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Por Reinaldo Azevedo
11/04/2012
às 15:41Uma decisão sobre aborto de anencéfalos ou o envio das religiões para o banco dos réus?
No post anterior, vocês viram que, conforme o previsto, Marco Aurélio Mello votou em favor do aborto de anencéfalos. A essência de seu argumento está exposta ali, no texto da VEJA Online. Antes que prossiga, uma observação se faz necessária. Gosto, no geral, dos votos do ministro Marco Aurélio — e, às vezes, discordo dele radicalmente, como aconteceu no caso da permanência, no Brasil, do terrorista Cesare Battisti. Não é que Mello tenha votado em favor dessa permanência. Entendeu que cabia a Lula, e só a ele, como presidente da República então, decidir. Eu me alinhei com aqueles que consideravam que não é assim. Discordar dele não quer dizer satanizá-lo — como tem virado hábito no país: há um esforço deliberado de certos grupos de pressão para esmagar a divergência. O curioso é que os “divergentes” quase sempre estão com a maioria da população. Isso significa que, cada vez mais, usa-se o território da lei para impor a vontade de uma minoria supostamente mais esclarecida. É evidente que maioria, por si, não é critério de verdade. Mas também não é sinônimo de mentira. Sigamos.
O que me incomoda do que leio — não assisti ao voto; depois vou ler o de cada ministro — sobre a exposição do ministro Marco Aurélio é uma certa tensão, quem sabe oposição, criada entre a dignidade humana e o que seria a perspectiva religiosa, para declarar, então, que, sendo leigo, o estado não tem de se ocupar dos óbices religiosos.
Há aí, parece-me, algumas confusões. Em primeiro lugar, a perspectiva religiosa não é, por si, contrária à dignidade humana coisa nenhuma. Para saber se é ou não, forçoso se faz analisar seu conteúdo. Em que, por exemplo, os fundamentos do cristianismo se oporiam a essa dignidade? Alguém conseguiria demonstrar algo a respeito? Duvido! O moderno humanismo tem seus pilares no cristianismo. Ignorá-lo é fazer má história; é produzir apenas ideologia sem fundamento. Sendo laico, de fato, o estado não é um procurador de religiões, mas também não deve ser seu algoz, como se tudo o que adviesse dessa experiência militasse contra valores universais. A defesa que o cristianismo faz da vida humana — sem restrições ou precondições — é ou não “universal”? Interessa ou não ao conjunto e a cada um dos homens? Na China moderna, os valores do cristianismo tornariam a vida mais arriscada ou mais segura?
Criou-se uma falsa questão quando o aborto é debatido — seja o de anencéfalos ou não. As religiões, invariavelmente, são mandadas para o banco dos réus, passam por um processo que eu chamaria de “ilegitimação civil”, como se professar uma crença fosse fruto de um exotismo qualquer, de um desvio, quem sabe de um subpensamento, de uma categoria inferior na ordem dos valores. O nome disso é preconceito.
No caso do aborto — de anencéfalos ou não —, os que, como eu, advogam contra a corrente majoritária (dos grupos de pressão, não necessariamente da população; desconheço pesquisa a respeito) não cuidam de determinar se a vida é divina ou não; se ela tem início na concepção ou não. Não estamos naquele terreno cinzento entre a ciência e a fé. Trata-se de saber se a sociedade deve, dado o consenso do momento, estabelecer que vida merece ser vivida e por quanto tempo.
Não posso assegurar que pensamento eu teria se fosse outro, é evidente. Assim, não vou aqui cair naquele truque vigarista de afirmar que “enquanto cidadão, penso tal coisa, mas enquanto cristão, penso…” Não! Sou um! Dados os fundamentos que entendo civilizados, que protegem a vida humana, repudio que seja o estado a determinar que vida deva ser vivida. Acho que isso é um retrocesso das conquistas do humanismo.
Assim, meu caro ministro Marco Aurélio, isso que o senhor poderia chamar “perspectiva religiosa” coincide, segundo o meu entendimento e o de milhões de pessoas, com a perspectiva laica. Essa contradição entre uma coisa é outra, seja ou não esta a intenção do meritíssimo (e eu acredito que não seja, deixo claro), corresponde a uma tentativa de alijar a experiência religiosa da vida das sociedades.
Quando isso acontecer, boa parte do que se entende por humanismo vai para o lixo. Arremato lembrando que, com efeito, guerras religiosas já fizeram muitas vítimas, como lembram constantemente alguns militantes ateus meio furibundos. Mas ninguém matou tanto quanto os estados oficialmente ateus. Se não é lícito, e não é, atribuir os milhões de mortos do comunismo, por exemplo, ao ateísmo em si, não foi a fé, também em si, que fez as vítimas dos conflitos religiosos. Mas aqui já derivo um pouco. Retomo o ponto. Precisamos decidir se, a cada questão que debatermos relativa à moral, à ética e aos costumes, será preciso, antes, exorcizar a religião para, então, tomar uma decisão que estaria pautada pela pureza.
Esse, pra mim, é o mundo do obscurantismo da razão.
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84 Comentários
A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL COMO ESTADO LAICO
“Dai a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”
Evangelho de São Marcos, capítulo XII, versículos 13 a 17.
Então, o Estado é laico, com base num princípio ensinado por Jesus…
Os valores fundantes da civilização ocidental, expressos, por exemplo, na Declaração Universal dos Direitos do Homem, são resultado da dignidade humana, claramente pregada por Jesus. Enquanto isso, nações de outras origens mantem religiões oficiais e fundamentalismos estatais.
O que proponho pensar é que a gente simplifica muito as coisas. A realidade é muito complexa!
Esta é uma característica do gênero humano e vem desde muito tempo, bem antes da história moderna, do cristianismo e do iluminismo.
Será que a antiguidade só tinha barbaridades? E as barbaridades cometidas na era moderna, pela intolerância e pelas ditaduras, eram mais “humanas” que as de antigamente? Buda e Confúcio não podem ser considerados humanistas?
Infelizmente, nossa pobreza no estudo da filosofia nos faz acreditar erroneamente que a civilização começou com os gregos, ignorando o fato de que há pontos de contato entre a filosofia grega e os sábios do passado da India, China etc.
Quanto à questão do aborto de anencéfalos, invoca-se a “ciência” para fundamentar a decisão como se a ciência tivesse a última palavra para tudo, como se as “verdades” da ciência não fossem precárias, provisórias. Esquece-se que a ciência ainda não compreende o que é consciência, quando esta começa, quando se finda, ou mesmo se ela tem um começo e um fim. Da mesma forma, a ciência não pode garantir que o feto anencéfalo não é um ser senciente, que sofre e, portanto, merecedor de dignidade, de atenção, de amor.
Pensa-se na dignidade da mãe, como se o sofrimento desta desapareceria automaticamente apenas com a realização do aborto. Quem garante? E as sequelas psicológicas? E por que este sofrimento não poderia ser convertido em aceitação? A vida é constituída apenas de prazeres e não de sofrimentos?
Querem permitir o aborto e nem se preocupam em estabelecer penas administrativas como, por exemplo, a prestação de trabalho obrigatório com crianças com necessidades especiais. Por que tanta pressa em aprovar este assunto?
Isto tudo me parece o resultado de um grande equívoco, de um fracasso da nossa civilização moderna, de uma visão equivocada de ciência e religião, de uma visão equivocada da vida como se esta se resumisse apenas ao consumo, ao desfrute, ao lazer. É a civilizalção do LEXOTAN.
O primeiro erro é julgar que a vida é o foco único do pensamento ético budista, embora a vida deva ser protegida, o sofrimento dos seres vem em primeiro lugar. Não faz sentido manter uma gravidez de um feto que não tem cérebro e vai falecer logo após o nascimento. Forçar uma mãe a sofrer toda uma gravidez sabendo que tem um ser sem o órgão mais importante do corpo apenas por um princípio legal , não passa de crueldade, a interrupção da gravidez libera a mãe de registrar o nascimento e o óbito de uma criança no dia de seu nascimento, além da angústia de meses para ela e a família.
