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    quinta-feira, 24 de maio de 2012

    Greve no Metrô — A direção do Sindicato dos Metroviários e quem pertence a qual partido. Ou: O PT dançando na boquinha do caos


    Blogs e Colunistas
    Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
    24/05/2012
    às 19:31

    Greve no Metrô — A direção do Sindicato dos Metroviários e quem pertence a qual partido. Ou: O PT dançando na boquinha do caos

    Publiquei ontem um post afirmando que a direção do Sindicato dos Metroviários é comandada por uma parceria entre o PSTU e o PSOL. Aí começaram a chover protestos e desmentidos, com ofensas várias, como de hábito. Eu estaria mentindo. É? Vamos ver!
    Antes que avance, uma observação. Eu não afirmei que é ilegal ser sindicalista e ter filiação partidária. Eu afirmei, e sustento, que é asqueroso atrapalhar a vida de milhões de pessoas só para impor uma pauta partidária em ano eleitoral.
    Ah, então eu estaria mentindo quantas às filiações? Bem, resta pegar a lista pública dos partidos e confrontar com a direção do sindicato. O resultado é este:
    1. Altino de Melo Prazeres Júnior - Presidente - PSTU
    2. Sérgio Renato da Silva Magalhães (Carioca) - Vice-presidente: PSOL
    3. Paulo Roberto Veneziani Pasin - Secretário Geral - PSTU/PSOL (aparece nas duas listas)
    4. Alexandre Carvalho Leme - Secretaria de Relações Intersindicais - PSTU
    5. Ciro Moraes dos Santos - Secretaria de Imprensa e Comunicação - PSOL
    6. Marisa dos Santos Mendes - Secretaria de Assuntos da situação da Mulher - PSTU
    7. Raimundo Borges Cordeiro de Almeida Filho - Secretaria de Organização - PC do B
    8. Ronaldo Campos de Oliveira (Pezão) - Secretaria de Formação Sindical - PSOL
    9. Vânia Maria Gonçalves - Secretaria de Assuntos da Discriminação Racial - PSOL
    10. José Carlos dos Santos - Secretaria de Finanças - (como é um nome muito comum, aparecem vários nas listas de filiados do PSTU, PCdoB, PSOL e PT). Não dá para saber se um deles é o do sindicato.
    Não foram encontrados nas listas de filiação:
    1. Antonio Takahashi - Secretaria de Assuntos Jurídicos
    2. Carlos Estevam Santa Cruz (Chacal) - Secretaria de Assuntos Previdenciários
    3. Fernanda Valeska Barbosa Cavalcante - Secretaria de Assuntos Socioeconômicos e Tecnológicos
    4. José Alexandre Roldan Rodrigues - Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura
    5. José Ivan Spinardi - Secretaria de Assuntos de Saúde e Condições de Trabalho
    6. Messias Justino dos Santos - Secretaria de Administração, Patrimônio e Pessoal
    7. Narciso Fernandes Soares - Secretaria de Políticas Sociais
    Voltei
    É isso aí. Não resta dúvida sobre quem está no comando. Ontem, Altino de Melo Prazeres Júnior concedeu entrevistas afirmando que não era filiado a partido nenhum. Seria um homônimo seu o da lista do PSTU, mesmo com esse nome nem tão comum assim?
    Reitero: ter filiação política não é crime. Parar a cidade para atender aos ditames do partido, entendo, é crime moral, quando menos. Desrespeitar decisão da justiça, aí já é crime em sentido literal.
    PT na boquinha do caos
    O PT já tinha marcado para hoje, na esperança de que a greve durasse mais tempo, um encontro setorial para debater justamente a suposta falta de investimento em Metrô. Funciona assim: a extrema esquerda faz o serviço sujo, e os petistas entram faturando com a “reflexão”…
    Petista fazendo digressões sobre Metrô é piada de cínicos. À frente da cidade, Marta não investiu um centavo na área — zero! As administrações petistas ou da base aliada Brasil afora ignoraram a questão. Tanto é assim que investimentos em metrô são feitos, e de maneira muito pouco ousada, pelo governo federal. No momento, o serviço está em greve em cinco capitais.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 19:11

    De volta

    Demorei um pouco para voltar porque estava cuidando aqui de algumas coisas, à sua maneira, deliciosas, que ajudam a botar certas histórias e certas reputações em seu devido lugar. Amanhã cedo, vocês vão se esbaldar. Verão que agora colaboro com a “Comissão da Verdade”, hehe. A madrugada será longa e produtiva. Ao próximo post, em instantes.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 16:56

    A imprensa e a qualidade dos heróis de ontem e de hoje

    O sociólogo Demétrio Magnoli escreve no Estadão e no Globo de hoje um artigo que merece ser lido, pensado, debatido. Fez a síntese perfeita destes dias — e de dias passados.
    Os bons companheirosDe “caçador de marajás” Fernando Collor transfigurou-se em caçador de jornalistas. Na CPI do Cachoeira seu alvo é Policarpo Jr., da revista Veja, a quem acusa de se associar ao contraventor “para obter informações e lhe prestar favores de toda ordem”. Collor calunia, covardemente protegido pela cápsula da imunidade parlamentar. Os áudios das investigações policiais circulam entre políticos e jornalistas — e quase tudo se encontra na internet. Eles atestam que o jornalista não intercambiou favores com Cachoeira. A relação entre os dois era, exclusivamente, de jornalista e fonte —algo, aliás, registrado pelo delegado que conduziu as investigações.

