HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(151)-4º DOMINGO COMUM – C ...
"O Espírito do Senhor está sobre Mim"
Jesus viveu a sua vida oculta em casa de seus pais, em Nazaré da Galileia.
Para a maior parte dos seus conterrâneos, tanto quanto eles humanamente o conheciam, era apenas o filho do carpinteiro, que vivia e trabalhava para o seu sustento humano.
Certo dia, num sábado, depois de ter iniciado a sua vida pública, com a pregação messiânica por toda a Palestina, impelido pelo Espírito, voltou à terra onde sempre tinha vivido, onde todos bem o conheciam e, como todas as outras pessoas, foi à sinagoga onde teve a oportunidade de fazer a leitura da Sagrada Escritura, que nesse dia era do Livro de Isaías em que se diz :
- "O Espírito do Senhor repousa sobre Mim porque o Senhor me ungiu. Enviou-me a levar a boa nova aos humildes, a curar os corações despedaçados, a anunciar a redenção aos cativos, e a liberdade aos prisioneiros, a publicar um ano de graça da parte do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus..."(Is,61,1-2).
Até aqui tudo era normal, era um texto de Isaías, que podia ter sido lido por qualquer outra pessoa, mas neste caso, foi lido por Jesus.
Mas S. Lucas diz-nos que Jesus enrolou o livro (era em rolos que estavam escritas as Escrituras), sentou-se e todos tinham os olhos cravados nele, certamente pela maneira como Jesus leu, ele que era apenas o filho do carpinteiro.
Então Jesus, muito oportunamente, aproveitou aquela circunstância que lhe estava a ser oferecida pelo Espírito que o impeliu e começou a falar com a mesma competência de mestre com que tinha lido o texto de Isaías, dizendo apenas :
- "Cumpriu-se hoje esta Palavra da Escritura, que acabais de ouvir".(Lc.4,21).
Aparentemente, embora não entendessem o sentido destas palavras, parecia que todos estavam satisfeitos e o apoiavam, mas só se admiravam por ser ele o filho de José.
E quando Jesus lhes explicou as Escrituras fazendo referências a outras personagens, como Elias, Eliseu e Naaman, e a outros factos da Escritura, como a viúva de Serepta de Sidónia, ficaram cheios de inveja e só procuravam encontrar razões para o porem fora da cidade.
Para nós, hoje, a interpretação é diferente, porque sabemos que muitas vezes Jesus disse em várias circunstâncias que era preciso que se cumprisse tudo o que a Escritura dizia a seu respeito, e era assim que Jesus estava a dizer aos seus conterrânos que o que Isaías dizia era a seu respeito.
O facto de Jesus pretender cumprir o que a Escritura dizia a seu respeito, é uma prova da veracidade da sua pregação messiânica, que, aliás, ele comprovou com os seus milagres, levando a sua missão até ao fim, que foi a sua morte pela redenção da humanidade pecadora, redenção essa que teve o seu epílogo na sua Ressurreição gloriosa.
Mas hoje como então, continuam os invejosos e incrédulos a tentarem ignorar a pregação messiânica que Jesus deixou à sua Igreja, procurando um outro estilo de vida mais cómodo, sem responsabilidades, para que tudo lhes seja permitido em nome de uma liberdade sem fronteiras, com a qual pretendem atirar com Jesus e com a sua mensagem para fora da cidade, para que ele não seja um estorvo para as suas ideias condenáveis.
A Igreja convida-nos, pois, a aceitarmos a pregação messiânica de Jesus para que se possa cumprir o plano da História da Salvação.
Nascimento
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