O budismo não tem posições fechadas sobre nada, princípios legais que se sobreponham à compaixão, assim sendo, assumo a responsabilidade e todo o carma resultante, em recomendar e apoiar a interrupção da gravidez de um feto inviável que está tecnicamente morto, sobrevivendo apenas pela sua ligação ao corpo materno. E declaro esta como uma posição religiosa perfeitamente defensável dentro dos princípios compassivos do budismo.
Monge Genshô
As pessoas esquecem q religião, cada um tem a sua…e tem os Ateus, que nem religião tem, e não acreditam na vida antes da 1ª respiração…então o Estado estaria desrespeitando suas crenças. Ou eles são menos dos que se dizem Cristão e não respeitam a opinião alheia?
“…a religião é uma coisa eminentemente privada. As discussões políticas, sociais, jurídicas, por outro lado, são eminentemente públicas.”
Começo enfatizando que (e não esqueçam)NÃO TENHO OPNIÃO FORMADA SOBRE O ASSUNTO NOS ASPECTOS RELIGIOSOS, ÉTICOS E MORAIS E ME SOLIDARIZO COM AS PESSOAS QUE PADECEM COM A TRAGÉDIA. Isto posto, me dou o direito de opnar tecnicamente, já que, pratico advocacia criminal há 17 anos:
1 - Nada que possa ser dito pelos magistrados do STF, vai mudar o fato de eles estão tentando LEGISLAR (e vão conseguir).O resto,seus emocionantes votos, não passa de retórica argumentativa, visando enganar, desviar o foco, a verdade de que estão servindo ao EXECUTIVO para “driblar” as dificuldades de se aprovar essa matéria no Congresso, já que a mesma tramita há muito tempo;
2 - Ora, vige no BRASIL a tripartição de poderes e a democracia representativa, que quer dizer, o povo elege seus representantes para que eles façam leis que atendam as aspirações da sociedade. Se a lei se mostra antiquada e não atende mais aos anceios do povo, o caminho democrático é os eleitos mudarem as leis (como de fato estão tentando) ou o povo muda os eleitos. Não pode é subverter a ordem;
3 - Causa espécie a atuação esdrúxula de tão dignos magistrados,ou seja: quando têm de fazer o seu trabalho (caso BATISTI), repassam para o executivo (LULA), “lavando as suas mãos”, quando NÃO podem agir(legislar). Fazem-no, como agora, causando verdadeira bagunça na cabeça dos acadêmicos de direito e enganando o povo;
3 - Acredite Reinaldo, até agora só temos coerência no voto do ministro que está ameaçando o povo com a prescrição do mensalão. Recomendo a leitura de seu voto , que é tecnicamente perfeito e democrático.
Abraços!!!!
?”Quando se chegou ao consenso de que uma criança, que se supõe nascerá com deficiências, deve ser abortada para poupar, a ele e às outras pessoas, o peso da sua existência, está-se a fazer um escárnio a todos os deficientes: está-se a dizer-lhes que só existem porque a ciência não tinha ainda alcançado o progresso atual”. (Joseph Ratzinger, Cristianismo y Democracia Pluralista, in Scripta Theologica 16, 1984/3)
ONDE ESTAVA A CNBB
ONDE ESTAVA OS DEFENSORES DOS DIREITOS DA CRIANÇA
ONDE ESTAVA OS DEFENSORES DOS DDHH
ONDE ESTAVA OS RABINOS
ONDE ESTAVA A IGREJA CATÓLICA
mas eu acho que estavam contando dinheiro dado pelos petralhas
pobre crianças indefesas.
tito
Ô Bruna - 12/04/2012 às 0:34, você caiu em outro sofisma dos aborteiros, o de querer resumir essa questão a uma disputa entre religiosos e não religiosos. Pergunto eu, Bruna, se só religiosos podem defender o direito inalienável e inviolável de viver dos seres humanos desde a concepção? Se a reposta for não, então você já percebeu a armadilha retórica que caiu, não é? A questão, Bruna, não é “religiosos x não-religiosos” ou “direito da mulher x religiosos” (essas são falsas discussões inventadas por aborteiros para criar confusão), mas “direito inviolável à vida humana x relativização desse direito” e “direito do bebê à vida x direito da mulher sobre seu corpo”.
Meu comentário foi cortado e estou sinceramente desapontado. Não consigo entender o porque, visto que não sou petralha e disse e reitero agora nesse comentário que sou contrário ao aborto. Mas tem um argumento difícil de rebater que é o de que um anencéfalo é equivalente à morte cerebral e se se permite à família doar, e os médicos recolher órgãos de pessoas com morte cerebral para transplante. Se as pessoas acham que há lógica nesse procedimento o aborto de anencéfalos seria algo semelhante. E digo mais, uma espécie de eutanásia.
Agora aspectos técnicos de quantidade de massa cerebral perdida eu sinceramente não tenho essa informação, mas aí, como no caso das doações de órgãos, os médicos devem ser chamados para resolverem aspectos técnicos.
Reinaldo. Orientadora para a vida e livre da ressaca do cópia-cola de alguns Ministros do STF,copmo o Fux e a novél. Dá até para se lembrar o volume e o número da página.
Prezado M@theus, fiquei CURIOSÍSSIMO !
Como é que o tal deus dá ou tira a vida? Ele tem um sistema informatizado e controla se o espermatozóide vai entrar no óvulo ou se alguém vai ter um cancer ou ser atropelado por um caminhão.
Como é que isto funciona???
hoje na porta do STF,tinha um grupo de pessoas fazendo uma vigilia pela vida, com faixas e cartases colocados em uma protecao muito distante do tribunal…..
veio uma ordem para que o material fosse tirado, pelo motivo de estes cartazes estarem virados para o STF
O LULISMO E SEUS INDICADOS QUEREM BAIXAR COISAS RUINS DE GUELA A BAIXO
Ao que me parece, num contexto mais amplo, estamos vivendo a derrocada dos valores que tanto estimamos e que nos torna um povo diferente no geral EM COMPRARAÇÃO com outras nações. “aqui é o Brasil”, exclamou um ator americano em um filme em declarada decadência de tudo(conteúdo, produção, roteiro, etc.). O que mais me intriga é a falastrona da Presidente DILMA se posicionar a favor dessas mazelas (aborto, ateísmo, revogação da lei de anistia, pra citar esses exemplos) e mesmo assim se dizendo contra…Ela é contra o “escambáu”, pois seus pares e seus ministros vivem defendendo esses mesmos assuntos.
Não acho que somos um país LAICO com o ela vive berrando na mídia, acho que não somos governados por fanáicos RELIGIOSOS, porém, somos governados por FANÁTICOS COMUNISTAS, que vivem querendo impor a força esse comunismo. aí nem por isso somos um país comunista, com todas as maluquices caracterÍsticas desses países: CHINA, CUBA, ENTRE OUTROS. muito embora seja essa a vontade de muito intelectual decadente comedor de pó de faculdade.
O “voto” (se é que pode-se chamar disso, aquela m****) do Sinistro Marcus Mello (o primo)
.
ANTI-CRISTO e ANTI-VIDA, numa tacada só!
.
sinistro…
_Pois são exatamente os tempos do obscurantismo da razão que estamos vivendo, Reinaldo.
_Ou da pseudorrazão, não é? Ou talvez uma meia-razão. Digo isso porque a grande massa, que apoia essa e outras agendas da esquerda, são apenas funcionais, massa de manobra, “idiotas úteis” ou, no máximo, “companheiros de viagem”. São o exército. Mas os “generais”, os reais beneficiários do esquerdismo, que nada mais é que uma religião política, sem Deus, sem transcendência, esses dominam toda a razão. Mas são a ínfima minoria.
_Nota à parte: Barroso, again. Sempre contratado, sempre atuando profissionalmente, sempre o “mero advogado”. Mas sempre na esquerda.