    Jornalistas obtêm informações de inúmeras fontes, inclusive de criminosos. Seu dever é publicar as notícias verdadeiras de interesse público. Criminosos passam informações — verdadeiras ou falsas — com a finalidade de atingir inimigos, que muitas vezes também são bandidos. O jornalismo não tem o direito de oferecer nada às fontes, exceto o sigilo, assegurado pela lei. Mas não tem, também, o direito de sonegar ao público notícias relevantes, mesmo que sua divulgação seja do interesse circunstancial de uma facção criminosa.
    Os áudios em circulação comprovam que Policarpo Jr. seguiu rigorosamente os critérios da ética jornalística. Informações vazadas por fontes diversas, até mesmo pela quadrilha de Cachoeira, expuseram escândalos reais de corrupção na esfera federal. Dilma Rousseff demitiu ministros com base nessas notícias, atendendo ao interesse público. A revista em que trabalha o jornalista foi a primeira a publicar as notícias sobre a associação criminosa entre Demóstenes Torres e a quadrilha de Cachoeira — uma prova suplementar de que não havia conluio com a fonte. Quando Collor calunia Policarpo Jr., age sob o impulso da mola da vingança: duas décadas depois da renúncia desonrosa, pretende ferir a imprensa que revelou à sociedade a podridão de seu governo.
    A vingança, porém, não é tudo. O senador almeja concluir sua reinvenção política inscrevendo-se no sistema de poder do lulopetismo. Na CPI opera como porta-voz de José Dirceu, cujo blog difunde a calúnia contra o jornalista. Às vésperas do julgamento do caso do mensalão, o réu principal, definido pelo procurador-geral da República como “chefe da quadrilha”, engaja-se na tentativa de desqualificar a imprensa — e, com ela, as informações que o incriminam.
    O mensalão, porém, não é tudo. A sujeição da imprensa ao poder político entrou no radar de Lula justamente após a crise que abalou seu primeiro mandato. Franklin Martins foi alçado à chefia do Ministério das Comunicações para articular a criação de uma imprensa chapa-branca e, paralelamente, erguer o edifício do “controle social da mídia”. A sucessão, contudo, representou uma descontinuidade parcial, que se traduziu pelo afastamento de Martins e pela renúncia ao ensaio de cerceamento da imprensa. Dirceu não admitiu a derrota, persistindo numa campanha que encontra eco em correntes do PT e mobiliza jornalistas financiados por empresas estatais. Policarpo Jr. ocupa, no momento, o lugar de alvo casual da artilharia dirigida contra a liberdade de informar.
    No jogo da calúnia, um papel instrumental é desempenhado pela revista Carta Capital. A publicação noticiou falsamente que Policarpo Jr. teria feito “200 ligações” telefônicas para Cachoeira. Em princípio, nada haveria de errado nisso, pois a ética nas relações de jornalistas com fontes não pode ser medida pela quantidade de contatos. Entretanto, por si mesmo, o número cumpria a função de arar o terreno da suspeita, preparando a etapa do plantio da acusação, a ser realizado pela palavra sem freios de Collor. Os áudios, entretanto, evidenciaram a magnitude da mentira: o jornalista trocou duas — não 200 — ligações com sua fonte.
    A revista não se circunscreveu à mentira factual. Um editorial, assinado por Mino Carta, classificou a suposta “parceria Cachoeira-Policarpo Jr.” como “bandidagem em comum”. Editoriais de Mino Carta formam um capítulo sombrio do jornalismo brasileiro. Nos anos seguintes ao AI-5, o atual diretor de redação da Carta Capital ocupava o cargo de editor de Veja, a publicação em que hoje trabalha o alvo de suas falsas denúncias. Os editoriais com a sua assinatura eram peças de louvação da ditadura militar e da guerra suja conduzida nos calabouços. Um deles, de 4 de fevereiro de 1970, consagrava-se ao elogio da “eficiência” da Operação Bandeirante (Oban), braço paramilitar do aparelho de inteligência e tortura do regime, cuja atuação “tranquilizava o povo”. O material documental está disponível no blog do jornalista Fábio Pannunzio (http://www.pannunzio.com.br/), sob a rubrica Quem foi quem na ditadura.
    Na Veja de então, sob a orientação de Carta, trabalhava o editor de Economia Paulo Henrique Amorim. A cooperação entre os cortesãos do regime militar renovou-se, décadas depois, pela adesão de ambos ao lulismo. Hoje Amorim faz de seu blog uma caixa de ressonância da calúnia de Carta dirigida a Policarpo Jr. O fato teria apenas relevância jurídica se o blog não fosse financiado por empresas estatais: nos últimos três anos, tais fontes públicas transferiram bem mais de R$ 1 milhão para a página eletrônica, distribuídos entre a Caixa Econômica Federal (R$ 833 mil), o Banco do Brasil (R$ 147 mil), os Correios (R$ 120 mil) e a Petrobrás (que, violando a Lei da Transparência, se recusa a prestar a informação).
    Dilma não deu curso à estratégia de ataque à liberdade de imprensa organizada no segundo mandato de Lula. Mas, como se evidencia pelo patrocínio estatal da calúnia contra Policarpo Jr., a presidente não controla as rédeas de seu governo — ao menos no que concerne aos interesses vitais de Dirceu. A trama dos bons companheiros revela a existência de um governo paralelo, que ninguém elegeu.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 16:40

    Dilma deve frustrar os pilotos de pterodáctilos e vetar apenas pontos do Código Florestal; vamos ver quais. Ou: “Veta, Dilma” é sinônimo de “Fome, Dilma!” Ou: Os pobres que se danem! Vamos salvar o planeta!

    Não há, e eu vou repetir isso quantas vezes se fizer necessário porque é verdade, nada de “ambientalmente incorreto” no novo Código Florestal. A afirmação é coisa dos cavaleiros do apocalipse de Marina Silva e de ongueiros em geral, financiados por um setor muito atuante do novo capitalismo: o das chamadas energias alternativas. Não obstante, a pressão política é grande, e os petistas vivem com os ditos movimentos sociais uma relação, digamos, dialética: deve-lhes uma espécie de vassalagem moral e os instrumentaliza contra adversários quando necessário. É bem verdade que chamar os ecologistas pançudos — que imaginam que comida nasce nas gôndolas do Pão de Açúcar — de “movimento social” é uma licença e tanto…
    Muito bem! Não há nada de errado com o código. Pra começo de conversa, é mentira que haja lá anistia para desmatadores. Se a presidente Dilma Rousseff fizer o que eles pedem — e é bom lembrar que ela não pode fazer tudo sozinha nessa área —, 33 milhões de hectares hoje destinados à produção vão virar mato. Em artigo recente na Folha, a senador Kátia Abreu (PSD-TO), também presidente da CNA, escreveu:
    “Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país? Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental. Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor. Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.”
    “Como? Você recorre a dados levantados por uma liderança do setor agrícola?” Sim!!!  Sabem o que é fabuloso? Ninguém se atreve a contestar os números. Faz-se de conta que eles não existem. Até parece que o novo código não manterá o país no primeiro lugar no ranking da conservação da vegetação original.  61% do território brasileiro segue e seguirá intocado. Que outro país do mundo oferece tanto à conservação?
    “Veta, Dilma!”; “Fome, Dilma!”
    A turma que hoje grita “Veta, Dilma” está pedindo, na prática, “Fome, Dilma!”, “Comida mais cara, Dilma”, “Menos produção, Dilma!”. Ora, vamos ver como anda o mundo — e espero que a presidente não acredite na fantasia de palanque de que o país está “300% preparado para a crise”. Não está.
    Vamos ver. A economia chinesa está em desaceleração clara — o que significa um tombo em boa parte das commodities brasileiras. A Europa está em transe. Não se conhecem os efeitos exatos do desastre da Grécia, mas, se o país realmente abandonar a Zona do Euro, a turbulência não será pequena. Os EUA já receberam sinal de alerta de uma possível recessão em 2013. “300% preparados para a crise?” Não! 300% envolvidos na crise — 100% para cada um desses fatores…
    A economia já está emperrada. O pacote incentivando o consumo, considerado temerário e irresponsável por 11 entre 10 economistas (o próximo a se inteirar do assunto endossará os outros 10), tenta criar mais uma bolha de consumo para atravessar dias difíceis… A equação está desandando. Há gente influente a afirmar que o Brasil já viveu o seu auge; teria iniciado a trajetória de declínio — sem que tenha aproveitado a bonança para fazer as reformas necessárias…
    É nesse cenário que esses irresponsáveis vêm propor um tombo na produção agropecuária brasileira para que o país possa fazer bonito na “Rio+20″, dando provas de bom comportamento no tribunal dos países industrializados? Ah, tenham a santa paciência! Fosse o Código Florestal um vale-tudo em favor da produção, vá lá! Mas essa é uma mentira escandalosa.
    Dilma vai vetar, sim
    Dilma vai vetar, sim, pontos do Código Florestal. Vamos ver quais. Segundo apurou este blog, e espero que as fontes estejam certas, não deixará as coisas como estão porque seu partido, afinal, deve vassalagem moral ao onguismo nacional e internacional. Mas também ficará distante do que pedem os malucos financiados.  O país fatalmente perderá área de produção para “as florestas” — o que é de um absurdo sem-par! —, mas não será o desastre que aquela turma do miolo mole e os pilantras cheios da grana reivindicam.
    A presidente está tomando o cuidado, ao menos, de ouvir todos os setores envolvidos, também os da produção. Informações não lhe faltam. Se fará ou não a coisa certa, aí vamos ver. Michel Temer, vice-presidente, confirmou nesta quinta que, conforme o esperado, haverá vetos. Mas, tudo indica, a expectativa dos pilotos de pterodáctilos — “veta tudo” — não se cumprirá.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 15:51

