domingo, 10 de março de 2013

[Catolicos a Caminho] FÉ SEM OBRAS (25) A EUCARISTIA E A ECLESIOLOGIA Som !

 

 

                            FÉ SEM OBRAS

 

                                                           A EUCARISTIA E A ECLESIOLOGIA. (25)

 

Seguindo o ensinamento de S. Tomás de Aquino, a Eucaristia não é uma aproximação individualista a  Deus em Cristo, mas uma Páscoa da Igreja.

Tal como todos os outros sacramentos, ela está enraizada na vida da Igreja.

Este é precisamente o valor importante da Eucaristia, a sua última aspiração, res tantum, é a unidade da Igreja.

Isto atinge a sua finalidade (negativamente), afastando a nossa inclinação  para o pecado e (positivamente), dando-nos uma vida divina e eterna.

A imortalidade é-nos dada pelo Senhor Ressuscitado cujo corpo se tornou um "espírito vivificante" através da sua ressurreição.

Assim, com S. Tomás de Aquino, nós vimos a causa da nossa morte para o pecado na morte de Jesus, e a nossa divinização e ressurreição, causada pela ressurreição de Jesus.

Este ensinamento foi repetidamente apresentado igualmente pelos Padres do Oriente e do Ocidente, pelos Padres da Alexandria  e da Antioquia, pelos Padres gregos e latinos.

Ele está no coração de toda a Tradição e tem sido renovado por toda a convergência ecuménica do tempo presente.

Neste contexto, a Eucaristia está no coração de toda a Igreja

A Eucaristia "faz" a Igreja porque ela aplica a salvação (soteriologia) de Cristo merecida pela sua paixão e morte no seu "primeiro momento da salvação", dando uma vida divina e eterna.

Neste "segundo momento", a comunhão com o Pai em Cristo e no Espírito Santo está no coração de toda a Redenção.

Através desta união com a Trindade em Cristo os membros da Igreja estão unidos uns aos outros (pelo Espírito) como membros do Corpo de Cristo.

Assim a Eucaristia torna-se o sinal da unidade.

Mas esta unidade não é apenas entre os cristãos vivos; é também uma unidade entre todos aqueles que antes viveram (e que vivem para sempre) em comunhão com os santos.

Na Lirurgia eucarística o céu e a terra estão unidos num hino universal de louvor e de acção de graças.

Na nossa cultura há uma certa dificuldade para apreciar a Liturgia, porque há uma certa dificuldade em apreciar a arte.

Para muitos, a arte é uma perda de tempo, e o mesmo se diga dos desportos, numa apreciação de valores  em ordem ao bem comum.

Todavia as artes como os desportos são também importantes para o melhoramento do nosso mundo e das ciências. (Devemos dizer que os desportos – se não lhe derem uma importância exagerada – têm uma tarefa importante a desempenhar).

A música, a poesia e as artes têm uma missão purificadora, nem sempre devidamente apreciada.

Assim é também com a Liturgia; todavia há muito mais em relação à Liturgia do que à estética.

A Liturgia é o culto do povo e é tão necessária ao espírito humano como o canto para os pássaros e a vida ao ar livre para os animais.

Num mundo que está ego-centrado e voltado só para os valores materiais e apetitosos, o louvor e a adoração são uma perda de tempo.

Mas os Religiosos que vivem em contacto com a natureza, podem apreciar a ligação entre o louvor a Deus e a vivência no mundo dos homens, como uma respiração necessária.

Meditando sobre a Eucaristia  nós podemos começar a compreender o mundo numa perspectiva de Deus, dum Deus que louvou o mundo e a todos nós desde toda a eternidade.

Foi por isso que Deus enviou Jesus que nos amou "até ao fim".

- "Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele que amara os seus que estavam no mundo, levou até ao extremo o Seu amor por eles".(Jo.13,1).

Ele deixou-nos o memorial do Seu amor, para que nós saibamos quanto Ele nos amou e como nós devemos também amar os outros.

A Eucaristia é o hino do universo, é o Filho de Deus numa oração eterna ao Pai em nosso nome e convidando a juntar-se a Ele toda a criação numa magnífica Sinfonia de  Deus.

Nós temos a oportunidade de nos juntarmos em coro, ou simplesmente ignorar a música, mas não o podemos fazer isentos de uma final punição.

Nós fomos chamados, e recebemos talentos para um cântico de louvor, e havemos de ser chamados a dar contas do que fizemos com os nossos talentos.

Assim vamos compreendendo que não podemos ficar apenas abrigados à sombra da fé, mas que devemos traduzir em obras aquilo em que acreditamos.

                                   

                                                          John

                                                      Nascimento

 

 

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]