Rodrigo Constantino
Novos desafios: Presidente do Instituto Liberal
Plebiscito é empulhação, diz Nêumanne
Cosa nostra
Aécio sobe o tom
Bullying racial contra a USP
Contabilidade nada criativa
Serra defende união da oposição
Novos desafios: Presidente do Instituto Liberal
Posted: 03 Jul 2013 12:54 PM PDT
Rodrigo Constantino
"Mude as ideias, e você poderá mudar o curso da história". (Edmund Burke)
O poder das ideias é fundamental no curso da história de uma nação. Vários pensadores chegaram a esta conclusão. O poeta alemão Heine afirmou que "os conceitos filosóficos nutridos na quietude do escritório de um professor poderiam destruir uma civilização". Para ele, Robespierre nada mais era do que a "mão sangrenta de Rousseau". Victor Hugo escreveu que "nada neste mundo é tão poderoso como uma ideia cuja hora é chegada". O economista Ludwig von Mises constatou que "ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão".
A força dos canhões é importante, mas a direção para onde eles apontarão depende basicamente das ideias adotadas pelo povo. O que permitiu a criação da nação mais livre do mundo foi justamente o poder das ideias liberais, influenciadas por John Locke e pelos "pais fundadores" dos Estados Unidos da América. Uma cultura da liberdade se faz necessária. As instituições são fundamentais, mas elas não se sustentam num vácuo. Elas precisam de sólidos pilares, construídos pelos princípios abraçados pelo povo. Para mudar o destino de uma nação, o único caminho sustentável é trabalhar na mudança de mentalidade da população.
Ideias têm conseqüências. Infelizmente, graves conseqüências muitas vezes. E exatamente para se evitar isso é que devemos combater essas ideias erradas com outras ideias, melhores. A principal batalha deve ser travada no campo das ideias. O mundo será um lugar mais livre apenas se os liberais vencerem o debate, não por meio da força física, mas dos argumentos. O Brasil vive um vácuo de boas ideias justamente porque a esquerda tem vencido essa batalha nas últimas décadas. Isso precisa mudar.
Agora mesmo tivemos um ótimo exemplo da necessidade urgente de melhores ideias. Muitas pessoas, com um sentimento de revolta difusa, tomaram as ruas do Brasil. Bastante calor foi produzido, mas o que ficou claro é que faltava mais luz. Era preciso canalizar tantas emoções para concretizar ideias, para propostas mais objetivas. Muitos ali sabiam que as coisas estavam totalmente erradas no país, mas não sabiam exatamente como ou para onde mudar. Eis onde fica patente a escassez de boas ideias em nosso debate político e econômico.
Por aqui, o termo "neoliberal", seja lá o que for isso, ainda invoca sentimentos ruins na maioria das pessoas. A Academia, a imprensa, quase toda a nossa cultura é dominada por pensamentos coletivistas, que tratam os indivíduos como meios sacrificáveis para um bem maior, e favoráveis ao excesso de intervenção estatal em nossas vidas. Pensadores modernos do liberalismo clássico sequer são traduzidos para o português.
Para piorar, há muita confusão no uso dos termos, e alguns pensam que liberal é a esquerda progressista representada por Obama e companhia. Nada mais falso! A esquerda americana foi tão esperta que conseguiu usurpar o termo para si, e hoje "liberalismo", por lá, está associado ao Partido Democrata que prega sempre mais presença estatal na vida dos cidadãos. Ideias equivocadas, embaladas de forma atraente para ludibriar o povo.
Convicto dessa fundamental importância das ideias, eu tenho dedicado boa parte do meu tempo à divulgação daquelas que considero corretas, tanto do ponto de vista teórico como empírico. Mas, ainda assim, isso é pouco. O momento que o país vive clama por grandes mudanças. Sei que, sozinho, eu não sou capaz de alterar a situação. Mas o que faz um médico diante de uma epidemia? Não faz nada, só porque não pode reverter o quadro isoladamente? Isso parece absurdo. Ele vai fazer aquilo que for possível, que estiver ao seu alcance. Foi justamente essa a minha constatação: eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para reverter a miséria ideológica do nosso Brasil.
