JESUS HISTÓRICO
FILHO DO CARPINTEIRO
Um novo Docetismo dos nossos tempos tem tentado reduzir os factos históricos da vida de Jesus a simples ideias místicas ou até mitológicas.
E é por isso que hoje em dia se ouvem fazer diferenças entre o Jesus da história e o Cristo da fé.
Para os primeiros cristãos esta teoria só tinha sentido para aqueles que estivessem tão hipnotizados com aquela figura maravilhosa e extraordinária de Jesus, que O consideravam para além do que Ele é na verdade.
A sua excitada imaginação colocou-O dentro de uma Pessoa Divina e as suas piedosas fantasias colocavam-n'O na situação de alguém que faz coisas humanamente impossíveis.
Foram estas as ideias que estiveram na raiz da condenação de 65 proposições do Modernismo pelo papa S. Pio X (1903-1914) no Decreto Lamentabili de 3 de Julho de 1907.
Alguns dos princípios que o papa rejeitou estão hoje cada vez mais em discussão.
Os heréticos afirmam :
* A divindade de Jesus Cristo não está provada nos Evangelhos.
É antes um dogma que a consciência cristã deduziu da noção de Messias.
* Pode legitimamente ser garantido que o Cristo que a história apresenta é, de longe, inferior ao Cristo que é objecto da nossa fé.
* A crítica não pode afirmar que o conhecimento de Cristo foi de alguma maneira atingido por algum limite, a não ser por uma suposição que é historicamente inconcebível e contradiz o sentido moral.
* Cristo nunca teve a consciência da Sua dignidade messiânica.
Estas são, portanto, afirmações heréticas.
A Igreja Católica nunca permitiu aos seus membros, a afirmação de que a primitiva imaginação dos primeiros cristãos desse uma interpretação apenas mística dos acontecimentos da vida de Jesus.
Muito ao contrário, a Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II, Dei Verbum, sobre a Revelação Divina, publicou um Decreto importante e incomprometedor :
- A Santa Madre Igreja defendeu e defende firme e constantemente que estes quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente as coisas que Jesus, Filho de Deus, durante a Suas vida terrena, realmente operou e ensinou para salvação eterna dos homens, até ao dia em que subiu ao céu.(cf.Act.1/1-2).(DV V/19).
A palavra chave do Concílio é SEMPRE quando declara alguma verdade afirmativamente, e NUNCA, quando a declaração tem uma forma negativa.
Isto recorda-nos o que escreveu S. Pedro no primeiro século da Cristandade :
- "Porque não foi baseando-nos em fábulas engenhosas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termos visto a Sua majestade com os nossos próprios olhos". (2 Pe.1,16).
Na idade descrente dos nossos dias, para muitos, os fundamentos históricos, do Cristianismo, estão reduzidos a mitos, mas nós sabemos que aqueles que souberem rejeitar os mitos e aceitar os Evangelhos como factos históricos, esses serão os verdadeiros crentes.
Para esses, o Jesus apresentado pelos Evangelhos é uma figura histórica; os Seus actos bem como os Seus milagres, são actos históricos, reais, verídicos.
José, esposo de Maria era Carpinteiro :
- "Não é Ele o filho do Carpinteiro ?". (Mt. 13/55).
Com tal, naturalmente Jesus aprendeu e trabalhou com José na sua oficina de carpintaria.
O ofício de carpinteiro era muito antigo e muito conhecido no tempo de Jesus.
Tanto no Egipto como na Mesopotâmia, o trabalho da madeira atingiu um elevado grau de perfeição, embora relativa, devido à falta de ferramentas apuradas.
Entre os Israelitas, antes da monarquia, não havia ainda um grande desenvolvimento neste trabalho.
David obteve Carpinteiros para a execução dos seus planos de trabalho, de Hirão de Tiro :
- "Hirão, rei de Tiro, enviou-lhe mensageiros com madeira de cedro, Carpinteiros e pedreiros, para lhe construir (a David) um palácio". (2 Sam.5/11).
Os Carpinteiros aparecem já no tempo de Jeoache de Judá (837-800 a.C) e de Jehoiakin (598), provavelmente também organizados em agremiações.
Também se encontraram ferramentas de Carpinteiros em escavações.
Isaías também menciona muitas ferramentas que se usavam no seu tempo, quando diz :
- "O escultor estende a corda sobre a madeira, faz o esboço a lápis, desbasta a imagem com o cinzel, mede-a com o compasso...". (Is.44/13).
O Egipto, a Mesopotâmia e a Palestina eram pobres em madeiras para a construção.
O que mais se usava era o sicómoro.
O pinheiro, o cipreste e o carvalho, eram madeiras superiores e, por isso, mais raras.
A melhor madeira era a do cedro que era importada do Líbano.
E porque Jesus trabalhava com seu pai, muitos o conheciam apenas como o filho do carpinteiro, e fazia impressão a muita gente que Jesus fizesse coisas extraordinárias, mesmo na sua cidade de Nazaré.
Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário