domingo, 21 de outubro de 2012

[ZP121021] O mundo visto de Roma

ZENIT

O mundo visto de Roma

Portugues semanal - 21 de outubro de 2012

AFORISMO DO DIA

Santa Sé

Os direitos humanos no mundo

Sínodo dos Bispos

Angelus


ANÙNCIOS


AFORISMO DO DIA


Aforismo de domingo, 21 de outubro
"Não será jamais abandonado quem confia no Senhor

São Paulo da Cruz (Paolo Francesco Danei, 1694–1775)

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Santa Sé


"Eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus"
Homilia de Bento XVI na Missa de canonização de sete novos Santos

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de outubro de 2012(ZENIT.org) - Publicamos a seguir a homilia de Bento XVI  na Santa Missa e canonização de: Jacques Bethieu, Maria del Monte Carmelo Salles y Barangueras, Marianna Cope, Kateri Tekakwitha e Anna Schäffer, celebrada nesta manhã na Praça de São Pedro.

O Filho do homem veio para servir e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45)

Venerados irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!

Hoje a Igreja escuta mais uma vez estas palavras de Jesus, pronunciadas durante o caminho rumo a Jerusalém, onde devia cumprir-se o seu mistério de paixão, morte e ressurreição. São palavras que manifestam o sentido da missão de Cristo na terra, marcada pela sua imolação, pela sua doação total. Neste terceiro domingo de outubro, no qual se celebrar o Dia Mundial das Missões, a Igreja as escuta com uma intensidade particular e reaviva a consciência de viver totalmente em um perene estado de serviço ao homem e ao Evangelho, como Aquele que se ofereceu a si mesmo até o sacrifício da vida.

Dirijo a minha cordial saudação a todos vós, que encheis a Praça de São Pedro, nomeadamente as Delegações oficiais e os peregrinos vindos para festejar os novos sete Santos. Saúdo com afeto os Cardeais e Bispos que nestes dias estão participando da Assembléia sinodal sobre a Nova Evangelização. É providencial a coincidência entre esta Assembléia e o Dia das Missões; e a Palavra de Deus que acabamos de escutar se mostra iluminadora para ambas. Esta nos mostra o estilo do evangelizador, chamado a testemunhar e anunciar a mensagem cristã conformando-se a Jesus Cristo, seguindo a Seu mesma vida.

O Filho do homem veio para servir e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45)

Estas palavras constituíram o programa de vida dos sete beatos que a Igreja hoje inscreve solenemente na gloriosa fileira dos Santos. Com coragem heróica eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos. São filhos e filhas da Igreja, que escolheram a vida do serviço seguindo o Senhor. A santidade na Igreja teve sempre a sua fonte no mistério da Redenção, que já prefigurava o profeta Isaias na primeira Leitura: o Servo do Senhor, o justo que «fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas» (Is 53,11), este Servo é Jesus Cristo, crucificado, ressuscitado e vivo na glória. A celebração hodierna constitui uma confirmação eloquente dessa misteriosa realidade salvífica. A tenaz profissão de fé destes sete discípulos generosos de Cristo, a sua conformação ao Filho do Homem resplandece hoje em toda a Igreja.

Jacques Berthie, nascido em 1838, na França, foi desde muito cedo um enamorado de Jesus Cristo. Durante o seu ministério paroquial, desejou ardentemente salvar as almas. Ao fazer-se jesuíta, queria percorrer o mundo para a glória de Deus. Pastor incansável na Ilha de Santa Maria e depois em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando alívio para os pobres e enfermos. Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do céu, e diziam: Tu és o nosso “pai e mãe”! Ele sefez tudo para todos, haurindo na oração e no amor do Coração de Jesus a força humana e sacerdotal para enfrentar o martírio, em 1896. Morreu dizendo: «Prefiro antes morrer que renunciar à minha fé». Queridos amigos, que a vida deste evangelizador seja um encorajamento e um modelo para os sacerdotes, para que sejam homens de Deus como ele o foi! Que o seu exemplo ajude os numerosos cristãos que são perseguidos por causa da sua fé nos dias de hoje! Que a sua intercessão, durante este ano da fé, produza frutos em Madagascar e no Continente africano! Que Deus abençoe o povo malgaxe!

Pedro Calungsod nasceu aproximadamente no ano 1654, na região de Visayas, nas Filipinas. Seu amor a Cristo o inspirou a preparar-se como catequista com os missionários jesuítas da região. Em 1668, junto com outros dois jovens catequistas, acompanhou o Padre Diego Luiz de San Vitores para as Ilhas Marianas com o fim de evangelizar o povo Chamorro. Nesse lugar, a vida era difícil e os missionários enfrentaram a perseguição nascida da inveja e de calunias. Pedro, contudo, demonstrou uma grande fé e caridade, e continuou catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho de Cristo através de uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho. O seu desejo de ganhar almas para Cristo se sobrepunha a tudo, e isso o levou a aceitar decididamente o martírio. Morreu no dia 2 de abril de 1672. Algumas testemunhas contaram que Pedro poderia ter fugido para um lugar seguro, mas escolheu permanecer ao lado do Padre Diego. O sacerdote, antes de ser morto, pôde dar a absolvição a Pedro. Que o exemplo e o testemunho corajoso de Pedro Calungsod inspire o dileto povo das Filipinas a anunciar corajosamente o Reino e ganhar almas para Deus!

Giovanni Battista Piamarta, sacerdote da Diocese de Brescia, foi um grande apóstolo da caridade e da juventude. Percebia a necessidade de uma presença cultural e social do catolicismo no mundo moderno, por isso se dedicou ao progresso cristão, moral e profissional das novas gerações, com a sua esplêndida humanidade e bondade. Animado por uma confiança inabalável na Providência Divina e de um profundo espírito de sacrifício, enfrentou dificuldades e fatigas para dar vida a diversas obras apostólicas, entre as quais: o Instituto dos pequenos artesãos, a Editora Queriniana, a Congregação masculina da Sagrada Família de Nazaré e a Congregação das Humildes Servas do Senhor. O segredo da sua vida, intensa e ativa, residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a coração, com o Senhor. Demorava-se de muito bom grado junto do Santíssimo Sacramento, meditando a paixão, morte e ressurreição de Cristo, para alcançar a força espiritual e voltar a lançar-se, sempre com novas iniciativas pastorais, à conquista do coração das pessoas, sobretudo dos jovens, para levá-los de volta para as fontes da vida.

«Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos!» Com essas palavras, a liturgia nos convida a fazer nosso este hino a Deus criador e providente, aceitando o seu plano nas nossas vidas. Assim o fez Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa nascida em Vic, Espanha, em 1848. Vendo a sua esperança preenchida, após muitas dificuldades, ao contemplar o progresso da Congregação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino, pôde cantar junto com a Mãe de Deus: «Seu amor de geração em geração, chega a todos que o respeitam». A sua obra educativa, confiada à Virgem Imaculada, continua a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo.