    O silêncio dos arapongas — “Foi a primeira vez que vi um silêncio absoluto dado pela voz de comando da quadrilha”, afirma Kátia Abreu

    Por Laryssa Borges, na VEJA Online:
    Confirmando a estratégia jurídica de permanecer em silêncio para evitar a autoincriminação, os arapongas Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, e Jairo Martins de Sousa optaram por não responder as perguntas dos parlamentares naquele que seria o depoimento deles à CPI do Cachoeira, no Congresso Nacional. “Foi a primeira vez que vi um silêncio absoluto dado pela voz de comando da quadrilha”, ironizou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). “Carlinho Cachoeira é um chefe de quadrilha eficiente”.
    No início da sessão da comissão de inquérito, após acordo costurado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deputados e senadores aprovaram requerimento do senador Pedro Taques (PDT-MT) para que fossem finalizados antecipadamente os depoimentos daqueles que não quisessem falar à comissão. “Na reunião passada da CPI, Carlinhos Cachoeira exerceu o direito constitucional ao silêncio. O processo legal da CPI foi cumprido. Não podemos transformar essa CPI em um circo”, opinou Taques ao defender a dispensa dos depoentes.
    Antes daquele que poderia ser o depoimento de Dadá, o advogado Leonardo Gagno, que integra a defesa do araponga, disse que são ilegais as interceptações telefônicas em que aparecem o ex-sargento da Aeronáutica. Dadá é especialista em gravações e, na organização de Carlinhos Cachoeira, seria uma espécie de coordenador da área de inteligência, recebendo pelas informações que Cachoeira queria saber.
    “As interceptações telefônicas são ilegais, sem fundamento e também o inquérito da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, teve origem a partir de uma denúncia anônima”, opinou Gagno. “A principal estratégia da defesa é para anular as provas. Se anularmos as escutas, todas as provas derivadas dele também ficam contaminadas, como uma fruta em uma árvore envenenada”, explicou o advogado, que negou que Dadá tivesse acesso privilegiado à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
    “Dadá só abastecia Cachoeira com informações e recebia por isso. É uma atividade lícita”, resumiu a defesa. “Ele não tem condição nenhuma de fazer grampos telefônicos. Nunca foram da arapongagem. Isso foi uma alcunha que criaram para eles”. Gagno também é advogado de Jairo Martins e disse que o araponga, que também se recusou a responder às perguntas da CPI, era contratado para apurar, a pedido de Cachoeira, reportagens e informações.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 15:37

    Delegado da PF que investigou o mensalão em mensagem a este blog: “Reinaldo, a PF é um órgão do Estado, não do governo; pode confiar”

    Escrevi um post ontem em que afirmo que, na média, no Brasil, os grampos substituem a investigação e que alguns larápios acabam se dando bem na Justiça em razão da falta de provas consistentes, embora os saibamos… larápios. Luiz Flávio Zampronha, delegado da Polícia Federal, contesta essa minha afirmação em comentário enviado ao blog, que reproduzo abaixo, na íntegra. Zampronha foi o delegado que investigou o mensalão. Ele encerra sua mensagem afirmando: “Reinaldo, a Polícia Federal busca fazer seu trabalho da melhor forma possível. Não se trata de órgão de governo, mas de Estado, pode confiar”.
    Agradeço a colaboração do delegado — que, de fato, sempre me pareceu empenhado em fazer corretamente o seu trabalho — e fico satisfeito por tê-lo entre os leitores. Segue a íntegra de seu comentário.
    Como vocês sabem, a divergência, neste blog, desde que civilizada, como é o caso, é não só aceitável como bem-vinda. É parte deste trabalho.
    *
    Reinaldo,
    Várias provas foram produzidas durante as investigações realizadas pela PF no âmbito da Operação Monte Carlos, além das interceptações telefônicas realizadas com ordem judicial e supervisionadas pelo Ministério Público Federal.
    Dentre elas, podem-se citar diversas filmagens (vídeos) de fatos mencionados nos áudios, tais como encontros, reuniões, salas de jogos em funcionamento etc. Entretanto, destaca-se no conjunto probatório o rastreamento do dinheiro movimentado pelos investigados, tendo por base o afastamento do sigilo bancário concedido pela Justiça (prova material), quando foi possível verificar a movimentação de recursos em contas de empresas de fachada (fictícias) sem qualquer relação com operações comerciais normais.
    Do mesmo modo, nas diversas buscas e apreensões realizadas, foi recolhida documentação probatória dos fatos em investigação.
    A interceptação telefônica é uma técnica de investigação mundialmente consagrada, sendo, na verdade, indispensável quando a polícia se depara com crimes que ocorrem em lugares fechados, tais como gabinetes de empresas, e nos quais os mentores dificilmente se envolvem pessoalmente na execução dos atos, mas apenas repassando ordens e comandos para seus subordinados.
    Reinaldo, a Polícia Federal busca fazer seu trabalho da melhor forma possível, não se trata de órgão de Governo, mas de Estado, pode confiar.
    Luiz Flávio Zampronha
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 6:45

