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Cardeal de Viena esclarece algumas polêmicas na entrevista abaixo
maio 21, 2012 Deixe um comentário
Andrea Tornielli- jornal La Stampa.
Há um mês e meio, contra o parecer do pároco, ele havia deixado em seu posto no conselho pastoral de uma paróquia o jovem Florian Stangl (foto), gay assumido. (O jovem de vinte e sete anos foi votado entre os paroquianos, durante as eleições do novo conselho pastoral de Stützenhofen, ao norte de Viena. O pároco, porém, não quis admitir sua designação. E, aí, interveio o arcebispo, que assumindo a responsabilidade, decidiu convalidar a eleição)
O cardeal Christoph Schönborn, dominicano, 67 anos, aluno de Ratzinger, arcebispo de Viena, está em Roma nestes dias, onde discutiu com as autoridades vaticanas a situação da Igreja austríaca.
Nesta entrevista ao jornal La Stampa, depois de semanas de silêncio, ele volta a falar da sua escolha. Ele a defende, mas, ao mesmo tempo, explica que o ensino católico não muda. E se pronuncia também sobre a dissidência que atravessa a Igreja na Áustria, antecipando as iniciativas que irá tomar com relação aos padres signatários do Apelo à desobediência.
Eis a entrevista.
- Cardeal Schönborn, pode explicar por que o senhor ratificou a eleição de Stangl ao conselho pastoral?
- O senhor se encontrou com Stangl. O que lhe chamou a atenção?
- O caso suscitou esperanças em quem espera uma mudança de posição da Igreja com relação aos gays…
- Por que, então, o senhor decidiu não intervir?
- O senhor irá admitir que se trata de um precedente…
- A Igreja deveria demonstrar uma atitude mais misericordiosa com relação aos homossexuais?
A Igreja sempre demonstrou misericórdia para com os pecadores, e todos somos pecadores. Mesmo que nos fixemos apenas em certos pecados e em certas situações de desordem moral, todos nós, como cristãos, devemos nos confessar. Mas não há misericórdia sem verdade. É preciso um caminho de conversão: isso vale para os divorciado em segunda união, mas também para quem vive relações homossexuais. É preciso ajudá-los a reconhecer que o projeto de Deus não é esse, e, se eles se sentem incapazes de seguir o ensinamento da Igreja, que o admitam com humildade, pedindo a ajuda de Deus, confessando-se e tentando não pecar mais. Não podemos mudar o seu projeto, mas devemos lembrar que Deus é infinitamente misericordioso para com os nossos pecados.
- As associações gays acusam a Igreja de ter uma atitude discriminatória. Como o senhor responde?
- Há quem diga que a Igreja hoje fala muito de moral sexual. O que o senhor acha?
- Há muita dissidência na Igreja austríaca, centenas de padres assinaram um Apelo à desobediência. O que vai acontecer?
- O papa os citou na Missa da Quinta-Feira Santa…
- E se os defensores da Pfarrer-Initiative não cederem?
- No caso das sanções, a intervenção será sua ou da Santa Sé?
- Como o senhor julga a propagação dessa dissidência, que pede a abolição do celibato, o sacerdócio às mulheres, os leigos no lugar dos padres nas celebrações?
- Qual é a terapia certa, segundo o senhor?
Uma nova descoberta da fé, que aceite ser a luz do mundo. O verdadeiro programa de contraste à Pfarrer-Initiative são as muitas realidades vivas da Igreja austríaca, das quais ninguém fala: o número crescente de famílias jovens que vivem a sua fé no mundo, com o conhecimento de serem uma minoria criativa; os jovens fascinados com a espiritualidade e com a liturgia dos mosteiros. Estamos acostumados a ser maioria e a dizer tudo sobre todos: agora é o momento de nos reconhecermos minoria e de testemunhar, cada um em seu próprio lugar, a nossa fé.
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