Passo agora para Marianne Cope, nascida em 1838 em Heppenheim, na Alemanha. Com apenas um ano de vida, foi levada para os Estados Unidos, e em 1862 entrou na Ordem Terceira Regular de São Francisco, em Siracusa, Nova Iorque. Mais tarde, como Superiora geral da sua congregação, Madre Marianne abraçou voluntariamente a chamada para ir cuidar dos leprosos no Havaí, depois da recusa de muitos. Ela partiu, junto com seis irmãs da sua congregação, para administrar pessoalmente um hospital em Oahu, fundando em seguida o Hospital Mamulani, em Maui, e abrindo uma casa para meninas de pais leprosos. Cinco anos depois, aceitou o convite para abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem e, encerrando assim seu contato com o mundo exterior. Ali, cuidou do Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heróico com os leprosos, assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos. Em uma época em que pouco se podia fazer por aqueles que sofriam dessa terrível doença, Marianne Cope demonstrou um imenso amor, coragem e entusiasmo. Ela é um exemplo luminoso e valioso da melhor tradição de religiosas católicas dedicadas à enfermagem e do espírito do seu amado São Francisco de Assis.

Kateri Tekakwitha nasceu no que hoje é o Estado de Nova Iorque, em 1656, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé no Deus vivo. Foi batizada aos 20 anos de idade, para escapar da perseguição, se refugiou na Missão São Francisco Xavier, perto de Montreal. Ali ela trabalhou, fiel às tradições culturais do seu povo, embora renunciando as convicções religiosas deste, até a sua morte com 24 anos. Levando uma vida simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa diária. O seu maior desejo era saber e fazer aquilo que agradava a Deus.

Kateri impressiona-nos pela ação da graça na sua vida, carente de apoios externos, e pela firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente! Possa o seu exemplo nos ajudar a viver lá onde nos encontremos, sem renunciar àquilo que somos, amando a Jesus! Santa Kateri, protetora do Canadá e primeira santa ameríndia, nós te confiamos a renovação da fé entre os povos nativos e em toda a América do Norte! Que Deus abençoe ospovos nativos!

A jovem Anna Schäffer, de Mindelstetten, quis entrar em uma congregação missionária. Nascida em uma família humilde, ela conseguiu, trabalhando como doméstica, acumular o dote necessário para poder entrar no convento. Neste emprego, sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um leito pelo resto da vida. Foi assim que o seu quarto de enferma se transformou em uma cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Inicialmente se revoltou contra o seu destino, mas em seguida, compreendeu que a sua situação era uma chamada amorosa do Crucificado para O seguisse. Fortalecida pela comunhão diária, tornou-se uma intercessora incansável através da oração e um espelho do amor de Deus para as numerosas pessoas que procuravam conselho. Que o seu apostolado de oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja para os crentes de sua terra um exemplo luminoso e que a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas paliativas para doentes terminais.

Queridos irmãos e irmãs! Estes novos Santos, diferentes pela sua origem, língua, nação e condição social, estão unidos com todo o Povo de Deus no mistério de Salvação de Cristo, o Redentor. Junto a eles, também nós aqui reunidos com os Padres sinodais, provenientes de todas as partes do mundo, proclamamos, com as palavras do salmo, que Senhor é «o nosso auxílio e proteção», e pedimos: «sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos» (Sal 32, 20-22). Que o testemunho dos novos Santos, a sua vida oferecida generosamente por amor a Cristo, possa falar hoje a toda a Igreja, e a sua intercessão possa reforçá-la e sustentá-la na sua missão de anunciar o Evangelho no mundo inteiro.

© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

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Entregue "Prêmio Ratzinger" 2012
Bento XVI entrega o prêmio ao Prof Rémi Brague, estudioso francês de filosofia da religião e Brian Rev.do E. Daley, historiador americano de Teologia Patrística

CIDADE DO VATICANO, sábado, 20 de outubro, 2012 (ZENIT.org) - Às 11h30 desta manhã, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, na presença dos padres sinodais, o Santo Padre Bento XVI nomeou duas personalidades para o "Prémio Ratzinger ", estabelecido pelo instituto da " Fundação Vaticana Joseph Ratzinger - Bento XVI ".

Os vencedores deste ano são o Prof. Rémi Brague, francês, leigo, estudioso de filosofia da religião e Rev.do Prof Brian E. Daley, jesuíta, americano, historiador de teologia patrística.
Após a saudação do bispo Giuseppe Antonio Scotti, presidente da "Fundação Vaticana Joseph Ratzinger - Bento XVI", e a entrega dos prêmios do Cardeal Camillo Ruini, presidente do Comitê Científico da Fundação, o Papa exprimiu o seu “apreço e gratidão” pela atividade acadêmica de investigação e divulgação desenvolvida pelos dois premiados:

“Personalidades como o Padre Daley e o Professor Brague são exemplares para a transmissão de um saber que une ciência e sapiência, rigor científico e paixão pelo homem (…). Temos necessidade precisamente de pessoas (assim), que, através da fé iluminada e vivida, tornem Deus presente e credível ao homem de hoje (…). Homens cuja inteligência esteja iluminada pela luz de Deus, para que possam falar também à mente e ao coração dos outros. (Isso) para que os homens e as mulheres do nosso tempo possam descobrir e redescobrir a verdadeira arte de viver: foi esta uma das grandes paixões do Concílio Vaticano II, mais do que nunca atual no empenho da nova evangelização”. (RV)

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Museus Vaticanos: da carruagem papal à Fórmula 1
Volante usado por Michael Schumacher foi doado a Bento XVI, o "piloto da cristandade"

CIDADE DO VATICANO, sábado, 20 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Os Museus Vaticanos contam com uma nova instalação. O pavilhão de carros, remodelado, conta com algumas novidades, entre as quais o Fiat 1107 Nuova Campagnola, em que João Paulo II sofreu o atentado de 13 de maio de 1981. A nova instalação foi apresentada no trigésimo quarto aniversário da eleição do papa Wojtyla.

Destaque histórico do museu é a imponente carruagem de gala, encomendada em 1826 pelo papa Leão XII e enriquecida pelo papa Gregório XVI, em 1841.
Todos os veículos constituem um raro testemunho histórico da mobilidade pontifícia, que sofreu uma brusca interrupção com a tomada de Roma em 20 de setembro de 1870 e a sua anexação ao Reino da Itália. Durante 59 anos, de 1870 a 1929, ano em que foram assinados os pactos lateranenses, os papas jamais saíram do Vaticano.

A primeira vez que um papa se locomoveu de carruagem para tomar posse do sólio pontifício foi no dia 24 de novembro de 1801. Antes, os papas cavalgavam sobre uma mula ou eram transportados de liteira. Pio VII partiu de carruagem, em procissão saída do Quirinal, que antes era o palácio dos papas, até a basílica de São João de Latrão. Seu predecessor, Pio VI, também de carruagem, tinha tido que abandonar Roma para ser levado até a França como prisioneiro de Napoleão.

Depois da anexação de Roma, que fazia parte dos Estados Pontifícios, ao Reino da Itália, a solene cavalgada foi suspensa, assim como muitas outras cerimônias.
Desde o pontificado de Leão XIII até o de Pio XI, por exemplo, o anúncio do habemus papam e a bênção do novo pontífice não eram feitos da sacada da basílica voltada para a praça de São Pedro, e sim para o interior da própria basílica.
Após a assinatura dos pactos lateranenses, em 11 de fevereiro de 1929, a forma tradicional de tomada de posse foi restaurada. Mas os tempos tinham mudado: em 1939, Pio XII já usou um automóvel.

