segunda-feira, 4 de março de 2013

[Catolicos a Caminho] LITURGIA DA PALAVRA 4o DOMINGO DA QUARESMA - C Som !

 

 

                       É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.

        4º DOMINGO DA QUARESMA -  ANO  C !

 

  

            A Liturgia da Palavra deste 4º Domingo da Quaresma – C, coloca-nos na presença de um pai que espera ansiosa e firmemente a volta de seu filho, que o mesmo é dizer, perante a necessidade de uma reconciliação.

            É a Parábola do Filho Pródigo como paradigma da história de cada um de nós, como filho, como pai ou como irmão no dia-a-dia  das nossas vidas.

            Cada um de nós tem a sua história que se pode rever e até reciclar na contemplação da Parábola do Filho Pródigo.

            O Baptismo é o ponto forte de toda a Quaresma, porque é o nosso segundo nascimento, no seio da Família de Deus, a Igreja.

            Começámos assim a viver como «filhos de Deus», cheios duma vida nova, vida indelevelmente marcada pelo Espírito Santo.

            A 1ª Leitura, do Livro de Josué, diz-nos que, ao entrar na sua nova terra, após a libertação do Egipto e os 40 anos de duro peregrinar pelo Deserto, o primeiro acto do Povo de Deus foi celebrar a Páscoa.

            Com esse rito, o Povo de Deus recordou a primeira Páscoa no Egipto(Êx.XII); manifestou ao Senhor o seu reconhecimento por todas as maravilhas operadas em seu favor; fez uma promessa de fidelidade, ao iniciar-se uma fase muito importante da História da Salvação.

            - "Os Israelitas acamparam em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, pela tarde, nas planícies de Jericó". (1ª Leitura).

             A Páscoa que nós vamos celebrar, e para a qual nos temos vindo a preparar, é o memorial duma libertação maior do que a dos Hebreus.

            Devemos prepará-la pelo sacramento da Penitência Pascal, o Sacramento da nossa Reconciliação com Deus, em ordem à nossa Comunhão Pascal, em que havemos de saborear e sentir o amor do Senhor, como proclama o Salmo Responsorial :

            - "Provai e vede  como o Senhor é bom !"

            Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Coríntios, e hoje também a todos os homens, que a obra da nossa reconciliação, que partiu da iniciativa de Deus, realizou-se em Cristo, o Qual, identificando-Se com o pecado, assumindo todas as suas consequências, destruiu esse mesmo pecado, tornando-nos «novas criaturas».

            - "E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o mistério da reconciliação". (2ª Leitura).

             Jesus Cristo, nosso Reconciliador, quis, porém, que a reconciliação se tornasse pessoal pelo ministério dos Apóstolos.

            Por eles, está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo, Pontífice Máximo».(LG 21).

            O Evangelho é de S. Lucas e apresenta-nos a deliciosa Parábola do Filho Pródigo, que é como que a ilustração luminosa  daquela definição de Deus que S. João nos deixou : «Deus é Amor».

            - "Comamos, façamos uma festa, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e encontrou-se". (Evangelho).

             A Parábola do Filho Pródigo é a história  de cada homem, pois nela todos eles estão retratados, ou no filho mais novo que se arrepende e volta, ou no seu irmão, ou sobretudo no seu pai que perdoa e aceita a reconciliação.

                        *  Não basta ter permanecido sempre na casa do pai para participar no banquete, é preciso saber perdoar.

* Não basta não ter feito nada  de reprovável, é necessário também saber esperar e desejar a vinda daquele que se afastou da casa paterna.

* Não basta ter  obvservado as leis da Igreja e do Estado, trabalhando sempre  por um mundo mais justo, não basta tão pouco que os países ricos peçam (justamente) perdão às populações subdesenvolvidas, por as terem, talvez inconscientemente, explorado, é preciso que sejam capazes de perdoar a quem caiu.

            Pelo contrário, algumas vezes se expulsa de casa, sem apelo, a filha que se comportou mal, guarda-se rancor  contra o filho que se casou contra a vontade dos pais, alimenta-se uma aversão pelo  marido que gasta mais do que o que ganha, etc.

            Consideramo-nos justos, queremos sê-lo, mas talvez invejemos os que erram e pretendem uma reconciliação, e nos aborreçamos por ficarmos sempre em casa.

            A Igreja não é a cominidade dos que não erram, dos que não caem, mas dos pecadores que querem voltar ao Pai, sem pretensões; a comunidade dos que compreendem o outro e, se ele cai, o ajudam a retomar, juntos, o bom caminho.

            Portanto, esta parábola do filho pródigo é mais bem definida como a parábola do Pai misericordioso, que espera sempre com muita ansiedade o regresso do filho que se perdeu.

             Deus quer reconciliar consigo os homens que desejam reconciliar-se com Ele.

            É preciso que todos os pecadores se reconciliem com Deus para terem parte  no plano da História da Salvação.

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            Diz o Catecismo da Igreja Católica :

            1439. – O movimento de conversão e de penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do Filho Pródigo, cujo  ponto  central é «o pai misericordioso». (Lc.15,11-24) : o deslumbramento  duma liberdade ilusória e o abandono da casa paterna; a humilhação profunda de se ver obrigado a guardar porcos e, pior ainda, se desejar alimentar das bolotas que os porcos comiam; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de se confessar culpado diante do pai; o caminho do regresso; o acolhimento generoso por parte do pai; a alegria do pai : são outros tantos aspectos, próprios do processo de conversão. O fato novo, o anel  e o banquete festivo são símbolos de vida nova, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta para Deus e para o seio da família que é a Igreja. Só o coração de Cristo, que reconhece a profundidade do amor de seu Pai, pôde revelar-nos o abismo da sua misericórdia, de modo tão cheio de simplicidade e beleza.

 

                                           

                                       Foi guardar porcos...                   Pai, pequei contra ti...

 

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]