Para esquerdopatia vigente, religião é ofensa.
Para pessoas de bom senso, é um modalidade de conhecimento humano e uma possibilidade metafísica, inclusive não negada pela ciência.
Em função e em benefício de quem existem poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário)? Da sociedade, dela, por ela e para ela. Certo? Acredito que sim. Ora, então, por que se despreza um fato importantíssimo neste contexto: cerca de 95% da sociedade são de pessoas crédulas, que acreditam em Deus e têm uma religião focada na Divindade. E a maioria absoluta desses 95% é de cristãos. Então, por que se despreza a fé em todos esses julgamentos, fazendo prevalecer a chamada laicidade do Estado. Costumo pensar e dizer que o Estado é laico, a sociedade que o estabelece, não. E mais, por que desprezam e escarnecem, inclusive os membros da nossa suprema corte, de uma das principais colunas de valores da nossa sociedade?
O que nos parece é que, na grande campanha para a destruição dos valores religiosos da nossa sociedade, os ativistas desse desmoronamento ganharam um importante aliado: a nossa Suprema Corte.
E agora? A ciencia vai ser descartada?
Êles não deviam ser nossos representantes, no que somos e em que pensamos?
Está chegando a hora de ir para uma nação realmente democrética e livre (será que existiria alguma?).
Por outro lado, se Deus existe, e se Êle é um Deus que intervém, ai de nós!
“As Suas muitas misericórdias são a causa de não sermos consumidos”, já diz a Bíblia.
Reinaldo não está incorreto em ver que a questão dos anencéfalos atinge a influência religiosa sobre o estado. Mas isto é apenas colateral, ninguém está transformando o Brasil numa nação ateia, como exageram os que agora se recusam que o cristianismo sofra crítica sobre suas posições.
Hoje me deparei com uma reportagem fantástica na Newsweek - The Forgotten Jesus. Dentre os vários assuntos tratados destaca-se a preocupação de Thomas Jefferson, um dos pais da pátria norte-americana da “separação” da igreja dos assuntos de estado; ao contrário do que se prega por estas bandas: onde a religiosisade é tratada como fator de alienação política dos cidadãos. Através da religiosidade o ser humano, busca de forma sincera, para si e para os que lhe são próximos a inúmeras vias que conduzem à Salvação. Quanto aos politicos em particular, bem como à Política em particular, “o que não é senão uma tentação perigosas de controlar os outros em vez reformar-se a si próprio ( em inglês: What is politics if not a dangerous temptation toward controllint others rather than reforming oneself?).
Diante desta realidade, o Supremo Tribunal Federal, um dos poderes da República, deve balizar seus julgamos, não só pelo aspectos políticos/filosóficos ou científicos ou religiosos. As decisões emanadas deste poder devem ser baseadas, em conjunção com os princípios científicos, filosóficos e religiosos aceitos pela maioria dos cidadãos que constituem a Nação. Para decisões que levem em conta apenas um dos pré-requisitos mencionados, não precisamos de um Supremo. É o caso absurdo da decisão política no caso batista: Uma excrecência jurídica. No caso do aborto, qualquer decisão ou sentença que não leve em conta os três pilares universais - volto a repetir: CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO -é incompleta, imperfeita, polêmica e insuficiente para atender às demandas sociais requeridas para a solução do problema.
“repudio que seja o estado a determinar que vida deva ser vivida”
O estado não está querendo determinar qual a vida “deve” ser vivida mas, isso sim, qual vida “pode” ser vivida.
A grande maioria pensa em tese e de forma simplista, sem entender que esse caminho aumenta as chances de existir mais problemas no futuro.
O caminho da eugenia é um só. Seríamos todos nós perfeitos? A ausência de 80% da massa cerebral seria motivo para o aborto? E 50%? E 40% e 10%? e 5%?
E os casos funcionais? Seria então lícito que quem sofresse um acidente com perda de massa encefálica sofresse eutanásia? Será que podemos perguntar ao paciente se quer se livrar de seu sofrimento, porque perdeu um pouco da massa encefálica?