Em 1909, o arcebispo de Nova Iorque presentou um Itala 20/30 a Pio X. O papa não usou o presente, preferindo fazer seus passeios pelos Jardins Vaticanos em uma menos barulhenta carruagem.

O primeiro automóvel entrou no Vaticano pouco depois do início do pontificado de Pio XI. A Associação de Mulheres Católicas da Arquidiocese de Milão doou ao papa um Bianchi Tipo 15. Mas, dado que a questão da soberania do Vaticano ainda não estava resolvida, o carro acabou recebendo uma placa do Corpo Diplomático (CD 404). Depois deste episódio, a montadora italiana Bianchi doou a Pio XI uma Bianchi Tipo 20, obtendo assim o título de "provedora pontifícia".

Com os pactos lateranenses, as principais empresas fabricantes de carros competiam em âmbito internacional para presentear ao papa os seus melhores modelos. Em 21 de abril de 1929, chegou o Fiat 525M; em 1º de maio, o Isotta Fraschini 8; em 22 de dezembro, o Graham Paige 837. Em 9 de junho de 1930, passou a fazer parte da frota vaticana o Citroën Lictoria Sex, projetado para o papa e construído com os padrões da carruagem pontifícia.

Finalmente, em 14 de novembro de 1930, chegou o primeiro Mercedes, um 460 Nürburg Limousine, desenhado por Ferdinand Porsche. A partir de 1931, os automóveis substituíram as carruagens e foi criado o Registro Automobilístico do Vaticano.

Em consonância com a mudança dos tempos, chegou depois do Jubileu de 1975 o primeiro "papamóvel", o veículo branco utilizado pelo pontífice para os breves itinerários junto à multidão de fiéis.

Entre os novos exemplares, destaca-se ainda um Fusca, presenteado em 2004 a João Paulo II pelo presidente da Volkswagen do México. O modelo é último de uma série limitada de três mil unidades, após a qual os populares carros alemães, que remontavam a 1930, deixaram de ser fabricados.

E mais surpresas: o volante do carro de Fórmula 1 da Ferrari de 2003, usado por Michael Schumacher, foi doado a Bento XVI pelo presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, com a dedicatória: "O volante do Campeão do Mundo de F1, a Sua Santidade Bento XVI, piloto da cristandade". Ao receber o presente, o papa agradeceu fazendo um paralelismo entre a sofisticada tecnologia daquele volante e a "complexidade de dirigir a Igreja".


(Trad.ZENIT)

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Santa Sé condena atentado em Beirute
Padre Federico Lombardi espera o fim da propagação da violência

ROMA, sexta-feira, 19 de outubro, 2012 (ZENIT.org) -. Durante um atentado em Beirute, que resultou em 8 mortos e 78 feridos, perdeu a vida também Wissam al Hassan, chefe do serviço secreto das Forças de segurança interna (FSI) no Líbano. 

Um carro-bomba explodiu nesta sexta-feira, 19 de outubro na hora do rush, no bairro cristão de Achrafieh.

Fontes libanesas dizem que o general Hassan era um muçulmano sunita ligado ao partido Al Mustakbal (O Futuro), que é liderado por Saad Hariri, um dos líderes da oposição libanesa hostil ao regime de Damasco.

Saad Hariri é filho de Rafiq Hariri, ex-primeiro ministro assassinado em Beirute em 14 de fevereiro de 2005.

Em um comunicado emitido pela sala de imprensa do Vaticano, o porta-voz, padre Federico Lombardi, SJ, escreveu que "o ataque em Beirute merece a mais firme condenação pela absurda violência criminosa que manifesta e porque é contrária aos esforços e ao empenho de manter uma convivência pacífica no Líbano”.

"O Líbano, em vez,  - disse o Pe. Lombardi - como repetiu várias vezes o Santo Padre Bento XVI, é chamado a ser uma mensagem de paz e de esperança para aqueles que vivem e para toda a região. Partilhamos com compaixão o sofrimento pela morte e ferimento de muitas pessoas, espera-se que este fato horrível não seja ocasião de posterior propagação da violência”.

Sobre o ataque o Metropolitana Ortodoxo de Beirute, Ilias Aude, disse: "não esperávamos o que aconteceuem Beirute.  Ficamostristes porque pensávamos que estivéssemos caminhando em direção a uma vida pacífica e estável, onde todos tentam estabelecer a segurança e melhorar a qualidade da vida econômica e humana. Rezo a Deus para que dê paciência aos libaneses pois vivemos com medo por nossos parentes e amigos”.

(Trad.MEM)

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É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.
Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira

CIDADE DO VATICANO, 17 de outubro de 2012(ZENIT.org) - Publicamos a seguir o resumo da catequese realizada por Bento XVI nesta quarta-feira. 

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses que se inserem no contexto do Ano da Fé, inaugurado recentemente. Com estas catequeses, queremos percorrer um caminho que leve a reforçar ou a reencontrar a alegria da fé em Jesus Cristo, único Salvador do mundo. De fato, o nosso mundo de hoje está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem ideais claros. Por isso, é essencial redescobrir como a fé é uma força transformadora para a vida: saber que Deus é amor, que se fez próximo aos homens com a Encarnação e se entregou na cruz para nos salvar e nos abrir novamente a porta do céu. De fato, a fé não é uma realidade desconectada da vida concreta. Neste sentido, para perceber o vínculo profundo que existe entre as verdades que professamos e a nossa vida diária, é preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado. Nele encontramos as fórmulas essenciais da fé: as verdades que nos foram fielmente transmitidas e que constituem a luz para a nossa existência.

Dou às boas-vindas aos grupos de visitantes do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa. Agradeço a vossa presença e desejo que este Ano possa ajudar-vos a crescer na fé e no amor a Cristo, para que aprendais a viver a vida boa e bela do Evangelho. De coração, a todos abençôo. Obrigado!

© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

Leia esta catequese na íntegra:

http://www.zenit.org/article-31560?l=portuguese

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Os direitos humanos no mundo


Jovens cristãos acusados de blasfêmia no Paquistão
Alta Corte de Islamabad adiou para 14 de novembro o seu pronunciamento sobre o caso de Rimsha

ROMA, quinta-feira, 18 de outubro de 2012(ZENIT.org) - Dois casos de jovens cristãos acusados de blasfêmia mantêm tensa a comunidade cristã no Paquistão. São eles: Rimsha Masih, 12 anos, acusada falsamente por um imã de Rawalpindi, presa e libertada depois de pagar fiança; e Ryan Brian Patras, 14 anos de Karachi, acusado de ter difuso um torpedo blasfemo. O jovem, oficialmente denunciado, agora se encontra num lugar escondido com sua família.


Hoje, referem fontes de Fides, a Alta Corte de Islamabad, numa audiência veloz, adiou para 14 de novembro o seu pronunciamento sobre o caso de Rimsha. A Corte deve decidir sobre a anulação da denúncia (First Information Report) registrada contra a adolescente. A anulação, solicitada pela defesa, levaria à absolvição plena de Rimsha. O pedido se baseia nas declarações feitas por três testemunhas muçulmanas que acusam o imã Khalid Jadoon Chisti, indicando-o como o homem que inventou as provas contra Rimsha. A defesa do imã Chisti - notam fontes de Fides - está tentando desacreditar as acusações, fazendo retratar as três testemunhas, e adotou uma estratégia para alongar ao máximo o tempo do processo. 