    LEIAM ABAIXO

    Eis as universidades federais criadas pelo ApeDELTA, que ganha títulos de “Doutor Honoris Causa” a baciadas. Chegou a hora de fazer um raio-x do grande milagre. Ou: Acorda para a realidade, oposição!;
    Greve no metrô — Esquerdas não têm a menor vergonha de levar a cidade ao caos e de punir os trabalhadores. Enquanto milhões sofriam nas ruas, elas comemoravam;
    Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer “kit gay” nas escolas e travestis dando aula;
    Ameaça põe em alerta Consulado de Israel em SP; Hezbollah teria planejado um atentado com apoio do Irã;
    Fim de sigilo da Delta põe PT e PMDB em crise;
    Novo alvo da CPI, Delta nacional levou R$ 718,2 mi dos estados; diretores da empresa tinha procuração para movimentar contas nacionais;
    Aliados de Cachoeira também devem ficar de bico calado na CPI;
    Governo fez liberação atípica de verba no dia de “acordão” na CPI;
    Pô, Marquinho, já acabou! Manda…;
    Ao menos esse inferno sobre a minha cabeça…;
    Em explicações enviadas à CPI, procurador-geral diz que sua atuação colaborou para que PF desvendasse esquema criminoso;
    A Lei da Anistia e a arenga de sempre: Justiça Federal rejeita ação contra coronel Brilhante Ustra;
    Abaixo os helicópteros! No bom sentido!;
    Mercadante recorre à metáfora do parto para justificar infraestrutura precária das universidades federais, a herança maldita de Haddad;
    Lula, o prisioneiro do ressentimento;
    O racialismo faz uma leitura fascitoide de McLuhan, aquele de “o meio é a mensagem”. Ou: Neymar, Alexandre Pires e Mr. Catra não são racistas!!!;
    População repudia greve política, e metroviários põem fim à paralisação; 41% das obras da Copa de 2014 nem sequer saíram do papel;
    O jornalismo que não usa lenço na cabeça nem venda nos olhos;
    Precisamos estatizar o Brasil, que foi privatizado pelo PT;
    Metrô: População de SP repudia greve absurda, abusiva e escancaradamente política. Governo de SP tem de divulgar os salários do Metrô; população paga a conta e o pato e tem o direito de saber. Vamos ver onde estão os “oprimidos”;
    A CPI, Cachoeira e a Delta. Ou: A Polícia Federal brasileira, herança de Márcio Thomaz Bastos, grampeia demais e investiga de menos. Melhor para os bandidos!;
    Os petistas como policiais da Internet. Ou: PT não é como colesterol e não tem versão HDL. Ou: Expulse o homem-partido de sua praia;
    Márcio Thomaz Bastos. Nunca antes na história das democracias houve alguém como ele. É um ser único no mundo democrático;
    O esquivo e o pensador

    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 5:48

    Eis as universidades federais criadas pelo ApeDELTA, que ganha títulos de “Doutor Honoris Causa” a baciadas. Chegou a hora de fazer um raio-x do grande milagre. Ou: Acorda para a realidade, oposição!

    Quando Luiz Inácio ApeDELTA da Silva recebeu uma baciada de títulos de Doutor Honoris Causa — de todas as universidades públicas do Rio —, fez um discurso escandalosamente mentiroso. Apontei aqui as suas falácias. Entre outras indelicadezas com a verdade, multiplicou por dois o número de universitários do país. Há alguns anos, tenho escrito que em poucas áreas se mente com tanta desenvoltura como no ensino superior — justamente o setor que, em tese, concentra a elite intelectual do país. Como isso é possível? Ora, as nossas universidades, especialmente nos cursos de humanidades, reúnem mais comunistas do que Pequim, Pyongyang e Havana juntas… Dominam o aparelho universitário e ajudam a levar a farsa adiante.
    Muito bem! Uma das grandes obras de Fernando Gugu Haddad, sob os auspícios do ApeDELTA, seria a gigantesca expansão das universidades federais. Há muita pilantragem na conta, é verdade, mas é fato que algumas instituições foram criadas. Em quais condições, no entanto, elas operam? Vejam este vídeo sobre o campus Rio Paranaíba, da Universidade Federal de Viçosa. Volto depois:
    Voltei
    Eis aí. Inaugurou-se um novo campus da Universidade Federal de Viçosa (que Lula conta como uma nova instituição) sem acesso por asfalto, sem iluminação e esgoto tratado — na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Garanhuns, a, perdoem-me a crueza, merda corre a céu aberto. Os depoimentos também deixam evidente a carência na estruturação técnica do corpo docente.
    Nessas horas, o que tende a dizer o lulo-petismo? “Ah, não havia nada lá. Ao menos nós fizemos alguma coisa!” Foi mais ou menos esse o sentido das declarações de Aloizio Mercadante (ver posts abaixo), que substituiu Haddad. Para ele, essa infraestrutura deficiente é só a “dor do parto”. Qualquer pessoa do mundo chamaria de desleixo e falta de planejamento.
    A greve
    Estão em greve 70% das universidades federais do país. O assunto quase não é notícia. No ano passado, os institutos federais de ensino (também os de nível técnico) ficaram parados quase cinco meses. Poucos se interessavam pelo assunto. Por quê? Fácil de responder. Porque são os intelectuais e as ONGs petistas que hoje pautam boa parte dos veículos de comunicação. O partido também é majoritário nas associações e sindicatos de professores. Se os pelegos petistas não conseguiram impedir o movimento, é porque a situação, com efeito, não é das melhores — embora eu insista que a greve, nesses casos, prejudica, na verdade, os alunos. Servidores públicos deveriam pensar meios simbólicos de fazer seu protesto chegar à sociedade. Bem, essa é outra questão. Volto ao ponto.
    As mentiras da era Lula-Haddad começam a chegar ao grande público. Aos poucos, estamos vendo como se fez a propalada expansão do ensino superior federal. Uma aluna de veterinária da Universidade Federal do Tocantins me manda a seguinte mensagem:
    “O problema de infraestrutura é grave. No meu curso de Medicina Veterinária, a gente tem muitos problemas com aula prática. Como pode um estudante de veterinária sem aula prática de anatomia, radiologia, citologia e por aí vai? O governo abre cursos e não dá condição nenhuma de o professor ensinar e de o aluno aprender. E a gente é obrigado a ouvir essa ladainha desses políticos! É revoltante!!!!”
    Henrique, um professor, escreve:
    “Sou professor de um curso criado pelo REUNI e sou testemunha da falta de planejamento e do descaso na criação de cursos. A Universidade criou o curso sem ter a infraestrutura e os professores necessários. Temos mais professores contratados do que efetivos (concursados), e não há perspectiva de novas vagas. Não temos laboratórios, e a primeira turma irá se formar sem nunca ter feito práticas básicas da área. A seleção exclusivamente feita pelo ENEM não seleciona. Nossos alunos entram sem saber resolver uma mísera equação de 1º grau, e a taxa de reprovação é alta, levando ao abandono. Mas, na propaganda do governo, tudo parece perfeito. Só olhando de perto para ver o quanto se festeja uma mentira.”
    A leitora Vera L. informa:
    O retrato do Hospital do Fundão, ligado à UFRJ, é o retrato do governo do PT. Os médicos residentes andam à cata de pacientes para poderem ESTUDAR! A UFRJ abriu uma faculdade de medicina em Macaé SEM hospital de referência para os alunos que serão futuros médicos! Agora, eles vêm de Macaé para o Hospital do Fundão, onde há falta de TUDO, principalmente de pacientes, por falta de infraestrutura. As universidades federais do governo do PT só existem funcionando nas PROPAGANDAS do MEC a PREÇO DE OURO, PAGAS com NOSSO DINHEIRO. Lá TUDO funciona.
    Os Hospitais Federais do RJ NUNCA antes tão precários. Há uns 10 anos, todos eram referência de bom atendimento. (…) Enquanto a USP se torna uma das melhores universidades do MUNDO, as federais nas mãos do PT estão em petição de miséria. Esse é o JEITO PT de governar que ELES querem para São Paulo, com Haddad de candidato. Que Deus livre SP dessa tragédia”
    Pior: voltem lá ao vídeo do campus da Universidade Federal de Viçosa: a infraestrutura que serve à universidade entrou no radar do clientelismo, das emendas parlamentares, dos arranjos políticos…
    Se vocês tivessem estômago, valeria frequentar algumas salas de debate dos professores sindicaleiros do ensino superior… Sabem onde está localizado, para eles, o centro do mal do ensino superior do país? Acertou quem respondeu “São Paulo”, muito particularmente a USP, onde radicaloides e boçalides repetem o mantra: “Fora Rodas”. Fernando Haddad, com a competência demonstrada até aqui, é um dos que gostam de falar do suposto “autoritarismo” vigente nas universidades estaduais paulistas. Essa gente tem mesmo é um pacto contra a competência e contra a verdade.
    Os números
    No discurso dos títulos a baciadas, Lula afirmou que chegou ao governo com 6 milhões de universitários e que, hoje, eles serim 12 milhões. Mentira! Segundo o Censo Universitário, no fim de 2010, assinado por Haddad, havia 6,37 milhões de estudantes no terceiro grau — 14,7% estão na modalidade “ensino à distância”, que tem virado, no Brasil, uma “picaretância”. Disse ter criado novas universidades federais. Mentira também! Deve chegar, no máximo, à metade. Algumas “universidades novas” são campi avançados ou divisão de instituições anteriores. Em 2010, as universidades públicas brasileiras formaram 24 mil estudantes A MENOS do que em… 2004!
    As universidades federais brasileiras mais incharam do que cresceram. Lula e Haddad foram criando alguns puxadinhos e puxadões Brasil afora, sem oferecer as condições mínimas necessárias para um ensino de qualidade. As mentiras têm sido reproduzidas por aí, com base em releases distribuídos por assessorias de comunicação.
    É chegada a hora de visitar os campi dessas novas “universidades federais” criadas por Lula e Haddad e saber como funcionam. Vamos ver como estão seus laboratórios, bibliotecas e salas de aula, conhecendo também os docentes, seu regime de trabalho e sua qualificação intelectual e técnica.
    Já conhecemos os milagres de Lula. Agora só falta conhecermos a verdade.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 4:30

