L'OSSERVATORE ROMANO
Vatican
Cidade do Vaticano, 24 de Maio de 2012.
Na audiência geral o Papa convida a rezar a Deus Pai com o Espírito de Jesus
O cristianismo
religião da confiança
A verdade da «paternidade de Deus», observou o Papa, é sentida com dificuldade pelo homem de hoje. Também porque a ausência da figura paterna na vida dos filhos representa «um grande problema do nosso tempo». O Evangelho de Cristo, ao contrário, revela-nos quem é e como age «um verdadeiro pai», mostrando-nos «na sua profundidade o que significa que Deus é nosso Pai».
Dúplice a dimensão da paternidade divina que sobressai das Escrituras. «Antes de mais – explicou o Pontífice – Deus é nosso Pai porque é nosso Criador». Portanto, para Ele «não somos seres anónimos, impessoais, mas temos um nome», como afirma também a comovedora palavra do Salmo 119: «As tuas mãos me modelaram e plasmaram». Além disso, a encarnação, a morte e a ressurreição do Filho confirmam mais uma vez a nossa «pertença» ao Pai, porque desta forma «entrámos realmente, além da criação, na adopção com Jesus» tornando-nos «filhos de uma forma nova, numa dimensão nova».
Isto explica a propensão natural do homem para a oração. «Nós não poderíamos rezar – afirmou o Papa – se não estivesse inscrito na profundidade do nosso coração o desejo de Deus, o ser de Deus. Desde que existe, o homo sapiens anda sempre em busca de Deus, procura falar com Deus, porque Deus se inscreveu a si mesmo nos nossos corações».
De resto, a oração não é um simples gesto individual mas um acto da Igreja inteira. «Quando nos dirigimos ao Pai no nosso ambiente interior, no silêncio e no recolhimento – reconheceu Bento XVI – nunca estamos sozinhos. Estamos na grande oração da Igreja, somos parte de uma grande sinfonia que a comunidade cristã espalhada por toda a terra e em todos os tempos eleva a Deus».
24 de Maio de 2012
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