No caso de Ryan Brian Patras, a sua família, depois de ter tido a casa devastada e queimada por radicais islâmicos (veja Fides 12/10/2012) e ter se transferido para um local seguro, pediu a assistência legal do advogado e Pastor Mustaq Gill. A família Patras è uma família cristã burguesa que vivia no bairro residencial Gulshan-i-Iqbal em Karachi, única família cristã numa área muçulmana. Segundo fontes de Fides, na família Patras, o celular de Ryan teria sido usado por alguns de seus amigos muçulmanos que enviaram o torpedo blasfemo para atingi-lo. Ryan, num primeiro momento, disse que não percebeu o envio do torpedo ou de tê-lo feito sem lê-lo com atenção. Mas, reconstruindo melhor o caso, o jovem se lembrou que alguns amigos lhe pediram o celular emprestado por alguns minutos. Neste caso, Ryan estaria completamente à margem dos fatos e seria vítima de uma maquinação. O advogado Gill, interpelado por Fides, nota "um trend muito perigoso, em que os cristãos são feito alvos através da lei sobre a blasfêmia, por causa de sua fé". 

(Agência Fides) 

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Sínodo dos Bispos


Cinco bispos avaliam o balanço parcial do sínodo
Sala de Imprensa do Vaticano recebe a "Relatio post disceptationem"

Lucas Marcolivio

VATICANO, sexta-feira, 19 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Com a Relatio post disceptationem, o Sínodo dos Bispos chega à sua metade. O relatório foi apresentado na manhã de ontem, 18, na Sala de Imprensa do Vaticano, em presença de cinco padres sinodais.

Todos os relatores mostraram satisfação com os conteúdos até agora expressos pelo sínodo, chegando a demonstrar entusiasmo em diversos momentos.

O cardeal Tong Hon definiu este evento eclesial com três adjetivos: maravilhoso, difícil e possível. A maravilha vem “do incrível consenso que nos permite encontrar irmãos bispos vindos de todo o mundo, que estão falando no sínodo com o coração aberto”, afirmou o cardeal chinês.

Em referência à própria diocese, o cardeal Tong Hon considerou que "a prioridade é a evangelização" e destacou os "mais de 3.000 batizados em um ano", cifra que continua a crescer. Tudo em um contexto cultural, como o da China, onde "a família é muito importante".

A principal dificuldade da diocese de Hong Kong é a "escassez de vocações", devida em particular à "mentalidade hedonista". Para superar este obstáculo, o cardeal está se valendo de "missionários estrangeiros", capazes de transmitir a mensagem de que "Cristo é a felicidade".

O bispo de Hong Kong afirmou, como conclusão, que a presença do papa Bento XVI nas sessões sinodais é "encorajadora e inspiradora de muitas ideias positivas, canalizando a Igreja no caminho do humanismo".

Já o cardeal africano Laurent Monsengwo Pasinya, de Kinshasa, advertiu que a nova evangelização precisa ser renovada especialmente "no ardor, nos métodos e nas expressões", e que ela deve ser anunciada pelos ministros da Igreja, sacerdotes, diáconos e leigos, mas também pelas famílias, sem as quais a evangelização corre o risco de perder a sua essência. O desafio, para ele, é "anunciar Cristo em um mundo que não acredita mais".

Durante o sínodo, acrescentou o cardeal Monsengwo, é muito útil que os bispos compartilhem as suas ideias e experiências, porque "os problemas são muito diferentes em cada diocese" e cada bispo pode passar para os outros os pontos fortes do seu trabalho pastoral.

Dom Ján Babjak, SJ, arcebispo de Presov dos católicos de rito bizantino e presidente do conselho da Igreja da Eslováquia, destacou, por sua vez, "a importância das peregrinações, especialmente aos santuários marianos”. Os lugares de peregrinação são úteis “para purificar a alma e redescobrir a beleza de sermos cristãos”: por isso mesmo, “eles devem ser bem cuidados pelos sacerdotes mais preparados e mais ricos de experiência”.

Da sua primeira experiência sinodal, dom José Horacio Gómez, arcebispo de Los Angeles, destaca a "forte presença do Santo Padre", através da qual "o sínodo demonstra a universalidade da Igreja, cujos problemas nós compartilhamos".

“Eu fiquei muito impressionado”, disse dom Gómez, “com duas coisas em particular: com os 50 anos da abertura do concílio Vaticano II e com a presença viva de Cristo na nova evangelização, evocada por muitos padres sinodais”.

O ciclo de intervenções foi fechado por Sua Beatitude Sviatoslav Schevchuk, arcebispo maior de Kiev-Halyc, chefe do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana. Com apenas 42 anos de idade, Schevchuk é o mais jovem dos padres sinodais atuais.

"Encontramos no sínodo um grande entusiasmo: a Igreja traz a chama do Espírito Santo! É uma obra divina que viaja por meio dos homens e que nos traz uma boa notícia: o Reino de Deus está entre nós".

A dimensão que deve “absolutamente ser redescoberta”, de acordo com o arcebispo de Kyev-Halyc, é a paroquial. A paróquia, de fato, é "um gigante adormecido que está acordando", e por meio dela "é possível transmitir a fé para as novas gerações".

A experiência do Oriente cristão é importante, acrescentou, porque a região foi "uma grande testemunha da fé cristã, inclusive a preço de sangue". Durante muitos anos, as igrejas orientais foram perseguidas, especialmente pelos regimes comunistas, mas "esta é a hora da sua ressurreição". Um elemento que traz esperança para "outras igrejas que hoje são oprimidas, como as do Oriente Médio, especialmente na Síria", conclui o padre sinodal ucraniano.

(Trad.ZENIT)

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Os latinos são uma bênção para a sociedade norte-americana
Apreciações do bispo de Los Angeles durante o sínodo dos bispos

Sergio Mora

ROMA, sexta-feira, 19 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - O arcebispo de Los Angeles, dom José Gómez, na conferência sobre os trabalhos do sínodo para a nova evangelização, fez uma serie de declarações sobre a importância dos leigos de origem latino-americana que vivem nos Estados Unidos.

"Os latinos podem dar uma contribuição muito importante para a Igreja porque eles têm muita fé e raízes profundas, e porque existem fortes relações entre a fé e a comunidade (...) Os bispos estadunidenses afirmam que os latinos são uma bênção para esta sociedade".

Gómez ressalta que os bispos dos Estados Unidos são muito conscientes da realidade dos latino-americanos que residem no país. “Praticamente cada diocese criou programas para os latinos nas paróquias. É uma realidade que a Igreja acompanha com atenção”.

ZENIT perguntou ao arcebispo como é feito o trabalho com os hispanos para que a Igreja dos EUA não acabe se tornando uma comunidade apenas latino-americana. Gómez considera que este problema pode ser superado principalmente “porque existe um processo de integração”, observando também que o fenômeno migratório inclui muitas culturas. “Em Los Angeles, por exemplo, temos missas em 42 idiomas. A Igreja nos Estados Unidos é realmente universal e integra as muitas culturas da família de Deus na família paroquial”.

