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Rio registra o dia mais quente desde 1915, afirma Instituto Climatempo
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Temperatura bateu os 43,2 graus em Santa Cruz, na Zona Oeste
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VERÃO
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ELENILCE BOTTARI (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER)
Publicado: 26/12/12 - 14h39
Atualizado: 26/12/12 - 18h55
Termômetro marca 43 graus na Central do Brasil Ivo González / O Globo
RIO — O Rio registrou nesta quarta-feira a temperatura mais alta desde 1915, de acordo com o Instituto Climatempo. A máxima chegou aos 43,2 graus, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. A sensação térmica alcançou 47 graus. A temperatura foi registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o Climatempo, em 1984 os termômetros de Bangu marcaram 43,1 graus, recorde quebrado nesta quarta-feira.
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O dia mais quente deste ano havia sido registrado em pleno inverno, em 19 de setembro, quando os termômetros chegaram a 41,2 graus, em Santa Cruz, na Zona Oeste. O forte aquecimento é causado, segundo a meteorologista Josélia Pegorin, por uma combinação de fatores.
— É uma época em que ocorre o maior tempo de exposição de sol sobre a cidade, que também está sofrendo com ventos quentes vindo do Norte do Brasil e com a falta de chuvas e ar polar, tornando o aquecimento excepcional — explicou a especialista.
O carioca está sofrendo com a onda de calor desde cedo. Às 13h, ainda com tendência de aquecimento do ar, os termômetros à sombra registravam de 35 graus a 38 graus na maioria das áreas da cidade. Na Zona Oeste, o aeroporto de Jacarepaguá marcava 39 graus e o Campo dos Afonsos, 40 graus. Entre as máximas registradas na cidade até o início da tarde, estão 41 graus no Aeroporto de Jacarepaguá, às 15h, e 40 graus no Aeroporto Tom Jobim, às 14h.
Pela manhã, quem não pôde se refugiar em ambientes fechados com ar- condicionado ou nas praias, sofreu. No Hospital Salgado Filho, pacientes e familiares que aguardavam atendimento reclamavam do calor. Para tentar driblar a alta temperatura, alguns se refugiaram no corredor de acesso à sala de espera para portadores de deficiência. Colados à porta, eles aproveitavam a frestinha de saída do ar-condicionado.
— Tem gente passando mal aqui, devido ao excesso de calor — comentou um paciente que aguardava atendimento, enquanto jogava água mineral no rosto e pescoço para se refrescar.
Para fugir da sensação de abafamento, muitos abandonaram as praias e subiram as montanhas, como ocorreu nas Paineiras, onde moradores e turistas disputavam o frescor da ducha natural:
— Nesta época do ano, sempre que posso me refugio aqui. Eu prefiro as Paineiras à praia nesta época do ano — afirmou a catarinense Vitoria Diehl.
— Por mais gelada que esteja a água do mar, o bafão da areia torna a permanência na praia impossível — afirmou um outro "duchista", que se identificou apenas como Bernardo.
Nesta terça-feira, o Inmet registrou 41 graus na Saúde, no Centro. Até então, era a segunda tarde mais quente do ano. Uma massa de ar quente e úmido impede a formação de nuvens no Rio, deixando o tempo ainda mais quente na cidade. No entanto, segundo o Climatempo, a nebulosidade aumentará com a aproximação de uma frente fria nesta quinta-feira. O sol ainda aparece forte e faz bastante calor. A máxima prevista é de 38 graus na capital fluminense. Ao longo da tarde, o ar quente e úmido favorece a formação de nuvens de chuva e as pancadas ocorrem em pontos isolados da cidade.
Previsão para o verão
O prognóstico elaborado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe) e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para os próximos três meses no estado revela que a temperatura e o volume de chuvas ficarão próximos à média histórica.
A meteorologista Ludmila Pochmann, do Cptec, diz que a média de chuvas no estado deve ficar entre 600 e 700 mm nos três meses de verão. Somente o oeste do Rio, na divisa com o estado de Minas Gerais, pode ter uma variação maior de precipitação, o que pode elevar o volume de chuvas no estado para 800 mm.
As temperaturas dos três meses devem ficar próximas às da média climatológica, entre 31 graus e 33 graus, segundo a meteorologista.
Ar-condicionado do Santos Dumont quebra de novo
O ar-condicionado do Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, voltou a apresentar defeito nesta quarta-feira de calor recorde do Rio. Para amenizar o calor, funcionários e passageiros usam leques e recorrem a garrafas d'água. Segundo a Infraero, houve um problema no gerador por volta de 11h, mas o equipamento já foi consertado. No entanto, por volta das 18h, a sensação dentro do terminal ainda era de calor e abafamento.
No domingo, o superintendente do Aeroporto Santos Dumont, Aparecido Iberê de Oliveira, disse que o sistema de refrigeração do terminal havia sido normalizado. Passageiros e funcionários estavam sofrendo com o forte calor desde a meia-noite de quarta-feira, quando foi totalmente desligado. Na ocasião, Oliveira disse ainda que o problema foi provocado por uma peça do sistema que havia quebrado, e foi substituída.
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