão foi uma invenção. O próprio Lula, diga-se, este monstro da moral, chegou a afirmar, ainda na Presidência, que iria querer investigar a sério este assunto, sugerindo que era tudo uma trama da oposição. Como se a dinheirama assumidamente ilegal que circulou no partido jamais tivesse existido.
    José Dirceu é autor de uma frase estupefaciente sobre aqueles dias: “Estou cada vez mais convencido da minha inocência”. De tanto ler os seus amigos, ele ainda acaba acreditando…
    Por Reinaldo Azevedo
    29/03/2012
    às 18:05

    Dirceu, o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) é mesmo um profissional! Ou: Desconstruindo a salsicha. Ou: Dirceu, Brad Pitt e eu

    José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República), é mesmo um profissional. Na coluna de Mônica Bergamo, na Folha, leem-se estas três notas, digamos, espantosas. Volto depois.
    NO PALCO DO MUNDO
    O ex-ministro José Dirceu (PT-SP) pode recorrer a organismos internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos), caso seja condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no caso do mensalão.
    ENCONTROS
    Ele falou sobre a possibilidade em mais de um encontro que tem tido com personalidades para conversar sobre o processo. Dois interlocutores recentes de Dirceu relataram a ideia à coluna, ressalvando que o petista sempre diz ter certeza de que será absolvido.
    EU INSISTO
    Dirceu nega com veemência. “Isso são advogados que propõem. Tenho convicção de que vou ser absolvido. Como vou falar uma coisa dessas?”, afirma. “Sempre falei que sou inocente e confio no Supremo. E agora vou recorrer a órgãos internacionais?” O ex-ministro diz ainda que gostaria que o caso fosse logo apreciado. “Nunca atrasei o processo, abri mão de testemunhas no exterior, não quero prescrição do caso. Insisto em ser julgado.
    Entendendo…
    Vamos entender como se fazem as salsichas, como não disse Birmarck.
    Fica-se com a impressão de que algum amigo do Zé, gente fanática mesmo, “vazou” a intenção para a coluna. Notem que há quase um tom de zangada indignação quando ele é supostamente confrontado com o suposto vazamento. Não! De jeito nenhum! Ele nem pensa em recorrer à OEA porque está certo da absolvição!  E quer ser julgado logo! Ele deveria cobrar isso publicamente do companheiro Ricardo Lewandowski! Quem sabe…
    O que interessa nas três notas é a informação: o Zé agora está plantando que, se for condenado, pretende ser, assim, um mártir latino-americano, entenderam?
    Haver três notas para negar que Dirceu pretenda recorrer à OEA caso condenado corresponde, leitora amiga, leitor invejoso, a eu escrever três notas dizendo ser mentira a história de que as mulheres são mais loucas por mim do que por, sei lá, quem é o bonitão da hora?, Brad Pitt (ainda?)…. Ou eu escrever três notas negando que pretenda concorrer ao Nobel de Literatura.
    Tenham paciência!
    Sim, claro! A mulherada é louca por mim, mas nem tanto. A pressão em favor do Nobel é grande, mas tenho resistido.  Há momentos em que as pessoas perdem mesmo o senso do ridículo.
    Por que Dirceu recorreria à OEA se condenado? Estaria sendo vítima de arbítrio? De um estado de exceção? De alguma ilegalidade? Há negativas que não precisam ser feitas sem que traia ou a loucura ou a pretensão de quem nega.
    Por Reinaldo Azevedo
    26/03/2012
    às 21:58

    Dirceu, “o chefe de quadrilha” fala, e a imprensa, como é mesmo?, repercute… Ou: A “maioria apertada” de 52%…

    José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo a Procuradoria Geral da República), escreveu um post em seu blog criticando as prévias no PSDB e atacando José Serra. O “chefe de quadrilha” deve achar que processo legítimo e democrático é o que se deu no PT: Lula chegou lá, deu um “un coup de pied aux fesses” de Marta Suplicy e passou talquinho em Fernando Haddad.
    Muito bem! A Folha Online fez um texto a respeito. Isso é sempre curioso. Quase ninguém lê o blog do “chefe de quadrilha”. Ele se faz conhecido porque a imprensa “repercute”, como se diz por aí, o que escrevem por lá. Dirceu, um próspero “consultor de empresas privadas”, tem uma equipe para cuidar da página. Mas isso é o de menos.
    O que interessa no texto da Folha é outra coisa. Está escrito lá:
    “Para ele [Dirceu], a vitória apertada de Serra nas primárias, com 52% dos votos, é uma prova de que o PSDB está dividido. Ele ainda acusou o tucano de partir para o confronto com o PT”.
    Heeeinnn? Vitória apertada com 52%? Eram três candidatos. A vitória seria definida por maioria simples. Bastavam 33% dos votos mais um. Serra obteve 52,1% do total — 19,1 pontos acima do segundo colocado, José Aníbal, que ficou com 33%. Entenderam como são as coisas? O PT define que a vitória “foi apertada”, e a imprensa assume a mentira com dado de realidade.
    Dirceu está descontente com Serra porque o tucano criticou o PT — “partiu para o confronto”, segundo o texto. Entendi. Onde já se viu um oposicionista criticar o partido do governo? Em boas democracias do mundo, como Cuba, Coréia do Norte, China, Equador ou Venezuela, isso é considerado crime.
    Pedro Tobias, presidente do PSDB estadual, responde a Dirceu:
    “José Serra saiu da Prefeitura de São Paulo para ser conduzido, pela maioria dos paulistas, ao Governo do Estado de São Paulo, enquanto o deputado José Dirceu saiu do governo do PT cassado pelo Congresso Nacional e tendo de responder a um processo por formação de quadrilha no Supremo Tribunal Federal.”
    Por Reinaldo Azevedo

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    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


    Cubra-me

    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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    A Paixão de Cristo