DA IGREJA
DECRETO VATICANO II-AD GENTES
Vamos continuar a celebrar o Ano da Fé, com a apresentação do Decreto do Concílio Vaticano II Ad Gentes !
(00).-APRESENTAÇÃO E PROÉMIO
O Concílio Vaticano II promulgou em 7 de Dezembro de 1965, um Decreto sobre a Actividade Missionária da Igreja a que deu o nome Ad Gentes.
Depois de uma breve sessão introdutória este Decreto desenvolve-se em seis capítulos sobre os princípios doutrinais da Actividade Missionária da Igreja, a natureza do trabalho missionário, a importância de novas Igrejas, a descrição do papel dos missionários, a estrutura do planeamento missionário e o desdobramento das fontes da Igreja em cooperativa actividade missionária.
O Decreto, no seu todo, oferece uma poderosa reafirmação do carácter missionário fundamental da Igreja em si mesma, baseado na noção bíblica de Povo de Deus.
O plano divino para a humanidade é de que ela deve formar um Povo de Deus unificado de que a Igreja é a vanguarda visível. A proclamação desta mensagem para todo o mundo é uma actividade básica para a verdadeira actividade da Igreja.
Em 6 de Agosto de 1966 o Papa Paulo VI em Ecciesia Sancta III, promulgou as normas para a execução deste decreto,
O Ponto de partida deste documento foram 177 propostas enviadas a Roma durante o período preparatório do Concílio.
A Comissão competente recebeu o encargo de desenvolver cinco pontos : o dever missionário, as vocações missionárias, a formação e a acção dos missionários, o clero autóctene e o respeito pelas culturas locais, as relações entre dioceses e missões.
Daí nasceram sete esquemas diferentes, dos quais foram escolhidos apenas dois especificamente missionários ; uma vez fundidos num só, apareceu o esquema do decreto intitulado "De missionibus", de carácter acentuadamente jurídico, com um proémio e dois capítulos em 21 páginas.
Uma vez iniciado o Concílio, a nova Comissão conciliar recebeu o estudo feito e elaborou um outro esquema, dividido em duas partes com três capítulos cada uma.
Esta redacção, porém, durou pouco tempo; em 3 de Dezembro de 1963 apareceu uma outra, aprovada pelo Santo Padre em 17 de Janeiro de 1964 e logo enviada aos Padres : 19 páginas, um proémio e quatro capítulos.
As observações enviadas a Roma foram consideradas, e surgiu assim uma nova redacção intitulada "De activitate missionali Ecclesiæ" : uma introdução, treze proposições e uma brevíssima conclusão.
Em Julho de 1964, foi enviada aos Padres.
As novas observações foram poucas mas muito a propósito.
O esquema foi apresentado na aula conciliar em 6 de Novembro de 1964 e manteve-se em discussão até ao dia 9, tendo havido 28 intervenções.
Como fosse julgado demasiado genérico, o texto, por sugestão da própria Comissão, foi retirado da discussão para ser cuidadosamente retocado.
Em Maio de 1965, foi enviado mais uma vez aos Padres : um proémio e cinco capítulos : princípios doutrinais, a acção missionária considerada em si mesma, os missionários, a organização da actividade missionária, a cooperação missionária.
Foi este o texto apresentado ao Concílio em 8 de Outubro de 1965.
Intervieram 193 Padres. Consideradas as emendas propostas, o esquema voltou a ser discutido, desta vez enriquecido dum capítulo novo sobre as Igrejas particulares.
A votação global teve lugar no dia 30 de Novembro : 2162 placet; 18 non placet; 2 nulos
No dia 7 de Dezembro, durante a 9a sessão pública, depois duma última votação : 2399 votantes; 2394 placet; 5 non placet - o Santo Padre promulgou solenemente o documento.
PROÉMIO
1).-A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser "sacramento universal de salvação", por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens.
Já os próprios Apóstolos em que a Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, "pregaram a palavra da verdade e geraram as Igrejas".
Aos seus sucessores compete perpetuar esta obra, para que "a palavra de Deus se propague rapidamente e seja glorificada" (2 Tes.3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em toda a terra.
O estado actual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja, que é sal da terra e luz do mundo, é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurado em Cristo e n'Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus.
Por isso, este sagrado Concílio, agradecendo a Deus a grandiosa obra já realizada pelo esforço generoso de toda a Igreja, deseja delinear os princípios da actividade missionária e reunir as forças de todos os fiéis, para que o Povo de Deus, continuando a seguir pelo caminho estreito da cruz, difunda por toda a parte o reino de Cristo, Senhor e perscrutador dos séculos, e prepare os caminhos para a sua vinda.
Nascimento
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