Foi quando eu decidi que precisava dedicar ainda mais tempo para a causa liberal. Minha paixão está nisso e, de acordo com o retorno que recebo do público, creio que minha habilidade também. A oportunidade surgiu, e eu a abracei. A partir de hoje, eu sou o novo Presidente do Instituto Liberal. Instituição sem fins lucrativos e sem qualquer vínculo político-partidário, totalmente independente de recursos públicos (que não são aceitos por nosso estatuto), o IL existe desde 1983, criado pelo empresário Donald Stewart Jr., sendo o baluarte do resgate das ideias liberais no Brasil.
Nossa principal missão é a promoção dos valores da liberdade, da economia de mercado, da democracia republicana, do estado de direito e da responsabilidade individual. Utilizamos diferentes instrumentos para tanto, tais como palestras, artigos, revistas e livros. Um dos meus maiores desafios será justamente adaptar esse esforço para a era digital, principalmente agora que o poder das redes sociais na mobilização dos indivíduos ficou evidente. Pretendo fazer do blog do IL um instrumento dinâmico e eficaz na divulgação de nossos valores, assim como uma espécie de "mídia watch", jogando uma lente liberal sobre as principais notícias do cotidiano. O leitor terá em nosso portal a garantia de independência de julgamento acerca dos temas debatidos na imprensa.
Essa independência é crucial para o nosso trabalho. O cão não morde a mão que o alimenta. Blogs "chapa-branca" são instrumentos oficiais de propaganda estatal, e muitos veículos da grande imprensa acabam parcialmente reféns do governo, com receio de perder verbas de publicidade ou sofrer represálias da poderosa máquina estatal. O IL não teme isso. Mas, para continuar assim, faz-se imprescindível sua independência financeira, de preferência pulverizada em diversas fontes.
É aqui que peço a ajuda de todos vocês. O sucesso e a magnitude dessa empreitada dependem disso. Para realmente fazermos diferença no debate nacional, a escala é fundamental. E investir nisso tem custo. Se cada um que acredita nos valores liberais ajudar com o que for possível, nós poderemos fazer um estrago na estratégia de doutrinação da esquerda e reverter o quadro. Uma base ampla de colaboradores é a melhor garantia de total independência.
Portanto, a contribuição voluntária é fundamental. Toda ajuda é bem-vinda. Individualmente, a sua contribuição pode não parecer tão relevante; mas somada a de vários que acreditam nos mesmos valores, ela pode fazer a diferença sim. Quem não tiver condições de ajudar financeiramente, ainda pode ajudar de outras formas. Pode contribuir com conteúdo, escrevendo textos, dando dicas de matérias interessantes para serem comentadas, ou compartilhando nosso conteúdo em suas redes sociais, ampliando assim seu impacto. Como eu disse, toda ajuda é necessária.
Por fim, não poderia terminar sem antes agradecer publicamente o fundamental apoio do empresário Salim Mattar, fundador e presidente do Conselho de Administração da Localiza, maior empresa de locação de veículos do país. Salim Mattar tem apoiado as causas liberais e patrocinado instituições como Instituto de Formação de Líderes (IFL) de Belo Horizonte e São Paulo, Instituto Liberal, Instituto Millenium, Instituto Mises Brasil, Instituto A Voz do Cidadão, Instituto Cidadania, entre outros. Sua ajuda foi crucial para esse projeto.