    Greve no metrô — Esquerdas não têm a menor vergonha de levar a cidade ao caos e de punir os trabalhadores. Enquanto milhões sofriam nas ruas, elas comemoravam

    A greve de parte dos metroviários e dos trabalhadores da CPMT, que levou o caos a São Paulo por algumas horas, demonstra a que ponto pode chegar a irresponsabilidade política de grupo de extrema esquerda e — sim, senhores! — do PT. Considerado o acordo a que se chegou, inferior ao que a Justiça havia inicialmente proposto (e sobre aquela base a empresa tentava negociar com o sindicato), resta evidente que se tratou de uma greve política, realizada em ano eleitoral. Há o caldo de cultura, e há os protagonistas.
    Comecemos por estes. O sindicato é dirigido pelo PSTU e pelo PSOL — consta que, na diretoria, há pessoas de outros partidos. Mas são esses dois que determinam o rumo da entidade. É a mesma parceria que dirige o DCE da USP, com os resultados que a gente já viu. Ocorre que a greve — que nunca houve — na universidade acaba sendo irrelevante para o funcionamento da cidade. Com os transportes, é diferente. Essa gente pode produzir, como produziu, o caos. O dano, diga-se, foi bem menor do que o perigo. Situações assim podem sair do controle.
    Incapaz de ser reconhecida pela sociedade como seu legítimo representante — o PSTU não tem representação parlamentar federal; a do PSOL é mínima —, a extrema esquerda domina alguns aparelhos sindicais e os utiliza para, literalmente, chantagear maiorias. Atua assim na USP e, como constatamos, no Metrô. Nessas entidades, é mais fácil “chegar ao poder”. Sindicatos são o que são, não importa se ligados à CUT ou a essas outras agremiações: meros aparelhos partidários, dominados por minorias. Ali, podem impor a sua vontade.
    Enquanto milhões de trabalhadoras e trabalhadores tiveram de esperar três, quatro, cinco horas para voltar às suas casas ou para chegar ao emprego, o que fazia a diretoria do Sindicato dos Metroviários? Comemorava o “sucesso” da paralisação e a alta adesão ao movimento. Um deles chegou a chamar a greve de “histórica”. PSTU e PSOL foram os protagonistas. O caldo de cultura foi dado pelos petistas.
    Lideranças do PT, a começar do pré-candidato do partido à Prefeitura, Fernando Haddad, têm se referido a um suposto “apagão” dos transportes em São Paulo — o que é balela. Há dias, discursando no Senado, Marta Suplicy (SP) chegou a comparar o acidente havido numa das linhas aos atentados terroristas de Madri e Londres. Na capital paulista, houve 49 pessoas feridas sem gravidade. Na Espanha, morreram 198; na Inglaterra, 52. Foi um discurso irresponsável. Há um óbvio esforço para jogar a população contra o metrô. Mesmo lotado como é, trata-se, de longe, do melhor e mais eficiente do Brasil.
    O curioso é que há greve de metrô em cinco capitais: Belo Horizonte e Recife (há 10 dias) e Natal, Maceió e João Pessoa (há 9). Nessas cidades, o serviço é administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que é federal. Como é ainda incipiente, pouco mais de 500 mil pessoas são afetadas — em São Paulo, de 5 milhões a 6 milhões só no metrô! No caso daquelas cidades, como a greve vai bater às portas do Palácio do Planalto, não aparece petista para se “solidarizar com os trabalhadores”.
    Volto a São Paulo
    O Ministério Público Estadual disse que vai apurar a eventual exploração política da greve. Eventual? Ela não poderia ser mais escancarada. Também quer saber por que o sindicato não cumpriu o que ordenou a Justiça do Trabalho, que determinou que 100% dos trens circulassem nos horários de pico e 85% nos demais horários.
    Pois é… Nessas coisas, eu não sou paz e amor, não! Justiça descumprida, abre-se o caminho para punições exemplares. O Metrô tem de identificar os líderes de uma prática ilegal, abusiva, e colocá-los na rua, demiti-los. Quem não honra acordos com a Justiça não pode prestar um serviço essencial à população.
    Não estivesse o país corroído pelo corporativismo, greves em setores essenciais seriam simplesmente proibidas. E pronto! Ninguém é obrigado a trabalhar numa empresa pública ou numa concessionária que prestam serviços essenciais. Assim, se quer exercer o “direito de greve”, que procure outro setor da economia.
    Houve, sim, manifestações de protesto e de revolta, mas não contra o governo do estado, como queriam os brucutus. Ela se voltou mesmo contra os grevistas. O governo, agora, tem de divulgar a folha de pagamento do Metrô. Os usuários e a sociedade têm o direito de saber se os trabalhadores da empresa vivem em tal penúria que foram levados, coitadinhos!, a ferrar a vida de milhões de paulistanos.