ZENIT perguntou ainda sobre as dificuldades para a reunificação familiar dos imigrantes devido às leis migratórias dos Estados Unidos. O arcebispo reconhece que "uma das preocupações que temos é esta. As leis migratórias estão separando as famílias. Por isso pedimos tanto ao presidente Obama quanto ao congresso para fazerem o quanto antes uma reforma migratória. É urgente. Já faz muitos anos que trabalhamos nisso e esperamos que aconteça em breve”.

Respondendo a uma pergunta da jornalista mexicana Valentina Alazraki, da rede Televisa, que recebeu do papa uma cópia da “Mensagem ao Povo de Deus” na cerimônia de abertura do sínodo, o bispo de Los Angeles informou a respeito da comunicação da fé: “Sobre a mudança de linguagem, hoje prevalecem os meios eletrônicos. Antes nós tínhamos o catecismo tradicional, e agora quase nem lemos livros. Estamos muito tempo nos meios eletrônicos e no Facebook. Eu disse outro dia que os evangelhos são o Facebook de Jesus, lá está tudo escrito, de onde ele vinha, para onde ele ia, as fotos dos discípulos, etc. Essa é uma maneira de trabalhar na nova evangelização, para a qual o papa nos chama”.

Gómez recordou que “é necessário nos reatualizarmos, digamos assim, para proclamar melhor a beleza das verdades da fé católica e especialmente a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo”, porque “talvez as cosas que fazíamos antes não sejam mais atrativas para os mais jovens”. Afirmou ainda que, além de uma linguagem melhorada, é necessário melhorar principalmente o exemplo. “Os dois são muito importantes, o testemunho pessoal e a maneira de comunicar as verdades da fé”.

Dom José Gómez reiterou, entretanto, que “os ensinamentos da Igreja não mudaram e não vão mudar nunca, mas a sociedade em que vivemos muda. Por isso, temos que nos renovar interiormente, como Igreja, para transmitir as verdades com entusiasmo”.

A jornalista Paloma Ovejero, da rede Cope, perguntou sobre as atividades paroquias e ouviu do arcebispo: “Em cada diocese existem coisas muito interessantes. Por exemplo,em Los Angeles, nós temos anualmente um congresso de educação religiosa com quarenta mil pessoas e é um sucesso. Esse tipo de atividade vai sendo compartilhado. E também há coisas práticas nas paróquias, ação social, para que os jovens aprendam as verdades da fé não só intelectualmente, mas também na prática. A caridade não é só intelectual, é o ato de ajudar os outros”.

Questionado pela jornalista Mercedes dela Torresobre a influência da presença católica na sociedade dos Estados Unidos e a semelhança com o processo migratório na Europa, o arcebispo destacou: “Os imigrantes latino-americanos têm um papel muito importante, com a sua fé e cultura tão unidas na cultura hispana. Nós temos que conhecer a nossa fé. Sabemos quem somos, acreditamos em Deus, que é um Deus pessoal que nos ama, e acreditamos que temos a intercessão da nossa mãe santíssima, a Virgem de Guadalupe. E podemos, sim, agir numa sociedade secularizada, que não se interessa muito por Deus, e recristianizá-la”.

(Trad.ZENIT)

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Sínodo dos bispos: como acontece?
Explicação dada por Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília

BRASILIA, quinta-feira, 18 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir uma nota, enviada à ZENIT pela assessoria de imprensa da arquidiocese de Brasília. A nota foi escrita por Dom Sérgio da Rocha e explica os procedimentos e o funcionamento do sínodo dos bispos. 

***

O Sínodo dos Bispos, presidido pelo Papa, reúne bispos representantes de todas as Conferências Episcopais do mundo, cujo número de participantes depende do tamanho do episcopado. Países com mais de cem Bispos, como o Brasil, elegem quatro representantes. Além dos bispos eleitos pela Conferência Episcopal, outros são nomeados pelo Papa.

Além disso, Cardeais e Bispos que atuam na Cúria Romana, também participam. Neste Sínodo, o total é de 263 Padres Sinodais. Essa é a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

O tema que está sendo estudado é a "Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã". O período em que se realiza é longo: de 07 a 28 de outubro e o local é um pequeno auditório localizado na parte superior da famosa Sala Paulo VI, ao lado da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Trata-se de uma ocasião especial de comunhão eclesial, colegialidade episcopal e partilha. É intenso o ritmo de atividades. Trabalha-se durante toda a semana, exceto domingos, das 9 às 19 h, com o intervalo para almoço. Usa-se o latim para as orações, relatórios e principais documentos. Os pronunciamentos e intervenções dos Bispos podem ser em italiano, inglês, espanhol, francês ou alemão. A língua portuguesa ainda não figura como língua oficial. Os "circoli minori", que são grupos de trabalho, são organizados de acordo com as línguas. Nos dois grupos hispânicos, pode-se falar espanhol ou português. Os bispos utilizam a batina nas sessões da Assembleia Sinodal. Além das orações que são realizadas no auditório, foram programadas algumas missas presididas pelo Papa e concelebradas pelos Bispos, na praça de São Pedro: abertura (dia 07) e encerramento do Sínodo (28), abertura do Ano da Fé com o Jubileu do Concílio Vaticano II e os 20 Anos do Catecismo da Igreja Católica (dia 11) e celebração de canonização (dia 21).

No primeiro período do Sínodo, cada Bispo tem cinco minutos para apresentar um assunto relacionado com o tema geral, devendo tomar em consideração, de modo especial, o Instrumentum Laboris que, conforme a expressão latina, é o "instrumento de trabalho" enviado a cada Padre Sinodal alguns meses antes do Sínodo para preparar-se. No período inicial do Sínodo, temos um tempo precioso de partilha da realidade da Igreja de cada país e dos temas considerados mais importantes. Como é grande o número dos Padres Sinodais, exige-se, obviamente, bastante esforço para estar atento a cada fala. No final de cada dia, há uma hora de palavra livre, permitindo uma participação ainda maior, com a partilha de experiências pastorais e observações sobre o andamento do Sínodo.

Outros convidados tem oportunidade também de dirigir a palavra. Na Assembleia Sinodal, estão presentes padres, religiosos(as), diácono permanente e leigos(as). Representantes de outras Igrejas cristãs também  tem oportunidade de falar, expressando bem a dimensão ecumênica. Alguns deles participam o tempo todo do Sínodo.  É admirável a presença do Papa Bento XVI presidindo a maior parte do Sínodo, ouvindo atentamente as intervenções dos Padres Sinodais.

Terminado o período dos pronunciamentos de cada participante, neste Sínodo, dia 17 de outubro, intensifica-se o trabalho em grupos para apresentar as "proposições" que deverão ser votadas e aprovadas pela Assembleia Sinodal para servir de base à "Exortação Pós-Sinodal", documento elaborado pelo Papa, recolhendo as proposições do Sínodo. No final, há também a publicação de uma "Mensagem" elaborada por uma Comissão e aprovada pelos participantes. Tal Mensagem recebe especial atenção, pois em geral ela se torna uma espécie de documento de referência do Sínodo, enquanto se aguarda a publicação da Exortação Pós-Sinodal. Mas, como está o atual Sínodo e qual tem sido a participação do Brasil? Veja no próximo relato! Reze pelo Sínodo!

Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasília

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Preservar a prática do jejum
Afirma o arcebispo de Sydney, em discurso durante o Sínodo dos Bispos

Card. George Pell

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 18 de outubro, 2012 (ZENIT.org) – Apresentamos a intervenção de S. Em. R. Cardeal George Pell, Arcebispo de Sydney, na décima quinta Congregação Geral do Sínodo dos Bispos (17 de Outubro 2012).

***

No próximo ano será celebrado o 1700° aniversário do Édito de Milão, pelo qual o imperador Constantino promulgou a liberdade de religião no Império Romano.

Em alguns países europeus e de língua anglo-saxônica as liberdades religiosas cristãs são limitadas pelos tribunais, por normas, por vezes, pelos parlamentos. Ainda mais graves são as violentas perseguição aos católicos no Oriente Médio, África e partes da Ásia.

Liberdade de religião como direito humano fundamental para todos os crentes que cumprem a lei deveria ser um tema da mensagem final e do debate dos círculos menores.

Recentemente, organizei um jantar para celebrar o fim do mês de jejum do Ramadã. O mufti sunita estava sentado à minha esquerda, o líder dos xiitas à minha direita, ao lado de representantes judeus. O jejum e a penitência tornaram-se o assunto da noite.

Logo descobriu-se que o único grupo que jejua menos do que a nossa Igreja latina é aquele composto por alguns protestantes. Seria uma ruptura com as tradições judaicas e cristãs, se esta antiga prática desaparecesse.

Elogiei os bispos ingleses por terem reintroduzido a tradicional abstinência de sexta-feira. Parece-me que deve haver uma análise e um debate muito mais amplo sobre as conseqüências que a presença do Islã no mundo ocidental há sobre a Igreja e sobre a nova evangelização. Se nada mais, deve ser levado adiante e intensificado os esforços para desenvolver diálogos e amizades inter-religiosas a nível local e nacional.

(Trad.MEM)

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A boa nova deve ser anunciada também "digitalmente"
Afirmação é do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, ao falar no Sínodo dos Bispos

Dom Claudio Maria Celli

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 17 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Reproduzimos a intervenção de dom Claudio Maria Celli, arcebispo titular de Civitanova e presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, durante a décima terceira congregação geral do Sínodo dos Bispos, em 16 de outubro de 2012.

***

A nova evangelização nos pede estar atentos para a "novidade" do contexto cultural em que somos chamados a anunciar a boa nova, mas também à "novidade" dos métodos a ser utilizados. As novas mídias estão mudando radicalmente a cultura em que vivemos e oferecem novas maneiras de compartilhar a mensagem do evangelho. As novas tecnologias não só mudaram a maneira como nos comunicamos, mas transformaram a comunicação em si, criando uma nova infraestrutura cultural que está influenciando o ambiente da comunicação. E nós não podemos continuar a fazer o que sempre fizemos, mesmo usando as novas tecnologias.

A arena digital não é um espaço "virtual" menos importante do que o mundo "real", e, se o evangelho não é proclamado também "digitalmente", corremos o risco de abandonar muita gente para quem este é o mundo em que eles “vivem”. 

A Igreja está presente, já, no espaço digital, mas o próximo desafio é mudar o nosso estilo de comunicação para tornar esta presença eficiente, ocupando-nos principalmente da questão da linguagem. No fórum digital, a comunicação é espontânea, interativa e participativa; na Igreja, estamos acostumados a usar a palavra escrita como a forma normal de comunicação. Eu não sei se esta forma pode falar para os jovens, acostumados a uma linguagem enraizada na convergência de palavras, sons e imagens. Nós temos um chamado a comunicar com o nosso testemunho, compartilhando nas relações pessoais a esperança que habitaem nós. Nãopodemos diluir o conteúdo da nossa fé, mas encontrar novas maneiras de expressá-lo na sua plenitude.

Somos obrigados a nos expressar de uma forma que envolva os outros, que, por sua vez, poderão compartilhar as nossas ideias com os seus amigos e "seguidores". Temos a necessidade de reforçar as "vozes" dos muitos católicos presentes nos blogs, para que eles possam evangelizar, apresentar os ensinamentos da Igreja e responder às perguntas dos outros. Eu penso na Igreja que foi chamada a estabelecer um diálogo respeitoso com todos, a dar a todos a razão da esperança que ela traz no coração.

(Trad.ZENIT)

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O casamento é uma boa notícia para o mundo de hoje
Presidente do Pontifício Conselho para a Família: o matrimônio é a luz do amor colocada no candelabro para iluminar e aquecer o mundo, tão triste e apagado

Dom Vincenzo Paglia

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir a intervenção de dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, durante a Décima Primeira Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, em 15 de outubro de 2012.

****

O Santo Padre, na homilia inicial, nos disse: "O matrimônio constitui em si mesmo um evangelho, uma boa nova para o mundo de hoje", porque ele "é baseado na graça que vem do Deus Uno e Trino".

A união entre o homem e a mulher fala poderosamente de Deus. Ela é uma boa notícia porque responde à necessidade radical de família, inscrita desde as origens nas profundezas do homem e da mulher. Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só. Façamos-lhe uma companheira semelhante a ele" (Gn 2, 18).

O homem não é nada por si mesmo: tudo entra no jogo da interdependência. No entanto, muito da história ocidental foi concebido como libertação de todo vínculo, até mesmo dos vínculos de família. A deflagração da família aparece como o problema número um da sociedade contemporânea, embora poucos percebam isto. Não é o caso da Igreja, verdadeiramente "perita em humanidade", como disse Paulo VI. Não podemos ficarem silêncio. Eisto não por sermos conservadores ou defensores de uma instituição fora de moda. O que está em jogo é nada menos que a estabilidade da sociedade.

É claro que é urgente, muito urgente, pôr em marcha uma reflexão cultural mais cuidadosa, para que a família conquiste o centro da política, da economia, da cultura, e uma estratégia mais solícita para defender os seus direitos nos âmbitos nacionais e internacionais.

Deve-se enfatizar também outro aspecto. Embora minoritárias, existem inúmeras famílias cristãs que vivem, às vezes heroicamente, a lealdade e o compromisso do casamento e da família. Esta luz extraordinária de amor deve ser colocada sobre o candeeiro, para iluminar e aquecer o nosso mundo, que está tão triste e apagado.

A Igreja tem que se tornar cada vez mais a família das famílias, inclusive das famílias feridas, vivendo um movimento recíproco de dar e receber. Abre-se assim o amplo espaço da família como sujeito da evangelização. João Paulo II afirmava: "O futuro da evangelização depende em grande parte da Igreja doméstica". A experiência nos diz que a Igreja atrai quando vive realmente de um jeito familiar. E se, em tantos cantos do mundo, nós encontramos infertilidade pastoral, não é precisamente porque nos tornamos mais instituição do que família?

Vivendo a Igreja de maneira familiar e a família como pequena igreja, ou seja, vivendo o desafio de uma Igreja de comunhão, como foi pedido pelo Concílio Vaticano II, nós experimentaremos, também hoje, a alegria da primeira comunidade cristã, quando "o Senhor acrescentava à comunidade aqueles que iam sendo salvos" (Atos 2,47).