A ajuda de Paulo Stewart, filho de Donald Stewart, fundador do IL-RJ, tem sido de grande valia. Em nome dele, agradeço a todos os mantenedores e associados do IL por terem mantido essa chama viva. Também gostaria de agradecer ao esforço de Arthur Chagas Diniz, que, como presidente, manteve o IL funcionando até hoje, e que continuará dando sua importante contribuição como vice-presidente agora. Agradeço ainda a Bernardo Santoro, diretor administrativo do IL, assim como a Alexandre Borges, novo diretor que vai nos ajudar na estratégia de divulgação do instituto. Juntos, tenho certeza de que faremos o IL ter um papel cada vez mais importante na divulgação dos fundamentos liberais em nosso país. Mãos à obra!
Plebiscito é empulhação, diz Nêumanne
Posted: 03 Jul 2013 08:16 AM PDT
Rodrigo Constantino
Fico feliz de ver que José Nêumanne, por quem tenho admiração, escreveu um artigo hoje no Estadão em linhas similares ao que tenho dito. Ele escreve:
A presidente Dilma Rousseff tem feito o possível para fazer do limão das multidões contra tudo nas ruas das cidades brasileiras a mesma limonada envenenada com que seu Partido dos Trabalhadores (PT) tenta em vão engabelar o País desde 2007. Há seis anos os petistas querem moldar as instituições republicanas a seus interesses específicos e impor a suas bases no Congresso Nacional uma reforma política que favoreça, se não uma imitação tupiniquim do bolivarianismo chavista, pelo menos a garantia de sua permanência no poder. Mas a acachapante maioria no Legislativo não bastou para aprovar o que os maiorais do socialismo caboclo consideram fundamental para manter suas "boquinhas". Agora o povo foi para a rua e a chefe do governo tentou incontinenti surrupiar suas palavras de ordem para convocar uma Constituinte exclusiva, capaz de satisfazer os caprichos que a reforma constitucional não possibilitou. O óbvio golpe sujo não colou, mas ela mantém idêntica embromação em forma de consulta popular, o plebiscito.
Análise perfeita. Tudo que o PT faz visa a um objetivo central: perpetuar-se no poder, manter suas "boquinhas" (que estão mais para bocarras gigantescas). O resto é secundário. O escritor continua:
A resposta do governo foi de um cinismo atroz. Com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante Oliva, no papel de Richelieu do Cerrado, dona Dilma pediu ao povo na rua o aval para uma reforma política de interesse exclusivo de sua grei. O PT quer lista fechada de candidatos indicados pela oligarquia partidária para furtar do eleitor o direito de escolher seu parlamentar preferido. E financiamento público exclusivo para campanha eleitoral para extorquir do bolso do contribuinte despesas de propaganda de candidatos, cada vez mais altas. O cidadão já contribui para o tal Fundo Partidário e está com as finanças exauridas de tanto patrocinar vantagens e benesses dos "pais da Pátria".Ao fazê-lo, ela diz que está ouvindo a "voz rouca das ruas". Mas o povo quer mudar tudo e ela só dará mais do mesmo. Enquanto seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava que aumentará a carga tributária, com que o brasileiro não suporta mais arcar, para pagar promessas feitas para dissolver as passeatas das massas, ela reuniu 37 de seus 39 ministros, quase todos recrutados das bancadas dos partidos que alicia para seu palanque para a reeleição.
O artigo todo está muito bom. Vale ler na íntegra. O PT cada vez engana menos gente. Espanta que tenha sido capaz de enganar tantos por tanto tempo. Não mais!
Cosa nostra
Posted: 03 Jul 2013 07:45 AM PDT
Rodrigo Constantino
Deu na Folha: Presidente da Câmara usa avião da FAB para levar noiva e parentes ao Maracanã
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da Força Aérea Brasileira para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da seleção no Maracanã no domingo.
Um jato C-99 da FAB foi buscar a turma em Natal, terra do deputado. Decolou às 19h30 de sexta-feira rumo ao Rio de Janeiro e retornou no domingo, às 23h, após o jogo.
Ao pedir o avião, Alves informou que 14 passageiros poderiam viajar. Pegaram carona com o deputado sete pessoas: sua noiva, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara. Um amigo de Arturo entrou no voo de volta.