As pessoas precisam compreender que suas escolhas fazem muita diferença para todas as outras pessoas. Não se pode puerilmente decidir agora e querer revogar depois.
Quem defende em tese o aborto de anancefálicos - pode em tese - ter que lutar para manter a vida de um feto anancefálico no futuro. O caso concreto é mais difícil de se fazer valer.
Conheço uma tetraplégica desde pouco depois do acidente. Foi só depois da tetraplegia que se deu seu desabrochar como ser humano. Quando vamos então decidir? Se ela não fosse tetraplégica seria deputada federal? Não sabemos. Nunca saberemos. Não importa. O que importa é que está viva e lutando por um mundo melhor para todos.
O desengano da anencefalia será a contribuição para desenganar quem ainda está vivo.
Ao abrir essa caixa de Pandora, estamos abrindo possibilidades de suspensão de tratamento de doentes sob cobertura de planos de saúde. Como arbitrar quem vive e quem morre agora? A vida ficou definida por uma zona cinzenta mais difícil de ser decidida. Será que vamos acordar de nosso coma depois de um acidente? Ou será que foi decidido que já não podemos ter vida autônoma?
Escolhas implicam em renuncia.
Todos, independente de motivação religiosa ou por questões financeiras e até de custo emocional, temos que apostar na vida. Ela vale cada aposta.
A vida é um absoluto.
A vida é absoluta.
Só Deus pode dar ou tirar a vida. Seja a pessoa um assassino, maníaco, ou um bb encéfalo.
(embora eu sinta pena da mãe q tenha um bb nesse caso, pq ficar carregando durante 9 meses, sofrer as dores do parto, para logo em seguida o bb morrer…)
Apesar de ter minhas dúvidas quanto à posição correta sobre a questão (sou agnóstico), não posso deixar de louvar sua argumentação (se fosse Manuel Bandeira faria aqui uma louvação em versos) e me alinhar com ela. Na imprensa brasileira, você é um dos poucos que merecem ser lidos, concorde-se ou não com o quê escreve (e eu concordo com quase tudo). Vá em frente, que o Brasil e todos nós precisamos muito de pessoas especiais como você. Um grande abraço, do Puxinanã.
Proponho o extermínio da humanidade. Mais cedo ou mais tarde todos morreremos, não é mesmo?, então por que não damos uma mãozinha à história? No fundo, acho que é isso que querem os fundamentalistas do bem, do belo, do justo e do ecologicamente correto.
Eu acho que o moderno humanismo tem como base o cristiano… e também o budismo, judaismo e até o islamismo… há muita semelhança entre as coias boas de todas as religiões, com um simples detalhe: todas são mais antigas que o cristianismo!
um feto anencefálo, como a propria proposição alega É UM CASO DE EXCEÇÃO!
Sendo caso de exceção, não é um FATO NATURAL UM FETO SER ANENCEFÁLO: responsabilidades e culpas devem ser apuradas, E O ESTADO TEM QUE RERSPONDER POR ISTO!
FOI A POLUIÇÃO AMBIENTAL E TÓXICA?
FOI UM REMÉDIO ABORTIVO?
QUAL Q CAUSA DA ANENCEFELIA? ATÉ QUE SE LIBERE O ABORTO, MAS O ESTADO NÃO SE SAFA DA RESPONSABILIDADE DE ARCAR COM ISTO: ALGUÉM DEVE INDENIZAR AS VÍTIMAS… QUEM SERÁ?
creio que as questões religiosas valem para quem é crente.
Como podem interdições religiosas afetar a vida de quem não professa tal religião?
Assim sendo creio que o Sr. está fazendo um cavalo de batalha para defender suas crenças e submeter a seu credo todos os cidadãos brasileiros. Mal comparando, age como uma espécie de Aiatolá.
Décio
São absurdas as tentativas crescentes de marginalizar qualquer opinião que seja identificada com algo religioso. Realmente são preconceituosas e cinicamente apelam às Liberdades para calar quem pensa diferente das minorias influentes. Sei que não dever ser a causa única, mas muito deste quadro é devido a termos por décadas a educação submetida ao esquerdismo militante, sendo esta a formação de muita gente no Brasil.