(Trad.ZENIT)

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Bento XVI: "Sempre haverá novos despertares para o cristianismo"
Entrevista inédita com o Santo Padre no filme Bells of Europe, apresentado ontem à noite após a sessão sinodal

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Ontem, segunda-feira, 15 de outubro, após a sessão sinodal, foi apresentado a alguns padres sinodais o filme Bells of Europe [Sinos da Europa], sobre a relação entre o cristianismo, a cultura europeia e o futuro do continente.

O filme apresenta trechos de uma série de entrevistas originais exclusivas com as maiores personalidades religiosas cristãs, incluindo o papa Bento XVI, o patriarca ecumênico Bartolomeu I, o patriarca de Moscou, Kirill, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, o ex-presidente da Federação das Igrejas Evangélicas na Alemanha, Wolfgang Huber, e outras personalidades da política e da cultura.

O fio condutor da produção vem do som dos sinos dos diversos cantos do continente e da fusão de um sino na antiga fundição de Agnone. A trilha sonora traz músicas do famoso compositor estoniano Arvo Pärt, que, também entrevistado no filme, explica como se inspirou precisamente no tilintar dos sinos.

Realizado pelo Centro Televisivo Vaticano a partir de uma concepção do pe. Germano Marani e com o apoio de várias outras instituições, entre as quais a Fundação Gregoriana, o filme já está disponível para a RAI Cinema, que detém os direitos de transmissão televisiva e de distribuição doméstica.

Um fascículo com os textos completos das entrevistas realizadas no filme, em italiano e em inglês, foi distribuído a todos os participantes do sínodo. Destaque para a ampla entrevista, até agora inédita, com o Santo Padre Bento XVI, que reproduzimos a seguir.

***

Santidade, as suas encíclicas propõem uma antropologia forte, um homem habitado pelo amor de Deus, um homem de racionalidade alargada pela experiência da fé, um homem que tem uma responsabilidade social na dinâmica da caridade, recebida e doada dentro da verdade. Justamente nessa dimensão antropológica, em que a mensagem do evangelho exalta todos os elementos dignos da pessoa humana, purificando os resíduos que obscurecem o verdadeiro rosto do homem criado à imagem e semelhança de Deus, Sua Santidade tem dito repetidamente que essa redescoberta da face humana, dos valores do evangelho, das raízes profundas da Europa, é uma fonte de grande esperança para o continente europeu e para os demais continentes. Pode nos explicar as razões da sua esperança?

Papa Bento XVI: A primeira razão para a minha esperança é que o desejo de Deus, a busca de Deus, está inscrita profundamente em cada alma humana e não pode desaparecer. É claro que, durante algum tempo, as pessoas podem se esquecer de Deus, deixá-lo de lado, fazer outras coisas, mas Deus nunca desaparece. É simplesmente verdadeiro o que diz Santo Agostinho: que nós, homens, ficamos inquietos até que o nosso coração repouseem Deus. Essa inquietação existe hoje também. É a esperança de que o homem, de novo, inclusive hoje, empreenda o seu caminho rumo a esse Deus.

A segunda razão para a minha esperança é que o evangelho de Jesus Cristo, a fé em Cristo, é simplesmente verdadeira. E a verdade não envelhece. Ela também pode ser esquecida durante um certo tempo, outras coisas podem ser encontradas, ela pode ser deixada num canto, mas a verdade, como tal, não desaparece. As ideologias têm um prazo de vida contado. Parecem fortes, irresistíveis, mas, depois de algum tempo, elas se consomem, não têm mais a força de antes, porque carecem de uma verdade profunda. São partículas da verdade, mas, no fim, acabam se consumindo. Já o evangelho é verdadeiro e, portanto, nunca se desgasta. Em todos os períodos da história aparecem as suas novas dimensões, aparece toda a sua novidade, no ato de responder às necessidades do coração e da razão humana, que pode caminhar nesta verdade e nela se encontrar. E assim, por este motivo, eu estou convencido de que há também uma nova primavera do cristianismo.

Uma terceira razão empírica nós vemos no fato de que essa inquietação, hoje, está presente na juventude. Os jovens já viram tanta coisa, as ofertas das ideologias e do consumismo, mas captam o vazio em tudo isso, captam a sua insuficiência. O homem é criado para o infinito. Todo o finito é pouco demais. E por isso nós vemos que, justo nas gerações mais jovens, esta ansiedade é despertada de novo e eles começam a sua jornada, e acontecem assim novas descobertas da beleza do cristianismo, de um cristianismo que não é de baixo custo, que não é reduzido, mas sim do cristianismo na sua radicalidade e profundidade. Eu penso, portanto, que a antropologia, como tal, nos mostra que sempre haverá novos despertares do cristianismo e que isto é confirmado com uma expressão: fundações profundas. É o cristianismo. É verdadeiro, e a verdade sempre tem futuro.

Sua Santidade afirmou em várias ocasiões que a Europa teve e ainda tem uma influência cultural sobre todo o gênero humano e que não pode deixar de se sentir particularmente responsável não apenas pelo próprio futuro, mas também pelo futuro de toda a humanidade. Olhando para frente, é possível delinear os contornos do testemunho visível de católicos e cristãos das Igrejas ortodoxas e protestantes, na Europa toda, do Atlântico aos Urais, que, vivendo os valores do evangelho em que eles acreditam, contribuem para a construção de uma Europa mais fiel a Cristo, mais acolhedora, solidária, não somente preservando a herança cultural e espiritual que os distingue, mas também no compromisso de buscar novos caminhos para enfrentar os grandes desafios comuns que marcam a era pós-moderna e multicultural?

Papa Bento XVI: Esta é a grande questão. É claro que a Europa ainda tem um grande peso no mundo de hoje, seja econômico, seja cultural e intelectual. E, com esse peso, ela tem uma grande responsabilidade. Mas a Europa, como você mencionou, ainda tem que encontrar a sua plena identidade para ser capaz de falar e de agir de acordo com as suas responsabilidades. O problema, hoje, não é mais, na minha opinião, o das diferenças nacionais. São diversidades que não representam mais divisões, graças a Deus. As nações permanecem, e, na sua diversidade cultural, humana, temperamental, são um tesouro que se completa e que dá à luz uma grande sinfonia de culturas. São, fundamentalmente, uma cultura comum.

O problema da Europa, de encontrar a sua identidade, me parece que está no fato de que temos hoje duas almas na Europa: uma alma é a razão abstrata, anti-histórica, que tenta dominar tudo porque se sente acima de todas as culturas. Uma razão desembocada em si mesma, que pretende se emancipar de todas as tradições e valores culturais em prol de uma racionalidade abstrata. A primeira sentença de Estrasburgo sobre os crucifixos era um exemplo dessa razão abstrata, que quer se livrar de todas as tradições, da própria história. Mas não podemos viver desse jeito. Até porque a própria "razão pura" é condicionada por uma situação histórica específica, e é só neste sentido que ela pode existir.