    PS — O PSTU é o partido que liderou a chamada “resistência” no Pinheirinho e que engabelou os moradores da área, fazendo-os crer que a desocupação — uma ordem judicial que tinha ser cumprida — não aconteceria. Se bem se lembram, o partido chegou até a treinar uma “tropa de choque” própria para enfrentar a polícia. Essa gente não tem voto, é irrelevante, mas pode ser perigosa. Os que jogaram a cidade no caos têm de ser legalmente responsabilizados.


    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:31

    Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer “kit gay” nas escolas e travestis dando aula

    Por Ricardo Chapola, no Estadão:
    Enquanto o tema homofobia vem sendo tratado com cuidado na campanha do pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, a militância gay do partido inicia uma pressão interna para a incorporação de propostas de combate à discriminação sexual na plataforma de governo do ex-ministro.
    Líderes do núcleo LGBT do PT se reunirão com Haddad hoje no diretório municipal para apresentar ideias de combate ao preconceito na capital paulista. “Nós não abriremos mão desta conduta”, garantiu Marcos de Abreu Freire, coordenador do grupo LGBT da Central Única de Trabalhadores (CUT) e pré-candidato da sigla à Câmara Municipal.
    O assunto vem sendo abordado com extrema cautela pela cúpula petista desde a polêmica do chamado o kit anti-homofobia — elaborado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Haddad e cuja distribuição em escolas foi cancelada depois de protestos de lideranças religiosas.
    Dentre as propostas que serão apresentadas hoje, o núcleo LGBT do partido pedirá que Haddad resgate e adote o projeto engavetado pela presidente Dilma Rousseff nas escolas.
    Se agregar essas demandas, Haddad terá a difícil tarefa de conciliá-las com as exigências feitas por lideranças religiosas nas costuras de eventuais alianças. “É uma questão que é possível convergir”, minimizou o chefe da coordenação da pré-campanha e presidente do PT municipal, vereador Antonio Donato. Os líderes da militância asseguram que não vão admitir que propostas sejam moeda de troca nas negociações.
    (…)
    Eixos
    As propostas pregam o combate à homofobia em cinco eixos da administração: na educação, na cultura, na saúde, no transporte e no trabalho. Em educação, por exemplo, o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay - como ficou conhecido o material do MEC. Na área da saúde, o texto sugere o uso do nome social no SUS. Freire quer ainda que a criminalização da homofobia vire bandeira da campanha.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:29

    Ameaça põe em alerta Consulado de Israel em SP; Hezbollah teria planejado um atentado com apoio do Irã

    Por Eugenio Goussinsky, no Estadão:
    O governo israelense, com base em informações sigilosas, alertou o Consulado-Geral de Israel em São Paulo para a possibilidade de um atentado do grupo extremista libanês Hezbollah na capital paulista. A representação diplomática entrou em estado de alerta.
    A informação foi dada ao Estado pelo cônsul israelense, Ilan Sztulman, que confirmou ter recebido instruções de seu governo para reforçar a segurança nos arredores do consulado e nas instituições judaicas paulistas. Ele mesmo declarou ter alterado a rotina e cancelado compromissos por motivos de segurança. “Estamos temerosos e com cautela. Tomamos medidas de precaução extrema no trabalho do consulado e de entidades da comunidade judaica”, disse ontem o diplomata, que está no cargo desde 2010.
    Sztulman afirmou que o governo brasileiro já foi informado sobre a possibilidade de um ataque terrorista e reforçou a segurança nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos.
    “Temos indícios de que o Hezbollah pretende retomar ataques na América Latina. O Brasil é um dos países que correm risco. Quando me dão o alerta, não dizem o que é exatamente. As fontes de informação são sigilosas. Recebi informações sobre um risco maior, com um pedido de providências para aumentar a segurança.”
    O andar ocupado pelo consulado, em um edifício na zona sul paulistana, está sob intensa vigilância. Para entrar no local, blindado por uma porta de vidro na entrada principal, é necessário passar por detalhada revista, que inclui a utilização de detector de metais em cada objeto pessoal - incluindo agasalhos, cinto e canetas. Não é permitido o ingresso com mochilas ou sacolas, nem mesmo na sala de segurança. Aparelhos eletrônicos ficam retidos e só podem ser retirados no momento da saída.
    Na semana passada, o jornal italiano Corriere della Sera destacou que fontes de alto escalão do governo israelense confirmaram a chegada de membros do Hezbollah, com apoio do Irã, à América do Sul. Segundo a reportagem, a Bolívia e a Colômbia seriam outros possíveis alvos.
    Para reafirmar seu temor, Sztulman lembrou os atentados nos anos 90 lançados contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixou 29 mortos, e a entidade judaica Amia, que matou 85 pessoas. Israel e EUA atribuem as ações ao Hezbollah e afirmam que o grupo recebeu apoio financeiro do Irã, que nega as acusações.
    Apesar das suspeitas do Ministério Público argentino, as investigações não foram concluídas. “Antes dos atentados também era difícil acreditar que o Irã realizaria um ataque em um país soberano”, afirmou o cônsul.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:27

    Fim de sigilo da Delta põe PT e PMDB em crise

    Por Eugênia Lopes, no Estadão:
    O PT e o PMDB estão em pé de guerra depois de o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), ter defendido a quebra do sigilo bancário da Delta Construções em nível nacional e de seu principal acionista, Fernando Cavendish. Diante da crise, Cunha optou ontem pela cautela. Mas o deputado confidenciou a correligionários que fez uma reavaliação da blindagem da empreiteira e que, diante das evidências, não tem como evitar que as investigações recaiam sobre a Delta nacional e seu proprietário.
    A decisão irritou o PMDB, em especial a ala ligada ao governador do Rio, Sérgio Cabral. Ele é amigo de Cavendish, com quem viajou para o exterior. Os peemedebistas alegam que a quebra de sigilo da Delta é uma reivindicação da oposição para tirar o foco do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, que estaria envolvido com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
    Com a provável aprovação da quebra dos sigilos da Delta, os peemedebistas estão certos de que a oposição terá munição para pedir a convocação de Cabral.
    Em represália, o PMDB passou ontem a trabalhar com a ideia de não se aliar ao PT para convocar Perillo. Dizem que é mais fácil, agora, não aprovar a convocação de nenhum dos governadores alvo de denúncias. ‘Não é nosso’. Por ora, a cúpula do PMDB tenta manter postura de distanciamento. A alegação é que Cabral nunca foi “nosso” — ou seja, do PMDB — e não haveria motivos para o partido se empenhar na sua defesa. O líder da sigla na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), avisou que não pretende trocar seus titulares na CPI — Luiz Pittman (DF) e Íris Araújo (GO). Eles prometem votar a favor da quebra do sigilo.
    Segundo integrantes da CPI, Cunha cogitou tornar a sessão de hoje em administrativa, para aprovar a quebra dos sigilos da Delta nacional e de Cavendish. O relator teria sido demovido da ideia pelo próprio PT. “Não se pode fazer uma reunião administrativa nas coxas”, disse o ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP), ao garantir que apoia a decisão de pedir a quebra dos sigilos.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:25