EU E VOCE SOMOS DA MESMA GERAÇÃO!
“MEMÓRIA”:
SOU CONTRA O ABORTO, E NESTA COISA DOS ANENCEFALOS, SOU CONTRA PORQUE ESTÁ SE BUSCANDO UMA FORMA DE IRRESPONSABILIZAR OS VERDADEIROS CULPADOS!
MEMÓRIA!!!!!!!
OS CASOS MAIS ESCANDOLOSOS DE ANENCEFELIA SURGIRAM NOS ANOS 70 (DITADURA MILITAR?) SIM! EM CUBATÃO!!!!!
MULHERES GERAVAM FETOS ANENCEFÁLOS DEVIDO À POLUIÇÃO AMBIENTAL CAUSADAS POR INDUSTRIAS PRIVADAS E ESTATAIS LOCALIZADAS NA CIDADE DE CUBATÃO.
A LIBERAÇÃO DO ABORTO TAL COMO PROPÕE ISENTA A CULPA E O CRIME DOS RESPONSÁVEIS PELA GERAÇÃO DE UM FETO ANÉNCEFALO!!!! A SOLUÇÃO FICA: ABORTE E A GENTE NÃO LHE DEVE NADA!
E ISTO ESTÁ ERRADO!!!!!
UM FETO ANENCEFÁLO - AINDA QUE SEJA LIBERADO O ABORTO PARA DECISÃO DA MULHER E DO PAI - ISTO NÃO RESOLVE A CULPA E RESPONSABILIDADE PELA GERAÇÃO DA ABERRAÇÃO DO UMA CRIANÇA ANÉNCEFALA!
É ISTO QUE VCS AINDA NÃO ABORDARAM!!!!
VOCE, REINALDO, É DA MESMA GERAÇÃO QUE EU: TOMOU NOTÍCIA DE FETOS ANENCEFÁLOS QUE ESCANDALIZARAM CUBATÃO.
SOUBE TAMBÉM QUE VÁRIOS REMÉDIOS LIBERADOS PELA ANVISA SEM RESPONSABILIDADE CAUSARAM MUTAÇÕES GENÉTICAS E SÃO OS CULPADOS POR MUTAÇÕES GENÉTICAS DE MALFORMAÇÃO.
EU QUESTIONO: E SE O FETO ANENCEFALO TIVER SIDO CAUSADO PORQUE A MULHER TOMOU UM MEDICAMENTO PARA PROVOCAR O ABORTO, QUEM RESPONDERÁ POR ESTE CRIME? QUEM INDICOU O REMÉDIO? QUEM LIBEROU A VENDA E O CONSUMO?
CREIO QUE A DECISÃO DE ABORTAR OU NÃO PERTENCE A GENITORA, NO ENTANTO, A RESPONSABILIDADE CRIMINAL PELA MUTAÇÃO TEM QUE SER APURADA!!!!!!!!
NÃO PODE SER ASSIMM TÃO FÁCIL (ESTA MENSAGEM É PARA A DIREITA E PARA E ESQUERDA):
AS GRANDES COORPORAÇÕES NÃO PODEM SAIR DE FININHO DE SUAS RESPONSABILIDADES E CULPAS APENAS LIBERANDO O ABORTO.
TEM QUE INDENIZAR AS VÍTIMAS!!!! QUE SEJA A INDUTRIA TÓXICA, QUE SEJA O ESTADO PORQUE LIBEROU O MEDICAMENTO ABORTIVO E CAUSADOR DA MUTAÇÃO.
ESPERO QUE ESTE PONTO DE VISTA CHEGUE A TEMPO AOS INSENSATOS DO SUPREMO!
Se trata da historia de um sacerdote colombiano que hoje vive na Patagonia Argentina e cuja mãe foi vitima de estupro na Colombia tendo se recusado a praticar o aborto. Vale a pena ler.
http://www.clarin.com/sociedad/Despues-abismo_0_680332126.html