A outra alma é aquela que podemos chamar de cristã, que se abre a tudo o que é razoável, que criou, ela mesma, a audácia da razão e da liberdade de uma razão crítica, mas permanece ancorada nas raízes que deram origem a esta Europa, que a construíram nos grandes valores, nas grandes intuições, na visão da fé cristã. Como você mencionou, especialmente no diálogo ecumênico entre a igreja católica, ortodoxa, protestante, esta alma tem que encontrar uma expressão comum e, então, se encontrar com esta razão abstrata, isto é, aceitar e manter a liberdade crítica da razão no tocante a tudo o que ela pode fazer e a tudo o que ela já fez, mas praticá-la, concretizá-la no fundamento, na coesão com os grandes valores que o cristianismo nos deu.

Só nesta síntese é que a Europa pode ter o seu peso no diálogo intercultural da humanidade de hoje e de amanhã, porque uma razão que se emancipou de todas as culturas não pode entrar em diálogo intercultural. Só uma razão que tem uma identidade histórica e moral pode conversar com as outras pessoas e procurar uma interculturalidade, em que todos possam entrar e encontrar uma unidade fundamental dos valores capazes de abrir as estradas para o futuro, para um novo humanismo, que deve ser o nosso propósito. E, para nós, este humanismo cresce justamente a partir da grande ideia do homem à imagem e semelhança de Deus.

(Trad.ZENIT)

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Francisco descobriu o tesouro que é Cristo
Ministro geral dos Frades Menores Capuchinhos indica a conversão de Francisco como exemplo de vida nova

Padre Mauro Jöhri

VATICANO, segunda-feira, 15 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Oferecemos a seguir as palavras do reverendo pe. Mauro Jöhri, O.F.M. Cap, ministro geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, na Sétima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, realizada nesta sexta-feira, 12 de outubro.

***

As ordens mendicantes contribuirão para a nova evangelização na medida em que elas próprias se renovarem no contato com o carisma dos seus fundadores e na escuta atenta das situações complexas do nosso tempo. É necessária, de nossa parte, uma fidelidade criativa, como, no fundo, soube vivê-la de forma exemplar a testemunha que me é mais próxima: São Francisco de Assis. Em que sentido podemos falar de Francisco como "um homem verdadeiramente novo"?

Eu creio que posso dizer que ele era um homem realmente novo porque soube repropor de modo forte e convincente a pessoa de Jesus Cristo e o seu Evangelho. Ele não se colocou no lugar de Cristo; de modo nenhum. Francisco descobriu Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, como se descobre o tesouro escondido no campo. Depois de descoberto o tesouro que é Cristo, Ele motivou e acompanhou todas as opções de vida de Francisco.

E para entrar em plena posse deste tesouro, para ser profundamente transformado pelo contato com a pessoa de Cristo, Francisco deixou tudo, rompeu com sua família, assumiu uma existência errante, renunciou a todas as formas de disputa a fim de iniciar um estilo de vida que era então completamente inédito. Ele colocou a Cristo no centro da sua vida e, para dar-lhe espaço de verdade, o servia nos leprosos, se retirava com gosto para viver em eremitérios, andava pelas ruas para pregar a penitência.

Nós, religiosos, somos chamados decididamente a fazer de Cristo o centro da nossa vida. E isto significa ter a coragem de testemunhá-lo abertamente. Não temos que ter medo de dizer que é por Ele e somente por Ele que nós escolhemos abraçar a vida religiosa e viver na mútua dependência em fraternidade. Somos convidados a dizer que é dele que esperamos a recompensa pelos nossos sacrifícios e que a melhor parte ainda está por vir.

[Trad.ZENIT]

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Se os pastores se confessam, os fiéis também se confessarão
Sínodo dos Bispos: prelado do Opus Dei pede que os sacerdotes recebam o sacramento da reconciliação regularmente

Dom Javier Echevarría Rodriguez

VATICANO, segunda-feira, 15 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Transcrevemos a seguir as palavras de dom Javier Echevarría Rodriguez, prelado do Opus Dei e bispo titular de Cilibia. Ele se dirigiu à Sétima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, em 12 de outubro de 2012.

***

O povo de Deus deseja que os bispos e sacerdotes sejam mestres de santidade precisamente por procurarem por ela todos os dias, através da vida sacramental e do seu próprio ministério. Eles devem ser homens que oram com fé, que amam apaixonadamente o sacramento da eucaristia e o sacramento da confissão, e os vivem com piedade sincera para se enriquecerem de graças e ser portadores da boa notícia aos outros sacerdotes e a todos fiéis.

A utilização destes meios, instituídos por Jesus Cristo para nos identificarmos com ele, faz com que os fiéis, ouvindo os pastores, ouçam o Senhor; vendo orar os pastores, se sintam movidos a orar eles próprios; e percebendo que os pastores recorrem à confissão constantemente, recebam também eles o perdão sacramental.

É de muita valia meditar no exemplo de muitos santos, como o Cura d'Ars, São Pio de Pietrelcina, São Josemaría Escrivá e o ainda mais recente beato João Paulo II. Como o papa Bento XVI nos afirmou, eles deixaram um exemplo vivo de amor pelo sacramento da penitência, e podem fortalecer a nossa consciência de devermos ser bons pastores, que sabem dar a vida pelas suas ovelhas.

Instando os sacerdotes a frequentemente sentarem-se ao confessionário, muitas almas irão lavar os seus pecados, e, daquele ministério, desabrocharão vocações para o seminário, para a vida religiosa e para bons pais e mães de família.

Também é interessante cuidarmos bem das homilias do ponto de vista doutrinal e com o dom de línguas. Para muitos fiéis, a missa dominical, com a homilia correspondente, é a única oportunidade de ouvir a mensagem de Cristo. Com um compromisso sempre renovado, a pregação será muito eficaz, especialmente se voltada à própria alma: se vivermos o que dizemos e pregarmos o que vivemos.

[Trad.ZENIT]

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Angelus


Papa reza pelas inundações na gruta de Lourdes
Angelus de Bento XVI

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de outubro de 2012(ZENIT.org) – Momentos antes de recitar a tradicional oração do Angelus, Bento XVI, invocando a Virgem Maria, recordou o Santuário de Lourdes, atingindo por graves inundações.

Queridos irmãos e irmãs!

Antes de concluir esta celebração, vamos nos voltar para aquela que é a Rainha de todos os santos, a Virgem Maria, com o pensamento em Lourdes, que foi atingida por graves inundações do rio Gave, que também inundou a gruta das aparições de Nossa Senhora. Em particular, confiamos à proteção materna da Virgem Maria, os missionários e missionárias - sacerotes, religiosos e leigos – que em qualquer parte do mundo espalham a boa semente do Evangelho. Rezemos também pelo Sínodo dos Bispos, que nestas semanas confronta o desafio da nova evangelização para a transmissão da fé cristã.

Ontem à tarde, cerca de 500 peregrinos de diferentes países foram obrigados a evacuar o santuário, no sudoeste da França, devido à forte chuva que fez transbordar o rio Gave du Pau, inundando também algumas áreas do santuário.

A situação voltou ao normal: o Rio Gave está em um nível padrão e o santuário deverá ser reaberto na terça ou quarta-feira da próxima semana, assim que terminarem os serviços de bombeamento, limpeza e restauração.

MEM

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]