HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
(189)-ASPIRAI ÀS COISAS DO ALTO !...
Tudo acontece no primeiro dia da semana, o Primeiro dia que passa a ser o "oitavo dia" porque se trata de um "Dia Eterno", o primeiro dia dos "novos céus e nova terra" onde termina este processo de eternidade em que todos somos lançados, para onde todos nós caminhamos graças à Ressurreição do Senhor.
A história humana deixa de ser uma pequena aventura num canto perdido do universo, para ocupar o sentido último dum universo em expansão, porque o espaço e o tempo se projectam na eternidade.
Em Jesus ressuscitado a humanidade atinge, por antecipação, o seu sentido e a sua plenitude e tudo em nós ganha valor de eternidade, porque tudo foi redimido e relançado.
É certo que ainda nos falta percorrer outros dias da semana, de uma semana que é a réplica daqueloutra semana primordial em que Deus lançou na existência todas as coisas.
Mas agora já temos connosco as primícias da ressurreição e o mandato que recebemos já não é apenas "crescei e multiplicai-vos, e enchei a terra e dominai-a", mas um outro que agora é recebido por estes termos : "Aspirai às coisas do alto, onde Cristo se encontra sentado à direita de Deus".
A esperança invade os nossos corações, uma esperança que é alimentada pela fé que o Espírito de Deus desperta nos nossos corações como fruto da ressurreição; uma fé que nos faz acreditar que o processo de eternidade em que fomos lançados, já se cumpriu na pessoa do Filho do Homem, e na sua esteira poderemos viver a nossa própria ressurreição.
A Ressurreição de Jesus consistiu numa viragem histórica para toda a humanidade a quem Ele se uniu na Incarnação e por quem entregou a vida no Calvário.
Uma viragem que não só muda o nosso destino histórico, mas que também nos arrasta com Ele nessa "passagem deste mundo para o Pai".
Por isso a Ressurreição inaugura um mundo novo da presença de Jesus no meio do seu Povo, no interior da humanidade.
O "Filho do Homem" deixa de ser apenas o "Filho Unigénito do Pai" para passar a ser também, pela ressurreição, "o Primogénito duma nova humanidade".
Como tal, por Ele e como Ele, adquirimos o direito duma nova cidadania.
Jesus de Nazaré já "atravessou" o véu que nos separava desse mundo e inaugurou uma passagem para os "novos céus e a nova terra".
Na sua esteira, uma mutidão imensa de eleitos faz a mesma Páscoa e canta o Aleluia da glória recuperada e infinda.
Doravante é sempre como cidadão desse Reino que Ele se manifesta e marca presença no meio de nós.
Não é mais uma presença face a face, mas uma presença íntima, que se experimenta como um fermento que mexe connosco e nos vai transformando; um espírito que nos eleva e nos faz experimentar a interioridade dessa presença libertadora e criativa.
A Ressurreição significa para nós sentirmo-nos habitados cada vez mais por essa presença de Jesus Cristo e por Ele sentirmo-nos elevados à dignidade de filhos reconciliados com o Pai porque regenerados pelo Espírito que dá aquela vida com que Ele deu cumprimento ao plano da História da Salvação.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]