    Novo alvo da CPI, Delta nacional levou R$ 718,2 mi dos estados; diretores da empresa tinham procuração para movimentar contas nacionais

    Por Alfredo Junqueira, no Estadão:
    Principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e protagonista do terremoto político provocado pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, a Delta Construções também faturou alto em contratos diretos com 18 administrações estaduais. Levantamento feito pelo Estado nos bancos de dados dos governos identificou pagamentos que somam R$ 718,24 milhões no ano passado.
     O total arrecadado pela construtora nos Estados equivale a 83,3% dos R$ 862,43 milhões que a empresa faturou em obras e serviços prestados ao governo federal no mesmo período. Ou seja, somente em 2011 a Delta Construções recebeu R$ 1,58 bilhão em recursos públicos federais e estaduais.
    A capilaridade da empresa, que está presente em quase todo o País, explica a reduzida disposição inicial da CPI instaurada no Congresso Nacional de investigar as atividades da empresa para além da Região Centro-Oeste — onde o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, se estabeleceu como uma espécie de sócio oculto da construtora. Anteontem no entanto, a comissão anunciou que pretende focar todos os negócios (leia no texto na pág. A6)
    A revelação de que Cláudio Abreu e Heraldo Puccini Neto, diretores da empresa indiciados pela Operação Saint-Michel, do Ministério Público do Distrito Federal, tinham procuração para movimentar contas nacionais da construtora deve forçar a CPI a ampliar suas investigações. E os parlamentares terão farto material de análise nas administrações estaduais. Além de obras, reparos e manutenções, os tesouros estaduais também contrataram a empresa, que pertencia a Fernando Cavendish, para prestação de serviços de limpeza (R$ 92,45 milhões com o Distrito Federal) e locação de veículos para a área de segurança pública (R$ 16,54 milhões com Mato Grosso), por exemplo.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:23

    Aliados de Cachoeira também devem ficar de bico calado na CPI

    Na Folha:
    Convocados para falar hoje na CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas, o sargento da reserva da Aeronáutica, Idalberto Matias, o Dadá, e o policial Jairo Martins também ficarão calados na sessão no Congresso. Ambos são apontados pela Polícia Federal como assessores diretos do empresário preso por suspeita de exploração ilegal de jogos, lavagem de dinheiro e corrupção. Eles agiam como arapongas a serviço de Cachoeira, de acordo com as investigações da PF.
    A defesa protocolou um pedido à presidência da CPI, que garantiu o direito deles de ficarem calados. Os advogados argumentam que os clientes não podem produzir provas contra eles mesmos, mesmo argumento usado por Cachoeira para não falar na sessão da CPI de anteontem. A Folha procurou um advogado de Wladimir Garcêz, Neiron Cruvinel, mas ele não telefonou de volta. Considerado pela Polícia Federal como o braço político do esquema de Cachoeira, Garcêz também deve depor hoje na comissão.
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 3:17

    Governo fez liberação atípica de verba no dia de “acordão” na CPI

    Por Gustavo Patu e Leandro Colon, na Folha:
    No dia da celebração do acordo que esvaziou as investigações da CPI do Cachoeira, o governo Dilma Rousseff liberou verbas para redutos de caciques do PMDB e de alguns dos alvos da comissão — incluindo políticos próximos ao próprio Carlos Cachoeira. Os registros diários dos desembolsos federais apontam, no dia 16, quarta-feira da semana passada, um salto dos recursos destinados às despesas incluídas por deputados e senadores no Orçamento, conhecidas como emendas parlamentares.
    As operações coincidem com o entendimento, negociado entre governo e parte da oposição, para engavetar os pedidos de investigação de três governadores, cinco deputados e dos negócios da empreiteira Delta fora da região Centro-Oeste.Para detectar os recursos destinados ao varejo político, a Folha acompanhou as 20 ações de governo que mais concentram emendas parlamentares. A despesa com essa amostra chegou a R$ 53,5 milhões no dia 16, enquanto a média diária é de R$ 11,6 milhões no ano.
    A maior liberação feita pelo Ministério do Turismo, de R$ 5,4 milhões, já mereceu agradecimento público no site do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), responsável por indicar o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB). O dinheiro, de uma emenda da bancada do Estado, irá para obras rodoviárias entre Piranhas e Arapiraca — cujo prefeito, acompanhado por Renan, esteve no dia com o ministro Gastão Vieira em busca de verbas. Depois de Alagoas, o Estado mais beneficiado pelos desembolsos pesquisados pela Folha foi Goiás, palco da maior parte dos eventos e personagens das investigações.
    Sede dos negócios de Cachoeira, Anápolis ganhou R$ 2,6 milhões do Ministério das Cidades para a obras de pavimentação. Trata-se de um convênio assinado desde 2010, mas que só agora recebeu a primeira parcela dos R$ 4,9 milhões previstos.
    (…)
    Por Reinaldo Azevedo
    24/05/2012
    às 0:04

    Pô, Marquinho, já acabou! Manda…

    … o helicóptero embora!!!
    Por Reinaldo Azevedo
    23/05/2012
    às 23:56

    Ao menos esse inferno sobre a minha cabeça…

    … não foi em vão! Um a zero! Coringão na semifinal da Libertadores. Vou denunciar os helicópteros pra Maria do Rosário!!!
    Por Reinaldo Azevedo
    23/05/2012
    às 23:33

    Em explicações enviadas à CPI, procurador-geral diz que sua atuação colaborou para que PF desvendasse esquema criminoso

