É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
- LITURGIA DA PALAVRA
Não vos deixarei órfãos !....
A Liturgia da Palavra deste 6º Domingo da Páscoa A, diz-nos que Jesus Ressuscitado é testemunhado pelos Cristãos que se amam.
Jesus promete o Espírito de verdade a quem observa os Seus mandamentos.
Só quem faz o que agrada ao amigo pode dizer que está verdadeiramente em comunhão com ele.
Como Cristo sempre fez o que agradava ao Pai, aceitando sem reservas o plano de salvação e executando-o com livre obediência e assim se manifestou como o «Filho bem amado», também quem crê em Cristo entra na mesma corrente de amor, porque responde à escolha e à predilecção do Pai.
O Espírito de Cristo ilumina agora os que crêem para que continuem na sua vida a atitude filial de Cristo.
Ainda não é cristão quem pratica os dez mandamentos, código elementar de comportamento moral e religioso, mas quem é fiel ao único mandamento do amor, até dar a vida em plena liberdade.
Este amor faz passar da morte para a vida.
A 1ª Leitura dos Actos dos Apóstolos, diz-nos que a presença de Pedro e João na Samaria exprime, antes de mais, a unidade profunda que deve existir entre uma Igreja local e a Igreja universal.
Mas é também a confirmação do trabalho missionário, realizado pelo diácono Filipe.
- "Filipe desceu a uma cidade da Samaria e esteve aí a pregar o Messias. (...) Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram lá Pedro e João". (1ª Leitura).
Ao imporem as suas mãos sobre os novos baptizados, os Apóstolos reconheciam, na verdade, como autêntica a proclamação da «Boa Notícia», feita por Filipe.
Ao comunicarem o Espírito Santo aos Samaritanos, completavam a sua iniciação cristã.
Aquela comunidade cristã tornava-se assim uma comunidade adulta.
O Espírito Santo recebido já no Baptismo, mas comunicado de modo especial pelos Apóstolos, ficará a actuar naquela comunidade como fonte de crescimento e princípio de unidade extensivo a toda a gente como proclama o Salmo Responsorial :
- "A Terra inteira aclame o Senhor" !
Na 2ª Leitura S. Pedro diz que à semelhança de Jesus Cristo, o cristão conhecerá muitas vezes a contradição, a calúnia e mesmo a perseguição.
Ora, nestas circunstâncias, que atitude tomar ?
Segundo S. Pedro, não pode ser outra senão a de seguir o exemplo de Cristo, o justo, o Qual sofreu a morte por todos, mas foi ressuscitado pelo Espírito.
- "Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a quem quer que seja(...) Mas que seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados, sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom proceder como discípulos de Cristo".(2ª Leitura).
Ao responder à violência com amor, o cristão não assume uma atitude passiva.
Ele não é um cobarde, nem um tímido.
Porque conhece os motivos da sua fé e as razões da sua esperança, está sempre pronto a defender a sua vida cristã.
Porque se esforça por manter uma conduta irrepreensível, não teme acusação alguma.
Contudo, está sempre disposto a aceitar o sofrimento, certo de que assim participa na obra redentora de Cristo e se torna um sinal vivo da esperança que o anima.
O Evangelho é de S. João e diz-nos que, na véspera da Sua morte, Jesus assegura àqueles que O amam que não os deixará sós, nem abandonados.
Durante o tempo da Sua ausência sensível, até ao fim dos tempos, terão, de facto, a assistência do Espírito Santo, o Espírito de verdade, que prosseguirá a obra de intercessão, de defesa, de ajuda, desenvolvida por Jesus, na Sua vida terrena, em favor dos Seus discípulos.
- «Se Me tendes amor, guardareis os Meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor, para estar sempre convosco : O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece".(Evangelho).
Através do Espírito Santo, força pessoal de Deus, Jesus continuará, indefinidamente, com os Seus.
Através do Espírito Santo, os discípulos continuarão a ser iluminados e fortificados.
O amor é também o melhor testemunho da novidade de vida trazida por Cristo, porque é de outra ordem : não só o respeito da auteridade e da liberdade dos outros, da sua dignidade de homens, mas o reconhecimento de uma fraternidade baseada na adopção filial.
Esse amor "teologal" dá uma dimensão mais profunda ao esforço, comum aos não-cristãos, de promoção e libertação do homem, de construção de um mundo justo e pacífico.
Essa lúcida fidelidade ao homem, esse esforço incansável e desinteressado, é para o cristão uma participação do amor criador de Deus, da Páscoa do Senhor.
Assim, "santifica o Senhor Deus em seu coração" e responde a quem lhe pergunta a razão da sua esperança, remetendo, para além da sua pessoa, Àquele que é fonte de amor.
O amor dos cristãos dá testemunho de Cristo ressuscitado, de dois modos.
- Primeiramente, o amor dos cristãos entre si.
"Vede como se amam", diziam os pagãos sobre os primeiros cristãos.
Hoje, os novos pagãos, pós-cristãos, poderão dizer o mesmo ao olhar para as nossas relações pessoais ?
Ou o nosso comportamento só levará a menosprezar e a desconfiar do cristianismo e da sua insistência sobe o amor ?
Certamente falamos demais de amor, fazendo dele quase um género literário; mas não o vivemos sinceramente entre nós, divididos como somos por preconceitos, sectarismo e guetos diversos.
- Em segundo lugar, o amor dos cristãos pelo mundo.
Em cada época da história, a Igreja é chamada a dar uma contribução específica.
Nos séculos passados empenhou-se em salvaguardar e difundir a cultura, entregou-se às obras de assistência em benefício dos pobres e indigentes, fundou hospitais, cuidou da instrução do povo e criou os primeiros serviços sociais.
Hoje tudo isso é em geral assumido pelo Estado, e a obra que a Igreja ofereceu durante séculos tende a terminar.
O Estado deve preocupar-se com a difusão da cultura, com a instrução, com a escola, com a assistência e com todo o tipo de serviço social.
Liberada dessas tarefas, cabe agora à Igreja oferecer à humanidade a sua contribuição original e única : o sentido e o valor construtivo do amor.
E, guardando religiosamente o mandamento do amor, cresceremos na unidade e viveremos sempre em comunhão com o Pai e o Filho na intimidade do plano da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
687. - «Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus»(1 Cor.2,11). Ora, o seu Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva; mas não Se diz a Si próprio. Aquele que «falou pelos profetas» faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-l'O na fé. O espírito de Verdade, que nos «revela» Cristo, «não fala de Si próprio»(Jo.16,13). Tal apagamento, propriamente divino, explica porque é que «o mundo não O pode receber, porque não O vê nem O conhece», enquanto aqueles que crêem em Cristo O conhecem, porque habita com eles e está neles.(Jo.14,17).
- Se Me tendes amor guardareis E Eu pedirei ao Pai , que vos dará
- Os Meus Mandamentos. Um Defensor.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]