Isso pode parecer fichinha perto dos escândalos que vemos por aí, mas é assunto da maior gravidade. É sintomático do patamar de confusão entre público e privado do Brasil. Somos um país patrimonialista, onde a "res pública" é vista como "cosa nostra" por aqueles no poder. Esse tipo de abuso deve ser coibido com firmeza. Precisamos de algo como "tolerância zero", punindo com severidade os "pequenos" delitos, para passar a mensagem. Se os abusos menores passarem impunes, isso será um convite para abusos cada vez maiores.
O estado brasileiro não pertence aos políticos. Eles são nossos empregados, foram eleitos para administrar a coisa pública, e não podem se valer disso para benefícios particulares. O avião da FAB é para fins estatais, não para uma família inteira agir como se fosse a bilionária proprietária de um jatinho particular, para curtir um jogo emocionante. Chega! Basta! Está na hora de criarmos uma clara divisão entre o que é público, e o que é privado.
Aécio sobe o tom
Posted: 03 Jul 2013 07:30 AM PDT
Rodrigo Constantino
Aécio Neves, finalmente, tem subido o tom do discurso. Antes tarde do que nunca! Em entrevista coletiva ontem, o senador tucano disse:
A presidente da República quer dizer aos brasileiros que aquilo que os fez ir às ruas foram as propostas que interessam ao PT na reforma política. E a calamidade da saúde pública, a falência da mobilidade urbana, o aumento da criminalidade? Mais uma vez, o governo mostra que não entendeu absolutamente nada que a população brasileira quis dizer.
E mais isso:
Nós apresentamos ao Brasil uma agenda positiva. A presidente não gosta do diálogo, prefere o monólogo. Para isso, fez uma reunião com governadores e prefeitos, constrangendo a todos, apenas ela falou.
Por fim, essa boa tirada:
Se o Felipão governasse inspirado na presidente Dilma, nós teríamos aí mais de 40 jogadores em campo e embolaria muito o meio de campo, como está embolado do governo desde a posse da presidente.
Em entrevista coletiva, Aécio Neves chegou a dizer que, ao saber da reunião ministerial realizada com Dilma com a convocação dos seus 39 ministros, acreditou que ela iria demitir parte deles:
Achei até que ela ia dizer: ''metade dos que estão aqui, agradeço a contribuição, mas não precisamos mais que vocês gastem o dinheiro público". Infelizmente isso não aconteceu.
Queremos mais, Aécio! É preciso deixar a timidez tucana de lado e apresentar propostas concretas diametralmente opostas ao que esse governo tem feito. É hora de ousar! De ter coragem para migrar mais para o lado de cá, do liberalismo.
Sei que isso é tabu entre os tucanos, que acreditam na social-democracia europeia, uma esquerda mais light, mas ainda assim esquerda que enxerga o estado como grande locomotiva da prosperidade e da "justiça social".
Mas o Brasil precisa, urgentemente, de uma alternativa ao PT no curto prazo. E, em 2014, o único nome dos que se apresentam como pré-candidatos que dá para aceitar (talvez sem ajuda do Engov) é o seu! Suba o tom, Aécio! Ainda mais. Ainda mais...
Bullying racial contra a USP
Posted: 03 Jul 2013 07:05 AM PDT
Rodrigo Constantino
Frei David Santos, da ONG Educafro, tomou o espaço de Roberto DaMatta no jornal O Globo hoje para praticar "bullying racial" contra a USP. Seu artigo questiona: Vamos celebrar os 80 anos da USP? E sua linha de argumentação se resume a resgatar um trecho de um livro de 1943 de um dos fundadores da faculdade, com teor racial, para apontar o dedo:
Do seu nascedouro e em seus 80 anos, a completar em 2014, a academia da USP foi omissa com negros e indígenas. O jornal "O Estado de São Paulo" do dia 23 de abril de 2013 traz a manchete: "Só 7% dos alunos de escola pública entraram na USP". Quase 90% dos que terminam o ensino médio a cada ano vêm da escola pública! Onde está o compromisso institucional com o todo da sociedade?