    Por Laryssa Borges, na VEJA Online:
    Em documento encaminhado na noite desta quarta-feira à CPI do Cachoeira, o procurador-geral da República (PGR), Roberto Gurgel, defendeu a decisão de não ter levado adiante a investigação da Operação Vegas, da Polícia Federal. Aos parlamentares, ele informou que os dados e interceptações telefônicas contidos até aquele momento na investigação policial contra autoridades como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) não permitiram constatar a existência de crimes. O chefe do Ministério Público Federal foi cobrado pela CPI a explicar, por escrito, por que demorou cerca de três anos para apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito contra Demóstenes.
    No auge da tensão entre integrantes da CPI e a Procuradoria-Geral, Gurgel chegou a atribuir as críticas ao MP ao “medo do julgamento do mensalão”. O chefe do Ministério Público será o acusador de 38 réus acusados de participar do esquema de recebimento de propina e compra de parlamentares no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os fatos relacionados pela autoridade policial [na operação Vegas], apesar de graves - uma vez que indicavam uma relação no mínimo promíscua dos parlamentares com os então investigados, notadamente com Carlos Cachoeira -, não adentravam a seara penal, situando-se, ainda, no campo ético”, informou Gurgel.
    Quando analisou o material da Operação Vegas, Gurgel disse ter encontrado desvios éticos de políticos, mas defendeu que as ações relatadas pela PF não tinham característica de crime. São nesses trechos dos autos que consta, por exemplo, o pagamento de um táxi aéreo de Cachoeira a Demóstenes. Durante depoimento à CPI do Cachoeira, o delegado da Polícia Federal, Raul Alexandre Marques Sousa, disse, em sessão reservada, que a decisão de paralisar a Operação Vegas havia sido tomada pela subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio, esposa de Gurgel.
    No documento encaminhado à CPI, o procurador-geral negou essa versão. “Não houve sequer distribuição a qualquer subprocurador-geral da República, permanecendo ambos os feitos [Vegas e Monte Carlo] vinculados diretamente ao procurador-geral da República e sob a sua inteira e, reitere-se, exclusiva responsabilidade, não decorrendo qualquer parcela de responsabilidade a subprocurador-geral da República”, explicou.
    Conforme Gurgel, a lei 9.034, de 1995, prevê a possibilidade de sobrestamento de uma investigação, como foi feito no caso da Operação Vegas, “para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações”. Ele também utilizou esse argumento nas explanações à CPI para explicar que decidiu não encaminhar ao STF as informações que detinha contra Demóstenes Torres em setembro de 2009 para recolher provas mais contundentes envolvendo o parlamentar.
    “Decidi sobrestar o inquérito [da operação Vegas] no intuito de possibilitar a retomada das interceptações telefônicas e da investigação, que, a toda evidência, se afigurava extremamente promissora”, afirmou. Em março de 2011, o procurador-geral disse ter sido informado de que “continuava promissoramente” as investigações sobre a exploração de jogos de azar coordenadas por Carlinhos Cachoeira. “Com essa informação, não poderia deixar de manter o sobrestamento do inquérito [da Operação Vegas] no aguardo da sequência das investigações e da deflagração de futura operação policial”, disse Gurgel.
    De acordo com avaliação do procurador-geral, a decisão de suspender a Operação Vegas e não apresentar denúncia à Justiça assim que o Ministério Público teve acesso aos autos foi correta porque apenas com a Operação Monte Carlo, que se seguiu à primeira investigação, foi possível desvendar “o grande esquema criminoso” de Cachoeira. “Os substanciosos elementos colhidos na Operação Monte Carlo constituem demonstração inequívoca do acerto da decisão de sobrestamento [da Vegas]“, justificou.
    “Se assim não tivesse agido a PGR, não se teria desvendado o grande esquema criminoso protagonizado por Carlos Cachoeira, compreendendo não somente a exploração de jogos de azar, mas também fraudes em licitação, corrupção de servidores, lavagem de dinheiro, entre outros delitos de acentuada gravidade”, declarou o chefe do Ministério Público.
    Por Reinaldo Azevedo
    23/05/2012
    às 22:22

    A Lei da Anistia e a arenga de sempre: Justiça Federal rejeita ação contra coronel Brilhante Ustra

    Mais uma vez, o Ministério Público Federal perde o seu tempo e, a meu ver, desperdiça dinheiro público à medida que seus profissionais se dedicam a causas inúteis. Leiam o que informa Bernardo Mello Franco, na Folha Online. Volto em seguida.
    *
    A Justiça Federal rejeitou pedido para abrir ação penal contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi, pelo desaparecimento do sindicalista Aluízio Palhano em 1971. A decisão do juiz Márcio Rached Millani, da 10ª Vara Criminal de São Paulo, é um revés na tentativa do Ministério Público Federal de enquadrar ex-agentes da ditadura por crime de sequestro. O juiz afirmou que a denúncia contra Ustra e o delegado Dirceu Gravina, ainda na ativa na Polícia Civil de São Paulo, contraria decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de manter a validade da Lei da Anistia para acusados de torturar e matar presos políticos.
    “Somente o Supremo Tribunal Federal tem competência para rever a sua decisão, devendo a questão ser novamente submetida à sua apreciação”, escreveu Millani na sentença, assinada na terça-feira (22). “O recebimento da denúncia implicaria (…) a desconsideração, por via oblíqua, da decisão proferida pelo Supremo.” O Ministério Público sustenta que a Anistia não vale para os casos de desaparecimento, em que os corpos não foram encontrados até a sanção da lei, em 1979.
    Em março, a Justiça Federal do Pará rejeitou denúncia semelhante contra o major Sebastião Curió, acusado de matar militantes de esquerda na Guerrilha do Araguaia (1972-74). Um dos procuradores responsáveis pela ação contra Ustra e Gravina afirmou à Folha que o Ministério Público vai recorrer contra a decisão ao Tribunal Regional Federal.
    Voltei
    Há várias coisas aí, vamos lá, que costumam ser emboladas pela militância política ou pelas pessoas de má-fé. Não se está debatendo se Ustra é culpado ou inocente. O que se está dizendo é que a ação é descabida porque o caso, inequivocamente, se enquadra na Lei da Anistia.
    O argumento do Ministério Público segundo o qual a anistia não compreende os casos de desaparecimento não para de pé. Em primeiro lugar, porque não há essa exceção na lei. Em segundo lugar, porque, PARA TODOS OS EFEITOS LEGAIS, aqueles que são considerados oficialmente desaparecidos são considerados também oficialmente mortos. Há uma lei a respeito. E sabem quem a pediu? Os parentes dos desaparecidos. O texto legal lhes permitiu reivindicar a indenização, resolver problemas de herança etc. Atestados de óbitos foram expedidos.
    Logo, se os “desaparecidos” são uma causa política — e está aí a tal Comissão da Verdade —, do ponto de vista legal, esse grupo não existe mais: todos são considerados mortos.
    Não li a decisão. Estando certo o que vai no texto da Folha, e acho que está, não entendi parte das considerações do juiz. Ele acerta ao afirmar que não pode, por via oblíqua, desconsiderar decisão do Supremo, mas é estranha a sua conjectura sobre “nova decisão do Supremo”. A ser assim, vamos dar adeus à segurança jurídica. A qualquer momento, uma nova composição do Supremo poderia mudar decisão da composição anterior. Onde isso iria parar?
    Nesse caso, nem o Supremo pode mudar uma decisão inequívoca do… Supremo.
    Por Reinaldo Azevedo
    23/05/2012
    às 22:00

    Abaixo os helicópteros! No bom sentido!

    Corinthians contra Vasco. Sim, claro, um evento importante. Mas vocês não têm ideia o que é aguentar, há mais de hora, helicópteros sobrevoando o estádio. OS MEUS PENSAMENTOS TÊM DE GRITAR PARA QUE EU POSSA OUVI-LOS!!! Que saco! Não vejo a hora que inaugurem o tal Itaquerão! Se bem que não sei… Vai que resolvam substituir os jogos por shows de rock, rap, funk…
    Ói lá!!! Estou vendo na TV imagens de helicóptero — sem o barulho, claro!
    Viva o jogo! Abaixo, no bom sentido, os helicópteros! Vai começar…
    Por Reinaldo Azevedo

    
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    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


    Cubra-me

    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

    Ave-Maria

    A Paixão de Cristo