terça-feira, 22 de outubro de 2013

[Catolicos a Caminho] LIBERDADE E RESPONSABILIDADE Som !

 












LIBERDADE
E RESPONSABILIDADE !





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A Liturgia da Palavra de hoje – 23 de Outubro – C – apela ao sentido da Liberdade e da Responsabilidade :

-"A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado muito se lhr pedirá".(Lc. 1248).

É, portanto um sentido de Liberdade a que deve corresponder um dever de Responsabilidade.

Por esta expressão de Liberdade se pode entender uma série de atitudes humanas que podem ir desde a possibilidade de agir até ao abuso das próprias determinações (liberdades ou atrevimentos).

Por definição a Liberdade é a condição do ser que pode agir livremente, isto é, consoante as leis da sua natureza (queda livre), da sua fantasia (tempo livre), da sua vontade (decisão livre); o poder ou direito de agir sem coerção ou impedimento ; poder de se determinar a si mesmo, em plena consciência e após reflexão, e também independentemente das forças interiores de ordem racional.

Há, portanto, várias espécies de Liberdade :

l)- Liberdade transcendental que é a propriedade fundamental das pessoas humanas para declararem que estão "sobre e acima" de outras entidades, e são capazes de julgar e avaliar outras entidades, a partir do seu ponto de vista.

Neste aspecto o conceito cristão de Liberdade social é indivisível, simultaneamente espontâneo e movido pela decisão.

2)- Há uma Liberdade ou direito de se não escravizar a certas coisas, como a pobreza e a ignorância.

3)- Há a Liberdade de cada um desenvolver as suas próprias potencialidades segundo os seus meios e dentro dos seus próprios condicionamentos humanos e sociais.

O Catolicismo sempre defendeu a Liberdade radical do homem, uma Liberdade tão extensa e profunda que o torna capaz até de rejeitar os dons da graça divina e o perdão.

Como resultado deste profundo respeito pela Liberdade, a fé católica aceita a Liberdade política, social e económica como um valor moral de alto significado.

O pensamento católico de Liberdade é diferente porque a considera como uma potencialidade ordenada, capaz de promover o bem-estar e a boa ordem da comunidade.

A fé católica dá também à Liberdade uma dimensão religiosa, pela qual alguém se torna capaz de responder às iniciativas divinas.

Nos tempos modernos, este profundo respeito pela Liberdade tem sido concretamente manifestado, pelo que o Catolicismo se tem tornado o maior defensor da Liberdade humana em oposição às tiranias do Marxismo e do Capitalismo do Terceiro Mundo.

O Concílio Vaticano II na sua Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo actual. Diz :

- Todos estes valores da dignidade humana, da comunhão fraterna e da Liberdade, fruto da natureza e do nosso trabalho, depois de os termos difundido na terra, no Espírito do Senhor e segundo o Seu mandamento, voltaremos de novo a encontrá-los, mas então purificados de qualquer mancha, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal : "reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz,".(GS 39).

Noutros Documentos conciliares, a Igreja defendeu tenazmente muitos outros Aspectos da Liberdade :

* Liberdade, como aspiração da sociedade actual. (DH.1,15; GS.6,9,13,1417). 
* Liberdade, propriedade essencial do homem. (GS.13,14).

* Grandeza da Liberdade. (GS. 17).

* Liberdade verdadeira e falsa.(DH 8).

* Direito à Liberdade e suas limitações.(DH.7;PO.9;GS.26,65).

* Relações da Liberdade com a obediência. (DH.8;GS. 43).

* Educação da Liberdade. (GE.1;DH.8;PO.6;GS.31).

* Liberdade na formação sacerdotal. (OT. 11).

Quanto ao Exercício da Liberdade, também o Concílio deu as suas orientações e normas de vida :

* Na escolha das escolas.(GE.I0;GS.62)..

* Na escolha do estado de vida.(GS.26, 52).

* Na escolha do cônjuge. (GS.29).

* No desenvolvimento económico ao serviço do homem. (GS. 65).

* Liberdade de associações operárias. (GS. 68).

* Liberdade humana e direito de propriedade. (GS.71).

* Liberdade política. (GS. 73).

* Liberdade de associação e de reunião. (GS. 73).

* Liberdade de opinião.(G5.59,62.73).

* Liberdade de voto.(GS.75,).

* Liberdade de imprensa. (IM.12).

* Liberdade da Igreja na comunidade política. (GS. 76).

* Liberdade da conversão religiosa. (DH.10;AG. 13).

* Liberdade da Igreja na sua pregação. (GS.42,76).

* Liberdade da Igreja na colação dos seus benefícios eclesiásticos. (CD. 28)

* Liberdade de opinião da Igreja.(GS.43.).

* Liberdade dos Bispos. (CD.19).

* Liberdade dos sacerdotes. (PO.15,17).

* Liberdade dos religiosos.(PC.149.

* Desejo de Liberdade absoluta, base do ateísmo sistemático. (GS.20).

* O Evangelho, garantia de Liberdade.(GS.41).

Todo o Artigo 3 do Capítulo 1º da Dignidade da Pessoa Humana, do Catecismo da Igreja Católica é sobre a Liberdade do Homem. (1730-1748), começando por dizer :

1730. - Deus criou o homem capaz de raciocinar, conferindo-lhe a dignidade duma pessoa dotada de iniciativa e de domínio dos seus próprios actos. "Deus quis deixar o homem entregue à sua própria decisão.(Sir 15,14), para que busque por si mesmo o seu Criador, e livremente aderindo a Ele", chegue à total e beatífica perfeição. (GS 17).

Quanto ao sentido da Responsabilidade ela está intimamente ligada à noção de Liberdade, à formação da consciência e ao valor dos actos humanos.

A Responsabilidade é uma constante de toda a vida humana em que o homem age sob o olhar de Deus, guiado pela sua consciência bem formada e vive no meio de outros homens, os seus irmãos, o seu semelhante, no exercido da sua Liberdade.

Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1734. - A liberdade torna o homem responsável pelos seus actos, na medida em que são voluntários. O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre os seus actos.

1735. - A imputabilidade e responsabilidade dum acto podem ser diminuídas, e até anuladas, pela ignorância, a inadvertência, a violência, o medo, os hábitos, as afeições desordenadas e outros factores psíquicos ou de carácter social.

1781. - A consciência permite assumir a responsabilidade dos actos praticados. Se o homem comete o mal, o justo juiz da consciência pode ser nele a testemunha da verdade universal do bem e, ao mesmo tempo, da maldade da sua opção individual. O veredicto do juízo da consciência continua a ser um penhor de esperança e de misericórdia. Atestando a falta cometida, lembra o perdão a pedir, o bem a praticar e a virtude a cultivar incessantemente com a graça de Deus.

Evidentemente, o sentido de Liberdade e Responsabilidade, está directa e intimamente relacionado com o sentido de Pecado e Culpabilidade, na medida em que uma Liberdade irresponsável é um atentado contra a Lei e contra a vontade de Deus.



John

Nascimento


















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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]