O leitor entendeu bem? A péssima qualidade do ensino público básico virou sinônimo de racismo da USP! O que tem alhos com bugalhos? Se o branco pobre da escola pública não consegue passar no vestibular da USP, é porque os indígenas sofrem preconceito no país. Captou a lógica? Frei David continua:
Michael Sandel, grande professor de Harvard, em seu livro "Justice" deixa evidenciado que o bem comum está acima do bem pessoal. Compensar injustiças históricas e erros do passado é a missão número um das sociedades e universidades eticamente responsáveis. Ele atesta com autoridade que a escravidão foi uma injustiça do passado e que precisa ser corrigida. Assim agindo, a sociedade está colocando em prática os princípios da justiça distributiva.
Coletivismo, racismo, vitimização, tudo para justificar injustiças atuais contra inocentes (brancos pobres?) em nome dessa "compensação histórica". A USP, para não ser vista como defensora da nefasta escravidão de tempos passados, precisa garantir 50% de cota para negros (e pardos, quase 40% da população miscigenada brasileira). Isso chama-se "bullying", e recomendo o excelente livro de Ben Shapiro sobre o assunto.
Eu já participei de um debate em rádio gaúcha com Frei David Santos. Em determinado momento, ele me chamou de "irmãozinho Constantino". Aproveitei a deixa e perguntei: "Se somos irmãos, como é que você quer nos segregar com base na 'raça', ainda mais quando a cor de nossas peles nem é tão diferente assim?" Ele ficou um tanto sem graça...
Mas eis o que eu queria dizer: o "bullying racial" funciona! As cotas raciais, que eram defendidas como temporárias, só aumentam. E isso, além de temerário para o futuro do país, que passa a ser segregado entre diferentes raças, desvia o foco da verdadeira questão, que é a péssima qualidade do ensino público.
Fecho mostrando como a própria USP já está totalmente contaminada pelo esquerdismo, e há clara doutrinação ideológica por lá. Notem o curso oferecido:
A universidade não deveria ser tão contaminada por ideologias coletivistas, pois elas matam a busca de excelência, sempre individual, independente de raça, cor, classe ou credo.
Contabilidade nada criativa
Posted: 03 Jul 2013 05:58 AM PDT
Rodrigo Constantino
O editorial do GLOBO de hoje toca em ponto importante, que venho destacando faz algum tempo: a insistência desse governo em maquiar a contabilidade como se fosse capaz de enganar os agentes do mercado. O que tenho dito é que os malabarismos da equipe econômica fariam um mágico de festa infantil ruborizar diante de tamanho amadorismo.
Se ao menos fosse obra digna de um David Copperfield, poderíamos ter algum respeito pela inteligência maligna; mas nem isso é possível. São trapalhões da pior espécie, com má intenção e incompetentes. O resultado é um clima de estupefação nos mercados. Os investidores coçam as cabeças incrédulos: como pode o governo ser tão patético?
O editorial, de forma mais suave, mas com conteúdo firme, vai ao ponto:
Ao persistirem nessa prática, as autoridades econômicas não conseguirão convencer quem quer que seja da seriedade da política fiscal no Brasil. Não é por conservadorismo ou simples antipatia ao governo Dilma que as críticas à política fiscal se acumulam.
A inflação está em patamar perigoso, no topo da meta que o Banco Central tem a missão de alcançar (6,5%). O xadrez da economia mundial está passando por um momento de mudanças expressivas, com os Estados Unidos voltando a atrair capitais, enquanto a China perde fôlego.
Nesse quadro, os mercados financeiros se agitam, e as economias que estiverem em posição mais fragilizada podem sair chamuscadas. O risco de a inflação fugir ao controle, em tal conjuntura, não é desprezível, por pressão da desvalorização da moeda nacional. E isso sem que o país consiga sair da armadilha do baixo crescimento.
