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Augusto de Piabetá: 5º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C !
5º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C !
A Liturgia da Palavra deste 5º Domingo da Páscoa – C, fala-nos duma nova Igreja, ou de um Povo Novo que é a Nova Jerusalém e assenta inteiramente no Amor.
Deus amou uma cidade, Jerusalém.
Este amor conheceu vicissitudes e viveu uma história.
A cidade de Jerusalém está intimamente ligada à história das relações entre Deus e os homens.
A quebra destas relações, manifestada pela construção de uma cidade oposta ou estranha a Deus (torre de Babel), é reparada pela apresentação da cidade que Deus mesmo edificou para Si.
A cidade-esposa provém da iniciativa salvadora de Deus, é um plano seu, no qual todos são convidados a colaborar, tornando-se pedras vivas da construção, uma vez que ela é identificada com o «Corpo de Cristo», em crescimento até à sua idade perfeita.
Sinal do amor de Deus, no meio dos homens, depositário desta força criadora, que é o amor fraterno, o cristão tem de ser cooperador de Deus «na libertação do pecado e na construção do mundo que, somente quando for obra do homem para o homem, chegará à plenitude da perfeição».
Se o cristão ficar ao lado das correntes da história, a onda vivificante acabará por se transformar em água estagnada.
O Evangelho é também de S. João, que nos declara que Jesus entrega aos discípulos, que não podem ainda segui-l'O na Sua glória, como Seu testamento espiritual, o Mandamento Novo do Amor : Amar aos homens nossos irmãos como Ele nos amou, até ao amor para com o inimigo, até ao dom da vida, até às últimas consequências.
Este amor é uma espécie de «Instituição Sacramental», pela qual se assegura continuamente a presença de Jesus no meio de nós...
- "Dou-vos um mandamento novo : amai-vos uns aos outros. Sim, como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros". (Evangelho).
Novos céus e nova terra são hoje a aspiração que faz bater o coração de todos os homens empenhados em superar a actual ordem social, tão recheada de injustiças e explorações.
Estas palavras da Escritura "Eis que faço novas todas as coisas", são a grande esperança cristã : um mundo novo.
Mas não é o homem, com o seu esforço solitário que construirá este mundo novo.
É o homem junto com Deus, em colaboração com Deus.
Todos os humanismos que julgam poder dispensar Deus, estão destinados a um amargo fracasso.
O esforço prometeico do homem de querer erguer-se sozinho contra Deus, considerado com um rival das dimensões humanas, um antagonista que limita os horizontes do homem e da sua autonomia, esse esforço acabará por se encerrar numa trágica confissão de impotência.
Nessa construção de um mundo novo, de uma humanidade nova, algumas teorias políticas apoiam-se unicamente na luta que com muita frequência se mistura com ódio e agressividade violenta.
O cristão sabe, que existem na História fontes de desenvolvimento que não são as da luta, mas as do amor e do direito.
O centro propulsor da História não é a luta e a violência, mas o amor.
Fora do amor, desta força original cristã e que o cristão hoje e sempre deve defender, para não ceder a outras sugestões, nada mais resta do que o ódio e a violência, com o seu peso de ruínas e destruições.
É este amor que torna a Igreja, esta «nova comunidade de Deus com os homens», uma comunidade distinta de todas as comunidades humanas e um sinal do «Mundo Novo», onde só se fala uma linguagem, que é a«Linguagem do Amor», por meio da qual ficaremos inseridos no plano da História da Salvação.
...........................
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
823. - «A Igreja é (...), aos olhos da fé, indefectivelmente santa.
Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é, com o Pai e o Espírito, proclamado "o único Santo", amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si mesma como Seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus»(LG 39). A Igreja é, pois, o «Povo Santo de Deus».(Lg 12), e os seus membros são chamados «santos».
824. – A Igreja unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n'Ele torna-se também santificante. «Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, para a santificação dos homens e a glorificação de Deus»(SC 10). Na Igreja está depositada «a plenitude dos meios de salvação»(UR 3). É nela que «nós adquirimos a santidade pela graça de Deus».(LG 48).
Portanto, a Igreja permanecerá sempre santa e santificadora, mesmo quando aparentemente manchada pela fraqueza de alguns dos seus membros.
Dou-vos um Mandamento Novo. Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
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