Direitos humanos
Mulher de 22 anos foi assassinada por talibãs com 10 tiros diante de plateia
"Queremos justiça", gritavam as manifestantes, que marcharam entre o ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq, em Cabul
"Queremos justiça", gritavam as manifestantes, que marcharam entre o ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq, em Cabul (Omar Sobhani/Reuters)
Mais de 100 afegãos, a maioria mulheres envolvidas na luta por seus direitos, protestaram nesta quarta-feira em Cabul contra a recente execução filmada de uma acusada de adultério. A vítima, Najiba, de 22 anos, foi assassinada com 10 tiros diante de vários homens, reunidos para assistir sua morte em um pequeno vilarejo da província de Parwan, 100 quilômetros ao norte de Cabul.
Leia também: Afegã mutilada por marido começa a recompor o rosto
"Queremos justiça", gritavam as manifestantes, que marcharam entre o ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq, a poucos metros da sede da presidência. "A execução de uma mulher pelos talibãs é um crime. O governo deve fazer tudo para levar os culpados aos tribunais. É seu dever fazer justiça", afirmou a parlamentar Shyikai Karaojail. As manifestantes também pediram ao presidente Hamid Karzai e a seu governo que atuem a favor da causa das mulheres, ao invés de apenas 'manifestar emoção' com os atos de violência contra as vítimas.
Sahar Gul, uma adolescente de 15 anos, liberada em janeiro depois de ser torturada pela família do marido durante seis meses, um caso que provocou comoção mundial, participou na manifestação ao lado de uma jovem que teve o rosto queimado com ácido por rejeitar um casamento forçado.
Caso - A execução sumária de Najiba aconteceu depois que foram recitados trechos do Alcorão de condenação ao adultério. O ato foi saudado com gritos de "viva o islã" e "vivam os mujahedines". As autoridades afegãs informaram que os assassinos eram talibãs, que aplicavam este tipo de pena quando estavam no poder (1996-2001). De acordo com a ONG Oxfam, 87% das afegãs afirmam ter sido vítimas de violências físicas, sexuais e psicológicas ou de um casamento forçado.
Outros casos de afegãs que sofreram violência doméstica
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Sahar Gul, 15 anos
Sahar Gul
A jovem denunciou, em dezembro de 2011, os seis meses de torturas vividos na casa da família do marido, que a trancava no banheiro, agredindo-a a pauladas e arrancando pedaços de sua pele e unhas, além de queimá-la com cigarros. A sogra também a privava de água e alimentos. A adolescente, vendida pelo irmão por 5.000 dólares - uma espécie de dote, comum no Afeganistão - foi localizada em estado de choque pela polícia da província de Baghlan, nordeste do país, e levada ao hospital. Segundo as autoridades, Sahar foi torturada por ter se recusado a se prostituir. Três mulheres da família do marido foram presas, entre elas a sogra e a cunhada. Mas o marido e o sogro conseguiram fugir.
(Com agência France-Presse)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/afegas-protestam-apos-execucao-filmada-de-acusada-de-adulterio?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed&
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afeganistão, direitos humanos, talibã
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Malcolm Day
Meu Deus como pode no século 21 ainda nos deparamos com acontecimentos desse tipo! Sem palavras! O ser humano (se é que esses seres podem ser assim considerados) pode agir dessa forma e a comunidade mundial ficar indiferente!
11.07.2012
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