É uma questão tão séria que o Banco Central resolveu adotar, internamente para avaliação dos rumos da economia, uma metodologia que acompanha a evolução das receitas e despesas do setor público sem levar em contar essas receitas e despesas extraordinárias, incluindo as resultantes da "contabilidade criativa". Fica difícil entender porque o governo insiste em dar tantos tiros no pé.
Até quando esse governo vai insistir nessa malandragem infantil? Só vai parar quando a economia afundar de vez? Essa contabilidade não tem nada de "criativa"; ela é velha conhecida de todos, e ao insistir nela, o governo grita ao mundo que não tem condições ou maturidade para lidar com a situação crítica em que vive o país.
Serra defende união da oposição
Posted: 03 Jul 2013 04:27 AM PDT
Rodrigo Constantino
Ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) concedeu entrevista ao GLOBO. Ele defende um entendimento entre as oposições. "Com uma ou mais candidaturas, nós temos que trabalhar por essa unidade. Isso é muito importante para o Brasil", diz Serra.
Segue trecho importante:
O senhor acredita que o ex-presidente Lula poderá ser o candidato do PT em 2014?
O PT não quer perder o poder e eles vão fazer de tudo para não perder. Se eles acharem que a Dilma não tem chance, eu não tenho dúvida de que porão Lula.
E o senhor, quer concorrer em 2014?
A gente não deve especular agora em torno de questão eleitoral. Fui crítico da antecipação da campanha eleitoral. Isso fez mal para o Brasil. Os fatos mostraram que eu estava certo. Este é o momento para procurar soluções. Para procurar ajudar o país a sair dessa situação, não é o momento para discutir ou recolocar assunto de campanha eleitoral.
Mas há chance de o senhor ser candidato em 2014?
Aposentar da vida pública, eu não vou aposentar. Eu sou contra aposentadoria prematura. Mas, exatamente, que candidatura? O que disputar e etc? É coisa que vem depois.
O senhor acredita que a candidatura do senador Aécio Neves pelo PSDB é fato consumado?
É uma questão que está posta dentro do PSDB. Mas, como eu digo, realmente, o importante agora é nos concentrarmos na questão atual, os impasses que o Brasil está vivendo. As coisas estão mudando muito no Brasil. Se você olhasse o dia de hoje com uma lente, uma bola de cristal, de ontem, ele seria irreconhecível. Eu acho que o dia de amanhã será irreconhecível com uma bola de cristal de hoje. As coisas estão mudando muito no Brasil. Eu acho que, realmente, não convém tocar para diante o debate eleitoral agora.
Já pensou? Lula x Serra em 2014? Não! Essa seria a forma mais fácil de o PT continuar no poder! José Serra fala em união da "oposição" (vamos aceitar que PSDB, Eduardo Campos e Marina Silva são oposição), mas todos sabem que ele, o próprio Serra, com seu "estilo trator", tem sido um dos obstáculos a esta união, dentro do próprio PSDB! Serra não desiste de seu sonho de ser Presidente da República, e essa obsessão pode nos custar caro, uma vez mais.
Na coluna de Ilimar Franco, consta: Vem aí o "Volta Serra": O PPS delirou com pesquisa nacional do Instituto Paraná Pesquisas. Nela, José Serra tem 21,7% e Aécio Neves, 15,4%. O líder Rubens Bueno (PR) proclamou: "Marina Silva e José Serra são, hoje, os dois nomes mais fortes da oposição".
Triste quadro. É natural que Serra tenha mais intenção de voto na pesquisa que Aécio. Afinal, ele é mais conhecido, já foi candidato em campanha nacional, tem mais "recall" (e muito mais rejeição também). Mas está na hora de Serra mostrar humildade, um verdadeiro espírito público, e não criar obstáculos a Aécio, não se tornar uma oposição dentro da "oposição". A alternativa ao PT precisa de união sim. Faça sua parte, Serra!
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